segunda-feira, 24 de dezembro de 2018

Feliz Natal e um 2019 repleto de Paz



Que hoje possamos refletir mais sobre o verdadeiro sentindo do Natal. Um Feliz Natal e um 2019 repleto de coisas boas para todos nós. Muita luz!

quarta-feira, 19 de dezembro de 2018

Nosso Lar (André Luiz)


Pertubações Espirituais

Vivemos num universo constituído de energia que se expressa em ondas, vibrações, mentes e ideias, condensando-se em matéria e voltando ao estágio inicial incessantemente. Nele tudo vibra, pois que não existe o repouso absoluto nem o absoluto caos. Aquilo que se nos apresenta como desordem obedece a princípios fundamentais geradores de futura harmonia. Todo e qualquer movimento, emissão vibratória, por mais sutil, influencia o conjunto, nada havendo que não se encontre produzindo ressonância, à semelhança de uma sinfonia de incomparável beleza, cujo conjunto de instrumentos diferentes produz o encanto e a musicalidade perfeita. A matéria, nesse indefinível oceano vibratório, é a energia condensada, que, após a vigência do seu ciclo, retorna ao campo de origem. O ser humano, durante o périplo carnal, é o princípio inteligente do Universo, desenvolvendo os sublimes tesouros que nele jazem adormecidos, e através de sucessivas reencarnações, atinge o estágio de vibração sublime, quando se torna Espírito iluminado. Nessa larga experiência evolutiva, acumula os valores defluentes das vivências, crescendo sempre na direção da perfeição relativa que lhe está reservada. Em cada etapa aprimora específicos recursos, trabalhando as anfractuosidades morais resultantes dos tentames iniciais da fase do instinto, atravessando o período da razão, no rumo da intuição. Sob a ação gloriosa do Deotropismo (sentimento, inerente aos seres, que os impelem para o criador, para Deus.), a sua é a fatalidade da plenitude. Enquanto transita pelas faixas mais grosseiras do processo evolutivo, submete-se às injunções penosas que lhe rompem as couraças da ignorância para facultar-lhe o discernimento, que o alça ao conhecimento e a liberdade. Nem sempre, porém, esse desenvolvimento ocorre de maneira feliz, em razão da predominância dos instintos agressivos, da preservação da espécie, que o levam a utilizar-se da força, dos ímpetos desordenados que se lhe demorarão na conjuntura de que se constitui. A cada ação sucede-lhe uma reação equivalente. No imenso obscurantismo em que se demora, a Divina Providência tem tido o cuidado de enviar-lhe Embaixadores sábios que o têm tentado despertar para a realidade espiritual que lhe é legítima. Através dos milênios sucessivos, esses amorosos mestres e condutores das massas buscaram demonstrar-lhes a transitoriedade do corpo e a perenidade do ser. Cultos bizarros, a princípio, e sacrifícios grosseiros foram as primeiras manifestações da vida estuante, dentro do nível moral em que se encontrava, no seu primarismo evolutivo, culminando com a vinda de Jesus a Terra, abençoando-a com as incomparáveis lições do amor, que soluciona todas as equações existenciais. Habituado, porém, às forças deletérias dos sentimentos grosseiros, o ser humano teve muita dificuldade para aceitar as libertadoras diretrizes dos Seus ensinamentos e, inevitavelmente, adaptou-as às próprias paixões, gerando situações dolorosas para si mesmo. Jesus sabia dos limites humanos e compreendia-os, ampliando a sua compaixão, prometeu enviar o Consolador em hora própria, quando as dores fossem superlativas e a compreensão mental mais elevada, de modo a entender-lhe os supremos postulados. A legião de seres bem-aventurados, que constitui o Consolador, traz o Mestre de volta, e vem desvelando o significado profundo da existência, os valores altíssimos da existência física, diluindo os mistérios que ocultam a vida transcendental e demonstrando de maneira vigorosa esse intercâmbio entre as duas faces da realidade: a material e a espiritual. Constata-se, desse modo, que a inter-relação entre os chamados vivos e os mortos é muito maior e vigorosa do que se pensa. Graças à Lei das Afinidades, há uma poderosa atração entre os semelhantes vibratórios, especialmente no que diz respeito ao campo moral e intelectual. Conforme as aspirações íntimas e comportamentos pessoais, cada ser respira a psicosfera que emite e transita no campo vibratório que constrói. 

Compilado do livro: Perturbações Espirituais Autor: Manoel Philomeno de Miranda (espírito)

Seja do bem! Faça o bem!


O bem e o Mal (Rádio Novela Espírita)


O Perispírito e as Mortes prematuras

Na problemática do aborto imagina-te ansiado pelo ingresso em determinada oficina, de cujo salário e experiência necessitas para efeito de aperfeiçoamento e promoção. Alcançando-a pelo concurso de mãos amigas, alimentas a melhor esperança. Em tudo, votos de paz e renovação aguardando o futuro. Entretanto, ainda nesta hipótese, observas-te em profundo abatimento, incapaz de comandar a própria situação. Assemelhas-te ao enfermo exausto, sem recursos para te garantires e sem palavra que te exprima, suplicando em silêncio a compaixão e a bondade daqueles aos quais a sabedoria te confiou a necessidade por algum tempo e a quem prometes reconhecimento e veneração. Mentalizado semelhante painel reflete no desapontamento e na dor que te tomariam de assalto se te visses inesperadamente debaixo de fria e descaridosa expulsão, a pancadas de instrumentos cortantes ou a jatos de venenosos agentes químicos. Nessas circunstâncias, que sentimentos te caracterizariam a reação? (Mensagem de Emmanuel - Psicografia de Chico Xavier) 
01. A Gestação como Modelagem: Quando o perispírito é danificado severamente, compromete o Espírito em várias encarnações, sempre dolorosas, quando não frustradas, pela impossibilidade da coexistência pacífica com o físico, de vez que a fôrma defeituosa não é capaz de produzir uma forma harmoniosa. Tal acontece com o suicida, que desejando anular-se evadindo-se do desespero de que é tomado, atira-se sobre os trilhos dos trens, lança-se edifício abaixo, retalha-se à navalha, ingere ácido e demais gêneros dantescos de superlativa dor. Seu perispírito igualmente macerado, marcado com amputações profundas, sob a ação mental que cristalizou o instante agônico, permanece neste estado anos seguidos, necessitando às vezes, de várias encarnações para que haja uma remodelagem ou reestruturação celular. Esse Espírito ao encarnar, devido às suas vibrações danosas, pode levar a mãe ao desencarne, intoxicando-lhe o corpo, culminando em tragédia em que ambos padecem. Tal acontecimento, portanto, é de prévia programação no plano espiritual, onde Espíritos comprometidos com a lei, aceitam a maternidade nessas condições, resgatando antigas promissórias, cujo débito aguardava na contabilidade divina o instante da quitação. Muitos desses suicidas necessitam de algumas existências momentâneas na carne, sobretudo para o contato físico, ocasião em que ocorre uma rearrumação nas moléculas perispirituais por força da formação do novo corpo, que funciona qual agente modelador, refazendo estruturas antes trituradas ou retalhadas, sendo esta a causa de muitas mortes prematuras. Apesar de, no momento da concepção ligar-se uma fôrma perispiritual deformada ao óvulo fecundado, ela vai se revestindo com a matéria orgânica, tomando uma forma humana, forçando as deformações ajustas correções, no que melhora o aspecto anatômico-fisiológico do conjunto, a cada tentativa de encarnação. Braços atrofiados, pernas ressequidas, cabeça desproporcional. Com as tentativas seguintes, consegue se a forma adequada. No mais, com o esquecimento promovido pela redução perispiritual, volta a supremacia do instinto de sobrevivência, dos automatismos já conquistados pelo Espírito, que são fatores condicionantes secundários a forçar uma modelação segundo as determinações harmoniosas da natureza. 
02. O Aborto: Qualquer que seja o método utilizado para provocar o aborto, este atinge o perispírito do reencarnante. É comum chegarem aos hospitais do plano espiritual crianças com suas feições perispirituais totalmente deformadas. Retalhadas, queimadas, esquartejadas, pois as amputações profundas no físico, desde que o Espírito as assista e com elas se envolva entrando na faixa da revolta, vingança ou similares, provocam igualmente amputações no perispírito. Observamos tais crianças alojadas em espécies de berçários, com seus corpos apresentando as características do método abortivo pelo qual passaram. Notamos em particular, uma criança de cerca de seis meses, apresentando cicatrizes profundas, sob algo, à semelhança de uma incubadora, dotada de canos transparentes onde se via uma substância azulada que recaía sobre seu corpo. O efeito dessa substância, espécie de luz, era provocar a união nas aberturas epidérmicas, que se mostravam delicadas a princípio, qual tênue película, mas aos poucos se adensavam normalizando o tecido cutâneo. A criança reagia e chorava incomodada, qual se sentisse dores profundas. Explicou-me o médico (instrutor) que a atendia, que aquela substância luminosa era um misto do fluido universal com fluido vital, unido a outro tipo de fluido de natureza superior. No mesmo hospital, em outra ala, em uma espécie de UTI, crianças deformadas jaziam em profundos sangramentos, colocadas dentro de recipientes, qual se fossem réplicas de um corpo infantil, talhadas em fôrmas para remodelagem dos seus perispíritos. Muitas delas eram apenas restos que não chegavam a separar-se totalmente, devido a leve película que os unia. A aparência, contudo, era de haverem sido retalhadas ou esquartejadas. Esses pedaços eram colocados na referida fôrma, que funcionando qual útero artificial promovia uma gestação complementar, onde a médio prazo, fazia surgir a pele, os vasos sangüíneos, as unhas e demais órgãos. É como se um outro perispírito estivesse sendo formado em substituição ao antigo outrora deformado. A mente do Espírito (explica o instrutor) em nada interfere no processo modelador, de vez que se encontra em estado semelhante ao coma provocado, para que a sua atuação mental traumatizada ou quiçá cristalizada não interfira negativamente na modelagem. Ainda em outra ala, observamos uma criança que se fazia acompanhar por uma sombra de adulto, que a ela se ligava. Esta criança (comentou o instrutor) por ocasião do esquecimento, não perdeu totalmente a consciência. Houve uma redução perispiritual sem a perda total da realidade, o que está provocando grande confusão mental no Espírito que ora age como criança e ora procede como adulto.  Mas por que ele não passou por um esquecimento total? Defensiva contra algum gesto agressivo da mãe. Isso dificultou o esquecimento deixando certas lembranças vivas. Poder-se-ia até dizer que o seu instinto, no setor que zela pela sobrevivência, ficou em alerta, ciente de que adentraria terrenos perigosos ou porto inseguro. A luta entre eles (filho e mãe) já vem de longe, e esta foi mais uma oportunidade perdida no difícil capítulo da reconciliação. Ele deverá passar por um novo processo de esquecimento; total desta vez, para que a sombra que o acompanha (seu corpo mental) igualmente seja reduzida, iniciando o crescimento normal como as crianças encarnadas na Terra o fazem. — Por que Deus permitiu o reencarne se já sabia antecipadamente que ocorreria o aborto? Um sem número de criminosos matariam milhões de pessoas. Como a aprendizagem no presente estágio se faz mais sob os impositivos da dor que pelas diretrizes do amor, cada um colhe o que semeia e aprende como lhe convém. Todavia, casos há em que o BASTA divino acaba com as querelas e insubordinações aparentemente sem limites. Se Deus não tivesse em mãos as rédeas do universo, nenhuma certeza teríamos de ver concretizados nossos projetos de paz e nossos sonhos de felicidade. 
03. Desencarne no período de gestação: Em outro contato com o plano espiritual, observamos uma mulher gestante com várias perfurações a faca. O médico espiritual, Dr. Albert, procedeu ao parto. Através de exame superficial, notamos que as perfurações atingiram a criança, retirada à maneira cesariana e colocada em grande tubo de ensaio. Ela apresentava um braço ressequido no qual destacava-se grande cicatriz. Voltando o olhar para a mãe, notei que seu braço fora decepado, e por apresentar-se cicatrizado à altura da lesão concluí que tal acidente não fora motivado pela arma que a vitimara. Disse o médico: se ele chegasse a reencarnar, todos diriam tratar-se de um problema hereditário. Mas não é. Esses dois Espíritos comprometeram-se em encarnações passadas, quando se envolveram em relação culposa com eventos que provocaram vasta cota de sofrimentos a seus irmãos, no que lesaram seus perispíritos. A criança deverá crescer normalmente, e quando atingir a idade de entender a razão de sua deformidade, passará por uma cirurgia reparadora. Deverá saber que aquela lesão é uma conseqüência de seus atos indignos no passado. A mãe igualmente sofrerá cirurgia restaurando suas perfurações. No mapa cármico dessa mulher, o acontecimento estava previsto, não como ocorreu. Ela deveria sofrer as perfurações por um acidente, ou por outro método qualquer; só que a previsão não era para esta data enquanto a gestação se efetuava. O homem que a matou, e que é um seu inimigo do passado, apenas precipitou o acontecimento. A criança deveria nascer e resgatar seus débitos. O homicida comprometeu-se por força desse ato impensado a trazer em seu mapa cármico as lesões que provocou a ambos. Continuando a reunião, os Espíritos promoveram o desdobramento em um dos médiuns, que é levado a um hospital, espécie de maternidade no plano espiritual, para observações e estudos sobre o perispírito. O médium descreve o que presenciou em tom emocionado. Encontro-me em um hospital. Parece especializado em problemas de gestação. Não estou mais usando a roupa com a qual me desdobrei, e sim uma bata lilás. Os técnicos que me acompanham igualmente usam a mesma vestimenta. Estamos observando o caso de uma mulher gestante, já no sexto mês de gravidez, e que desencarnou em um acidente automobilístico. A sala onde me encontro é em tudo semelhante a um centro cirúrgico. A mulher observada encontra-se em uma cama de formato específico para parto, e a sua posição é adequada ao parto normal. Noto que ela sente dor. Diz o técnico, que realmente vai ocorrer o parto, porque ambos desencarnaram com o choque e não conseguiram se desvencilhar um do outro. A mulher não sabe que desencarnou nem vai saber por enquanto. Vejo a criança nascendo, da mesma maneira que os nossos bebês na Terra; ele já está todo formado. (Meu Deus! Que coisa linda!). Explicam-me que esse perispírito, devido à redução pela qual passou para ser acoplado ao útero, ao esquecimento a que foi submetido e ao alongamento da gestação fazendo com que ele estivesse apto a viver na Terra, deverá passar por um retorno ao estágio pré-encarnatório, quando era consciente e adulto. Algo como se ele tivesse que esquecer o que esqueceu, voltando a ser simplesmente Espírito, aqui no mundo espiritual.  Pergunto-lhes a razão de todo esse trabalho, de vez que a criança estava predestinada a não nascer. Respondem que não me precipite, pois saberei de tudo em breve. A criança, prosseguem, vai ter um crescimento diferente daquelas que reencarnam, vivem algum tempo, e desencarnam. Ficará em uma incubadora e seu crescimento será mais rápido por não ter havido uma vinculação com a matéria de maneira prolongada. O crescimento dessa criança será acelerado pelos técnicos, que atuarão em sua mente, fazendo-a inclusive reassumir a sua personalidade já firmada antes do esquecimento para nascer. Agora respondem à minha indagação anterior. Foi uma prova necessária para esse Espírito, em razão de um suicídio cometido por ele no passado. Ele teria que submeter-se ao processo do nascer de novo, somente para harmonizar partes do seu perispírito, o que, graças a Deus, dizem os instrutores, aconteceu. No entanto, ele necessita reencarnar brevemente. Quando estiver despertando aqui no mundo espiritual, ele terá que tentar novamente o reencarne, mas agora com grande probabilidade de sucesso graças à modelagem pela qual passou. Sou levado nesse instante até a mãe da criança. Ela viu o filho. Sente-se aliviada e mostra aquela ternura que toda mãe demonstra ao olhar o filho pela primeira vez. Os técnicos vão submetê-la a um transe hipnótico, para que ela não lembre do ocorrido e possa refazer-se, no que será levada às reuniões mediúnicas para ser auxiliada e tomar conhecimento do seu drama. Ela não poderia receber a notícia do seu desencarne de maneira brusca, afirmam os técnicos. A carga de fluidos tóxicos gerada pela dor e o desespero, sufocaria a ela e a criança. 
04. O Crescimento do perispírito: Perguntei ao instrutor sobre o crescimento do perispírito em crianças. Como ele ocorre no plano espiritual?  Após a morte física, o perispírito obedece ao ritmo do crescimento terreno, retomando com o tempo a sua estatura de adulto. As crianças desencarnadas continuam a crescer, despertando a mente e desvencilhando-se da forma reduzida, na razão direta do seu poder mental. Os Espíritos mais evoluídos imprimem à sua vontade uma maior rapidez no crescimento, o que não ocorre com os menos evoluídos. Temos aqui entre nós, técnicos de aceleração do crescimento, onde o perispírito dentro de alguns dias, sai de sua aparência infantil para transformar-se em jovem, como se houvesse envelhecido nesse espaço de tempo, dez ou quinze anos. Nesse processo, que envolve regressão de memória, o Espírito assume seus conhecimentos anteriores. 
05. Obsessão pós-parto: Perguntei ainda qual seria a condição do Espírito após ser vítima do aborto, quando tolhida a sua encarnação, passando este a proceder como feroz inimigo daquela que lhe seria mãe, iniciando severa obsessão. Ele perseguiria sua mãe como criança ou adulto? E o esquecimento a que fora submetido, permaneceria? — Se uma gestação é interrompida, quer no primeiro ou no nono mês, o Espírito é acolhido em hospitais para tratamento e desenvolvimento normais. Contudo, em alguns casos de abortos provocados, notadamente quando não é a primeira vez para aquele Espírito, a depender do seu estado evolutivo, ele pode rebelar-se e ficar junto da candidata e fracassada mãe para obsidiá-la ou não. Casos há em que o ódio gera um desbloqueio no processo de esquecimento, e o Espírito, lúcido quanto à realidade do fato, mas, perturbado quanto a seus efeitos, inicia tenaz perseguição. Ocorre algumas vezes nesses casos de mais de uma tentativa frustrada, de o Espírito reencarnante, mesmo submetido ao esquecimento, manter-se intimamente de sobreaviso, em expectativa silenciosa, vigilante, como se algum aviso secreto o mantivesse alerta para a culminância do fato. A depressão causada pelo fracasso anterior e a ansiedade que o acompanha não favorecem um esquecimento profundo, permanecendo ele em rogativas mentais à mãe. Caso não seja ouvido em seus apelos, ele pode sintonizar a mágoa e a revolta por ocasião do aborto, gerando este ato, o rompimento do dique que guardava as recordações, desfazendo o esquecimento, pelo menos parcialmente. Em situações como esta, o Espírito diante da agressão sofrida, pode ainda imantado ao útero materno, que deveria servir como o santuário da vida e não a porta da morte, provocar inúmeros desarranjos no organismo da infeliz que o abrigava, que vão desde hemorragias graves, até parada cardíaca, culminando com o desencarne. Após o seu desligamento, reassumindo o domínio mental de antanho, este lhe faculta mesmo à sua revelia a condição perispiritual anterior, pois a mente sendo a artesã do perispírito se faz obedecer em generosa plasticidade. Não é, portanto, o tempo de gestação que determina ao Espírito, assumir determinada faixa de idade, e sim, a condição inerente a ele, sua orientação no tempo e no espaço, e ainda o seu relacionamento com os possíveis pais, levando-se em conta as leis de causa e efeito. 06. Gestação frustrada: O aborto provocado, além de gerar problemas físicos na abortadeira, tais como: nascimentos prematuros, nascimento de filhos defeituosos, esterilidade, problemas de fator Rh, gravidez nas trompas, perfuração do útero caracterizando peritonite, irregularidades na menstruação, tonteiras e dores abdominais, deixa inúmeras sequelas psíquicas nas quais se destacam o remorso, a monoideia motivada pelo crime, a obsessão ou auto-obsessão, angústia, solidão e outras neuroses. Mas pode igualmente, em encarnações posteriores, determinar esterilidade, devido ao desajuste que o aborto provoca no centro genésico. Em alguns casos, a mulher nutrindo o desejo de ser mãe, impregna as células reprodutivas com acentuada carga magnética de atração, a qual dirigida pela mente ansiosa, promove o encontro do espermatozóide com o óvulo, ficando a recapitular a cada instante a formação fetal, o que concretiza no plano carnal a criação de um feto sem que haja um Espírito. Esse fato obedece às leis da Genética, que condiciona as células a se agruparem gerando uma forma humana. Concorre também para isso a intensa atuação mental da mãe, que auxiliando o processo biológico, faz culminar o nascimento de um ser com vitalidade celular, mas incapacitado de viver devido à ausência do Espírito e do perispírito naquele corpo. No sentido inverso, lembramos que a gestação pode não ser levada a termo, o que não é comum, pela recusa deliberada à gravidez, onde a mulher, pela sua atuação mental, desarticula os processos celulares do feto, interferindo negativamente na modelagem do novo corpo, que não consegue, apesar da fôrma perispiritual, ordenar-se em sua anatomia e fisiologia, sobrevindo-lhe a morte. Nesse caso, a mãe promove o aborto através de sua atuação mental. Se no desejo de ser mãe a mente ajuda na construção e modelação do feto, no sentido oposto, ela desarticula a modelagem, comprometendo-se em futuras encarnações. 
07. Consequências do Aborto: O aborto provoca no perispírito da mulher desarmonias variadas, de repercussões imediatas e posteriores. O chacra esplênico e o genésico, são invadidos por toxinas que se acumulam em forma de antígenos, a provocar em futuros retornos à carne, divergências sangüíneas, moléstias nos órgãos genitais, deslocamento da placenta, hipocinesia uterina, salpingite tuberculosa, degeneração cística do cório, tumores na trompa e no ovário e numerosas patologias catalogadas ou não nos tratados de patogenia das nossas universidades. O Espírito guarda em minudências e cores vivas, os dramas vividos, aferindo de maneira milimétrica nossa participação na ventura ou na desgraça, alheia ou nossa, revertendo-a em felicidade ou desdita a ele incorporadas. Quanto ao perispírito, refletor incorruptível da mente, através das impressões que deixa plasmar em obediência ao seu comandante, o Espírito, abre as portas do paraíso e as do "inferno", cabendo a cada um a escolha dos caminhos onde deixar impressas suas pegadas. Mas, há séculos os homens sabem que o farol é Jesus. Perde-se quem o abandona. 

Compilado do livro: O Perispírito e suas Modelações Autor: Luiz Gonzaga Pinheiro

Pensamento positivo sempre!


O peregrino das ilusões (Rádio Novela Espírita)


Renovação

As revelações dos Espíritos convidam naturalmente a ideais mais elevados, a propósitos mais edificantes. Para as inteligências realmente dispostas à renunciação da animalidade, são elas, sublime incentivo à renovação interior, modificando a estrutura fluídica do ambiente mental que lhes é próprio. Se a civilização exige o desbravamento da mata virgem, para que cidades educadas surjam sobre o solo e para que estradas se rasguem soberanas, é indispensável a eliminação de todos os obstáculos, à custa do sacrifício daqueles que devotam ao apostolado do progresso. A Humanidade atual, em seu aspecto coletivo, considerada mentalmente, ainda é a floresta escura, povoada de monstruosidades. Se nos fundamentos evolutivos da organização planetária encontramos os animais pré-históricos, oferecendo a predominância do peso e da ferocidade sobre quaisquer outros característicos, nos alicerces da civilização do espírito ainda perseveram os grandes monstros do pensamento, constituídos por energias fluídicas, emanadas dos centros de inteligência que lhes oferecem origem. Temos, assim, dominando ainda a formação sentimental do mundo, os mamutes da ignorância, os megatérios da usura, os iguanodontes da vaidade ou os dinossauros da vingança, da barbárie, da inveja ou da ira. As energias mentais dos habitantes da Terra tecem o envoltório que os retém à superfície do Globo. Raros são aqueles cuja mente vara o teto sombrio com os raios de luz dos sentimentos sublimados que lhes fulguram no templo íntimo. O pensamento é o gerador dos infra corpúsculos ou das linhas de força do mundo subatômico, criador de correntes de bem ou de mal, grandeza ou decadência, vida ou morte, segundo a vontade que o exterioriza e dirige. E a moradia dos homens ainda está mergulhada em fluidos ou em pensamentos vivos e semi condensados de estreiteza espiritual, brutalidade, angústia, rudeza, incompreensão, preguiça, má-vontade, egoísmo, injustiça, crueldade, separação, discórdia, indiferença, ódio, sombra e miséria. Com a demonstração da sobrevivência da alma, porém, a consciência humana adquire domínio sobre as trevas do instinto, controlando a corrente dos desejos e dos impulsos, soerguendo as aspirações da criatura para níveis mais altos. Os corações despertados para a verdade começam a entender as linhas eternas da justiça e do bem. A voz do Cristo é ouvida sob nova expressão na mais profunda acústica da alma. Quem acorda converte-se num ponto de luz no serro denso da Humanidade, passando a produzir fluidos ou forças de regeneração e redenção, iluminando o plano mental da Terra para a conquista da vida cósmica no grande futuro. Em verdade, pois, nobre é a missão do Espiritismo, descortinando a grandeza da universalidade divina à acanhada visão terrestre; no entanto, muito maior é muito mais sublime é a missão do nosso ideal santificante com Jesus para o engrandecimento da própria Terra, a fim de que o Planeta se divinize para o Reino do Amor Universal.

Estude a si mesmo...


A vida ensina (Rádio Novela Espírita)


Remorso

Melhor é resolver as questões e não protelar reconciliações, enquanto é tempo. Muitas pessoas imaginam que não há grandes diferenças entre remorso e o arrependimento. No livro “Aborto à Luz do Espiritismo”, Eliseu Florentino da Mota Jr. Escreve que “dentre as causas determinantes das anomalias psíquicas é induvidoso que o remorso assume especial relevância, porquanto, ao contrário do arrependimento, que é o primeiro passo para a reabilitação diante de um erro cometido, ele determina o surgimento do complexo de culpa, levando a pessoa que eventualmente tenha errado a crises nervosas, chegando mesmo à loucura”. Dessa forma, podemos entender claramente essa diferença, deixando para reflexão o quanto o remorso é prejudicial para o indivíduo. Sempre nos questionamos quando deixamos alguma questão mal resolvida ou de não se ter uma reconciliação – isto acontece quando o nosso desafeto venha a falecer. Consequentemente, o remorso bate à nossa mente por termos protelados para depois a solução de problemas, algumas vezes simples, outras não, mas que poderiam ter sido resolvidos ou esclarecidos com uma conversa sincera entre as partes envolvidas. Porém nosso orgulho acaba sendo predominante fazendo com que a reconciliação não se realize. Recentemente duas pessoas queridas de minha convivência estavam brigadas, sabia do amor que sentiam um pelo outro, porém o orgulho fazia com que a reconciliação fosse evitada. Uma noite falei para uma das partes que seu desafeto estava doente, para ele imaginar se essa pessoa viesse a falecer, o remorso iria ser grande por não ter se reconciliado enquanto podia. Minutos depois, essa pessoa pegou o telefone e se reconciliou com a outra. Neste caso correu tudo bem, mas quantos deixam para depois. O tempo não é eterno e o amanhã pode ser muito tarde. Devemos pensar que o presente é agora e que o futuro pode não existir. Vitor Ronaldo Costa, em seu livro “Gerenciando as Emoções”, explica que se alguém alimenta um sentimento de culpa, em decorrência de um mal cometido intencionalmente, o bom senso recomenda que se busque a solução do impasse na prática inadiável de uma atitude enobrecida. A anulação do remorso sugere a tomada de duas providências essenciais: o cultivo da humildade e o pedido de perdão. No livro “O Céu e o Inferno, Allan Kardec no capítulo IV, intitulado “Criminosos Arrependidos”, descreve o contato feito com um jovem padre de nome Verger que havia assassinado em 3 de janeiro de 1857, Monsenhor Sibour, Arcebispo de Paris, quando saía da Igreja de Saint-Étienne-du-Mont. Verger foi condenado à morte e em 30 de janeiro executado. Em nenhum momento mostrou-se arrependido do seu crime. O mesmo foi evocado no mesmo dia de sua execução e posteriormente três dias mais tarde. Nestes contatos quando Verger foi indagado: Qual a vossa punição? Ele respondeu: “Sou punido porque tenho consciência da minha falta, e para ela peço perdão à Deus; sou punido porque reconheço a minha descrença nesse Deus; sabendo agora que não devemos abreviar os dias de vida de nossos irmãos; sou punido pelo remorso de haver adiado o meu progresso, enveredando por caminho errado, sem ouvir o grito da própria consciência que me dizia não ser pelo assassínio que alcançaria o meu desiderato. Deixei-me dominar pela inveja e pelo orgulho; enganei-me e arrependo-me, pois, o homem deve esforçar-se sempre por dominar as más paixões – o que, aliás, não fiz. Quando tiramos a vida de alguém estamos retardando nossa evolução e cortando a oportunidade de nosso irmão dar sequência na sua. Além do mais, é um pecado que corrói a nossa consciência por ser um ato indigno de nossa parte. É muito triste chegar ao plano espiritual e sentir na consciência o remorso. Deus nos dá a oportunidade de reparação, é parte de nossa evolução colocar em prática os ensinamentos morais de Jesus. O perdão faz parte destes ensinamentos e é providencial, deixando de lado o orgulho, que não leva a nada. Dessa vida a única coisa que levamos são as nossas obras, que é feita através da caridade. Quando falamos em caridade é no sentido amplo, começando por ajudar aqueles a quem temos algum desafeto. Vamos analisar a situação, não somos santos e todos sujeitos a erros. Vamos nos colocar no lugar de nosso desafeto e imaginar se não agiríamos da mesma forma. Uma reflexão profunda pode ser essencial para essa reconciliação. O tempo é curto, devemos guardar momentos felizes e aprender com os tristes. São esses momentos alegres que nos fazem refletir o tão quão somos queridos. As amizades e a família são algo que devemos saber aproveitar, pois são momentos de compartilhar experiências e reparar erros cometidos em outras vidas ou até mesmo nessa. Todos os atos indignos como o aborto, o suicídio, a traição entre outros, são prejudiciais a nós mesmos. Eliseu Florentino descreve em seu livro a diferença do remorso para o arrependimento, quando se tratando de aborto praticado, que o arrependimento leva a pessoa a reparar o seu erro adotando uma criança ou trabalhando em lugares que cuidam de crianças carentes, enquanto que o remorso é patológico à medida que o autor da conduta abortiva é levado ao monoideísmo, causando anomalias psicológicas e psíquicas. André Luiz no livro Nosso Lar descreve as palavras de consolo do benfeitor Clarêncio: “aproveita os tesouros do arrependimento, guarda a bênção do remorso, embora tardio, sem esquecer que a aflição não resolve problemas”.

Uma andorinha só não faz verão...


A Falecida (Rádio Novela Espírita)


Nossos filhos não são nossos

Filho é um ser que nos emprestaram para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos, para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem. Isto mesmo! Ser pai ou mãe é o maior ato de coragem que alguém pode ter, porque é se expor a todo tipo de dor, principalmente da incerteza de estar agindo corretamente e de medo de perder algo tão amado. Perder? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo de DEUS. (José Saramago) Quem são nossos filhos? Nossos filhos são espíritos que foram atraídos ao agrupamento familiar, através dos laços da simpatia ou antipatia, dependendo das necessidades cármicas. Os filhos são biológicos (quando formamos seu corpo físico) ou podem ser filhos de coração (quando são escolhidos por nós para amarmos). Pela visão espírita, todos somos adotados. Porque o único Pai legítimo é Deus. Os pais da Terra “não são nossos pais, eles estão nossos pais”. Porque a cada encarnação, mudamos de pais consanguíneos, mas em todas elas Deus é sempre o mesmo Pai. Não recebemos os filhos em nosso lar por acaso. Estamos reunidos em uma família para crescermos juntos, aprendermos uns com os outros. Deus os envia para que na busca do ajuste familiar, num trabalho ativo e constante, muitas vezes sob conflitos, consigamos transformar defeitos em virtudes, desenvolvendo o lado moral e o lado intelectual. Tudo isso com o único objetivo: desabrochar o “amor”. No livro dos Espíritos, na questão 582 temos a seguinte pergunta: Pode-se considerar a paternidade uma missão? É incontestavelmente uma missão. “É ao mesmo tempo um dever muito grande, e que determina, mais do que o homem imagina, sua responsabilidade para o futuro”. Não conhecemos o mistério que os filhos, quando crianças, ocultam em sua inocência; não sabemos o que eles são, nem o que foram, nem o que serão. Na maioria das vezes, os filhos, (espíritos) podem ter vindo de um mundo em que tenham adquirido hábitos, paixões, tendência e gostos diferentes e opostos aos nossos. Por isso, se queremos que se incorporem em nosso ambiente, precisamos prepará-los na infância. Nos primeiros 7 anos, o espírito ainda se encontra muito ligado ao plano espiritual, essa 1ª grande fase da vida é de muita importância, pois ele está se firmando, se mantendo e se fortalecendo como uma planta que vai se desenvolvendo e que precisa ser regada. Todos recebem uma aparência de inocentes, como imagem do que eles deveriam ser. Mas não é somente por eles que Deus lhe dá esse aspecto, é também e sobre tudo por seus pais, que recebendo essa fragilidade infantil, no seio familiar, naturalmente sentem a necessidade em lhes dar amor. E esse amor seria extraordinariamente enfraquecido se as crianças já demonstrassem um caráter impertinente e rude, ao contrário, sendo dóceis e ingênuas, naturalmente recebem toda afeição e são envolvidas nos mais delicados cuidados. Devemos perceber que os caminhos de Deus são sempre os melhores, e que, quando se tem o coração puro, é fácil conceber-se ao puro, a explicação “respeito”. Mas, quando as crianças não mais necessitam dessa proteção, dessa assistência que lhes foi dispensada durante quinze a vinte anos, seu caráter real e individual reaparece em toda a sua nudez; e o Espírito se mostra como realmente é; permanecem boas, se eram fundamentalmente boas, mas, se frequentemente se revoltam, estão demonstrando o que estavam ocultando na primeira infância. A sabedoria divina agindo a favor dos filhos, proporciona a fase da infância para que a docilidade, ingenuidade e flexibilidade em “aprender”, possam facilitar a vida dos “filhos” que habitam um corpo infantil e aos pais, para que tenham a facilidade em “ensinar a viver à vida” sob as Leis Divinas, com limites e sempre reprimindo suas más tendências. Amar os filhos, no sentido exato do termo, importa, acima de tudo, em saber conduzi-los visando, não apenas, o futuro homem-corpo, mas, especialmente, o homem-espírito. Os pais que sabem atender a este aspecto moral libertam-se dos sentimentalismos afetivos que degeneram em liberdades nocivas. Neste sentido, Deus nos dá esta lição e exemplo edificante: a sua bondade, embora infinita, não impediu que a sua sabedoria criasse a severidade dos mundos de correção espiritual, destinados aos que se afastam da linha reta estabelecida pelas suas leis, pois não basta sentir o amor; é preciso saber exercê-lo de modo que bondade e sabedoria formem duas linhas paralelas, a fim de que se estabeleça o equilíbrio entre o sentir e o saber. O compromisso maior de quem cria, é de colaborar com Deus na formação daquele irmão em humanidade que estará transitoriamente, como filho sob a sua guarda. Quando olhamos para os filhos, é bom que tenhamos a percepção de que são filhos de Deus como nós. Vieram para evoluir, vêm à Terra para ajustar exatamente o que lhes faltou no passado, no lado moral, no lado espiritual, no lado ético. Será importantíssimo criar esses filhos com alma de religiosidade para aprenderem a elevar através do pensamento, a oração, e terem mais confiança nos poderes sublimes da vida. Para isto, não basta frequentar uma casa religiosa. É preciso ter aprendido a verdade ensinada por Jesus Cristo, seja qual for à interpretação, desde que esta interpretação os eleve, os amadureça, os transforme em pessoas de bem. Deus nos empresta Seus filhos, na confiança que possamos devolvê-los melhores do que aqui chegaram, ou então, que os ajudemos a cumprir sua prova ou expiação. Se Ele nos dá essa incumbência, é porque somos capazes de cumprir tal missão. Portanto, não os carreguemos nos braços, caminhemos com eles, ensinando-os a caminhar por si próprios.

O perdão é sempre o melhor caminho


Porque Comigo? (Rádio Novela Espírita)


Desapego

Allan Kardec afirma que o egoísmo é a fonte de todos os vícios, como a caridade é a fonte de todas as virtudes. Destruir um e desenvolver a outra, deve ser o alvo de todos os esforços do ser humano, caso queira assegurar a sua felicidade tanto neste mundo quanto no futuro. Sábio é aquele que renuncia pela força da verdade a si mesmo, libertando-se do egoísmo – grande causador do apego. Esquecer ou deixar para mais tarde a evolução espiritual, para aquisição das riquezas materiais, é marca inegável de apego e imperfeição. Nós somos almas ainda muito apegadas às pessoas, situações, à matéria e emoções, sentindo grande dificuldade em deixar ir o homem velho, o desnecessário e até mesmo quem precisa partir para continuar seu caminho evolutivo longe de nós, aqui ou em outro plano. Deixando um pouco de lado as questões materiais, vamos refletir sobre o apego às pessoas encarnadas e às desencarnadas. O apego excessivo a toda e qualquer coisa é pernicioso tanto quanto o desapego absoluto pode significar desleixo. O apego é consequência de sentimento de posse, de dependência, de insegurança e ainda, a falta de fé na imortalidade da alma. O que aprendemos com a Doutrina Espírita é que precisamos exercitar amor incondicional para com todos iniciando com a nossa família. A vida é feita em ciclos. É preciso saber quando uma etapa chega ao final e permitir que ela se encerre. O fim de um emprego, de um relacionamento, um filho que parte para longe, pessoas amadas que desencarnam. Uma questão muito difícil de se vivenciar, é amar nossos entes queridos sem apego. Quase sempre nos julgamos insubstituíveis junto àqueles que amamos, achamos que ninguém, vai amá-los, mais do que nós, que somos indispensáveis. Apegamo-nos assim, esquecendo que eles também são amados por Deus e podem ser chamados por Ele a qualquer momento. Infelizmente, nossa cultura não nos prepara para o desencarne. Somos companheiros de viagem, cabendo a cada um caminhar de acordo com o que foi planejado antes da reencarnação. Temos um tempo previsto de permanência no planeta e algumas tarefas que devem ser cumpridas. Muitas vezes, nessas caminhadas, somos levados a nos distanciar um do outro, mas afetos sinceros não se separam. Podem estar ausentes, mas um dia se reencontrarão. Os laços de carne se rompem, mas não os laços de amor! Deixar que nossos amados partam antes de nós, é algo que devemos procurar entender e aceitar com resignação. A ausência do convívio com eles, pode gerar um sofrimento destrutivo para nós mesmos e angustiantes para os que se foram. É claro que sentiremos a dor da saudade, mas um sentimento sem desespero, sem revolta, sem desequilíbrios. Precisamos aprender a amar com desapego, ampliar o número de nossos afetos, sem a ilusão da posse. Se formos chamados pela desencarnação, continuemos a amá-los, respeitando-os e ajudando-os porque, a vida do Espírito após a Morte do Corpo Físico, Continua... Quando se propõe o desapego, não significa abandonar o mundo, mas entender a existência terrena como transitória e passageira; o que é imortal e verdadeiro é o Espírito. É necessário desapegar-se das coisas, das pessoas, das situações e sentimentos que nos algemem, permitindo assim, que uma nova etapa se inicie em nossa vida. Isso não significa amar menos ou descuidar, mas, ao contrário, enquanto o amor liberta e cuida, o apego aprisiona e sufoca. Sabemos que o espírito vivencia experiências para o seu crescimento moral e intelectual, e para isso, ele reencarna. Será que não seria egoísmo de nossa parte, não permitir e não aceitar que nosso ente querido parta para uma nova jornada evolutiva? No cap. XIV do Evangelho temos, muito bem desenvolvido, a passagem bíblica quando Jesus explica a real ordem da família: Quando entra um de seus discípulos e diz: Mestre, estão lá fora sua mãe e seus irmãos! E Jesus estende as mãos apontando seus apóstolos e diz: Eis aqui minha mãe e meus irmãos porque todo aquele que faz a vontade de meu PAI, este é meu irmão, minha irmã e minha mãe. A Doutrina Espírita vem nos esclarecer que Jesus, nesta passagem, queria mostrar-nos que além de nossa família corporal temos a nossa família espiritual. Lembrando que somos Espíritos vivendo uma experiência na Terra e nossa verdadeira Pátria é a Pátria Espiritual. Portanto a Família Espiritual é formada por Espíritos ligados por laços de afinidade, sintonizados pelos pensamentos e ideais dentro do mesmo padrão vibratório. Isto explica nossa simpatia por esta ou aquela pessoa, muitas vezes, mais até do que um membro próximo de nossa própria família.

Mensagem do dia...


Se cubra de Gratidão, se encha de Amor e recomece… O que for benção pra sua vida, Deus te entregará, e o que não for, ele te livrará! Um dia bonito nem sempre é um dia de sol… Mas com certeza é um dia de Paz. Chico Xavier

A Ladra (Rádio Novela Espírita)


sábado, 1 de dezembro de 2018

Desencarne

O que significa para o Espírito, o desencarne? Para o espírito, a morte significa Liberdade. A vida do Espírito é eterna; a do corpo é transitória, passageira. Quando o corpo morre, a alma retorna à vida eterna. Morte ou Desencarne? Para ajudar a esclarecer esse assunto, é preciso antes de tudo, conhecermos o significado dos termos morte e desencarne para o Espiritismo. A morte é o fim da vida do corpo físico, ocorre quando o corpo, natural ou forçadamente, não tem mais condições de se manter vivo. O desencarne é o processo de desligamento do Espírito (seu corpo espiritual ou períspirito), do seu corpo físico. É para o espírito, início de uma nova oportunidade para que se cumpra a Lei do Progresso, que é uma das leis de Deus. Segundo a Doutrina Espírita, a lei divina (ou lei natural ou lei de Deus) abrange as leis físicas e as leis morais. As leis físicas são as leis do mundo natural material. Estudo e compreensão das várias ciências existentes, como a Física, Química, Biologia, etc. As leis morais são referentes às relações do homem com Deus e com seu próximo. Lei de Adoração, Lei do Trabalho, Lei de Reprodução, Lei de Conservação, Lei de Destruição, Lei de Sociedade, Lei do Progresso, Lei de Igualdade, Lei de Liberdade, Lei de Justiça, de Amor e Caridade. A lei divina é eterna, imutável (como o próprio Deus), perfeita, igual para todos, inscrita na consciência dos homens e revelada em todos os tempos (de acordo com a capacidade e compreensão dos homens). Todas as criaturas têm, consciência das Leis divinas. Os desmandos a que se entrega, os abusos que perpetra, os excessos a que se expõe não lhe permitirão tranquilizar-se, porque, inscrita na consciência, aquela lei superior, no momento justo, convocará o infrator ao reajuste, de que ninguém se furta. (Divaldo Franco, Estudos Espíritas. Pelo Espírito Joanna de Ângelis, cap. 10). Segundo Allan Kardec, há duas espécies de progresso que se prestam mútuo apoio e que, todavia, não marcham lado a lado: o progresso intelectual e o progresso moral. A Lei do progresso aplicada ao Espírito diz que, através de sucessivas encarnações, o mesmo se auto aperfeiçoa gradativamente nas dimensões intelectual e moral, deixando sua condição inicial de simplicidade e ignorância para se elevar à condição de pureza espiritual. As evoluções intelectual e moral não se dão, necessariamente, ao mesmo tempo. O espírito só alcança a perfeição quando alia a perfeição moral com a da inteligência. A perfeição é o destino de todo espírito, sem exceção, mas isso não pode ser atingido numa só existência. Por essa razão, o espírito reencarna. A reencarnação é o sistema pelo qual a Providência Divina aperfeiçoa o Espírito eterno. Para que ele possa crescer em inteligência e moralidade, o Criador concede-lhe outras oportunidades de progresso através das diversas existências. Assim ele renasce na dimensão material quantas vezes forem necessárias. Ao iniciar sua jornada reencarnatória nos primeiros estágios evolutivos, o espírito sofre todo tipo de influências, boas e ruins, agradáveis e desagradáveis. Por ser ainda ignorante, é levado por suas tendências a vivenciar experiências errôneas, que prejudicam e lhe retardam o progresso. Todos os espíritos passam obrigatoriamente pelo caminho da ignorância, mas nem todos passam pelo caminho do mal. Em sua infinita sabedoria, Deus concede ao espírito a liberdade de ceder ou resistir às suas más influências e isso é chamado livre arbítrio. À medida que adquire consciência de si mesmo, conquista gradualmente a liberdade de agir e discernir, obtendo o mérito conseqüente de suas próprias ações. Sendo assim, a evolução do espírito se dá progressivamente, através da experiência. Em suas lutas expiatórias e provacionais, o espírito avança gradativamente pelo caminho da própria iluminação e aperfeiçoamento. Essa é a lei da vida a que estamos sujeitos: Nascer, Crescer, Morrer, Renascer e Progredir sempre! No desligamento do Espírito em relação ao corpo (desencarne) ocorre, de modo geral, em momentos distintos podendo ser breve ou demorado. Nos chama a atenção o fato de depender de cada um tornar esse momento mais fácil e agradável ou mais penoso e doloroso. A vida plenamente material onde se busca tudo que a matéria oferece como gozos e posses (apego) dará mais dificuldade ao Espírito na hora do desencarne. Aquele que vive conforme a moral do Evangelho, dando importância relativa às coisas materiais, reconhecendo seu valor, mas não vivendo em função disso e principalmente reconhecendo e aceitando os Desígnios Divinos acima de qualquer revolta, esse sim terá uma passagem tranquila e fácil quando chegar sua hora. A morte não é o mergulho no nada, é apenas a mudança de estado, pois eles continuam do lado de lá, recebendo de nós, os sentimentos de amor, ou de revolta que possamos emitir. Joanna de Angelis nos alerta quanto a nossa atitude perante aos desencarnados queridos, na obra Rumos Libertadores, Ela diz assim: Não interrogues os que desencarnaram! O que será de mim? Por que você me deixou? Por que você partiu antes de mim? O que será de mim agora? Como viverei sem você ao meu lado? Estes conceitos, profundamente egoístas, atestam desamor, antes do que devotamento. Nem te entregues ao desejo de partir, também sob a falsa alegação de que não podes continuar sem eles. Esta atitude os fará sofrer. Põe-te no lugar deles! Os pensamentos, dirigidos aos entes amados desencarnados, chegam como vibrações e são percebidas e assimiladas por eles. Porque a morte nada mais é do que a destruição do corpo orgânico, mas a alma imortal segue eterna, assim como os laços de amor e afeições que os uniu aos pais, aos filhos, aos maridos, as esposas, aos amigos! O espiritismo é uma doutrina consoladora, por nos demonstrar a continuidade da vida após a separação terrena. Mas devemos reconhecer que o fato de sabermos que a vida continua não ameniza a saudade, pois é difícil superar a ausência. Porém, assim como a felicidade é passageira, nenhum sofrimento será eterno!

Os corações que oram e vigiam...


Violetas na Janela (vídeo)


A vida no além

O ser humano, dissemos, pertence desde esta vida a dois mundos. Pelo corpo físico está ligado ao mundo visível; pelo corpo fluídico ao invisível. O sono é a separação temporária dos dois invólucros; a morte é a separação definitiva. A alma, nos dois casos, separa-se do corpo físico e, com ela, a vida concentra-se no corpo fluídico. A vida de além-túmulo é simplesmente a permanência e a libertação da parte invisível do nosso ser. A antiguidade conheceu esse mistério, mas, desde muito tempo, sobre as condições da vida futura os homens apenas possuíam noções de caráter vago e hipotético. As religiões e as filosofias nos transmitem, acerca desses problemas, dados muito incertos, absolutamente desprovidos de observação, de sanção e, sobre quase todos os pontos, em desacordo completo com as idéias modernas de evolução e continuidade. A Ciência, por seu lado, não estudou nem conheceu, até aqui, no homem terrestre mais do que a superfície, a parte física. Ora, esta é para o ser inteiro quase o que a casca é para a árvore. Quanto ao homem fluídico, etéreo, de que o nosso cérebro físico não pode ter consciência, ela o tem ignorado inteiramente até nossos dias. Daí a sua impotência para resolver o problema da sobrevivência, pois que é só o ser fluídico que sobrevive. A Ciência nada tem compreendido das manifestações psíquicas que se produzem no sono, no desprendimento, na exteriorização, no êxtase, em todas as fugas da alma para a vida superior. Ora, é unicamente pela observação desses fatos que chegaremos a adquirir, já nesta vida, um conhecimento positivo da natureza do “eu” e das suas condições de existência no Além. Só a experiência podia resolver a questão. Tratava-se de estudar no homem atual o que o pode esclarecer sobre o homem futuro. Não há outra saída para o pensamento humano, que a Religião, a Filosofia e a Ciência, na sua insuficiência, encurralaram no materialismo. É esse o preço da salvação social, porque o materialismo conduzir-nos-ia fatalmente à anarquia. Foi somente depois do aparecimento do Espiritualismo experimental que o problema da sobrevivência entrou no domínio da observação científica e rigorosa. O mundo invisível pôde ser estudado por meio de processos e métodos idênticos aos adotados pela Ciência contemporânea nos outros campos de investigação. E começamos por verificar que, em vez de cavar um fosso, de estabelecer uma solução de continuidade entre os dois modos de vida, terrestre e celeste, visível e invisível, como o faziam as diferentes doutrinas religiosas, esses estudos nos mostraram na vida do Além o prolongamento natural, a continuidade do que observamos em nós. A persistência da vida consciente, com todos os atributos que comporta, memória, inteligência, faculdades afetivas, foi estabelecida pelas numerosas provas de identidade pessoal recolhidas no decurso de experiências e investigações dirigidas por sociedades de estudos psíquicos em todos os países. Os Espíritos dos defuntos têm-se manifestado, aos milhares, não somente com o cunho de caráter e a totalidade das recordações que constituem a sua personalidade moral, mas também com as feições físicas e as particularidades da sua forma terrestre, conservadas pelo perispírito ou corpo etéreo. Este, sabemos, não é mais do que o molde do corpo terrestre e é por isso que as feições e as formas humanas reaparecem nos fenômenos de materialização. Ademais, o conhecimento das variadas condições da vida do Além foi exposto pelos próprios Espíritos, com o auxílio dos meios de comunicação de que dispõem. Suas indicações, recolhidas e consignadas em volumes inteiros de autos, servem de base precisa à concepção que atualmente podemos fazer das leis da vida futura. Na falta das manifestações dos defuntos, entretanto, as experiências sobre o desdobramento dos vivos fornecer-nos-iam já preciosos indícios sobre o modo de existência da alma no domínio do invisível. Na anestesia e no sonambulismo, como experimentalmente o demonstrou o coronel de Rochas, a sensibilidade e as percepções não são suprimidas, mas simplesmente exteriorizadas, transportadas para fora. Daqui, já podemos deduzir logicamente que a morte é o estado de exteriorização total e de libertação do “eu” sensível e consciente. O nascimento é como que uma morte para a alma, que por ela é encerrada com o seu corpo etéreo no túmulo da carne. O que chamamos morte é simplesmente o retorno da alma à liberdade, enriquecida com as aquisições que pôde fazer durante a vida terrestre; e vimos que os diferentes estados do sono são outros tantos regressos momentâneos à vida do espaço. Quanto mais profunda for a hipnose, tanto mais a alma se emancipa e afasta. O sono mais intenso confina com a primeira fase da vida invisível. Na realidade, as palavras sono e morte são impróprias. Quando adormecemos para a vida terrestre, acordamos para a vida do espírito. Produz-se o mesmo fenômeno na morte; a diferença está só na duração. O nosso mundo e o Além não estão separados um do outro; provam-no esses fatos aos quais se podiam juntar muitos outros da mesma ordem. Estão um no outro; de alguma sorte se enlaçam e estreitamente se confundem. Os homens e os Espíritos misturam-se. Testemunhas invisíveis associam-se à nossa vida, compartilhando de nossas alegrias e provações. A situação do Espírito depois da morte é a conseqüência direta das suas inclinações, seja para a matéria, seja para os bens da inteligência e do sentimento. Se as propensões sensuais dominam, o ser forçosamente se imobiliza nos planos inferiores que são os mais densos, os mais grosseiros. Se alimenta pensamentos belos e puros, eleva-se a esferas em relação com a própria natureza dos seus pensamentos. Swedenborg disse com razão: “O Céu está onde o homem pôs o seu coração”; todavia, não é imediata a classificação, nem súbita a transição. Se o olhar humano não pode passar bruscamente da escuridão à luz viva, sucede o mesmo com a alma. A morte faz-nos entrar num estado transitório, espécie de prolongamento da vida física e prelúdio da vida espiritual. É o estado de perturbação de que falamos, estado mais ou menos prolongado segundo a natureza espessa ou etérea do perispírito do defunto. Livre do fardo material que a oprimia, a alma acha-se ainda envolvida na rede dos pensamentos e das imagens – sensações, paixões, emoções – por ela geradas no decurso das suas vidas terrestres; terá de familiarizar-se com a sua nova situação, entrar no conhecimento do seu estado, antes de ser levada para o meio cósmico adequado ao seu grau de luz e densidade. A princípio, para o maior número, tudo é motivo de admiração nesse outro mundo onde as coisas diferem essencialmente do meio terrestre. As leis da gravidade são mais brandas; as paredes não são obstáculos; a alma pode atravessá-las e elevar-se aos ares. Não obstante, continua retida por certos estorvos que não pode definir. Tudo a intimida e enche de hesitação, mas os seus amigos de lá vigiam-na e guiam-lhe os primeiros vôos. Os Espíritos adiantados depressa se libertam de todas as influências terrestres e recuperam a consciência de si mesmos. O véu material rasga-se ao impulso dos seus pensamentos e abrem-se perspectivas imensas. Compreendem quase logo a sua situação e com facilidade a ela se adaptam. Seu corpo espiritual, instrumento volitivo, organismo da alma, do qual ela nunca se separa, que é a obra de todo o seu passado, porque pessoalmente o construiu e teceu com a sua atividade, flutua algum tempo na atmosfera; depois, segundo o seu estado de sutileza, de poder, corresponde às atrações longínquas, sente-se naturalmente elevado para associações similares, para agrupamentos de Espíritos da mesma ordem, Espíritos luminosos ou velados, que rodeiam o recém-chegado com solicitude para o iniciarem nas condições do seu novo modo de existência. Os Espíritos inferiores conservam por muito tempo as impressões da vida material. Julgam que ainda vivem fisicamente e continuam, às vezes durante anos, o simulacro das suas ocupações habituais. Para os materialistas o fenômeno da morte continua a ser incompreensível. Por falta de conhecimentos prévios confundem o corpo fluídico com o corpo físico e conservam as ilusões da vida terrestre. Os seus gostos e até as suas necessidades imaginárias como que os amarram à Terra; depois, devagar, com o auxílio de Espíritos benfazejos, sua consciência desperta, sua inteligência abre-se à compreensão do seu novo estado; mas, assim que procuram elevar-se, sua densidade os faz recair imediatamente na Terra. As atrações planetárias e as correntes fluídicas do espaço os reconduzem violentamente para as nossas regiões, como folhas secas varridas pelo vendaval. Os crentes ortodoxos vagueiam na incerteza e procuram a realização das promessas do sacerdote, o gozo das beatitudes prometidas. Por vezes é grande a sua surpresa; precisam de longo aprendizado para se iniciarem nas verdadeiras leis do espaço. Em vez de anjos ou demônios, encontram os Espíritos dos homens que, como eles, viveram na Terra e os precederam. Viva é a sua decepção ao verem suas esperanças malogradas, suas convicções transformadas por fatos para os quais a educação que haviam recebido de nenhum modo os preparara; mas, se sua vida foi boa, submissa ao dever, não podem essas almas ser infelizes, por terem mais influência sobre o destino os seus atos do que as crenças. Os Espíritos cépticos e, com eles, todos aqueles que se recusaram a crer na possibilidade de uma vida independente do corpo, julgam-se mergulhados em um sonho que só se dissipa quando acaba o erro em que esses Espíritos laboram. As impressões variam infinitamente, com o valor das almas. Aquelas que, desde a vida terrestre, conheceram a verdade e serviram à sua causa, recolhem, logo que desencarnam, o benefício de suas investigações e trabalhos. O perispírito é como o espelho de todas as suas ações, e sua alma, se foi má sua vida, contempla com tristeza suas faltas, inscritas, ao que parece, nas dobras do corpo perispiritual. Não tive dificuldade alguma em reconhecer minha vida, tal qual ela fora. Verifiquei com evidência que eu não havia sido infalível. Quem pode gabar-se disso na Terra? Devo, porém, dizer-vos que, depois de feito o exame, senti grande satisfação e felicidade com o que havia feito na Terra. Lutei, trabalhei e sofri pela causa do Espiritismo. A luz que dele dimana ofereci, juntamente com a esperança, a muitos irmãos da Terra por meio da palavra, dos meus estudos e obras; por isso, torno a encontrar essa luz. Sou feliz por ter trabalhado em reerguer a fé, os corações e a coragem. A todos, pois, recomendo a fé inabalável que eu tinha e que se vai haurir no Espiritismo. Tenho de continuar a desenvolver-me para rever o passado das minhas encarnações anteriores. É um estudo, um trabalho completo que tenho de fazer. Vejo bem uma parte desse passado, mas não a posso definir muito bem, conquanto esteja completamente desperto. Dentro de pouco tempo, espero, essas vidas passadas hão de aparecer-me com clareza. Possuo luz bastante para poder caminhar com segurança, vendo o que está na minha frente, o meu futuro, e presto já o meu auxílio a Espíritos infelizes. A lei dos agrupamentos no espaço é a das afinidades. A ela estão sujeitos todos os Espíritos. A orientação de seus pensamentos leva-os naturalmente para o meio que lhes é próprio, porque o pensamento é a própria essência do mundo espiritual, sendo a forma fluídica apenas o vestuário. Onde quer que seja, reúnem-se os que se amam e compreendem. Herbert Spencer, num momento de intuição, formulou um axioma igualmente aplicável ao mundo visível e ao mundo invisível. “A vida – disse ele – é uma simples adaptação às condições exteriores”. Se é propenso às coisas da matéria, o Espírito fica preso à Terra e mistura-se com os homens que têm os mesmos gostos, os mesmos apetites; quando é levado para o ideal, para os bens superiores, eleva-se sem esforço para o objeto dos seus desejos, une-se às sociedades do espaço, toma parte nos seus trabalhos e goza dos espetáculos, das harmonias do infinito. O pensamento cria, a vontade edifica. A causa de todas as alegrias e de todas as dores está na consciência e na razão; por isso é que, cedo ou tarde, encontramos no Além as criações dos nossos sonhos e a realização das nossas esperanças. Mas o sentimento da tarefa incompleta, ao mesmo tempo que os afetos e as lembranças, trazem novamente a maior parte dos Espíritos à Terra. Todas as almas encontram o meio que os seus desejos reclamam e hão de viver nos mundos sonhados, unidos aos seres que estimam; mas também aí encontrarão os prazeres ou os sofrimentos que o seu passado gerou. Nossas concepções e nossos sonhos seguem-nos por toda parte. No surto dos seus pensamentos e no ardor de sua fé, os adeptos de cada religião criam imagens nas quais supõem reconhecer os paraísos entrevistos. Depois, pouco a pouco, se apercebem de que essas criações são fictícias, de pura aparência e comparáveis a vastos panoramas pintados na tela ou a afrescos imensos. Aprendem, então, a desprender-se deles e aspiram a realidades mais elevadas, mais sensíveis. Sob nossa forma atual e no estreito limite de nossas faculdades, não poderíamos compreender as alegrias e os arroubos reservados aos Espíritos superiores, nem as angústias profundas experimentadas pelas almas delicadas que chegaram aos limites da perfeição. A beleza está por toda parte; só os seus aspectos variam ao infinito, segundo o grau de evolução ou depuração dos seres. O Espírito adiantado possui fontes de sensações e percepções infinitamente mais extensas e mais intensas do que as do homem terrestre. Nele, a clarividência, a clariaudiência, a ação a distância, o conhecimento do passado e do futuro coexistem numa síntese indefinível, que constitui, segundo a expressão de F. Myers, “o mistério central da vida”. Falando das faculdades dos Invisíveis de situação média, esse autor assim se exprime: “O Espírito, sem ser limitado pelo espaço e pelo tempo, tem do espaço e do tempo conhecimento parcial. Pode orientar-se, achar uma pessoa viva e segui-la. É capaz de ver no presente coisas que aparecem para nós como situadas no passado e outras que estão no futuro. O Espírito tem conhecimento dos pensamentos e emoções que, da parte dos seus amigos, se referem a ele”. Quanto à diferença de acuidade nas impressões, já podemos fazer uma idéia pelos sonhos chamados “emotivos”. A alma, quando desprendida, embora incompletamente, não só percebe, mas também sente com intensidade muito mais viva que no estado de vigília. Cenas, imagens, quadros, que, quando estamos acordados, nos impressionam fracamente, tornam-se no sonho causa de grande satisfação ou de vivo sofrimento. Isso nos dá uma idéia do que podem ser a vida dos Espíritos e seus modos de sensação, quando, separados do invólucro carnal, a memória e a consciência recuperam a plenitude de suas vibrações. Compreendemos desde logo como pode a reconstituição das recordações do passado converter-se em fonte de tormentos. A alma traz em si mesma o seu próprio juiz, a sanção infalível de suas obras, boas ou más. Tem-se reconhecido isso em acidentes que podiam ter causado a morte. Em certas quedas, durante a trajetória percorrida pelo corpo humano a partir de um ponto elevado acima do solo, ou então na asfixia por submersão, a consciência superior da vítima passa em revista toda a vida gasta, com uma rapidez espantosa. Revê-a completamente em seus mínimos pormenores em poucos minutos. Tudo o que o Espírito fez, quis, pensou, em si reverbera. Semelhante a um espelho, a alma reflete todo o bem e todo o mal feito. Essas imagens nem sempre são subjetivas. Pela intensidade da vontade, podem revestir uma natureza substancial; vivem e manifestam-se para nossa felicidade ou nosso castigo. Tendo se tornado transparente, depois de desencarnada, a alma julga-se a si mesma, assim como é julgada por todos aqueles que a contemplam. Só, na presença do seu passado, vê reaparecerem todos os seus atos e as suas consequências, todas as suas faltas, até as mais ocultas. Para um criminoso não há descanso, não existe esquecimento. Sua consciência, justiceira inflexível, persegue-o sem cessar. Debalde procura ele escapar-lhe às obsessões; o suplício só poderá acabar se, convertendo-se o remorso em arrependimento, ele aceita novas provações terrestres, único meio de reparação e regeneração.

Equilíbrio e respeito...


Um espírita no umbral (vídeo)


As missões, a vida superior

Todo Espírito que deseja progredir, trabalhando na obra de solidariedade universal, recebe dos Espíritos mais elevados uma missão particular apropriada às suas aptidões e ao seu grau de adiantamento. Uns têm por tarefa receber os homens em seu regresso à vida espiritual, guiá-los, ajudá-los a se desembaraçarem dos fluidos espessos que os envolvem; outros são encarregados de consolar, instruir as almas sofredoras e atrasadas. Espíritos químicos, físicos, naturalistas, astrônomos, prosseguem suas investigações, estudam os mundos, suas superfícies, suas profundezas ocultas, atuam em todos os lugares sobre a matéria sutil, que fazem passar por preparações, por modificações destinadas a obras que a imaginação humana teria dificuldades em conceber; outros se aplicam às artes, ao estudo do belo sob todas as suas formas; Espíritos menos adiantados assistem os primeiros nas suas tarefas variadas e servem-lhes de auxiliares. Grande número de Espíritos consagra-se aos habitantes da Terra e dos outros planetas, estimulando-os em seus trabalhos, fortalecendo os ânimos abatidos, guiando os hesitantes pelo caminho do dever. Aqueles que exerceram a Medicina e possuem o segredo dos fluidos curativos, reparadores, ocupam-se mais especialmente dos doentes. Mais bela dentre todas é a missão dos Espíritos de luz. Descem dos espaços celestes para trazer às humanidades os tesouros da sua ciência, da sua sabedoria, do seu amor. A sua tarefa é um sacrifício constante, porque o contato dos mundos materiais é penoso para eles; mas afrontam todos os sofrimentos por dedicação aos seus protegidos, para os assistirem nas suas provações e infiltrarem em seus corações as grandes e generosas intuições. É justo atribuir-lhes os lampejos de inspiração que iluminam o pensamento, as expansões da alma, a força moral que nos sustenta nas dificuldades da vida. Se soubéssemos a quantos constrangimentos se impõem esses nobres Espíritos para chegarem até nós, corresponderíamos melhor a suas solicitações, empregaríamos esforços enérgicos para nos desapegarmos de tudo o que é vil e impuro, unindo-nos a eles na comunhão divina. Nas horas de atribulações, é para esses Espíritos, para meus Guias bem-amados que voam meus pensamentos e meus apelos; é deles que sempre me têm vindo o amparo moral e as consolações supremas. Subi a custo os atalhos da vida; dura foi a minha infância. Cedo conheci o trabalho manual e os pesados encargos de família. Mais tarde, em minha carreira de propagandista, muitas vezes me feri nas pedras do caminho; fui mordido pelas serpentes do ódio e da inveja. E agora chegou para mim a hora crepuscular; vão subindo e rodeando-me as sombras; sinto que minhas forças declinam e os órgãos se enfraquecem. Nunca, porém, me faltou o auxílio de meus amigos invisíveis; nunca minha voz os evocou em vão. Desde meus primeiros passos neste mundo, a sua influência envolveu-me. É às suas inspirações que devo minhas melhores páginas e minhas expressões mais vibrantes. Compartilharam minhas alegrias e tristezas e, quando rugia a tempestade, eu sabia que eles estavam firmes ao meu lado, no meu caminho. Sem eles, sem seu socorro, há muito tempo que eu teria sido obrigado a interromper a minha marcha, a suspender o meu labor; mas suas mãos estendidas têm me amparado e dirigido na áspera via. Às vezes, no recolhimento do entardecer ou no silêncio da noite, suas vozes me falam, embalam, confortam; ressoam na minha solidão como vaga melodia. Ou, então, são sopros que passam, semelhantes a carícias, sábios conselhos ciciados, indicações preciosas sobre as imperfeições de meu caráter e os meios de remediá-las. Então esqueço as misérias humanas para comprazer-me na esperança de tornar a ver um dia os meus amigos invisíveis, de reunir-me a eles na luz, se Deus me julgar digno disso, com todos aqueles que tenho amado e que, do seio dos Espaços, me ajudam a percorrer a via terrestre. Ascenda para todos vós, Espíritos tutelares, entidades protetoras, meu pensamento agradecido, a melhor parte de mim mesmo, o tributo de minha admiração e de meu amor. A alma vem de Deus e volve a Deus, percorrendo o ciclo imenso dos seus destinos; mas, por mais baixo que tenha descido, cedo ou tarde, pela atração, sobe de novo para o infinito. Que procura ela ali? O conhecimento cada vez mais perfeito do universo, a assimilação cada vez mais completa de seus atributos – beleza, verdade, amor! E, ao mesmo tempo, uma libertação gradual das escravidões da matéria, uma colaboração crescente na obra de Deus. Cada Espírito tem, no espaço, sua vocação e segue-a com facilidades desconhecidas na Terra; cada um encontra seu lugar nesse soberbo campo de ação, nesse vasto laboratório universal. Por toda parte, tanto na amplidão como nos mundos, objetos de estudo e de trabalho, meios de elevação, de participação na obra eterna, se oferecem à alma laboriosa. Já não é o céu frio e vazio dos materialistas, nem mesmo o céu contemplativo e beato de certos crentes; é um universo vivo, animado, luminoso, cheio de seres inteligentes em via constante de evolução. Quanto mais os seres espirituais se elevam, tanto mais se acentua a sua tarefa, tanto mais aumentam de importância suas missões. Um dia, tomam lugar entre as almas mensageiras que vão levar aos confins do tempo e do espaço as forças e as vontades da Alma Infinita. Para o Espírito ínfimo, assim como para o mais eminente, não tem limites o domínio da vida. Qualquer que seja a altura a que tenhamos chegado, há sempre um plano superior a alcançar, uma nova perfeição a realizar. Para toda alma, mesmo a mais inferior, um futuro grandioso se prepara. Cada pensamento generoso que começa a despontar, cada efusão de amor, cada esforço que tende para uma vida melhor é como a vibração, o pressentimento, o apelo de um mundo mais elevado que a atrai e que, cedo ou tarde, a receberá. Todo ímpeto de entusiasmo, toda palavra de justiça, todo ato de abnegação repercute em progressão crescente na escala dos seus destinos. À medida que ela se vai distanciando das esferas inferiores, onde reinam as influências pesadas, onde se agitam as vidas grosseiras, banais ou culpadas, as existências de lenta e penosa educação, a alma vai percebendo as altas manifestações da inteligência, da justiça, da bondade, e sua vida torna-se cada vez mais bela e divina. Os murmúrios confusos, os rumores discordes dos centros humanos pouco a pouco vão se enfraquecendo para ela até se extinguirem de todo; ao mesmo tempo começa a perceber os ecos harmoniosos das sociedades celestes. É o limiar das regiões felizes, onde reina uma eterna claridade, onde paira uma atmosfera de benevolência, serenidade e paz, onde todas as coisas saem frescas e puras das mãos de Deus. A diferença profunda que existe entre a vida terrestre e a vida do espaço está no sentido de libertação, de alívio, de liberdade absoluta que desfrutam os Espíritos bons e purificados. Desde que se rompem os laços materiais, a alma pura desfere o vôo para as altas regiões. Lá, vive uma vida livre, pacífica, intensa, ao pé da qual o passado terrestre lhe parece um sonho doloroso. Na efusão das ternuras recíprocas, numa vida livre de males e necessidades físicas, a alma sente multiplicarem-se as suas faculdades, adquirirem uma penetração e uma extensão das quais os fenômenos de êxtase nos fazem entrever os velados esplendores. A linguagem do mundo espiritual é a das imagens e dos símbolos, rápida como o pensamento; é por isso que os nossos guias invisíveis se servem de preferência de representações simbólicas para nos prevenir, no sonho, de um perigo ou de uma desgraça. O éter, fluido brando e luminoso, toma com extrema facilidade as formas que a vontade lhe imprime. Os Espíritos comunicam-se entre si e compreendem-se por processos diante dos quais a arte oratória mais consumada, toda a magia da eloquência humana pareceriam apenas um grosseiro balbuciar. As Inteligências elevadas percebem e realizam sem esforço as mais maravilhosas concepções da arte e do gênio. Mas essas concepções não podem ser transmitidas integralmente aos homens. Mesmo nas manifestações medianímicas mais perfeitas, o Espírito superior tem de se submeter às leis físicas do nosso mundo e só vagos reflexos ou ecos enfraquecidos das esferas celestes, algumas notas perdidas da grande sinfonia eterna, é que ele pode fazer chegar até nós. Tudo é graduado na vida espiritual. A cada grau de evolução do ser para a sabedoria, para a luz, para a santidade, corresponde um estado mais perfeito de seus sentidos receptivos, de seus meios de percepção. O corpo fluídico, cada vez mais diáfano, mais transparente, deixa passagem livre às radiações da alma. Daí uma aptidão maior para apreciar, para compreender os esplendores infinitos; daí uma recordação mais extensa do passado, uma familiarização cada vez maior com os seres e as coisas dos planos superiores, até que a alma, em sua marcha progressiva, tenha atingido as máximas altitudes. Chegado a essas alturas, o Espírito tem vencido toda paixão, toda tendência para o mal, tem-se libertado para sempre do jugo material e da lei dos renascimentos, é a entrada definitiva nos reinos divinos, donde só voluntariamente descerá ao círculo das gerações para desempenhar missões sublimes. Nessas eminências, a existência é uma festa perene da inteligência e do coração; é a comunhão íntima no amor com todos aqueles que nos foram caros e conosco percorreram o ciclo das transmigrações e das provas. Ajuntai a isso a visão constante da eterna beleza, uma profunda compreensão dos mistérios e das leis do universo, e tereis uma fraca ideia das alegrias reservadas a todos aqueles que, por seus méritos e esforços, alcançaram os céus superiores. Compilado do livro O Problema do Ser, do Destino e da Dor 

Autor: Léon Denis

A vida é um aprendizado permanente...


Músicas que acalmam a alma


quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Espíritas e frequentadores de Centro

A cada dia que passa, maior número de pessoas tem procurado os recursos do Espiritismo para a solução dos seus problemas mais aflitivos. Por isso, as sessões públicas frequentemente estão repletas. 
Talvez um dos fatores que estão colaborando para isto seja a redução gradativa do preconceito que existia contra a Doutrina, graças à ampla divulgação através dos veículos de difusão. Entretanto, continua reduzidíssimo o número dos que efetivamente trabalham na Seara do Mestre. A grande maioria se contenta em receber. São reconhecidos pelos benefícios recebidos e esperam continuar merecendo os recursos espirituais indefinidamente. Permanecem encantados com os ensinamentos consoladores do Espiritismo, com as maravilhas da mediunidade com Jesus, com a caridade praticada na Seara ou mesmo com os próprios médiuns. 
Contentam-se com a adoração passiva que tem sido a sua atitude característica há séculos. Podemos, pois, dividir os assistentes das instituições espíritas em dois grupos: um, reduzido, que se desdobra na execução das múltiplas tarefas, que precisam ser executadas, e outro, numeroso, que se limita a receber, acreditando que o céu que não conseguiu conquistar frequentando os templos tradicionais, pode obtê-lo, agora, a expensas da amizade dos Espíritos Superiores. Como despertar esta grande multidão que dorme? Como faze-Ia passar da inatividade para a luta constante e efetiva na seara do Bem? 
 Como levá-Ia a entender que a Doutrina é o roteiro que impulsiona o progresso espiritual, quando verdadeiramente vivida? Estarão sendo eficazes os métodos de estudo usados atualmente nos Centros? É possível que as respostas a estas questões só apareçam depois de muita reflexão. Mas uma coisa é certa: a única solução é orientar os frequentadores a conhecer a Doutrina Espírita com maior profundidade, a fim de que possam adotar os comportamentos que caracterizam os espíritas conscientes. Se não tomarmos medidas urgentes, correremos o risco de permitir que o Espiritismo seja concebido, pela massa de frequentadores que cresce dia a dia, como mais uma religião que garante aos seus seguidores a salvação pela simples aceitação dos seus ensinamentos e o comparecimento passivo às suas reuniões. 

 Reformador (FEB) Abril 1981

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Qual o verdadeiro sentido da palavra caridade?


Desequilíbrios reais (palestra)


Filosofia de compreensão

No transcurso de um dia, não faltam motivos para revides, agressões, quedas morais. Uma pessoa desatenta choca-se contigo e não se desculpa. Outra, irreverente, diz-te um doesto e segue, sorrindo. Mais alguém, em desequilíbrio, não oculta a animosidade que lhe inspiras. Outrem mais, de quem sabes que te censura, e, mentindo contra ti, acusa-te, levianamente... Tens vontade de reagir. "Também sou humano" costumas pensar. 
 Somente que reações semelhantes àquelas não resolvem o problema. Deves nivelar-te às pessoas, pelas suas conquistas e títulos de enobrecimento, numa linha superior, e não pela sua mesquinhez. Ninguém passa, na Terra, sem provar a taça da incompreensão. Cada qual julga os outros pelos próprios critérios, mediante a sua forma de ser, como é natural. O que se não possui, é desconhecido; portanto, difícil de identificado noutrem.
 Não é necessário que se te despersonalizes evitando apresentar-te conforme és. Faz-se mister que te superes vencendo a parte negativa do teu caráter, aquela que censuras nos outros. Lapidando as tuas arestas, tornar-te-ás melhor e mais feliz. Aqueles que são exigentes, que gostam de aclarar tudo, resolver as situações que lhes surgem, padecem de distúrbios emocionais, sofrem ulcerações gástricas e uodenais, vivem indispostos. Será que esses perturbadores e insolentes do caminho merecem que te desarmonizes? 
 Segue em paz, durante todo o teu dia, e arrima-te na filosofia da compreensão e da solidariedade, ajudando-os, sem reagires contra eles. Isto será melhor para ti e para todos.  

Pelo Espírito: JOANNA DE ÂNGELIS 
Psicografia: Divaldo Pereira Franco. 
Livro: Episódios Diários

Deus...


Esquece o mal (palestra)


Esforço e oração

E, despedida a multidão, subiu ao monte a fim de orar, à parte. E, chegada já a tarde, estava ali só." (MATEUS, 14: 23) De vez em quando, surgem grupos religiosos que preconizam o absoluto retiro das lutas humanas para os serviços da oração. Nesse particular, entretanto, o Mestre é sempre a fonte dos ensinamentos vivos. O trabalho e a prece são duas características de sua atividade divina. 
Jesus nunca se encerrou a distância das criaturas, com o fim de permanecer em contemplação absoluta dos quadros divinos que lhe iluminavam o coração, mas também cultivou a prece em sua altura celestial. Despedida a multidão, terminado o esforço diário, estabelecia a pausa necessária para meditar, à parte, comungando com o Pai, na oração solitária e sublime. 
 Se alguém permanece na Terra, é com o objetivo de alcançar um ponto mais alto, nas expressões evolutivas, pelo trabalho que foi convocado a fazer. E, pela oração, o homem recebe de Deus o auxílio indispensável à santificação da tarefa. Esforço e prece completam-se no todo da atividade espiritual. A criatura que apenas trabalhasse, sem método e sem descanso, acabaria desesperada, em horrível secura do coração; aquela que apenas se mantivesse genuflexa, estaria ameaçada de sucumbir pela paralisia e ociosidade. 
A oração ilumina o trabalho, e a ação é como um livro de luz na vida espiritualizada. Cuida de teus deveres porque para isso permaneces no mundo, mas nunca te esqueças desse monte, localizado em teus sentimentos mais nobres, a fim de orares "à parte", recordando o Senhor.

 Pelo Espírito EMMANUEL 
Psicografia Francisco Cândido Xavier 
Livro: CAMINHO, VERDADE E VIDA 

Obrigada Senhor...


Um ótimo fds para todas nós.

Limpeza da nossa alma (reflexão)


Você pode

Carregando nos próprios ombros as aflições que fustigam a Terra, o Senhor acreditou nas promessas de fidelidade que você lhe fez, enviando-lhe a caminho aqueles irmãos necessitados de mais amor. Chegam eles de todas as procedências... 
 É a esposa fatigada esperando carinho, é o companheiro abatido implorando, em silêncio, esperança e consolo. De outras vezes, é o filho, desorientado suplicando compreensão ou o parente, na hora difícil, aguardando braços fraternos.
 Agora, é o amigo transviado, esmolando compaixão e ternura, depois, talvez, será o vizinho atormentado em problemas esfogueantes, pedindo bondade e cooperação. Isso acontece, porquanto você pode compartilhar com Ele a tarefa do auxílio. Não desdenhe, desse modo, apoiar o bem. 
 Acendamos a luz, onde as trevas se adensem; articulemos tolerância, ao pé da agressividade; envolvamos as farpas da cólera em algodão de brandura; conduzamos a praz por fonte viva sobre a discórdia, toda vez que a discórdia se faça incêndio destruidor... Deis que Ele, o Mestre, se revele por sua palavra e por suas mãos. 
Não impeça s divina presença, através de seu passo, no amparo às humanas dores. E, nessa estrada bendita, depois da luta, cotidiana, sentirá você no imo da própria alma, o sol da alegria perfeita repetindo, de coração erguido à verdadeira felicidade.  Obrigado Jesus, porque na força de Tua bênção, consegui esquecer-me, procurando servir. 

 Espírito: ANDRÉ LUIZ 
Psicografia: Francisco Cândido Xavier Livro: "Ideal Espírita"