quarta-feira, 7 de agosto de 2024

Uma paga de amor

Quando a chispa do ódio lavrou o Incêndio da malquerença, deixaste-te carbonizar pelas chamas do desespero... Quando o veneno da intriga te visitou a casa do coração, permitiste-te a revolta que se converteu em injustificada aflição... Quando o chicote da calúnia estrugiu nas tuas intenções nobres, concedeste-te a insensatez do desânimo que se transformou em enfermidade difícil... Quando a nuvem da discórdia sombreou o grupo feliz das tuas amizades, julgaste-te abandonado, destroçando os planos superiores da edificação da alegria, onde armazenavas sonhos para o futuro... Quando o fel do ciúme tisnou o sol do amor que te iluminava, resvalaste na alucinação morbífica que te aniquilou as mais belas expressões de amparo pelo caminho redentor... Quando o ácido da irritabilidade alheia te foi atirado à face, foste dominado pela fúria da reação desvairada, fazendo-te perder abençoada ocasião de ajudar...  Tudo porque esqueceste da justa e necessária dose de amor. Uma baga apenas teria sido suficiente. Se amasses, todavia, com legítima qualidade de amor, o ódio cederia lugar à expectativa do bem, a intriga se desagregaria, a calúnia seria dissipada, a discórdia se apaziguaria, o ciúme se teria anulado, a irritabilidade se dulcificaria e a vida, então, adquiriria a sua santificante finalidade. Com a moeda do amor se adquirem todos os bens da Terra e os incomparáveis tesouros do Céu. O amor persevera - insistindo nos propósitos superiores que o vitalizam. Convence - produzindo pela fôrça da sua magnitude a excelência dos seus propósitos. Transforma - pela natureza dulcificadora de que se constitui. Dignifica - em razão do conteúdo de que se faz mensageiro. Liberta - por ser o poder da vida de Deus transladada para tôda a Criação. O amor - alma da vida e vida da alma -é a canção de felicidade que vibra do Céu na direção da Terra, sem encontrar, por enquanto, ouvidos atentos que lhe registrem a incomparável melodia, de modo a se transformar em harmonia envolvente que penetra até onde cheguem as suas ressonâncias... Ele se misturou às massas sofridas, e era a Saúde por Excelência; se submeteu a arbitrário interrogatório, e era Juiz Supremo; se permitiu martírio infamante, e era o Embaixador Sublime de Deus; se deixou assassinar, e era a Vida Abundante - por amor. E pelo amor retornou aos que o não amaram para ensinar a supremacia da Verdade sobre a ignorância e do bem sobre o mal, oferecendo-se pelos séculos porvindouros, porque o amor é a manifestação de Deus penetrando tudo e tudo sublimando. "Tratai todos os homens como quereríeis que eles vos tratassem". Lucas: capítulo 6º, versículo 31.  "Não acrediteis na esterilidade e no endurecimento do coração humano; ao amor verdadeiro, êle, a seu mau grado, cede. É um Imã a que não lhe é possível resistir". 

Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo 11º - Item 9, parágrafo 5. FRANCO, Divaldo Pereira. Florações Evangélicas. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 40.

Obras póstumas - Cap 7


 

Velhice

A vida, para desenvolver-se, exige energia. O envelhecimento, resultado do desgaste energético, é fenômeno natural. Irreversível, a idade conquista espaço no organismo humano, combalindo-lhe as forças e conduzindo-o à desencarnação. Apesar da importância de serem preservados a juventude interior, o entusiasmo pela vida, as ocasiões de prosseguir servindo e iluminando-se, isto não descarta o fenômeno de velhice. Cada minuto que passa, adiciona consumo à máquina orgânica impondo- te sisudeza, maturidade, consciência responsável. A velhice é quadra abençoada da existência planetária, que nem todos têm oportunidade de alcançar. Repositório de experiências, é campo de sabedoria a serviço da vida. Respirando e agindo, estás envelhecendo. Pensa nisso. Vive, desse modo, programando a tua terceira idade, jovialmente, a fim de não seres colhido pela amargura e o dissabor, quando as forças se te apresentarem diminuídas, portanto, em decadência. O pior da velhice é a forma refratária com que muitos a consideram, ingratamente. 

FRANCO, Divaldo Pereira. Episódios Diários. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 47.

Obras póstumas - Cap 5


 

Valores e Posses

Não somente o dinheiro constitui fortuna, conforme supõem muitos homens enganados, referindo-se à vida e às posses na Terra. Em diversas circunstâncias, o patrimônio amoedado se converte em aflição e desgraça, amargando as horas e, ao mesmo tempo, aniquilando a alegria, em detrimento da paz. Há fortunas de valor incalculável que apenas são consideradas nas suas significações legítimas quando perdidas... E são esses tesouros que merecem cuidados especiais, porquanto não exclusivamente o dinheiro se converte em pesada carga de responsabilidade. Como são conhecidos homens e mulheres cujos bens se transformam em grades de presídio e corredores de loucura, outros existem, através de cujas abençoadas mãos a esperança e a saúde, o reconforto e a caridade escorrem em abundância, na direção das aflições humanas. São mãos estrelares que fazem fulgir e refulgir o amor divino como luarização do bem, amenizando as agonias de todo jaez. Por meio deles o progresso se desenvolve, as atividades se multiplicam benéficas, o carro da felicidade esparge oportunidades, a ciência investiga, as artes atingem as mais belas expressões, os males e as calamidades no mundo diminuem, sofrendo acirrado combate... Não fora a estes dirigida a referência do Senhor, quando acentuando sobre a escassez de ricos no Reino dos Céus. 
Muitos dons humanos são fortunas inapreciáveis que não raro se convertem em cárcere e limitação de consequências calamitosas. Mesmo entre os chamados à lavoura do Evangelho, não poucos se utilizam da riqueza da palavra. Usam-na destrutivamente no comércio da maledicência, na alfândega da calúnia, no tribunal da acusação, no intercâmbio da intriga. E a palavra pode transformar-se, no entanto, em rota luminescente, pão de sustento, água refrescante a benefício de incontáveis corações... A juventude, campo sublime de aprendizagem, representa posse incomparável, que reúne as condições para a verdadeira felicidade. E malbaratam-na no jogo de prazeres embriagantes, na disputa de ouropéis enganosos, na aventura dos entorpecentes destruidores... Dela, assim, aplicada, decorrem alucinações e escravidão de longo curso, na qual muitos se perdem por anos a fio... A saúde, doação excelsa de Deus, é poderosa riqueza que ninguém malbaratará Inconsequentemente. E jogam-na nos resvaladouros da insensatez e da leviandade... A inteligência, elaborada através de milênios e milênios na escala evolutiva, traduz concessão libertadora que não se pode aplicar no sentido destrutivo, sem ácidos corretivos. Todavia, milhares e milhares de criaturas nublam-na, apagando as suas claridades sublimes, com as nuvens do ódio e do primitivismo moral... Riquezas, fortunas, poder estão na própria indumentária carnal, à disposição de todo espírito em romagem evolutiva, mediante as reencarnações redentoras. Mesmo quando temporariamente enfermo ou limitado um corpo, conduzindo o dispositivo reparador em forma de coerção ou sofrimento, é, para o espírito, excelente concessão do Alto a seu benefício, que lhe serve de bênção superior. Assim, examinando, não penses em moedas e notas fiduciárias, em cheques e depósitos, cédulas e promissórias para as necessidades aquisitiva imediatas. Penetra-te da certeza dos bens maiores com que a vida te aquinhoa e coloca em multiplicação os recursos de que te encontras possuído, espalhando alegria e entusiasmo por onde sigam os teus pés. Compadece-te sempre, socorre; exorta com amor, ajuda; perdoa generosamente, ama; harmoniza as expressões do verbo servir e usa as mãos na lavoura da semeação da esperança; movimenta o corpo na direção do dever e faze que se renovem sempre os valõres poderosos de que te encontres possuído. És detentor de fortunas que jazem enferrujando ao abandono, ante os ladrões da indolência que as roubam e as traças da negligência que as gastam e paralisam. * Jesus visitou a casa de Zaqueu, concedeu entrevista a Nicodemos, aceitou o sepulcro novo doado por José de Arimatéia, como abençoando os tesouros amoedados e os seus mordomos temporários. No entanto, foi severo com Judas, retrucando, quando este se referiu ao valor do bálsamo com que a pecadora lhe banhava os pés e cujo produto, se vendido, poderia auxiliar os pobres: "Os pobres, vós os tereis sempre, mas a mim, nem sempre". Preciosa lição, na qual toda fortuna aplicada na construção do amor é alavanca do progresso proporcionada por Nosso Pai para a grandeza do mundo e, ao mesmo tempo, ensinando que as fortunas pessoais, que todos detemos mediante a reencarnação, representam a nossa oportunidade para crescer em plena glória solar na direção do Rei Divino, que nasceu numa estrebaria para alar-se às estrêlas desde os braços de uma Cruz. * "Porque onde está o vosso tesouro, ai estará, também, o vosso coração". Lucas: capítulo 12º, versículo 34. * "Os bens da Terra pertencem a Deus, que os distribui a seu grado, não sendo o homem senão o usufrutuário, o administrador mais ou menos íntegro e inteligente desses bens". 

Evangelho Segundo o Espiritismo - Capítulo 16º - Item 10. FRANCO, Divaldo Pereira. Florações Evangélicas. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 49.

Obras póstumas - Cap 4