sexta-feira, 26 de abril de 2024

O Sacrifício Mais Agradável a Deus

Se, portanto, quando fordes depor vossa oferenda no altar, vos lembrardes de que o vosso irmão tem qualquer coisa contra vós, - deixai a vossa dádiva junto ao altar e ide, antes, reconciliar-vos com o vosso irmão; depois, então, voltai a oferecê-la. - (S. MATEUS, cap. V, vv. 23 e 24.) 

Quando diz: "Ide reconciliar-vos com o vosso irmão, antes de depordes a vossa oferenda no altar", Jesus ensina que o sacrifício mais agradável ao Senhor é o que o homem faça do seu próprio ressentimento; que, antes de se apresentar para ser por ele perdoado, precisa o homem haver perdoado e reparado o agravo que tenha feito a algum de seus irmãos. Só então a sua oferenda será bem aceita, porque virá de um coração expungido de todo e qualquer pensamento mau. Ele materializou o preceito, porque os judeus ofereciam sacrifícios materiais; cumpria--lhe conformar suas palavras aos usos ainda em voga. O cristão não oferece dons materiais, pois que espiritualizou o sacrifício. Com isso, porém, o preceito ainda mais força ganha. Ele oferece sua alma a Deus e essa alma tem de ser purificada. Entrando no templo do Senhor, deve ele deixar fora todo sentimento de ódio e de animosidade, todo mau pensamento contra seu irmão. Só então os anjos levarão sua prece aos pés do Eterno. Eis aí o que ensina Jesus por estas palavras: "Deixai a vossa oferenda junto do altar e ide primeiro reconciliar-vos com o vosso irmão, se quiserdes ser agradável ao Senhor." 

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB. Capítulo 10.

Propagação do Espiritismo


 

Sábias Decisões

A grandeza da alma se reflete na ação das pequenas coisas. Quanto mais desce para servir, mais se eleva na realização. Nem sempre os heróis são aqueles que se revelaram nos graves momentos da Humanidade, pela atuação decisiva. Existem incontáveis lidadores que impulsionam o homem e a sociedade no rumo do grande bem, através de contínuos sacrifícios que passam ignorados e, sem os quais, o caos se estabeleceria dominador. Os discutidores inoperantes consideram em demasia o valor das palavras, perdendo o tempo útil que poderia ser aplicado nas ações relevantes. Nos debates estéreis dizem o que não amadureceram pensando, quando poderiam agir bem, assim melhor ensinando. Quem não pode revelar-se numa grande realização, sempre dispõe de meios para manifestar-se nas pequenas ações. Se não possui recursos para acabar com a fome geral, pode atendê-la em uma pessoa necessitada; se não consegue resolver o problema das enfermidades, deve socorrer um doente; não logrando acabar com a miséria, dispõe-se a minorá-la naqueles que defronta e padecem-lhe a injunção. Não é imprescindível estar presente nos grandes momentos da História, todavia, é importante facilitá-los para os outros, desde hoje, com a sua contribuição. Jesus não quis vencer no mundo, antes, porém, venceu o mundo repleto de paixões amesquinhantes.

 

 
FRANCO, Divaldo Pereira. Momentos de Renovação. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL.

A importância do Livro "O Céu e o Inferno"


 

A Realeza de Jesus

Que não é deste mundo o reino de Jesus todos compreendem, mas, também na Terra não terá ele uma realeza? Nem sempre o título de rei implica o exercício do poder temporal. Dá-se esse título, por unânime consenso, a todo aquele que, pelo seu gênio, ascende à primeira plana numa ordem de idéias quaisquer, a todo aquele que domina o seu século e influi sobre o progresso da Humanidade. E nesse sentido que se costuma dizer: o rei ou príncipe dos filósofos, dos artistas, dos poetas, dos escritores, etc. Essa realeza, oriunda do mérito pessoal, consagrada pela posteridade, não revela, muitas vezes, preponderância bem maior do que a que cinge a coroa real? Imperecível é a primeira, enquanto esta outra é joguete das vicissitudes; as gerações que se sucedem à primeira sempre a bendizem, ao passo que, por vezes, amaldiçoam a outra. Esta, a terrestre, acaba com a vida; a realeza moral se prolonga e mantém o seu poder, governa, sobretudo, após a morte. Sob esse aspecto não é Jesus mais poderoso rei do que os potentados da Terra? Razão, pois, lhe assistia para dizer a Pilatos, conforme disse: "Sou rei, mas o meu reino não é deste mundo." 

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB. Capítulo 2.

O tratamento de Passe é importante pro Centro Espírita?


 

A paisagem humana do sofrimento

Para onde direciones o olhar detectarás o sofrimento humano presente, realizando o seu mister de burilamento dos Espíritos. Não que a Terra seja um lôbrego hospital, onde somente se encontram as aflições. Há bênçãos que se manifestam sob muitos aspectos, incluindo, é claro, a dor, que desempenha relevante papel no processo evolutivo dos seres. Na sua condição de escola de aprimoramento moral, a dor realiza um labor de fundamental importância para a educação do Espírito. Face à rebeldia que predomina na natureza humana, as propostas edificantes e iluminativas nem sempre recebem a consideração que lhes deve ser oferecida. E quando isso acontece as Soberanas Leis recorrem aos impositivos disciplinadores, entregando o calceta aos métodos de recuperação com caráter de severidade. Estabelecem-se, então, os programas de sofrimento purificador. Felizmente, o conhecimento da realidade espiritual proporciona os recursos hábeis para os enfrentamentos necessários à transformação moral. Ignorando-se a lógica da evolução, é compreensível que o quadro reeducativo transforme-se em cárcere punitivo ou fenômeno de castigo, levando o rebelde a situações deploráveis que somente as expiações severas logram equilibrar. Desse modo, ninguém surpreenda-se ao considerar grande parte da sociedade como um grupo de excelentes artistas que dissimulam as emoções e ocorrências menos felizes, dando a impressão de que a sua existência transcorre em calmaria e júbilos incessantes. Ninguém, no mundo físico, existe, que se encontre indene ao sofrimento. Enquanto uns iludem-se por algum tempo, dando a impressão de que são invulneráveis à dor, outros estorcegam no desespero, máscara retirada do rosto e marcas profundas de aflição macerando sem cessar... A dor é, sem dúvida, uma educadora sublime e incompreendida, cuja missão é tornar felizes os desventurados, desde que, em razão do fustigar dos seus acúleos, a consciência desperta para as finalidades sublimes da vida. Sob disfarces variados ou desnudado, o sofrimento campeia, conduzindo as mentes distraídas à reflexão inevitável. Este indivíduo trabalha no bem e supõe-se credor somente das bênçãos da saúde e das benesses materiais. Aquele outro, oferece sacrifícios e cumpre promessas na tentativa de subornar a Divindade que o isentaria do sofrimento. Vãos comportamentos esses, porque a ação do bem, sob qualquer aspecto considerada, faz-lhe bem, edifica-o, mas não o impede de vivenciar as experiências aflitivas encarregadas da aferição dos valores morais... Observas, quase com inveja, os outros que galvanizam as massas, que desfilam no pódio da fama, e ignoras os conflitos em que se debatem, a intranquilidade em que passeiam a beleza, o poder, as glórias, todas ilusórias... Os deuses do sexo recebem aplausos em toda parte, exibem os dotes eróticos que desenvolvem, acumulam somas monetárias expressivas, sofrendo em silêncio abandono e abusos de toda ordem, e lamentas a tua ausência de idênticos atrativos... Não sabes, porém, o quanto de solidão os assinala, quanto são explorados por outros que lhes concedem migalhas, o vazio existencial que experienciam... Os astros dos esportes de massas que atingem o máximo e têm tudo, bem jovens ainda, insatisfeitos e aturdidos, mergulham no alcoolismo, na drogadição, nas depressões profundas... Não é tua a dor, que somente a ti pertence... Jesus, que é o Excelente Filho de Deus, sem qualquer débito perante a Consciência Cósmica, elegeu no sofrimento acerbo, que não culminou na crucificação, pois que prossegue até hoje incompreendido, ensinando-nos resignação ante os aparentes infortúnios e proporcionando coragem diante das vicissitudes a que todos são chamados... Não te intoxiques com as queixas e reclamações ante os teus testemunhos. Poupa o teu próximo das tuas lamúrias, porque a dor é tua, mas também é de todos, pois que aqueles que eleges para narrar as dores também carregam pesados fardos, que vão procurando conduzir com elevação. Não creias que aquele que te aconselha viva em privilégio. A sabedoria com que te orienta haure-a no eito da aflição mantida com dignidade. Se conheces a reencarnação, sabes que todo efeito provém de causa equivalente e que, portanto, todas as ocorrências fazem parte do roteiro iluminativo de todos os seres. Consciente e conhecedor das Leis da Vida, alegra-te com o ensejo de crescer e de sublimar-te, avançando com coragem e destemor estrada afora, cantando o hino de louvor e de reconciliação. Agradece a Deus a oportunidade que te é oferecida para a recuperação moral e espiritual, cultivando o sentimento de paz, que tem função terapêutica no teu calvário, menos afligente, às vezes, do que o daquele a quem recorres buscando auxílio. O Espiritismo não é o mensageiro da eliminação do sofrimento. Antes é o consolador que te oferece recursos hábeis para que superes todo e qualquer conflito, amargura, provação, construindo o futuro melhor que te espera... A tempestade que vergasta a floresta é a responsável pelas futuras vergônteas exuberantes que se pejarão de flores e de frutos. O mesmo ocorre contigo. Tem paciência e nunca desistas da luta, nem te consideres perseguido pela Justiça Divina. A paisagem humana é abençoado rincão do processo evolutivo, pelo Pai oferecido ao Espírito que necessita desenvolver a sublime chama que lhe arde no íntimo. Renova-te sempre e sem cessar, fazendo que cardos sejam flores e feridas purulentas convertam-se em condecorações de luz. Bendize as tuas dores e transforma as lágrimas de agora em futuras pérolas de incomparável beleza, com que te coroarás ao término da jornada, vitorioso sobre a noite da aflições... 

Franco, Divaldo Pereira. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. Psicografia de Divaldo Pereira Franco

Como os espíritos podem falar e escrever através dos médiuns




 

Na ausência do amor

Mas aquele que aborrece a seu irmão está em trevas e anda em trevas e não sabe para onde deva ir, porque as trevas lhe cegaram os olhos. João (I João, 2:11) 

Se não sabes cultivar a verdadeira fraternidade, serás atacado fatalmente pelo pessimismo, tanto quanto a terra seca sofrerá o acúmulo de pó. Tudo incomoda àquele que se recolhe à intransigência. Os companheiros que fogem às tarefas do amor são profundamente tristes pelo fel de intolerância com que se alimentam. Convidados ao esforço de equipe, asseveram que os homens respiram em bancarrota moral. Trazidos ao culto da fé, supõem reconhecer, em toda parte, a maldade e a desilusão. Chamados à caridade, consideram nos irmãos de sofrimento inimigos prováveis, afastando-se irritadiços. Impelidos a essa ou àquela manifestação de contentamento, recuam, desencantados, crendo surpreender maldade e lama nas menores exteriorizações de beleza festiva. Caminham no mundo entre a amargura e a desconfiança. Não há carinho que lhes baste. Vampirizam criaturas por onde estagiam, chorando, reclamando, lamentando... Não possuem rumo certo. Declaram-se expulsos da sociedade e da família. É que, incapazes do amor ao próximo, jornadeiam pela Terra, sob o pesado nevoeiro do egoísmo que nos detém tão-somente no círculo estreito de nossas necessidades, sem qualquer expressão de respeito para com as necessidades alheias. Afirmam-se incompreendidos, porque não desejam compreender. Ausentes do amor, ressecam a máquina da vida, perdendo a visão espiritual. Impermeáveis ao bem, fazem-se representantes do mal. Se o pessimismo começa a abeirar-se de teu espírito, recolhe-te à oração e pede ao Senhor te multiplique as forças na resistência, ante o assalto das trevas. Aprendamos a viver com todos, tolerando para que sejamos tolerados, ajudando para que sejamos ajudados, e o amor nos fará viver, prestimosos e otimistas, no clima luminoso em que a luta e o trabalho são bênçãos de esperança. 

XAVIER, Francisco Cândido. Fonte Viva. Pelo Espírito Emmanuel. FEB. Capítulo 158.

Os benefícios do conhecimento espírita


 

quinta-feira, 28 de março de 2024

Pacto de Amor Universal

Pede a evolução para que você se faça veterano da experiência terrestre. Não se amedronte diante do erro, mas não caminhe desprevenido. A estrada humana conserva armadilhas, a cada passo, colhendo almas invigilantes, contudo, só na crosta planetária obterá você as conquistas que lhe melhorem o ser à luz da imortalidade. Há espíritos que, por muitas vezes, partem da carne através da morte e à carne voltam através de berço, quais estátuas inermes que, depois de enterradas durante séculos, volvem ao exame de outrem, sem qualquer aspecto novo que lhes altere os esgares fixos. Domine as próprias tendências inferiores que lhe pareçam insubjugáveis. Você é soberanamente livre na intimidade do próprio espírito. Apenas você decifrará os enigmas que transporta na consciência. Somente você destorcerá as meadas de sombra que lhe surjam no pensamento. Não tente sufocar a sua sede de infinito, porém, não se renda às ilusões da maioria. Se a taça das espetaculares vitórias humanas quase sempre se destaca repleta de lágrimas alheias, a taça das legítimas vitórias do espírito transborda suor individual. Você será sempre o principal sobrevivente de seus dias. A sepultura é o nível das medidas terrenas, mas a vida é multiface, no Mais Além; à vista disso, na realidade substancial as suas atitudes e ações meritórias é que constituem a base de sua felicidade e a sua prédica irresistível. Cale gemidos e suspiros frustrados, decidindo-se a realmente servir. O amor puro é a síntese de todas as harmonias conhecidas A fraternidade é o pacto de Amor Universal entre todas as criaturas perante o Criador. Nossa alegria somente viceja em conjunto com a alegria de muitos. De que vale a alguém o título de herói numa tragédia? Onde o benefício de uma santidade que terá brilhado no deserto, sem ser útil a ninguém? Com o Espiritismo nasceu na Terra a fé raciocinada. Você, portanto, interiormente está livre para ajudar a você mesmo, consciente qual se encontra de que auxiliar com desinteresse aos outros é interpretar vivamente a filosofia de Cristo e consolidar a segurança do próprio bem. 

Pelo Espírito André Luiz XAVIER, Francisco Cândido. Ideal Espírita. Espíritos Diversos. CEC.

Como se libertar das prisões emocionais?


 

Jesus em casa de Zaqueu

Tendo Jesus entrado em Jericó, passava pela cidade - e havia ali um homem chamado Zaqueu, chefe dos publicanos e muito rico, - o qual, desejoso de ver a Jesus, para conhecê-lo, não o conseguia devido à multidão, por ser ele de estatura muito baixa. - Por isso, correu á frente da turba e subiu a um sicômoro, para o ver, porquanto ele tinha de passar por ali. - Chegando a esse lugar, Jesus dirigiu para o alto o olhar e, vendo-o, disse-lhe: Zaqueu, dá-te pressa em descer, porquanto preciso que me hospedes hoje em tua casa. - Zaqueu desceu imediatamente e o recebeu jubiloso. Vendo isso, todos murmuravam, a dizer: Ele foi hospedar-se em casa de um homem de má vida. (Veja-se: Introdução do Evangelho Segundo o Espiritismo no artigo - "Publicanos") Entretanto, Zaqueu, pondo-se diante do Senhor, lhe disse: Senhor, dou a metade dos meus bens aos pobres e, se causei dano a alguém, seja no que for, indenizo-o com quatro tantos. Ao que Jesus lhe disse: Esta casa recebeu hoje a salvação, porque também este é filho de Abraão; visto que o Filho do Homem veio para procurar e salvar o que estava perdido. 

(S. LUCAS, cap. XIX, vv. 1 a 10.)

Pega Fogo...


 

Um coração afável

A complexidade da vida moderna parece conspirar contra a tua paz interior e, maquinalmente conduzido pela multifária engrenagem, sentes verdadeira conjuração dos fatores que conseguem, por fim, sulcar a tua face com os sinais da intranqüilidade, da revolta, do azedume. Não obstante o confôrto que deriva das facilidades ao acesso de grande parte dos homens, experimentas sérias conjunturas afligentes que te molestam, solapando os alicerces da tua estrutura emocional. Todavia, se te permitires ligeira análise das possibilidades que fluem ao teu alcance, modificarás as disposições negativas e te renovarás. Enseja-te um coração afável. Experimenta aplicar esses valôres desconsiderados que são a palavra gentil, o gesto simpático, o sorriso delicado, a paciência generosa, e fortunas de verdadeira alegria espalharão moedas de bem-estar através de ti, envolvendo-te, também num halo de felicidade interior. Francisco de Assis, embora enfêrmo e asceta, caminhando por sendas de cruas dificuldades, conseguia cantar as belezas da "irmã natureza", dos "irmãos animais", dos "irmãos pássaros"... Helen Keller, conquanto limitada pela surdez, pela cegueira e pela mudez, péde exaltar a beleza das paisagens, a claridade das manhãs, a fragrância das flôres, fazendo da existência um hino de louvor à vida... Gandhi, apesar de dispor de vastos recursos para o triunfo mundano, abraçou a causa da "não violência" e deu-se integralmente aos aflitos e necessitados em constantes recitativos de amor à vida e abnegação pela vida. Corações afáveis! Quantas oportunidades desperdiças de semear júbilos fora e dentro de ti mesmo, porque insignificante problema toldou a luz do teu amanhecer, ou irritação por coisa de monta insignificante produziu um mal-estar na execução do teu programa? Lutaste para conservar a mágoa, disputando a tarefa de parecer e ser infeliz, esquecendo as fartas concessões que o teu coração, tornado afável, poderia conseguir! Simplifica o teu roteiro de ação, dilata a visão do bem no panorama das tuas horas, e com o preço mínimo de um sorriso considera a coleta de júbilos que dêle se deriva e que poderás colher. Jesus, dilatando o seu coração afável, contou as mais belas hipérboles e hipérbatos, parábolas e poemas que o homem jamais escutou. Um grão de mostarda, uma moeda insignificante, algumas varas, uma pérola luminosa, peixes e rêdes, talentos e sementes receberam da sua afabilidade um toque especial de beleza que comoveram, a princípio, uma mulher atormentada por obsessão pertinaz, um príncipe petulante e douto, um cobrador de impostos rejeitado, jovens homens da terra e velhos marujos decididos, sensibilizando, depois, incontáveis corações para com êles inaugurar um reino diferente de amor, que até hoje é a mais fascinante História da Humanidade. Começa, dêsse modo, desde agora, a experiência de manter um coração afável, disseminando bênçãos.  "Bem-aventurados os limpos de coração, porque êles verão a Deus". Mateus: capítulo 5º, versículo 8.  "A pureza do coração é inseparável da simplicidade e da humildade. Exclui tôda idéia de egoísmo e de orgulho" 

Evangelho Segundo o Espiritismo. Capítulo 8º - Item 3. FRANCO, Divaldo Pereira. Florações Evangélicas. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 34.

Encontro com Jesus (Divaldo Franco)


 

Aborto Criminoso

O aborto criminoso, buscado pela jovem com ou sem a conivência de seu parceiro, é uma calamidade a quem o pratica. O aborto, não natural, se constitui, assim, a um despejo indesejado de alguém que, em retornando do passado, seria aquela pessoa que partilharia conosco de venturas e desventuras, até a nossa total maturação espiritual. Com um aborto provocado, portanto, além de violentação orgânica perigosa, você poderá estar extremando o ódio ou o desencanto de alguém que retomaria ao palco da vida terrena para superar as suas próprias desditas ou limitações morais. A família é extremamente importante. Quando, pois, a mulher e o seu parceiro aceitam a prática do aborto criminoso, estarão se comprometendo mais com os antigos companheiros de infelicidade. Saiba, pois, que no aborto criminoso existe alguém que se sentirá profundamente lesado, frustrado em suas esperanças de renovação espiritual. É alguém a quem você prometeu, espiritualmente, socorro, amparo, oportunidade de reedificação e de esperança e, diante de quem você descumpre todas as suas promessas. Esse alguém, embora abortado, será uma realidade. Se você, contudo, anestesiar a sua consciência e expulsá-lo de modo tão abrupto, tão criminoso, sob o pretexto de resguardar-se, você ignora quais sejam as dolorosas conseqüências de sua louca resolução. Quem vinha, em seu ventre, pode ser algum parceiro seu de passado não tão remoto e que, por isso, se ajustará à sua atmosfera mental, trazendo-lhe danos irreversíveis. Será duplamente seu inimigo ! Eleger-se-á, pois, como seu inimigo recalcado, impondo-lhe mais sofrimentos e desditas ao longo de sua vida. Mais tarde, é certo, ele voltará a procurá-la, na condição de filho-problema, envolvendo-a em muito trabalho e profunda inquietude. Saiba que é no aborto criminoso que se fermentam as grandes enfermidades da alma, as grandes obsessões, alimentando o páteo de sanatórios e de prisões, já que o aborto criminoso é o indutor de crimes hediondos, catalogáveis nos compêndios da justiça criminal. Não mate o filho no ventre, para que você não venha a complicar a sua própria vida! 

JACINTHO, Roque. Filhos, como educá-los na visão espírita. Luz no Lar.

Evangelho e Vida


 

Valores e Posses

Não somente o dinheiro constitui fortuna, conforme supõem muitos homens enganados, referindo-se à vida e às posses na Terra. Em diversas circunstâncias, o patrimônio amoedado se converte em aflição e desgraça, amargando as horas e, ao mesmo tempo, aniquilando a alegria, em detrimento da paz. Há fortunas de valor incalculável que apenas são consideradas nas suas significações legítimas quando perdidas... E são esses tesouros que merecem cuidados especiais, porquanto não exclusivamente o dinheiro se converte em pesada carga de responsabilidade. Como são conhecidos homens e mulheres cujos bens se transformam em grades de presídio e corredores de loucura, outros existem, através de cujas abençoadas mãos a esperança e a saúde, o reconforto e a caridade escorrem em abundância, na direção das aflições humanas. São mãos estrelares que fazem fulgir e refulgir o amor divino como luarização do bem, amenizando as agonias de todo jaez. Por meio deles o progresso se desenvolve, as atividades se multiplicam benéficas, o carro da felicidade esparge oportunidades, a ciência investiga, as artes atingem as mais belas expressões, os males e as calamidades no mundo diminuem, sofrendo acirrado combate... Não fora a estes dirigida a referência do Senhor, quando acentuando sobre a escassez de ricos no Reino dos Céus. * Muitos dons humanos são fortunas inapreciáveis que não raro se convertem em cárcere e limitação de consequências calamitosas. Mesmo entre os chamados à lavoura do Evangelho, não poucos se utilizam da riqueza da palavra. Usam-na destrutivamente no comércio da maledicência, na alfândega da calúnia, no tribunal da acusação, no intercâmbio da intriga. E a palavra pode transformar-se, no entanto, em rota luminescente, pão de sustento, água refrescante a benefício de incontáveis corações... A juventude, campo sublime de aprendizagem, representa posse incomparável, que reúne as condições para a verdadeira felicidade. E malbaratam-na no jôgo de prazeres embriagantes, na disputa de ouropéis enganosos, na aventura dos entorpecentes destruidores... Dela, assim, aplicada, decorrem alucinações e escravidão de longo curso, na qual muitos se perdem por anos a fio... A saúde, doação excelsa de Deus, é poderosa riqueza que ninguém malbaratará Inconsequentemente. E jogam-na nos resvaladouros da insensatez e da leviandade... A inteligência, elaborada através de milênios e milênios na escala evolutiva, traduz concessão libertadora que não se pode aplicar no sentido destrutivo, sem ácidos corretivos. Todavia, milhares e milhares de criaturas nublam-na, apagando as suas claridades sublimes, com as nuvens do ódio e do primitivismo moral... Riquezas, fortunas, poder estão na própria indumentária carnal, à disposição de todo espírito em romagem evolutiva, mediante as reencarnações redentoras. Mesmo quando temporariamente enfêrmo ou limitado um corpo, conduzindo o dispositivo reparador em forma de coerção ou sofrimento, é, para o espírito, excelente concessão do Alto a seu benefício, que lhe serve de bênção superior. Assim, examinando, não penses em moedas e notas fiduciárias, em cheques e depósitos, cédulas e promissórias para as necessidades aquisitiva imediatas. Penetra-te da certeza dos bens maiores com que a vida te aquinhoa e coloca em multiplicação os recursos de que te encontras possuído, espalhando alegria e entusiasmo por onde sigam os teus pés. Compadece-te sempre, socorre; exorta com amor, ajuda; perdoa generosamente, ama; harmoniza as expressões do verbo servir e usa as mãos na lavoura da semeação da esperança; movimenta o corpo na direção do dever e faze que se renovem sempre os valõres poderosos de que te encontres possuído. És detentor de fortunas que jazem enferrujando ao abandono, ante os ladrões da indolência que as roubam e as traças da negligência que as gastam e paralisam. * Jesus visitou a casa de Zaqueu, concedeu entrevista a Nicodemos, aceitou o sepulcro novo doado por José de Arimatéia, como abençoando os tesouros amoedados e os seus mordomos temporários. No entanto, foi severo com Judas, retrucando, quando este se referiu ao valor do bálsamo com que a pecadora lhe banhava os pés e cujo produto, se vendido, poderia auxiliar os pobres: "Os pobres, vós os tereis sempre, mas a mim, nem sempre". Preciosa lição, na qual toda fortuna aplicada na construção do amor é alavanca do progresso proporcionada por Nosso Pai para a grandeza do mundo e, ao mesmo tempo, ensinando que as fortunas pessoais, que todos detemos mediante a reencarnação, representam a nossa oportunidade para crescer em plena glória solar na direção do Rei Divino, que nasceu numa estrebaria para alar-se às estrelas desde os braços de uma Cruz. * "Porque onde está o vosso tesouro, ai estará, também, o vosso coração". Lucas: capítulo 12º, versículo 34. * "Os bens da Terra pertencem a Deus, que os distribui a seu grado, não sendo o homem senão o usufrutuário, o administrador mais ou menos íntegro e inteligente desses bens". 

Evangelho Segundo Espiritismo - Capítulo 16º - Item 10. FRANCO, Divaldo Pereira. Florações Evangélicas. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 49.

Jesus, a essência do Espiritismo


 

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

Eficácia da Prece

Seja o que for que peçais na prece, crede que o obtereis e concedido vos será o que pedirdes. (S. MARCOS, cap. XI, v. 24.) 

Há quem conteste a eficácia da prece, com fundamento no princípio de que, conhecendo Deus as nossas necessidades, inútil se torna expor-lhas. E acrescentam os que assim pensam que, achando-se tudo no Universo encadeado por leis eternas, não podem as nossas súplicas mudar os decretos de Deus. Sem dúvida alguma, há leis naturais e imutáveis que não podem ser ab-rogadas ao capricho de cada um; mas, daí a crer-se que todas as circunstâncias da vida estão submetidas à fatalidade, vai grande distância. Se assim fosse, nada mais seria o homem do que instrumento passivo, sem livre-arbítrio e sem iniciativa. Nessa hipótese, só lhe caberia curvar a cabeça ao jugo dos acontecimentos, sem cogitar de evitá-los; não devera ter procurado desviar o raio. Deus não lhe outorgou a razão e a inteligência, para que ele as deixasse sem serventia; a vontade, para não querer; a atividade, para ficar inativo. Sendo livre o homem de agir num sentido ou noutro, seus atos lhe acarretam, e aos demais, conseqüências subordinadas ao que ele faz ou não. Há, pois, devidos à sua iniciativa, sucessos que forçosamente escapam à fatalidade e que não quebram a harmonia das leis universais, do mesmo modo que o avanço ou o atraso do ponteiro de um relógio não anula a lei do movimento sobre a qual se funda o mecanismo. Possível é, portanto, que Deus aceda a certos pedidos, sem perturbar a imutabilidade das leis que regem o conjunto, subordinada sempre essa anuência à sua vontade. Desta máxima: "Concedido vos será o que quer que pedirdes pela prece", fora ilógico deduzir que basta pedir para obter e fora injusto acusar a Providência se não acede a toda súplica que se lhe faça, uma vez que ela sabe, melhor do que nós, o que é para nosso bem. É como procede um pai criterioso que recusa ao filho o que seja contrário aos seus interesses. Em geral, o homem apenas vê o presente; ora, se o sofrimento é de utilidade para a sua felicidade futura, Deus o deixará sofrer, como o cirurgião deixa que o doente sofra as dores de uma operação que lhe trará a cura. O que Deus lhe concederá sempre, se ele o pedir com confiança, é a coragem, a paciência, a resignação. Também lhe concederá os meios de se tirar por si mesmo das dificuldades, mediante idéias que fará lhe sugiram os bons Espíritos, deixando-lhe dessa forma o mérito da ação. Ele assiste os que se ajudam a si mesmos, de conformidade com esta máxima: "Ajuda-te, que o Céu te ajudará"; não assiste, porém, os que tudo esperam de um socorro estranho, sem fazer uso das faculdades que possui. Entretanto, as mais das vezes, o que o homem quer é ser socorrido por milagre, sem despender o mínimo esforço. (Cap. XXV, no. 1 e seguintes.) Tomemos um exemplo. Um homem se acha perdido no deserto. A sede o martiriza horrivelmente. Desfalecido, cai por terra. Pede a Deus que o assista, e espera. Nenhum anjo lhe virá dar de beber. Contudo, um bom Espírito lhe sugere a idéia de levantar-se e tomar um dos caminhos que tem diante de si Por um movimento maquinal, reunindo todas as forças que lhe restam, ele se ergue, caminha e descobre ao longe um regato. Ao divisá-lo, ganha coragem. Se tem fé, exclamará: "Obrigado, meu Deus, pela idéia que me inspiraste e pela força que me deste." Se lhe falta a fé, exclamará: "Que boa idéia tive! Que sorte a minha de tomar o caminho da direita, em vez do da esquerda; o acaso, às vezes, nos serve admiravelmente! Quanto me felicito pela minha coragem e por não me ter deixado abater!" Mas, dirão, por que o bom Espírito não lhe disse claramente: "Segue este caminho, que encontrarás o de que necessitas"? Por que não se lhe mostrou para o guiar e sustentar no seu desfalecimento? Dessa maneira tê-lo-ia convencido da intervenção da Providência. Primeiramente, para lhe ensinar que cada um deve ajudar-se a si mesmo e fazer uso das suas forças. Depois, pela incerteza, Deus põe a prova a confiança que nele deposita a criatura e a submissão desta à sua vontade. Aquele homem estava na situação de uma criança que cai e que, dando com alguém, se põe a gritar e fica à espera de que a venham levantar; se não vê pessoa alguma, faz esforços e se ergue sozinha. Se o anjo que acompanhou a Tobias lhe houvera dito: "Sou enviado por Deus para te guiar na tua viagem e te preservar de todo perigo", nenhum mérito teria tido Tobias. Fiando-se no seu companheiro, nem sequer de pensar teria precisado. Essa a razão por que o anjo só se deu a conhecer ao regressarem. 

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB. Capítulo 27. Itens 5 a 8

Apocalipse: Mitos e Verdades


 

Dai ao César o que é de César

Os fariseus, tendo-se retirado, entenderam-se entre si para enredá-lo com as suas próprias palavras. - Mandaram então seus discípulos, em companhia dos herodianos, dizer-lhe: Mestre, sabemos que és veraz e que ensinas o caminho de Deus pela verdade, sem levares em conta a quem quer que seja, porque, nos homens, não consideras as pessoas. Dize-nos, pois, qual a tua opinião sobre isto: É-nos permitido pagar ou deixar de pagar a César o tributo? Jesus, porém, que lhes conhecia a malícia, respondeu: Hipócritas, por que me tentais? Apresentai-me uma das moedas que se dão em pagamento do tributo. E, tendolhe eles apresentado um denário, perguntou Jesus: De quem são esta imagem e esta inscrição? - De César, responderam eles. Então, observou-lhes Jesus: Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. Ouvindo-o falar dessa maneira, admiraram-se eles da sua resposta e, deixando-o, se retiraram. (S. MATEUS, cap. XXII, vv. 15 a 22. - S. MARCOS, cap. XII, vv. 13 a 17.) 

 A questão proposta a Jesus era motivada pela circunstância de que os judeus, abominando o tributo que os romanos lhes impunham, haviam feito do pagamento desse tributo uma questão religiosa. Numeroso partido se fundara contra o imposto. O pagamento deste constituía, pois, entre eles, uma irritante questão de atualidade, sem o que nenhum senso teria a pergunta feita a Jesus: "É-nos lícito pagar ou deixar de pagar a César o tributo?" Havia nessa pergunta uma armadilha. Contavam os que a formularam poder, conforme a resposta, excitar contra ele a autoridade romana, ou os judeus dissidentes. Mas "Jesus, que lhes conhecia a malícia", contornou a dificuldade, dando-lhes uma lição de justiça, com o dizer que a cada um seja dado o que lhe é devido. (Veja-se, na "Introdução", o artigo: Publicanos.) Esta sentença: "Dai a César o que é de César", não deve, entretanto, ser entendida de modo restritivo e absoluto. Como em todos os ensinos de Jesus, há nela um princípio geral, resumido sob forma prática e usual e deduzido de uma circunstância particular. Esse princípio é conseqüente daquele segundo o qual devemos proceder para com os outros como queiramos que os outros procedam para conosco. Ele condena todo prejuízo material e moral que se possa causar a outrem, toda postergação de seus interesses. Prescreve o respeito aos direitos de cada um, como cada um deseja que se respeitem os seus. Estende-se mesmo aos deveres contraídos para com a família, a sociedade, a autoridade, tanto quanto para com os indivíduos em geral. 

KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB. Capítulo 11. Itens 5 a 7

A felicidade segundo o Espiritismo


 

O cansaço

Quando te sintas sitiado pelo desfalecimento de forças ou o cansaço se te insinue em forma de desânimo, pára um pouco e refaze-te. O cansaço é mau conselheiro. Produz irritação ou indiferença, tomando as energias e exaurindo-as. Renova a paisagem mental, buscando motivação que te predisponha ao prosseguimento da tarefa. Por um momento, repousa, a fim de conseguires o vigor e o entusiasmo para a continuidade da ação. Noutra circunstância, muda de atividade, evitando a monotonia que intoxica os centros da atenção e entorpece as forças. Não te concedas o luxo do repouso exagerado, evitando tombar na negligência do dever. Com método e ritmo, conseguirás o equilíbrio psicológico de que necessitas, para não te renderes à exaustão. * Jesus informou com muita propriedade, numa lição insuperável, que "o Pai até hoje trabalha e eu também trabalho", sem cansaço nem enfado. A mente renovada pela prece, e o corpo estimulado pela consciência do dever, não desfalecem sob os fardos, às vezes, quase inevitáveis do cansaço. Age sempre com alegria e produze sem a perturbação que o cansaço proporciona. 
 
FRANCO, Divaldo Pereira. Episódios Diários. 
Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL. Capítulo 6.

A verdade sobre os obsessores


 

Batismo

"E os que ouviram foram batizados em nome do Senhor Jesus." - ATOS, capítulo 19, versículo 5.) Nos vários departamentos da atividade cristã, em todos os tempos, surgem controvérsias relativamente aos problemas do batismo na fé. O sacerdócio criou, para isso, cerimoniais e sacramentos. Há batismos de recém-natos, na Igreja Romana; em outros centros evangélicos, há batismo de pessoas adultas. No entanto, o crente poderia analisar devidamente o assunto, extraindo melhores ilações com a ascendência da lógica. A renovação espiritual não se verificará tão-só com o fato de se aplicar mais água ou menos água ou com a circunstância de processar-se a solenidade exterior nessa ou naquela idade física do candidato. Determinadas cerimônias materiais, nesse sentido, eram compreensíveis nas épocas recuadas em que foram empregadas. Sabemos que o curso primário, na instrução infantil, necessita de colaboração de figuras para que a memória da criança atravesse os umbrais do conhecimento. O Evangelho, porém, nas suas luzes ocultas, faz imensa claridade sobre a questão do batismo. "E os que ouviram foram batizados em nome de Jesus." Aí reside a sublime verdade. A bendita renovação da alma pertence àqueles que ouviram os ensinamentos do Mestre Divino, exercitando-lhes a prática. Muitos recebem notícias do Evangelho, todos os dias, mas somente os que ouvem estarão transformados. 

XAVIER, Francisco Cândido. Caminho, Verdade e Vida. Pelo Espírito Emmanuel. 28.ed. Brasília: FEB, 2009. Capítulo 158.

Quaresma e Espiritismo


 

quinta-feira, 11 de janeiro de 2024

Façamos Nossa Luz

"Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens." - Jesus. (MATEUS, capítulo 5, versículo 16.) Ante a glória dos mundos evolvidos, das esferas sublimes que povoam o Universo, o estreito campo em que nos agitamos, na Crosta Planetária, é limitado círculo de ação. Se o problema, no entanto, fosse apenas o de espaço, nada teríamos a lamentar. A casa pequena e humilde, iluminada de Sol e alegria, é paraíso de felicidade. A angústia de nosso plano procede da sombra. A escuridão invade os caminhos em todas as direções. Trevas que nascem da ignorância, da maldade, da insensatez, envolvendo povos, instituições e pessoas. Nevoeiros que assaltam consciências, raciocínios e sentimentos. Em meio da grande noite, é necessário acendamos nossa luz. Sem isso é impossível encontrar o caminho da libertação. Sem a irradiação brilhante de nosso próprio ser, não poderemos ser vistos com facilidade pelos Mensageiros Divinos, que ajudam em nome do Altíssimo, e nem auxiliaremos efetivamente a quem quer que seja. É indispensável organizar o santuário interior e iluminá-lo, a fim de que as trevas não nos dominem. É possível marchar, valendo-nos de luzes alheias. Todavia, sem claridade que nos seja própria, padeceremos constante ameaça de queda. Os proprie tários das lâmpadas acesas podem afastar-se de nós, convocados pelos montes de elevação que ainda não merecemos. Vale-te, pois, dos luzeiros do caminho, aplica o pavio da boa-vontade ao óleo do serviço e da humildade e acende o teu archote para a jornada. Agradece ao que te ilumina por uma hora, por alguns dias ou por muitos anos, mas não olvides tua candeia, se não desejas resvalar nos precipícios da estrada longa!... O problema fundamental da redenção, meu amigo, não se resume a palavras faladas ou escritas. É muito fácil pronunciar belos discursos e prestar excelentes informações, guardando, embora, a cegueira nos próprios olhos. Nossa necessidade básica é de luz própria, de esclarecimento íntimo, de auto-educação, de conversão substancial do "eu" ao Reino de Deus. Podes falar maravilhosamente acerca da vida, argumentar com brilho sobre a fé, ensinar os valores da crença, comer o pão da consolação, exaltar a paz, recolher as flores do bem, aproveitar os frutos da generosidade alheia, conquistar a coroa efêmera do louvor fácil, amontoar títulos diversos que te exornem a personalidade em trânsito pelos vales do mundo... Tudo isso, em verdade, pode fazer o espírito que se demora, indefinidamente, em certos ângulos da estrada. Todavia, avançar sem luz é impossível. 

XAVIER, Francisco Cândido. Caminho, Verdade e Vida. Pelo Espírito Emmanuel. 28.ed. Brasília: FEB, 2009. Capítulo 180.

O Espiritismo Moral


 

Educação no Lar

"Vós fazeis o que também vistes junto de vosso pai." - Jesus. (JOÃO, capítulo 8, versículo 38.) Preconiza-se na atualidade do mundo uma educação pela liberdade plena dos instintos do homem, olvidando-se, pouco a pouco, os antigos ensinamentos quanto à formação do caráter no lar; a coletividade, porém, cedo ou tarde, será compelida a reajustar seus propósitos. Os pais humanos têm de ser os primeiros mentores da criatura. De sua missão amorosa, decorre a organização do ambiente justo. Meios corrompidos significam maus pais entre os que, a peso de longos sacrifícios, conseguem manter, na invigilância coletiva, a segurança possível contra a desordem ameaçadora. A tarefa doméstica nunca será uma válvula para gozos improdutivos, porque constitui trabalho e cooperação com Deus. O homem ou a mulher que desejam ao mesmo tempo ser pais e gozadores da vida terrestre, estão cegos e terminarão seus loucos esforços, espiritualmente falando, na vala comum da inutilidade. Debalde se improvisarão sociólogos para substituir a educação no lar por sucedâneos abstrusos que envenenam a alma. Só um espírito que haja com preendido a paternidade de Deus, acima de tudo, consegue escapar à lei pela qual os filhos sempre imitarão os pais, ainda quando estes sejam perversos. Ouçamos a palavra do Cristo e, se tendes filhos na Terra, guardai a declaração do Mestre, como advertência. XAVIER, Francisco Cândido. Caminho, Verdade e Vida. 

Pelo Espírito Emmanuel. 28.ed. Brasília: FEB, 2009. Capítulo 12.

A felicidade segundo o Espiritismo


 

Dádivas Espirituais

"E, descendo eles do monte, Jesus lhes ordenou, dizendo: A ninguém conteis a visão, até que o Filho do homem ressuscite dentre os mortos." - (MATEUS, capítulo 17, versículo 9.) Se o homem necessita de grande prudência nos atos da vida comum, maior vigilância se exige da criatura, no trato com a esfera espiritual. É o próprio Mestre Divino quem no-lo exemplifica. Tendo conduzido Tiago, Pedro e João às maravilhosas revelações do Tabor, onde se transfigurou ao olhar dos companheiros, junto de gloriosos emissários do plano superior, recomenda solícito: "A ninguém conteis a visão, até que o Filho do homem seja ressuscitado dos mortos." O Mestre não determinou a mentira, entretanto, aconselhou se guardasse a verdade para ocasião oportuna. Cada situação reclama certa cota de conhecimento. Sabia Jesus que a narrativa prematura da sublime visão poderia despertar incompreensões e sarcasmos nas conversações vulgares e ociosas. Não esqueçamos que todos nós estamos marchando para Deus, salientando-se, porém, que os caminhos não são os mesmos para todos. Se guardas contigo preciosa experiência espiritual, indubitavelmente poderás usá-la, todos os dias, utilizando-a em doses apropriadas, a fim de auxiliares a cada um dos que te cercam, na posição particularizada em que se encontram; mas não barateies o que a esfera mais alta te concedeu, entregando a dádiva às incompreensões criminosas, porque tudo o que se conquista do Céu é realização intransferivel. 

XAVIER, Francisco Cândido. Caminho, Verdade e Vida. Pelo Espírito Emmanuel. 28.ed. Brasília: FEB, 2009. Capítulo 128.

A Moral Espírita


 

No Caminho da Elevação

“Tomai sobre vós o meu jugo...” Jesus - Mateus : 11 - 29 
“Mas na união dos sexos a par da lei divina material, comum a todos os seres vivos, há outra lei divina, imutável como todas as leis de Deus, exclusivamente moral: a lei de amor.” ESE. Cap. XXII  
Abençoa os conflitos que, tantas vezes, te amarfanham o coração no carreiro doméstico, sempre que o lar apareça por ninho de problemas e inquietações. É aí, entre as quatros paredes do reduto familiar, que reencontras a instrumentação do sofrimento reparador... 
Amigos transfigurados em desafios à paciência... 
Pais incompreensivos a te requisitarem entendimento... 
Filhos convertidos em ásperos inquisidores da alma... 
Parentes que se revelam por adversários ferrenhos sob o disfarce da consangüinidade... 
Lutas inesperadas e amargas que dilapidam as melhores forças da existência pelo seu conteúdo de aflição... 
Aceita as intimações do calvário doméstico, na feição com que se mostrem, como que acolhe o remédio indispensável à própria cura. 
Desertar será retardar a equação que a contabilidade da vida exigirá sempre, na matemática das causas e dos efeitos. Nesse sentido, vale recordar que Jesus não afirmou que se alguém desejasse encontra-lo necessitaria proclamar-lhe as virtudes, entretecer-lhe lauréis, homenagear-lhe o nome ou consagrar-se às atitudes de adoração, mas, sim, foi peremptório, asseverando que os candidatos à integração com ele precisariam carregar a própria cruz e seguir-lhe os passos, isto é, suportarem com serenidade e amor, entendimento e serviço os deveres de cada dia. Bem-aventurado, pois, todo aquele que, apesar dos entraves e das lágrimas do caminho sustentar nos ombros, ainda mesmo desconjuntados e doloridos, a bendita carga das próprias obrigações. 

XAVIER, Francisco Cândido. Livro da Esperança. Pelo Espírito Emmanuel. CEC. Capítulo 75.

Chico Xavier responde um Pastor Evangélico


 

O Bem é a Meta

Surge a Era Nova. O sol da esperança desbasta as trevas da ignorância. Pequenos grupos de servidores verdadeiros do Evangelho, no silêncio da renúncia, estão levantando os pilotis sobre os quais será erguida a Era Nova. Sem alarde, em luta ingente, esses corações convidados constituem segurança para o mundo melhor de amanhã. Não obstante o vendaval, as ameaças do desequilíbrio e o predomínio aparente das forças da violência, o bem, corno fluido de libertação, penetra todo o organismo terrestre preparando o mundo novo. Não engrossam as fileiras dos desanimados, nem aplaudem a insensatez dos perversos ou apóiam a estultícia dos vitoriosos da ilusão. Quem aprendeu a confiar em Jesus põe as suas raízes na verdade. São minoria, não, porém, grupo ao abandono. Todos os grandes ideais da humanidade surgem em pequeninos núcleos, que se alargam em gerações após gerações. O Cristianismo restaurado, por sua vez, é a doutrina do amanhã, no enfoque espírita, porque, enquanto a mensagem de Jesus teve de destruir as bases do paganismo para erguer o santuário do amor, o Espiritismo deve apenas erigir, sobre o Cristianismo, o templo luminoso da caridade. Chamados para este ministério, não duvidam, alegrando-se por ter seus nomes inscritos, como diz o Evangelho, no livro do reino dos céus e serem conhecidos do Senhor. Nossa Casa tem ação. É hoje reduto festivo, santuário que alberga Espíritos mensageiros da luz, oficina onde se trabalha, escola de educação e hospital de recuperação de vidas. Com outros Obreiros aqui temos estado, mantendo a chama da verdade acesa como ocorria com os antigos faróis com a flama ardente, apontando a entrada dos portos e mais tarde dando notícias dos recifes e perigos do mar. * Filhos da alma, nunca desistam de fazer o bem, face ao aparente triunfo do mal em desgoverno, em torno de suas vidas. Passada a tempestade, a luz volta a fulgir. A sombra é somente ausência da claridade. Não é real. Só Deus é Vida; somente o Bem é meta. 

FRANCO, Divaldo Pereira. Momentos Enriquecedores. Pelo Espírito Joanna de Ângelis. LEAL.

Uma jornada espiritual com Haroldo Dutra


 

O Advogado da Cruz

No mundo antigo, o apelo à Justiça significava a punição com a morte. As dívidas pequeninas representavam cativeiro absoluto. Os vencidos eram atirados nos vales imundos. Arrastavam-se os delinqüentes nos cárceres sem esperança. As dádivas agradáveis aos deuses partiam das mãos ricas e poderosas. Os tiranos cobriam-se de flores, enquanto os miseráveis se trajavam de espinhos. Mas, um dia, chegou ao mundo o Sublime Advogado dos oprimidos. Não havia, na Terra, lugar para Ele. Resignou-se a alcançar a porta dos homens, através de uma estrebaria singela. Em breve, porém, restaurava o templo da fé viva, na igreja universal dos corações amantes do bem. Deu vista aos cegos. Curou leprosos e paralíticos. Dignificou o trabalho edificante, exaltou o esforço dos humildes, quebrou as algemas da ignorância, instituiu a fraternidade e o perdão. Processaram-no, todavia, os homens perversos, à conta de herético, feiticeiro e ladrão. Depois do insulto, da ironia, da pedrada, conduziram-no ao madeiro destinado aos criminosos comuns. Ele, que ensinara a Justiça, não se justificou; que salvara a muitos, não se salvou da crucificação; que sabia a verdade, calou-se para não ferir os próprios verdugos. Desde esse dia, contudo, o Sublime Advogado transformou-se no Advogado da Cruz e, desde o supremo sacrifício, sua voz tornou-se mais alta para os corações humanos. ele, que falava na Palestina, começou a ser ouvido no mundo inteiro; que apenas conversava como o povo de Israel, passou a entender-se com as várias nações do Globo; que somente se dirigia aos homens de pequeno país, passou a orientar os missionários retos de todos os serviços edificantes da Humanidade. Que importam, pois, nos domínios da Fé, as perseguições da maldade e os ataques da ignorância? A advogado da Cruz continua operando em silêncio e falará, em todos os acontecimentos da Terra, aos que possuam "ouvidos de ouvir". 

Pelo Espírito Emmanuel XAVIER, Francisco Cândido. Antologia Mediúnica do Natal. Espíritos Diversos. FEB.