sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Renovar para Inovar...

Tenho frequentado eventos e reuniões, assim como palestras públicas e uma coisa que tem me chamado a atenção sobre maneira é a forma de como as pessoas que dirigem as reuniões conduzem a palestra. Nada contra o conteúdo da mensagem a que estão expondo. Mas simplesmente pela falta de “alegria e entusiasmo”. Estamos no caminho do consolador e sabemos de inúmeros problemas com suas respectivas respostas, sabemos que a vida não acaba com a morte do corpo, que somos imortais, que teremos inúmeras oportunidades para evoluir e crescer e que o nosso destino é a suprema perfeição e a eterna felicidade. Então por que tanta frieza na palavra, quando falamos dos exemplos de Jesus, quando falamos de Deus? Afinal acreditamos ou não no ideal? Estamos servindo o Cristo e a Deus ou não? E se estamos onde está a nossa energia, a nossa alegria e felicidade de estarmos no caminho da redenção? Vejo algumas pessoas nas palestras que dormem por sua vez, pela “animação” do expositor. E elas que deveriam sair dali renovadas, fortificadas e com bom animo, saem sem terem ouvido sequer o tema da palestra. E devemos nos perguntar como será que está sendo feita a recepção da mensagem pelo público? Será que entendem o conteúdo da mensagem? Será que os recursos que estamos nos utilizando é eficaz? Será que estamos conseguindo fazer com que pelo menos reflitam sobre o tema? Se não estamos conseguindo, devemos considerar que ou as pessoas estão com grandes problemas ou nossos métodos não estão sendo eficazes. Uma outra pergunta é onde estão os jovens do Centro Espírita? Com métodos tradicionalistas e na sua grande maioria ultrapassados, sem alegria e sem entusiasmo, nós estamos espantando os jovens de nossas instituições. Onde estão os eventos para atender a classe juvenil? Que recursos temos em mãos para “prender” a atenção deles naquilo que queremos transmitir? Que ferramentas possuímos? Junte tudo isso com falta de alegria e veremos um centro com uma boa estrutura para receber muitas pessoas, que estará cheio de “frequentadores turistas” aparecem apenas para conhecer e nunca mais voltar. Depois ficamos a pensar, mas por que que o centro não atrai as pessoas? Ou entramos no conformismo como pessoalmente já ouvi algumas pessoas dizerem:_ ah, isso é normal! Trabalho aqui já faz um tempão e a frequência das pessoas nunca passou disso. Se você assisti a um trailer de um filme e esperava tanto ver o filme todo, mas ao se deparar com a realidade do filme você percebe que foi uma coisa morta e sem graça, você nunca mais vai querer assistir a este filme de novo. Com as nossas reuniões a mesma coisa. Devemos ter elementos dinâmicos e interatividade com o público. Onde está a participação da música, das artes, dos filmes e da literatura? Como estamos incentivando os nossos trabalhadores e frequentadores a participação nas atividades de nossas instituições? Precisamos nos atualizar, buscar novos métodos, novos recursos e dinamizar para alegrar as nossas reuniões. Se não reconhecermos que tudo no mundo muda e se atualiza constantemente correremos o risco de ser pedra de tropeço e transformar as nossas instituições espíritas em “museus” pelas ferramentas e métodos tão tradicionais e fundamentalistas. É preciso espírito de equipe e fraternidade para elaborar projetos inovadores para a participação da criança, do jovem e do adulto, respeitar as diferenças e principalmente aprender a ouvir as pessoas que possam somar com suas ideias e sua participação. É preciso renovar para inovar! Que Deus nos ilumine sempre, paz e luz a todos! 

Bruno Miranda

Transição Planetária e a Visão Espírita (vídeo)


Nossa relação com os Espíritos

A crença na vida após a morte acompanha a humanidade há milênios. Provavelmente, ela já existia antes mesmo dos nossos registros históricos, mas não podemos dizer que os antigos tinham o mesmo entendimento, sobre o destino da alma, que temos hoje. O pesquisador Fustel de Coulanges, em seu livro A Cidade Antiga, reúne registros demonstrando que, muito antes do culto aos deuses, na cultura greco-romana era realizado o culto aos antepassados. Tinha-se a certeza de que os mortos continuavam a viver debaixo da terra e necessitavam de comida e rituais. Se não fossem realizados, a família sofreria punições doenças, miséria, calamidades... de seus ancestrais, que poderiam deixar temporariamente o submundo terreno para protegê-la ou castigá-la, caso não cumprisse com suas obrigações. Era assim que se explicava uma série de fenômenos naturais numa realidade envolvida em mistérios. Alguns antepassados eram reconhecidos como grandes heróis civilizadores, passando a ser considerados, com o tempo, como deuses ou semideuses, tendo o seu culto permanecido por diversas gerações, pela tribo inteira ou até mesmo por toda uma urbe. Com o passar dos séculos, a crença na sobrevivência da alma passa por diversas modificações. Práticas antigas começam a se tornar obsoletas ou simples crendices, caindo em desuso. Mas, ainda assim, relatos de aparições permanecem, seja em casos considerados verídicos ou em obras de ficção mundialmente famosas, como em Hamlet, de Shakespeare, cuja trama se desenvolve a partir da aparição do rei morto, que revela o seu assassino. No século XIX, surgem inúmeros casos de aparições e outros tipos de manifestação do “Além”, no mundo todo, conforme afirmou Allan Kardec. O interessante é que a hipótese dessas manifestações terem como causa os espíritos não foi preestabelecida. Foi o próprio fenômeno que revelou sua causa. A partir daí, com a codificação da doutrina espírita, surge uma nova proposta de relação com os “mortos”, cujo ponto de partida é a análise e a experimentação metodológica. A Ciência ainda não aceita as pesquisas espíritas, porém, cada vez mais aumenta o número de cientistas realizando experimentos que, se não comprovam cientificamente a vida após a morte, pelo menos demonstram a existência de fenômenos que a Ciência, por sua vez, é incapaz de explicar satisfatoriamente sem aceitar a manifestação dos espíritos como causa. O Espiritismo é uma doutrina que ainda está em construção. Cada vez mais novos conhecimentos vão sendo somados. Aos poucos vamos interagindo com os espíritos de forma cada vez mais consciente e livre de superstições. Isso irá preparando as futuras gerações para um convívio mais natural e responsável com os espíritos, num intercâmbio que nos dará a certeza de que a vida continua.

Escrito por Victor Rebelo 

Como é feito contato com o Mundo Espiritual? (vídeo)


As Leis Morais

LEIS MORAIS A LEI DIVINA OU NATURAL Do ponto de vista científico, uma lei é uma regra que descreve um fenômeno que ocorre com certa regularidade, não tendo o poder de determinar que um fato qualquer deva ou não ocorrer. Ela apenas verifica a sua ocorrência, analisando as causas e os efeitos relacionados com o evento. Ainda do ponto de vista científico, uma lei natural é um enunciado de uma verdade científica, assim compreendida no âmbito de um paradigma científico. Deve ter certas características de generalidade e abrangência, a fim de poder ter um aspecto prático. Por outro lado, deve também ser falseável, no sentido em que possa ser refutada, tanto lógica como experimentalmente. Caso contrário, poderia ser enquadrada como religião, filosofia, arte ou qualquer outra atividade do gênero humano, mas nunca como ciência. Filosoficamente falando, no entanto, a lei natural é a que o homem conhece pela luz natural de sua razão, enquanto implícita na natureza das coisas. É uma participação da lei eterna na criatura racional, uma impressão em nós da luz divina, pela qual podemos discernir o bem e o mal. Para ser considerada como lei natural, deve trazer características de imutabilidade, tanto intrinsecamente como extrinsecamente falando. Assim, a lei natural é imutável em si mesma, e seus princípios não podem desaparecer da consciência, embora possa ser admitida a possibilidade e a realidade de certo progresso do direito natural, no sentido de que, pelo avanço da civilização, pelo desenvolvimento e extensão do saber, possa ser produzido pouco a pouco um aperfeiçoamento das exigências da lei natural. De forma semelhante, a lei natural é também imutável extrinsecamente, no sentido de que é ilícito tanto ab-rogá-la, transgredi-la, mesmo parcialmente, ou dispensá-la, tanto quanto é impossível à criatura humana renunciar, no todo, ou em parte, à sua natureza. 
Em "O LIVRO DOS ESPÍRITOS", na questão 614, está definido que a lei natural é a lei de Deus. Única verdadeira para a felicidade do homem, porque lhe dá a indicação do que deve fazer ou deixar de fazer para ser feliz. A Lei Natural está escrita, portanto, na consciência do homem, facultando-lhe discernir entre o bem e o mal. Na questão 647, está dito que a lei de Deus encerra todos os deveres dos homens uns para com os outros. Observe-se, entretanto, que a Lei Natural não envolve só a relação entre os homens, mas uma consciência ética mais abrangente, incluindo tudo que existe em a Natureza. A Lei de Justiça, Amor e Caridade trazida por Jesus Cristo está contida nela e serve como uma precisa regra de conduta. O homem deve, no entanto, ampliar sua percepção para a necessidade de assegurar harmonia, não só nas relações com seus semelhantes, mas também com todas as criaturas da Natureza. 

A MORAL SEGUNDO O ESPIRITISMO Na questão 629 de "O LIVRO DOS ESPÍRITOS" encontramos a definição de moral como sendo a regra de bem proceder, isto é, de distinguir o bem do mal. Funda-se na observância da lei de Deus, fazendo com que o homem só proceda bem quando tudo faz pelo bem de todos, porque então cumpre a lei de Deus. O bem é, portanto, tudo o que está conforme a lei de Deus; e o mal, tudo o que lhe é contrário. Assim, fazer o bem é proceder de acordo com a lei de Deus. Fazer o mal é infringi-la. 

AS LEIS MORAIS COMO DIVISÃO DA LEI NATURAL De acordo com a questão 648 de "O LIVRO DOS ESPÍRITOS”, a divisão da lei natural em dez partes, compreendendo as leis de adoração, trabalho, reprodução, conservação, destruição, sociedade, progresso, igualdade, liberdade e, por fim, a de justiça, amor e caridade foi feita por Moisés e tem o propósito de abranger todas as circunstâncias essenciais da vida. Essa divisão nada tem de absoluto, como não o tem nenhum dos outros sistemas de classificação, uma vez que todos dependem do prisma pelo qual se considere o que quer que seja. Dentre essas partes, a Lei de Justiça, Amor e Caridade é a mais importante, por ser a que faculta ao homem adiantar-se mais na vida espiritual, visto que resume todas as outras. 

A LEI DE JUSTIÇA, AMOR E CARIDADE. “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração e de toda a tua alma, e todo o teu espírito; este é o maior e o primeiro mandamento. Amarás o teu próximo, como a ti mesmo. Toda a lei e os profetam se acham contidos nesses dois mandamentos” (Mateus 22: 37 a 40) JUSTIÇA De acordo com a questão 875 de "O LIVRO DOS ESPÍRITOS”, a justiça consiste em cada um respeitar os direitos dos demais. Esses direitos podem ser naturais ou adquiridos com base nas leis humanas. Os direitos naturais são imutáveis e iguais para todos, independendo de época ou de cultura. São estabelecidos pela Lei Natural e escritos na consciência humana. Entre outros, estão nesta categoria: o direito à vida, o direito ao meio ambiente saudável, o direito à liberdade, o direito ao trabalho e à legítima propriedade como fruto desse trabalho. Na medida em que o homem desenvolve uma consciência ética, os códigos de direitos humanos tendem a se aproximar do direito natural. Na questão 876 está estabelecida a regra da efetiva justiça pelas palavras do Cristo: “Queira um para o outro o que quereria para si mesmo. No coração do homem, imprimiu Deus a regra da verdadeira justiça, fazendo que cada um deseje ver respeitado seus direitos...). O direito pessoal é, pois, baseado no direito do próximo. O limite do direito de cada um é aquele que ele reconhece ao seu semelhante, em idênticas circunstâncias e reciprocamente (questão 878). O do verdadeiro justo, a exemplo de Jesus, é aquele que pratica a justiça em toda sua pureza, porquanto pratica também o amor ao próximo e a caridade, sem os quais não há verdadeira justiça.

AMOR São Vicente de Paulo, respondendo à questão 888 de "O LIVRO DOS ESPÍRITOS orienta: “... Amai-vos uns aos outros, eis toda a lei, lei divina, mediante a qual governa Deus os mundos. O amor é a lei de atração para os seres vivos e organizados. A atração é a lei de amor para matéria inorgânica” O amor, de acordo com a Lei de Deus deve ser incondicional, abrangente, para com todas as criaturas de Deus, incluindo os inimigos. O sentimento do amor incondicional implica misericórdia, perdão, indulgência, e a retribuição do mal com o bem.

CARIDADE de acordo com o Pequeno Dicionário, de Aurélio Buarque de Holanda, caridade é o sentimento que nos leva a poupar alguém a quem deveríamos ou poderíamos castigar, punir; o mesmo que complacência, benevolência, condescendência. No verdadeiro sentido, como entendia Jesus, significa benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas. (questão 886 de "O LIVRO DOS ESPÍRITOS”). A caridade envolve as ações destinadas a prover recursos materiais àquele que necessita (caridade material), mas, sobretudo, qualquer ação destinada a proporcionar o bem-estar daqueles que necessitam (caridade moral). A caridade é a manifestação do amor, isto é, é o amor em ação. Enquanto o amor é um sentimento que predispõe ao bem, a caridade é a ação que consubstancia este bem. O amor e a caridade são, pois, o complemento da lei de justiça, pois amar o próximo é fazer-lhe todo o bem que nos seja possível e que desejáramos nos fosse feito. Tal o sentido destas palavras de Jesus: Amai-vos uns aos outros como irmãos. (questão 886 de “O LIVRO DOS ESPÍRITOS”.). São Vicente de Paulo, respondendo à questão 888 de "O LIVRO DOS ESPÍRITOS", orienta: “A verdadeira caridade é sempre bondosa e benévola; esta tanto no ato, como na maneira por que é praticado... Lembrai-vos também de que, os olhos de Deus, a ostentação tira o mérito ao benefício. Disse Jesus: Ignore a vossa mão esquerda o que a direita der”. Por essa forma, ele vos ensinou a não tisnardes a caridade com o orgulho” Existe uma dinâmica na relação entre justiça, amor e caridade. A justiça pode ser considerada um valor natural que Deus infunde na consciência humana. O amor pode ser visto como um sentimento que predispõe o homem a querer o bem de seu semelhante, e a caridade pode ser vista como um comportamento que se manifesta pela ação de fazer o bem a seus semelhantes. Assim, caridade implica amor, amor implica justiça, justiça implica caridade e vice-versa. Essa é a dinâmica da Lei.

Como vencer a depressão? (visão espírita)


O supremo bem

"Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. O segundo semelhante a este; Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os profetas."  
Mateus 22:37 a 40. 

O amor de Deus é a força misteriosa da vida: cria, conserva, e transforma a vida no Universo. Tudo quanto vive é animado pelo amor divino. Sem ele nada existiria; nenhum Ser viveria. Ele é a energia que engendra, organiza e governa tudo quanto existe, visível ou invisível, mutável ou perpétuo. É o poder universal e eterno que em tudo e todos se manifestam numa variedade infinita de formas. As leis de coesão, atração, gravitação, repulsão, reprodução, são manifestações materiais do amor divino que tudo governa de toda a eternidade e por toda a eternidade. A sede desse amor se manifesta inconscientemente nos seres inferiores e conscientemente nos mais adiantados. Como todas as formas de vida física da Terra recebem e refletem do Sol a luz e o calor vivificante; assim também todos os seres do Universo recebem e refletem o amor divino, que é a vida mesma em toda a sua gloriosa manifestação. A luz e o calor do Sol que se projetam sobre a Terra são os mesmos, mas a recepção e a reflexão podem ser em parte impedidas por obstáculos materiais. Igualmente o amor divino é o mesmo para todos os seres, mas encontra obstáculos morais e intelectuais, em grau maior ou menor, que o forçam a refletir-se de modos diferentes nos seres vivos, sedentos de individualização ilusória e de monopólio da vida. Somente os seres muito avançados em perfeição recebem e refletem em toda a plenitude o amor de Deus, e amam com todas as veras de sua alma o Criador e a todas as suas criaturas, sem distinguir entre bons ou maus, isto é, entre felizes e infelizes, adiantados e atrasados na escala do progresso. Essa capacidade de receber e distribuir em toda a plenitude o amor divino, é a suma felicidade, a bem-aventurança indizível na pobre linguagem humana, incompreensível para nós, retrógrados terrícolas, calcetas do pecado e da ignorância. Só podemos por enquanto gozar as formas muito menos elevadas do amor, formas quase materiais, como o amor materno, o amor conjugal, ainda muito próximos da animalidade; porém, mesmo estas formas elementares já nos permitem imaginar a suprema ventura dos seres que já podem cumprir literalmente o primeiro mandamento; porque amar a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a si mesmo, significa viver a vida superior na plenitude do amor divino, haver-se identificado com Deus e realizado o Cristo em seu próprio ser, possuir em si a Eternidade e o Infinito; ter o pleno gozo da força, da bondade, da compreensão, da vida completa e indestrutível; gozar toda a luz que irradia de Deus; estar integrado em tudo que vive; ser uno com O Criador e com todas as Suas criaturas. Tristes calcetas do pecado, ligados à roda dos renascimentos expiatórios em mundos inferiores: ousando julgar, pelas aparências enganosas do curto momento de uma encarnação, as criaturas de Deus; esquecidos do passado e apavorados diante do porvir; preocupados com o que havemos de comer e com o que havemos de vestir; famintos e sedentos de aprovação e simpatia; tentando egoisticamente monopolizar em nosso favor as coisas que nos parecem boas, em detrimento dos nossos companheiros de peregrinação; divididos pelo medo em grupos que se hostilizam; confundindo o cárcere do corpo com ai vida. Contudo isso, somos os beneficiários do amor divino que nos não abandona um momento e nos faz caminhar para a plenitude da vida, para a plenitude do amor, para a Bem-aventurança dos eleitos do Pai; somos as ovelhas do rebanho confiado a Jesus, e nunca seremos abandonados, porque ele é o bom pastor que disse: Dou a minha vida pelas ovelhas , e nos levará um dia ao supremo bem. 

Ismael Gomes Braga 
Reformador (FEB) Junho 1954 

Vá para a Luz (filme)


Dor - A grande Educadora

(Balada aos que sofrem) Chama-se Dor. 
Revela-se na desventura do amante, na desolação da orfandade, na angústia da miséria, no alquebramento da saúde, no esquife do ser querido que se foi deixando atrás de si a lágrima e o luto, no opróbrio da desonra, na humilhação do cárcere, no aviltamento dos prostíbulos, na tragédia dos cadafalsos, na insatisfação dos ideais, na tortura das impossibilidades, no acervo das desilusões contra que se contunde e se decepciona o coração da Humanidade. Não obstante, a Dor é a grande amiga a zelar pela espécie humana, junto dela exercendo missão elevada e santa. Estendendo sobre a criatura as suas asas, húmidas sempre do orvalho regenerador das lágrimas, a Dor corrige, educa, aperfeiçoa, exalta, redime e glorifica o sentimento humano a cada vibração que lhe extrai através do sofrimento. O diamante escravizado em sua ganga sofre inimagináveis dilacerações sob o buril do lapidário até poder ostentar toda a real pureza do grande valor que encerra. Assim também será a nossa alma, que precisará provar o amargor das desventuras para se recobrir dos esplendores das virtudes imortais cujos germens o Sempiterno lhe decalcou no ser desde os longínquos dias do seu princípio! A alma humana é o diamante raro que a Natureza - Deus - criou para, por si mesmo, aperfeiçoar-se no desdobrar dos milênios, até atingir a plenitude do inimaginável valor que representa, como imagem e semelhança d' Aquele mesmo Foco que a concebeu. Mas o diamante - Homem - acha-se envolvido nas brutezas das paixões inferiores. É um diamante bruto! Chega o dia, porém, em que os germens da Imortalidade, nele decalcados, se revolucionam nos refolhos da sua consciência, nele palpitando, então, as ânsias por aquela perfeição que o aguarda, num destino glorificador: - Foi criado para as belezas do Espírito e vê-se bruto e inferior! Destinado a fulgir nos mostruários de esferas redimidas, reconhece-se imperfeito e tardo nas sombras da matéria! Sonha com a sublimação das alegrias em pátrias divinais, onde suas ânsias pelo Ideal serão plenamente saciadas, mas se confessa verme, porquanto não aprendeu ainda sequer a dominar os instintos primitivos! Então o diamante - Homem - inicia, por sua vontade própria, a trajetória indispensável ao aperfeiçoamento dos valores que consigo traz em estado ignorado, e entra a sacudir de si a crosta das paixões que o entravam e entenebrecem. E essa marcha para o Melhor, essa trajetória para o Alto denomina-se Evolução! A luta, então, apresenta-se rude! É dolorosa, e lenta, e fatigante, e terrível! Dele requer todas as reservas de energias morais, físicas e mentais. Dilacera-lhe o coração, tortura lhe a alma, e o martirológio quase sempre segue com ele, rondando-lhe os passos! Mas seu destino é imortal e ele prossegue! E prosseguindo vence! ... Então, já não é o bruto de antanho ... O diamante tornou-se joia preciosa e refulge agora, pleno de méritos e satisfações eternas, nos grandes mostruários da Espiritualidade - esferas de luz que bordam o Infinito do Eterno Artista, que é Deus! A Dor, pois, é para o Espírito humano o que o Sol é para as trevas da noite tempestuosa: - Ressurreição! - Porque, se este aclara os horizontes da Terra levantando com seu brilho majestoso o esplendor da Natureza, aquela desenvolve em nosso ego os magnificentes dons que nele jaziam ignorados: - fecunda a inteligência, dela fazendo brotar a razão, depurando o sentimento sob as lições da experiência, educando o caráter, dignificando, elevando, num progredir constante, - todo o ser daquele em quem se faz vibrar, tal como o Sol, que vivifica e benfaz as regiões em que se mostra. A Dor é o Sol da Alma... A criatura que ainda não sofreu convenientemente, carrega em si como que a aridez que desola os polos glaciais, e, como estes, é inacessível às elevadas manifestações do Bem, isto é, às qualidades redentoras que a Dor produz. Nada possuirá para oferecer aos que se lhe aproximarem pelos caminhos da existência senão a indiferença que em seu ser se alastra, pois, que é na desventura que se aprende a comungar com o Bem e não pode saber senti-lo quem não teve ainda as fibras da alma tangidas pela inspiração da Dor! O orgulho e o egoísmo, cancerosas chagas que corrompem as belas tendências do Espírito para os surtos evolutivos que o levarão a redimir-se; as vaidades perturbadoras do senso, as ambições desmedidas, funestas, que não raro arrastam o homem a irremediáveis, precipitosas situações; as torpes paixões que tudo arrebatam e tudo ferem e tudo esmagam na sua voragem avassaladora, são parasitas que infestam a alma humana inferiorizando-a ao nível da brutalidade, e os quais a Dor, ferindo, cerceia para implantar depois os fachos imortais de virtudes tais como a humildade, a fé, o desinteresse, a tolerância, a paciência, a prudência, a discrição, o senso do dever e da justiça, os dons do amor e da fraternidade e até os impulsos da abnegação e do sacrifício pelo bem alheio, remanescentes daquelas mesmas sublimes virtudes que de um homem - Jesus Nazareno - fizeram o mensageiro do Eterno! Ela, a Dor, é o maior agente do Sempiterno na obra gigantesca da regeneração humana! É a retorta de onde o Sentimento sairá purificado dos vírus maléficos que o infelicitam! Quanto maior o seu jugo, mais benefícios concederá ao nosso ego, tal como o diamante, que mais cintila, alindado, quanto maiores forem os números dos golpes que lhe talharem as facetas! É a incorruptível amiga e protetora da espécie humana: - zelando pela sua elevação espiritual, inspirando nobres e fraternas virtudes! Ela é quem, no Além-túmulo, nos leva a meditar, através da experiência, produzindo em nosso ser a ciência de nós mesmos, o critério indispensável para as conquistas do futuro, de que hauriremos reabilitação para a consciência conturbada. É quem, a par do Amor, impele as criaturas à comiseração pelos demais sofredores, e a comiseração é o sentimento que arrasta à Beneficência. E é ainda ela mesma quem nos enternece o coração fazendo-nos avaliar, pelo nosso, o infortúnio alheio; predispondo-nos aos rasgos de proteção e bondade; e proteger os infelizes é amar o próximo, enquanto que amar o próximo é amar a Deus, pautando-se pela suprema lei recomendada no Decálogo e exemplificada pelo Divino Mestre! Por isso mesmo, o coração que sofre não é desgraçado, mas sim venturoso, porque renasce para as auroras da Perfeição, marcha para o destino glorioso, para a comunhão com o Criador Onipotente! Prisioneiro do atraso, o homem somente se desespera sob os embates da Dor, porque não a pode compreender ainda. Ela, porém, é magnânima e não maléfica. Não é desventura, é necessidade. Não é desgraça, é progresso. Não é castigo, é lição. Não é aniquilamento, é experiência. Nem é martírio, mas prelúdio de redenção! Notai que depois do sacrifício na Cruz do Calvário foi que Jesus se aureolou da glória que converterá os séculos! “- Quando eu for suspenso atrairei todos a mim. ” Ele próprio o confirmou, falando a seus discípulos. Sob o seu ferrete é que nos voltamos para aquele misericordioso Pai que é o nosso último e seguro refúgio, a nossa consolação suprema! As ilusões passageiras da Terra, os prazeres e as alegrias levianas que infestam o mundo, aviltando o sentimento de cada um, nunca fizeram de seus idólatras almas aclaradas pelas chamas do amor de Deus. É que, para levantar na aridez das nossas almas a pira redentora da Fé, só há um elemento capaz, e esse elemento é a Dor! Ela e só ela é bastante poderosa para reconciliar os homens - filhos pródigos - com o seu Criador e Pai! Seu socorro é, portanto, indispensável para nos aperfeiçoar o caráter e inestimável é o seu valor educativo. Serena, vigilante, nobre, heroica, ela é o infalível corretivo às ignomínias do coração humano! Nada há mais belo e respeitável do que uma alma que se conservou serena e comedida em face do Infortúnio. Palpita nessa alma a epopeia de todas as vitórias! Responde por um atestado de redenção! Seu triunfo, conquanto ignorado pelo mundo, repercutiu nas regiões felizes do Invisível, onde o comemoram os santos, os mártires de todos os tempos, os gênios da sabedoria e do bem, as almas redimidas e amigas, que ali habitam, as quais, como todos os homens que viveram e vivem sobre a Terra, também conheceram as correções da Dor, pois ela é lei que aciona a Humanidade nos caminhos para o Melhor e para a Perfeição! Ó almas que sofreis! Enxugai o vosso pranto, calai o vosso desespero! Amai antes a vossa Dor e dela fazei o trono da vossa Imortalidade, pois que, ao findar dessa trajetória de lágrimas a que as existências vos obrigam, é a glorificação eterna que recebereis por prêmio! Salve, ó Dor bendita, nobre e fiel educadora do coração humano! E glória ao Espiritismo, que nos veio demonstrar a redenção das almas através da Dor! 

Léon Denis Por Yvonne A. Pereira 
Reformador (FEB) Abril 1959 

Ansiedade (palestra)


sábado, 23 de novembro de 2019

Bem sofrer e Mal sofrer

18 – Quando Cristo disse: “Bem-aventurados os aflitos, porque deles é o Reino dos Céus”, não se referia aos sofredores em geral, porque todos os que estão neste mundo sofrem, quer estejam num trono ou na miséria, mas ah!, poucos sofrem bem, poucos compreendem que somente as provas bem suportadas podem conduzir ao Reino de Deus. O desânimo é uma falta; Deus vos nega consolações, se não tiverdes coragem. A prece é um sustentáculo da alma, mas não é suficiente por si só: é necessário que se apóie numa fé ardente na bondade de Deus. Tendes ouvido freqüentemente que Ele não põe um fardo pesado em ombros frágeis. O fardo é proporcional às forças, como a recompensa será proporcional à resignação e à coragem. A recompensa será tanto mais esplendente, quanto mais penosa tiver sido a aflição. Mas essa recompensa deve ser merecida, e é por isso que a vida está cheia de tribulações. O militar que não é enviado à frente de batalha não fica satisfeito, porque o repouso no acampamento não lhe proporciona nenhuma promoção. Sede como o militar, e não aspires a um repouso que enfraqueceria o vosso corpo e entorpeceria a vossa alma. Ficai satisfeitos, quando Deus vos envia à luta. Essa luta não é o fogo das batalhas, mas as amarguras da vida, onde muitas vezes necessitamos de mais coragem que um combate sangrento, pois aquele que enfrenta firmemente o inimigo poderá cair sob o impacto de um sofrimento moral. O homem não recebe nenhuma recompensa por essa espécie de coragem, mas Deus lhe reserva os seus louros e um lugar glorioso. Quando vos atingir um motivo de dor ou de contrariedade, tratai de elevar-vos acima das circunstâncias. E quando chegardes a dominar os impulsos da impaciência, da cólera ou do desespero, dizei, com justa satisfação: “Eu fui o mais forte”! Bem-aventurados os aflitos, pode, portanto, ser assim traduzidos: Bem-aventurados os que têm a oportunidade de provar a sua fé, a sua firmeza, a sua perseverança e a submissão à vontade de Deus, porque eles terão centuplicado as alegrias que lhes faltam na Terra, e após o trabalho virá o repouso.

Conexão com o Mentor Espiritual (vídeo)


Necessidade da Encarnação

25 – A encarnação é uma punição, e somente os Espíritos culpados é que lhe estão sujeitos? A passagem dos Espíritos pela vida corpórea é necessária, para que eles possam realizar, com a ajuda do elemento material, os propósitos cuja execução Deus lhes confiou. É ainda necessária por eles mesmos, pois a atividade que então se vêem obrigados a desempenhar ajuda-os a desenvolver a inteligência. Deus, sendo soberanamente justo, deve aquinhoar eqüitativamente a todos os seus filhos. É por isso que Ele concede a todos o mesmo ponto de partida, a mesma aptidão, as mesmas obrigações a cumprir e a mesma liberdade de ação. Todo privilégio seria uma preferência, e toda preferência uma injustiça. Mas a encarnação, para todos os Espíritos, é apenas um estado transitório. É uma tarefa que Deus lhes impõe, no princípio da existência, como primeira prova do uso que farão do seu livre arbítrio. Os que executam essa tarefa com zelo, sobem rapidamente, e de maneira menos penosa, os primeiros degraus da iniciação, e gozam mais cedo o resultado do seu trabalho. Os que, ao contrário, fazem mau uso da liberdade que Deus lhes concede, retardam o seu progresso. E é assim que por sua obstinação, podem prolongar indefinidamente a necessidade de se reencarnarem. E é então que a encarnação se torna um castigo.

26 – Observação – Uma comparação vulgar nos fará melhor compreender esta diferença. O estudante não atinge os graus superiores, sem ter percorrido a série de classes que o levam até lá. Essas classes, por mais trabalho que exijam, são o meio de atingir o fim, e não uma punição. O estudante laborioso abrevia a caminhada, encontrando menos dificuldades. Acontece o contrário com aquele que a negligência e a preguiça obrigam a repetir certas classes. Não é, porém, o estudo que constitui uma punição, mas a obrigação de recomeçá-lo em cada classe. É o que se passa com o homem na Terra. Para o Espírito do selvagem, que está quase no começo da vida espiritual, a encarnação é um meio de desenvolver a inteligência. Mas, para o homem esclarecido, em que o senso moral está largamente desenvolvido, e que se vê obrigado a repetir as etapas de uma vida corporal cheia de angústias, enquanto já podia ter atingido o fim, é um castigo, pela necessidade em que se acha de prolongar a sua permanência nos mundos inferiores e infelizes. Aquele que, ao contrário, trabalha ativamente para o seu progresso moral, pode não somente abreviar a duração de sua encarnação material, mas franquear de uma vez os graus intermediários, que o distanciam dos mundos superiores. Os Espíritos não poderiam encarnar-se uma só vez num mesmo globo, e passar suas diferentes existências em diferentes esferas? Esta opinião seria admissível, se todos os homens estivessem na Terra, exatamente no mesmo nível intelectual e moral. As diferenças existentes entre eles, desde o selvagem até o homem civilizado, revelam os graus que têm de percorrer. A encanação, aliás, deve ter uma finalidade útil. Ora, qual seria a finalidade das encarnações efêmeras, das crianças que morrem em tenra idade? Teriam sofrido sem qualquer proveito, nem para elas nem para os outros? Deus, cujas leis são todas soberanamente sábias, nada faz de inútil. Pelas reencarnações no mesmo globo, quis que os mesmos Espíritos se pusessem de novo em contato, tendo assim ocasião de reparar as suas faltas recíprocas. E tendo e conta as suas relações anteriores, quis, ainda, fundar uma base espiritual os laços de família, apoiando numa lei natural os princípios de solidariedade, fraternidade e igualdade.

O Evangelho Segundo o Espiritismo

Álcool e espíritos obsessores (vídeo)


Aliança da Ciência com a Religião

8 – A Ciência e a Religião são as duas alavancas da inteligência humana. Uma revela as leis do mundo material, e a outra as leis do mundo moral. Mas aquelas e estas leis, tendo o mesmo princípio, que é Deus, não podem contradizer-se. Se umas forem à negação das outras, umas estarão necessariamente erradas e as outras certas, porque Deus não pode querer destruir a sua própria obra. A incompatibilidade, que se acredita existir entre essas duas ordens de idéias, provém de uma falha de observação, e do excesso de exclusivismo de uma e de outra parte. Disso resulta um conflito, que originou a incredulidade e a intolerância. São chegados os tempos em que os ensinamentos do Cristo devem receber o seu complemento; em que o véu lançado intencionalmente sobre algumas partes dos ensinos deve ser levantado, em que a Ciência, deixando de ser exclusivamente materialista, deve levar em conta o elemento espiritual; e em que a Religião, deixando de desconhecer as leis orgânicas e imutáveis, essas duas forças, apoiando-se mutuamente e marchando juntas, sirvam uma de apoio para a outra. Então a Religião, não mais desmentida pela Ciência, adquira uma potência indestrutível, porque estará de acordo com a razão e não se lhe poderá opor a lógica irresistível dos fatos. A Ciência e a Religião não puderam entender-se até agora, porque, encarando cada uma as coisas do seu ponto de vista exclusivo, repeliam-se mutuamente. Era necessária alguma coisa para preencher o espaço que as separava, um traço de união que as ligasse. Esse traço está no conhecimento das leis que regem o mundo espiritual e suas relações com o mundo corporal, leis tão imutáveis como as que regulam o movimento dos astros e a existência dos seres. Uma vez constatadas pela experiência essas relações, uma nova luz se fez: a fé se dirigiu à razão, esta nada encontrou de ilógico na fé, e o materialismo foi vencido. Mas nisto, como em tudo, há os que ficam retardados, até que sejam arrastados pelo movimento geral, que os esmagará, se quiserem resistir em vez de se entregarem. É toda uma revolução moral que se realiza neste momento, sob a ação dos Espíritos. Depois de elaborada durante mais de dezoito séculos, ela chega ao momento de eclosão, e marcará uma nova era da humanidade. São fáceis de prever as suas conseqüências: ela deve produzir inevitáveis modificações nas relações sociais, contra o que ninguém poderá opor-se, porque elas estão nos desígnios de Deus e são o resultado da lei do progresso, que é uma lei de Deus.

O Evangelho Segundo o Espiritismo

Transição planetária e a visão espírita (vídeo)


A vida futura

2 – Por estas palavras, Jesus se refere claramente à vida futura, que ele apresenta, em todas as circunstâncias, como o fim a que se destina a humanidade, e como devendo ser o objeto das principais preocupações do homem sobre a terra. Todas as suas máximas se referem a esse grande princípio. Sem a vida futura, com efeito, a maior parte dos seus preceitos de moral não teriam nenhuma razão de ser. É por isso que os que não crêem na vida futura, pensando que ele apenas falava da vida presente, não os compreendem ou os acham pueris. Esse dogma pode ser considerado, portanto, como o ponto central do ensinamento do Cristo. Eis porque está colocado entre os primeiros, no início desta obra, pois deve ser a meta de todos os homens. Só ele pode justificar os absurdos da vida terrestre e harmonizar-se com a justiça de Deus. 

3 – Os judeus tinham idéias muito imprecisas sobre a vida futura. Acreditavam nos anjos, que consideravam como os seres privilegiados da criação, mas não sabiam que os homens, um dia, pudessem tornar-se anjos e participar da felicidade angélica. Segundo pensavam, a observação das leis de Deus era recompensada pelos bens terrenos, pela supremacia de sua nação no mundo, pelas vitórias que obteriam sobre os inimigos. As calamidades públicas e as derrotas eram os castigos da desobediência. Moisés o confirmou, ao dizer essas coisas, ainda mais fortemente, a um povo ignorante, de pastores, que precisava ser tocado antes de tudo pelos interesses deste mundo. Mais tarde, Jesus veio lhes revelar que existe outro mundo, onde a justiça de Deus se realiza. É esse mundo que ele promete aos que observam os mandamentos de Deus. É nele que os bons são recompensados. Esse mundo é o seu reino, no qual se encontra em toda a sua glória, e para o qual voltará ao deixar a Terra. Jesus, entretanto, conformando o seu ensino ao estado dos homens da época, evitou lhes dar os esclarecimentos completos, que os deslumbraria em vez de iluminar, porque eles não o teriam compreendido. Ele se limitou a colocar, de certo modo, a vida futura como um princípio, uma lei da natureza, à qual ninguém pode escapar. Todo cristão, portanto, crê forçosamente na vida futura, mas a idéia que muitos fazem dela é vaga, incompleta, e por isso mesmo falsa em muitos pontos. Para grande número, é apenas uma crença, sem nenhuma certeza decisiva, e daí as dúvidas, e até mesmo a incredulidade. O Espiritismo veio completar, nesse ponto, como em muitos outros, o ensinamento do Cristo, quando os homens se mostraram maduros para compreender a verdade. Com o Espiritismo, a vida futura não é mais simples artigo de fé, ou simples hipótese. É uma realidade material, provada pelos fatos. Porque são as testemunhas oculares que a vêm descrever em todas as suas fases e peripécias, de tal maneira, que não somente a dúvida já não é mais possível, como a inteligência mais vulgar pode fazer uma idéia dos seus mais variados aspectos, da mesma forma que imaginaria um país do qual se lê uma descrição detalhada. Ora, esta descrição da vida futura é de tal maneira circunstanciada, são tão racionais as condições da existência feliz ou infeliz dos que nela se encontram, que acabamos por concordar que não podia ser de outra maneira, e que ela bem representa a verdadeira justiça de Deus.

O Evangelho Segundo o Espiritismo

Destino e Livre Arbítrio (vídeo)


sábado, 26 de outubro de 2019

A linguagem dos Espíritos e o poder diabólico

Entre as objeções, algumas são mais ponderáveis pelo menos na aparência, porque baseiam-se na observação de pessoas sérias. Uma dessas observações refere-se à linguagem de certos Espíritos, que não parece digna da elevação atribuída aos seres sobrenaturais. Se quisermos reportar-nos ao resumo da doutrina atrás apresentado, veremos que os próprios Espíritos ensinam que não são iguais em conhecimentos nem em qualidades morais, e que não se deve tomar ao pé da letra tudo o que dizem. Cabe às pessoas sensatas separar o bom do mau. Seguramente, os que deduzem desse fato que tratamos com seres malfazejos, cuja única intenção é a de nos mistificarem, não conhecem as comunicações dadas nas reuniões em que se manifestam Espíritos superiores, pois de outra maneira não pensariam assim. E pena que o acaso tenha servido tão mal a essas pessoas, não lhes mostrando senão o lado mau do mundo espírita, pois não queremos supor que uma tendência simpática atraia para elas os maus Espíritos em lugar dos bons, os Espíritos mentirosos ou esses cuja linguagem é de revoltante grosseria. Poderíamos concluir, quando muito, que a solidez dos seus princípios não seja bastante forte para preservá-las do mal, e que, achando um certo prazer em lhe satisfazer a curiosidade, os maus Espíritos, por seu lado, se aproveitam disso para se introduzir entre elas, enquanto os bons se afastam. Julgar a questão dos Espíritos por esses fatos seria tão pouco lógico como julgar o caráter de um povo pelo que se diz e se faz numa reunião de alguns estabanados ou gente de má fama, a que não comparecem os sábios nem as pessoas sensatas. Os que assim julgam estão na situação de um estrangeiro que, chegando a uma grande capital pelo seu pior arrabalde, julgasse toda a população da cidade pêlos costumes e a linguagem desse bairro mesquinho. No mundo dos Espíritos, há também desníveis sociais; se aquelas pessoas quisessem estudar as relações entre os Espíritos elevados, ficariam convencidas de que a cidade celeste não contém apenas a escória popular. Mas, perguntam elas, os Espíritos elevados chegam até nós? Responderemos: não permaneçais no subúrbio; vede, observai e julgai; os fatos aí estão para todos. A menos que a essas pessoas se apliquem estas palavras de Jesus: “Têm olhos e não vêem; têm ouvidos e não ouvem”. Uma variante desta opinião consiste em não ver nas comunicações espíritas e em todos os fatos materiais a que elas dão lugar senão a intervenção de um poder diabólico, novo Proteu que revestiria todas as formas para melhor nos iludir. Não a consideramos suscetível de um exame sério e por isso não nos deteremos no caso: ela já está refutada pelo que dissemos atrás. Acrescentaremos apenas que, se fosse assim, teríamos de convir que o diabo é às vezes bem inteligente, bastante criterioso e sobretudo muito moral, ou então que existem bons diabos. Como acreditar, de fato, que Deus não permita senão ao Espírito do mal manifestar-se para nos perder, sem dar-nos por contrapeso os conselhos dos bons Espíritos? Se ele não o pode, isto é uma impotência; se ele o pode e não faz, isso é incompatível com sua bondade; e uma e outra suposição seriam blasfêmia. Acentuemos que admitir a comunicação dos maus Espíritos é reconhecer o princípio das manifestações. Ora, desde que estas existem, será com a permissão de Deus. Como acreditar, sem cometer impiedade, que ele só permita o mal, com exclusão do bem? Uma doutrina assim é contrária ao bom senso e às mais simples noções da religião.

O LIVRO DOS ESPÍRITOS

Bela dica...


Porque Sofremos? (palestra)


Perseverança e Seriedade

Acrescentemos que o estudo de uma doutrina como a espírita, que nos lança de súbito numa ordem de coisas tão nova e grande, não pode ser feito proveitosamente, senão por homens sérios, perseverantes, isentos de prevenções e animados de uma firme e sincera vontade de chegar a um resultado. Não podemos classificar assim aos que julgam a priori, levianamente, sem terem visto tudo; que não imprimem aos seus estudos nem a continuidade, nem a regularidade e o recolhimento necessários; e menos ainda aos que, para não diminuírem a sua reputação de homens de espírito, esforçam-se por encontrar um lado burlesco nas coisas mais verdadeiras ou assim consideradas por pessoas cujo saber, caráter e convicções, merecem a consideração dos que se prezam de urbanidade. Que se abstenham, portanto, os que não julgam os fatos dignos de sua atenção; ninguém pretende violentar-lhes a crença — mas que eles também saibam respeitar as dos outros. O que caracteriza um estudo sério é a continuidade. Devemos admirar-nos de não obter respostas sensatas a perguntas naturalmente sérias, quando as fazemos ao acaso de maneira brusca, em meio as perguntas preliminares ou complementares. Quem quer adquirir uma ciência deve estuda-la de maneira metódica, começando pelo começo e seguindo o seu encadeamento de idéias. Aquele que propõe a um sábio, ao acaso, uma questão sobre Ciência de que ignora os rudimentos, obterá algum proveito? O próprio sábio poderá, com a maior boa vontade, dar-lhe uma resposta satisfatória? Essa resposta isolada será forçosamente incompleta e, por isso mesmo, quase será ininteligível, ou poderá parecer absurda e contraditória. Acontece o mesmo em nossas relações com os Espíritos. Se desejamos aprender com eles, temos de seguir-lhes o curso; mas, como entre nós, é necessário escolher os professores e trabalhar com assiduidade. Dissemos que os Espíritos superiores só comparecem às reuniões sérias, àquelas, sobretudo, em que reina a perfeita comunhão de pensamentos e bons sentimentos. A leviandade e as perguntas ociosas os afastam como, entre os homens, afastam as criaturas ponderadas; o campo fica então livre à turba de Espíritos mentirosos e frívolos, sempre à espreita de oportunidades para zombarem de nós e se divertirem à nossa custa. No que se transformaria uma pergunta séria, numa reunião dessas? Teria resposta? De quem? Seria o mesmo que lançarmos, numa reunião de gaiatos, estas perguntas: o que é a alma? ; o que é a morte?; e outras coisas assim divertidas. Se quereis respostas sérias, sede sérios vós mesmos, em toda a extensão do termo, e mantende-vos nas condições necessárias: somente então obtereis grandes coisas. Sede, além disso, laboriosos e perseverantes em vossos estudos, para que os Espíritos superiores não vos abandonem, como faz um professor com os alunos negligentes.

O LIVRO DOS ESPÍRITOS

O que verificamos...


Ansiedade (palestra)


Desenvolvimento da Psicografia

Mais tarde reconheceu-se que a cesta e a prancheta nada mais eram do que apêndices da mão, e o médium, tomando diretamente o lápis, pôs-se a escrever por um impulso involuntário e quase febril. Por esse meio as comunicações se tornaram mais rápidas, mais fáceis c mais completas: é esse hoje, o meio mais comum, tanto que o número de pessoas dotadas dessa aptidão é bastante considerável e se multiplica dia-a-dia. A experiência, por fim, tornou conhecidas muitas outras variedades da faculdade mediúnica, descobrindo-se que as comunicações podiam igualmente verificar-se através da escrita direta dos Espíritos, ou seja, sem o concurso da mão do médium nem do lápis. Verificado o fato, um ponto essencial restava a considerar: o papel do médium nas respostas e a parte que nelas tomava, mecânica e espiritualmente. Duas circunstâncias capitais, que não escapariam a um observador atento, podem resolver a questão. A primeira é a maneira pela qual a cesta se move sob a sua influência, pela simples imposição dos dedos na borda; o exame demonstra a impossibilidade de um médium imprimir uma direção à cesta. Essa impossibilidade se torna sobretudo evidente quando duas ou três pessoas tocam ao mesmo tempo na mesma cesta; seria necessário entre elas uma concordância de movimentos realmente fenomenal; seria ainda necessária a concordância de pensamentos para que pudessem entender-se sobre a resposta a dar. Outro fato, não menos original, vem ainda aumentar a dificuldade. É a mudança radical da letra, segundo o Espírito que se manifesta e a cada vez que o mesmo Espírito volta, repetindo-a. Seria, pois, necessário que o médium se tivesse exercitado em modificar a própria letra de vinte maneiras diferentes, e sobretudo que ele pudesse lembrar-se da caligrafia deste ou daquele Espírito. A segunda circunstância resulta da própria natureza das respostas, que são, na maioria dos casos, sobretudo quando se trata de questões abstraias ou científicas, notoriamente fora dos conhecimentos e às vezes do alcance intelectual do médium. Este, de resto, geralmente, não tem consciência do que escreve e por outro lado nem mesmo entende a questão proposta, que pode ser feita numa língua estranha ou mentalmente, sendo a resposta dada nessa língua. Acontece, por fim, que a cesta escreve de maneira espontânea, sem nenhuma questão proposta, sobre um assunto absolutamente inesperado. As respostas, em certos casos, revelam um teor de sabedoria, de profundeza e de oportunidade, pensamentos tão elevados e tão sublimes, que não podem vir senão de uma inteligência superior, impregnada da mais pura moralidade. De outras vezes, são tão levianas, tão frívolas e mesmo tão banais que a razão se recusa a admitir que possam vir da mesma fonte. Essa diversidade de linguagem não se pode explicar senão pela diversidade de inteligências que se manifestam. Essas inteligências são humanas ou não? Esse é o ponto a esclarecer e sobre o qual se encontrará nesta obra a explicação completa, tal como foi dada pêlos próprios Espíritos. Eis, portanto, os efeitos evidentes que se produzem fora do círculo habitual de nossas observações; que não se passam de maneira misteriosa mas à luz do dia; que todos podem ver e constatar; que não são privilégio de nenhum indivíduo e que milhares de pessoas repetem à vontade todos os dias. Esses efeitos têm necessariamente uma causa e, desde que revelam a ação de uma inteligência e de uma vontade, saem fora do domínio puramente físico. Muitas teorias foram formuladas a respeito. Passaremos a examiná-las dentro em pouco e veremos se podem tornar compreensíveis todos os fatos produzidos. Admitamos, por enquanto, a existência de seres distintos da Humanidade, pois é essa a explicação dada pelas inteligências, e vejamos o que eles nos dizem.

O LIVRO DOS ESPÍRITOS

Os espíritos...


Tudo é pensamento (palestra)


domingo, 1 de setembro de 2019

Um irmão suicída

Venho a esta casa falar de minha experiência de vida e morte para cumprir com uma tarefa que a mim foi dada pelos instrutores da colônia onde resido ultimamente. Tive uma vida muito fácil. Jamais senti qualquer dificuldade, tanto em minha infância, quanto mocidade e maturidade.Casei-me cedo, atendendo conveniências sociais e logo percebi o erro, separando-me após certo tempo, pela imaturidade da relação. Depois de minha separação, desencontrei-me completamente entregando-me à solidão, ao álcool e às drogas. Embora todos esses vícios fossem praticados em grupo dentro de um círculo de amigos da sociedade, sentia-me em falta comigo mesmo e algo em mim impulsionava-me para o esclarecimento, como se minha consciência permanecesse alerta por todo o tempo, a me dizer das conseqüências futuras de meu procedimento. Não atendi à voz que me falava ao coração e entreguei-me a uma vida de futilidades, tendo todas as mulheres que almejava, e todas as experiências desejadas por um homem. No entanto, vivia só, mergulhado em grande solidão. Nas noites insones aguardava e desejava ansiosamente que viesse o sono e com ele a morte. Porém tinha medo de cometer o ato desgraçado por pura covardia. Enviei pedido de socorro para muitos de meus amigos, mas eles também estavam na escuridão da ignorância e não compreendiam a razão da infelicidade. Uma noite, não busquei mais o auxílio entre eles, mas nos comprimidos que me deixaram em sono profundo por quase 24 horas para acordar deste lado da vida, completamente só e desesperado. Digo, meus amigos, que o suicídio é forma equivocada de libertação. Aprisiona ainda muito mais e os tormentos experimentados são inigualáveis. Quisera ter eu a capacidade de falar aos meus amigos e familiares sobre a vida espiritual. Do quanto se pode ser feliz na Terra se forem realizados os compromissos assumidos consigo mesmo. Quisera ter eu a capacidade de ensinar aos meus irmãos e pais o quanto é necessário ser bom , útil e submisso à vontade de Deus. Bendito sejam os que possuem o entendimento da verdade e não necessitam passar pelos campos do sofrimento na vida espiritual. Os que tiram a própria vida sofrem dores pungentes, embora nem todos tenham o mesmo destino. Por obra e graça de Deus eu fui socorrido em tempo curto para os padrões da vida verdadeira e pude refletir sobre meus erros e acertos. Fui atendido nesta casa e hoje fui trazido aqui para ouvir os ensinos do Evangelho e escrever sobre minha experiência. O irmão Mauro quer que eu termine a escrita, pois em outra oportunidade virei novamente trazer outras impressões. Que a graça de Deus cubra de bênçãos este trabalho.

Um suicida agradecido. 
Sociedade de Estudos Espíritas Allan Kardec 

REITERO MEU PEDIDO: EM SUAS PRECES, NÃO ESQUEÇAM DOS NOSSOS IRMÃOS SUICIDAS, PARA QUE LHES CONCEDAM SABEDORIA PELO ERRO COMETIDO E RECOMECEM SUA JORNADA ESPIRITUAL.

Dica do dia:


Seleção de música espírita...


Pra vc ouvir e relaxar...

Sem fanatismo

Uma das causas que muito tem contribuído para lançar o descrédito sobre a Doutrina Espírita é a credulidade absoluta, a qual muitas pessoas dão às palavras dos Espíritos. Essa credulidade irracional não deve, porém, existir. E quem conhece a Doutrina no seu cerne e não pela rama, sabe bem disso. Não deve haver crença na infalibilidade dos Espíritos em geral. É preciso, primeiramente, saber a identidade do Espírito. Se o homem espírita não procura racionar e deixa-se levar pelas errôneas ideias dos Espíritos de má fé ou ignorantes, arrisca-se a cometer muitos erros graves. E assim acontece porque os Espíritos, como os homens, estão colocados em variados graus de evolução intelectual e moral. E se uns têm condições de orientar seus semelhantes, outros pelas suas limitações dão palpites desarrazoados. Na Terra, cada homem está habilitado a responder sobre a matéria da sua profissão. E os mais experientes podem dar conselhos sensatos sobre questões morais e sociais de alta relevância, uma vez que eles têm idade suficiente para possuírem a circunspeção necessária a homens de critério. Se os dizeres de um Espírito não se enquadrarem nos princípios evangélicos, ou revelarem uma índole frívola ou interesseira, sem dúvida deve-se discordar do seu conselho e, até mesmo, refutá-lo. Não há nisso desrespeito algum ou desconsideração. Mas, se nos vem um conselho partido de um Espírito de categoria, que bem conheçamos, devemos segui-lo. 

 Lenita Livro – Luz em Gotas

Não se esqueçam...


Dívida e Resgate (palestra)


Perante os fatos do momento...

“Vede que ninguém dê a outrem mal por mal, segui sempre o bem, tanto uns para com outros, como para com todos”. Paulo (I Tessalonicenses, 5:15) 

Em tempo algum empolgar-se por emoções desordenadas ante ocorrências que apaixonem a opinião pública, como, por exemplo, delitos, catástrofes, epidemias, fenômenos geológicos e outros quaisquer. Acalmar-se é acalmar os outros. Nas conversações e nos comentários acerca de notícias terrificantes, abster-se de sensacionalismo. A caridade emudece o verbo em desvario. Guardar atitude ponderada, à face de acontecimentos considerados escandalosos, justapondo a influência do bem ao assédio do mal. A palavra cruel aumenta a força do crime. Resguardar-se no abrigo da prece em todos os transes aflitivos da existência. As provações gravitam na esfera da Justiça Divina. Aceitar nas maiores como nas menores decepções da vida humana, por mais estranhas ou desconcertantes que sejam, a manifestação dos Desígnios Superiores atuando em favor do aprimoramento espiritual. Deus não erra. Ainda mesmo com sacrifício, entre acidentes inesperados que lhe firam as esperanças, jamais desistir na construção do bem que lhe cumpre realizar. Cada Espírito possui conta própria na Justiça Perfeita 

Escrito por Vieira, Waldo. Da obra: Conduta Espírita. 
Ditado pelo Espírito André Luiz. FEB.

Ser Espírita


Ser Espírita: É ser clemente, é ter a alma de crente sempre voltada pro Bem. É ensinar ao que erra, e entre os atrasos da Terra, não fazer mal a ninguém. É sempre ter por divisa tudo o que é nobre e suavizar o pranto, a dor, a aflição. E fazendo a caridade, evitar a orfandade, o abismo da perdição. Em Deus, é ter sempre crença profunda, sincera, imensa, consubstanciada na Fé. É guardar bem na memória os bons conselhos e a glória de Jesus de Nazaré. É perdoar a injúria, é suavizar a penúria de quem já não tem um pão. É se tornar complacente para o inimigo insolente, tendo por lema: o perdão. Ser Espírita: É ser clemente, é ter alma de crente sempre voltada pro Bem. E entre os atrasos da Terra, não falar mal de ninguém. 

Eurípedes Barsanulpho - 18/1/1914

Não infernize sua vida (palestra)


A Serpente e o Sábio

Contam as tradições populares da Índia que existia uma serpente venenosa em certo campo. Ninguém se aventurava a passar por lá, receando-lhe o assalto. Mas um santo homem, a serviço de Deus, buscou a região, mais confiado no Senhor que em si mesmo. A serpente o atacou, desrespeitosa. Ele dominou-a, porém, com o olhar sereno, e falou: – Minha irmã, é da lei que não façamos mal a ninguém. A víbora recolheu-se, envergonhada. Continuou o sábio o seu caminho e a serpente modificou-se completamente. Procurou os lugares habitados pelo homem, como desejosa de reparar os antigos crimes. Mostrou-se integralmente pacífica, mas, desde então, começaram a abusar dela. Quando lhe identificaram a submissão absoluta, homens, mulheres e crianças davam-lhe pedradas. A infeliz recolheu-se à toca, desalentada. Vivia aflita, medrosa, desanimada. Eis, porém, que o santo voltou pelo mesmo caminho e deliberou visitá-la. Espantou-se, observando tamanha ruína. A serpente contou-lhe, então, a história amargurada. Desejava ser boa, afável e carinhosa, mas as criaturas peseguiam-na. O sábio pensou, pensou e respondeu após ouví-la:  
Mas, minha irmã, ouve um engano de tua parte. Aconselhei-te a não morderes ninguém, a não praticares o assassínio e a perseguição, mas não te disse que evitasses de assustar os maus. Não ataques as criaturas de Deus, nossas irmãs no mesmo caminho da vida, mas defende a tua cooperação na obra do Senhor. Não mordas, nem firas, mas é preciso manter o perverso à distância, mostrando-lhe os teus dentes e emitindo os teus silvos. 

Escrito por Chico Xavier. Da obra: Os Mensageiros. 
Ditado pelo Espírito André Luiz. FEB, 1944.

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

Dica do dia:


Não esqueça nunca de agradecer a Deus pelo milagre da vida que Ele lhe oferece… Desperte… Ouça o pulsar do seu coração, abrace a Vida e deixe ela te abraçar com Amor… Dê a ela um novo sentido e inicie seus projetos de mudança como pessoa… Seja alegria que contagia e olhar que acaricia, permitindo que a Esperança renove seu jeito de enxergar a Vida, pois é no seu modo de olhá-la que reside a Felicidade… Guarde dentro de você apenas o que é bom e permita que sua vida seja sempre intensa, verdadeira e pura de sentimentos.

Irmãos invisíveis (palestra)


Aprenda a escutar

A capacidade de ouvir é resultado de um processo fisiológico que se inicia a partir da 26ª semana de gestação, quando, no ventre materno, a criança passa a perceber sons como, por exemplo, a voz de seus pais. Ouvir é uma aptidão física a qual o ser humano empregará durante toda sua vida. Assim, é coerente dizer que a não ser que alguém tenha uma limitação ou cessação da saúde auditiva, todos ouvirão sons – palavras, acordes musicais, barulhos diversos, enfim. Contudo, especialmente no relacionamento humano, nas atividades que exigem interação com o outro, é preciso mais do que ouvir, é preciso escutar. É que, ao contrário do que muitos pensam, enquanto ouvir é perceber através dos canais auditivos os sons que estão à volta, escutar é o processo de ouvir com interesse, concentrado no que está sendo dito, buscando o significado intrínseco das palavras emitidas por outrem. Destarte, a diferença básica entre uma palavra e a outra é bastante significativa, pois enquanto ouvir é uma aptidão física, escutar é uma disposição mental positiva, proativa, na intenção de atribuir às palavras um sentido aprofundado. Por isso é preciso aprender a escutar. É preciso prestar atenção para que sejamos capazes de interpretar o mais fielmente possível o que está sendo dito. Nesse sentido, relacionamentos produtivos comumente são os que se baseiam no diálogo, criando um intercâmbio de ideias, compreensões, conhecimentos e sentimentos. E para haver diálogo deverá existir aquele que fala e aquele que escuta, alternadamente, com cuidado e interesse, buscando alcançar além das palavras, enxergando a alma. Aliás, na parábola do semeador, Jesus encerra suas explicações pronunciando sugestiva observação: “aquele, porém, que recebe a semente em boa terra, é aquele que escuta a palavra, que nela presta atenção e produz frutos, e rende cem, ou sessenta, ou trinta por um”. (Mateus, 13:18 a 23) Também disse na mesma parábola “quem tem ouvidos para ouvir, ouça”, ou seja, perceba além do que está sendo dito, compreenda meus ensinamentos, minhas lições, para que sua vida seja espiritualmente mais proveitosa. Num mundo onde as fronteiras físicas e a distância são derrubadas pela comunicação tecnológica, urge reavaliar comportamentos. Muitos só querem falar, ouvir sem dar atenção, sem sentir amor, sem escutar.

Fonte: Portal do Espírito

Reforma íntima...


É de coração aberto, que Deus espera a realização da nossa reforma íntima, para que a Ele possamos nos assemelhar. Por ainda sermos imperfeitos, pode até ser difícil fazermos as mudanças necessárias, mas não é impossível, não podemos deixar de tentar, porque somente com essa reforma e renovação, poderemos de forma satisfatória, cumprir nossa missão na Terra. Reformar-se interiormente significa extinguir de nossa vida vícios morais e materiais, nos permitindo assim uma transformação para o bem, por que a reforma íntima proporciona essa dádiva para vivermos em harmonia com nossos sentimentos e ações, nos tornando pessoas melhores a cada dia.

Nosso pensamento cria a vida que procuramos (palestra)


São chegados os tempos?

São chegados os tempos? Para os que em nada crêem, essas palavras não têm qualquer legitimidade e não lhes toca a consciência. Para a maioria dos crentes, elas apresentam qualquer coisa de místico e de sobrenatural, prenunciadoras da subversão das leis da Natureza. Para Kardec, as duas posições são errôneas: "a primeira, porque envolve uma negação da Providência; a segunda, porque tais palavras não anunciam a perturbação das leis da Natureza, mas o cumprimento dessas leis." 
Inteligentemente consignado no Jornal O Imortal por Astolfo Olegário "O futuro a Deus pertence e nem mesmo Jesus se atreveu a precisá-lo. "O advento do mundo de regeneração não se dá nem se completa em pouco tempo. Que a transição de planeta de provas e expiações para regeneração já começou, não padece dúvida. Na Revista Espírita há inúmeras informações que o atestam. O equívoco é datar, é precisar, é fixar uma época em que tal processo estará concluído." A rigor, todas as leis da Natureza são obras eternas do Criador, não de uma vontade acidental e caprichosa, mas de uma vontade imutável. "Quando a Humanidade está madura para subir um degrau, pode dizer-se que são chegados os tempos marcados por Deus." A Terceira Revelação não inventa a renovação social; "a madureza da Humanidade é que fará dessa renovação uma necessidade. Pelo seu poder moralizador, por suas tendências progressistas, pela amplitude de suas vistas, pela generalidade das questões que abrange, o Espiritismo é mais apto do que qualquer outra doutrina, a secundar o movimento de regeneração; por isso, é ele contemporâneo desse movimento." A evolução dos mundos habitados ocorre no mesmo ritmo da dos seres que habitam em cada um deles. Os mundos habitados, segundo o Espiritismo, podem ser classificados como: Mundos primitivos, destinados às primeiras encarnações do Espírito; Mundos de expiação e provas, onde domina o mal entre os Espíritos; Mundos de regeneração, nos quais os Espíritos ainda têm o que expiar; Mundos ditosos, onde o bem sobrepuja o mal e os Mundos celestes ou divinos, onde exclusivamente reina o bem. Na condição de expiação e provas, a Terra viveu "Época de lutas amargas, desde os primeiros anos deste século, a guerra se aninhou com caráter permanente em quase todas as regiões do planeta. A Liga das Nações, o Tratado de Versalhes, bem como todos os pactos de segurança da paz, não têm sido senão fenômenos da própria guerra, que somente terminarão com o apogeu dessas lutas fratricidas, no processo de seleção final das expressões espirituais da vida terrestre.". O Século XX, recentemente findo, foi, sem dúvida, o século mais sangrento de todos. Após a Segunda Guerra Mundial, já tivemos 160 conflitos bélicos e 40 milhões de mortos. Se contabilizarmos desde 1914, estes números sobem para 401 guerras e 187 milhões de mortos, aproximadamente. Apesar de terroristas agirem em toda parte, tropas se confrontarem em muitas regiões, a economia se descontrolar, sistemas e valores entrarem em colapso, instituições tradicionais como a Igreja e a Família serem violentamente abaladas, teóricos pregarem o fim da História, não faltam as vozes otimistas que apregoam um porvir renovado sob a luz de uma nova era. Não há como se desconhecer a violência que assola a Humanidade terrestre. Ela está presente no trânsito, destruindo vidas e mutilando corpos; na prostituição infanto-juvenil, sob o assédio dos malfeitores; na polícia, subvertendo suas obrigações patrióticas de proteger e auxiliar o povo, por interesses pessoais e mesquinhos; nas drogas, levando os jovens à dependência dessas substâncias alucinógenas; nas religiões, onde fanáticos insanos lutam e se aniquilam, disputando qual o "deus" mais forte e mais poderoso; no lar, pela intolerância dos pais para com os filhos e vice-versa, dispensando o diálogo fraterno, que, se houvesse, faria de suas vidas uma tranqüila experiência de coabitar com amor. Percebemos que há um grande número de pessoas aderindo às sugestões do mal, por simples ignorância. Estas, serão renovadas no desdobramento de suas experiências, particularmente com a magna dor, em reencarnações regeneradoras. O problema maior está com aqueles em que o mal predomina nas entranhas de seus corações, o que constitui uma minoria. Estes, pela lei da seleção natural dos valores morais, serão expurgados do nosso convívio, assim que houver chegado a hora. Temos a impressão de que os atos violentos, praticados por mentes insanas, banalizam-se no curso do tempo, mas, apesar de essa violência sufocar, confundir, assustar e cercear o homem na sua liberdade de ir e vir, nunca se assistiu, em todos os tempos, tantas pessoas boas e pacíficas, mobilizarem-se em prol de programas assistenciais aos irmãos menos afortunados, trabalhando voluntariamente por um mundo melhor e mais justo e com total desprendimento e espírito cristão. É claro que não podemos desconsiderar os perigos reais que nos cercam: desastres nucleares; o buraco na camada de ozônio; o desmatamento desordenado de nossas florestas; a poluição das nossas límpidas águas, etc., mas se olharmos o momento em que vivemos sob a ótica da revelação espírita, teremos motivos suficientes para crer que o desespero e desesperança, conseqüentes do pessimismo que prevalece atualmente entre os homens, precisam ser substituídos pela ação eficaz. A Terra está entrando em uma fase de transição para Mundo de regeneração, obedecendo às leis naturais de evolução. Mensagens da espiritualidade que nos vêm sendo transmitidas no movimento espírita, desde o final do Século XX, têm confirmado tal fato, e o homem não há como vetar os Decretos de Deus. Percebe-se que, atualmente, tudo está se transformando muito rapidamente, trazendo mais conforto e melhor qualidade de vida ao habitante da Terra. A dor física está, relativamente, sob controle; a longevidade ampliada; a automação da vida material está cada vez maior, em face da tecnologia fascinante, especialmente na área da comunicação e informática. Quando poderíamos imaginar, por exemplo, há 50 anos, o potencial da Internet? Já no Século XIX, Kardec asseverava que: "A Humanidade tem realizado, até o presente, incontestáveis progressos. Os homens, com a sua inteligência, chegaram a resultados que jamais haviam alcançado, sob o ponto de vista das ciências, das artes e do bem-estar material." Neste Século XXI, o Planeta passa por um processo acelerado de transformação. É com muito otimismo que percebemos, no tecido social contemporâneo, a gestação de vários investimentos, envolvendo cientistas, filósofos, religiosos e educadores que se inclinam para a formulação de um mundo renovado. Busca-se um novo conceito do homem e um novo ideal de sociedade, alicerçados em paradigmas revolucionários da Nova Física. Se atentarmos apenas para a Informática e para a Medicina, enquanto fatores de progresso humanos a benefício de toda a Humanidade, perceberemos que Deus autorizou aos Espíritos Protetores fazerem aportar, na Terra, os admiráveis avanços científicos que alcançamos. "O Espiritismo, na sua missão de Consolador, é o amparo do mundo neste século de declives da sua História; só ele pode, na sua feição de Cristianismo redivivo, salvar as religiões que se apagam entre os choques da força e da ambição, do egoísmo e do domínio, apontando ao homem os seus verdadeiros caminhos. No seu manancial de esclarecimentos, poder-se-á beber a linfa cristalina das verdades consoladoras do Céu, preparando-se as almas para a nova era." A transição de uma categoria de mundo, para outra, não se processa sem abalos, pois toda mudança gera conflitos. Há um momento em que o antigo e o novo se confrontam, estabelecendo a desordem e uma aparência de caos. " a vulgarização universal do Espiritismo dará em resultado, necessariamente, uma elevação sensível do nível moral da atualidade." Fugindo-se da paranóia de datação do advento do Mundo de Regeneração, se quisermos atuar verdadeiramente, auxiliando o advento de um mundo melhor, tratemos de trabalhar incansavelmente pela divulgação das idéias espíritas, corrigindo as distorções (facilmente observadas) no rumo do movimento que abraçamos, a fim de que os condicionamentos adquiridos em outros arraiais religiosos não venham a contaminar nossa ação, pela também intromissão de atitudes dogmáticas e intolerantes. "Não é possível esperar a chegada do mundo de regeneração de braços cruzados. Até porque, sem os devidos méritos evolutivos, boa parte de nós deverá retornar a esse mundo pelas portas da reencarnação. Se ainda quisermos encontrar aqui estoques razoáveis de água doce, ar puro, terra fértil, menos lixo e um clima estável - se os flagelos previstos pela queima crescente de petróleo, gás e carvão que agravam o efeito estufa - deveremos agir agora, sem perda de tempo." Para habitarmos um mundo regenerado, mister se faz que o mereçamos. Para tanto, urge que pratiquemos a caridade, não restrita apenas à esmola, mas que abranja todas as relações com os nossos semelhantes. Assim, perceberemos que a caridade é um ato de relação (doação total) para com os nossos semelhantes. Desta forma, estaremos atendendo ao chamamento do Cristo, quando disse: "Amarás o senhor teu Deus de todo o coração, de toda a tua alma e de todo o teu espírito; este é o maior e o primeiro mandamento. E aqui tendes o segundo, semelhante a esse: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. - Toda a lei e os profetas se acham contidos nesses dois mandamentos."

Fonte: Instituto Chico Xavier

Deus e sua Sabedoria


Deus, energia vital e onipotente na caminhada de todos… Deus. sabedoria infinita do resgate da bondade e do amor ao próximo… Deus, é o caminho para o conhecimento interno e aprendizado infinito da vida… Deus, é a vida demonstrada em todos os cantos do Universo… Podemos sentir Deus em tudo que nos toca a alma, porque Deus está dentro de cada um de nós. Não adianta sairmos por aí procurando Deus e sua sabedoria se não o aceitamos dentro de nós, quando o aceitamos verdadeiramente conseguimos ver as mãos de Deus a nos amparar e a carregar em seu colo todos os nossos irmãos que sofrem. Deus jamais nos abandona, porque sabe de nossas mazelas e dos nossos mais íntimos sentimentos e pensamentos. Sejamos atentos ao seu chamado para a sua aceitação, porque só assim saberemos quem realmente somos e que caminho no aprendizado da vida seguir.

A importância da prece nas dificuldades (palestra)


Calamidades e Provações

O homem desejou recursos para mais facilmente abrir estradas e a Divina Providência lhe suscitou a ideia de reunir areia e nitroglicerina, em cuja conjugação despontou a dinamite. A comunidade beneficiou-se da descoberta, no entanto, certa facção organizou com ela a bomba destruidora de existências humanas. O homem pediu veículos que lhe fizessem vencer o espaço, ganhando tempo, e o amparo Divino ofereceu-lhe os pensamentos necessários à construção das modernas máquinas de condução e transporte. Essas bênçãos carrearam progresso e renovação para todos os setores das aquisições planetárias, entretanto, apareceram aqueles que desrespeitam as leis do trânsito, criando processos dolorosos de sofrimento e agravando débitos e resgates, nos princípios de causa e efeito. O homem solicitou apoio contra a solidão psicológica e a Eterna Bondade, através da ciência, lhe concedeu o telégrafo, o rádio e o televisor, aproximando as coletividades e integrando no mesmo clima de aperfeiçoamento e cultura. Apesar disso, junto desses nobres empreendimentos, surgiram aqueles que se valem de tão altos instrumentos de comunicação e solidariedade para a disseminação da discórdia e da guerra. O homem rogou medidas contra a dor e a Compaixão Divina lhe enviou os anestésicos, favorecendo-lhe o tratamento e o reequilíbro no campo orgânico. Ao lado dessas concessões, porém, não faltam aqueles que transformam os medicamentos da paz e da misericórdia em tóxicos de deserção e delinqüência. O homem pediu a desintegração atômica, no intuito de senhorear mais força, a fim de comandar o progresso, e a desintegração atômica está no mundo, ignorando-se que preço pagará o Orbe Terrestre, até que essa conquista seja respeitada fora de qualquer apelo à destruição. Como é fácil de observar, Deus concede sempre ao homem as possibilidades e vantagens que a Inteligência Humana resolve requisitar à Sabedoria Divina. Por isso mesmo, as calamidades que surjam nos caminhos da evolução no mundo, não ocorrem obviamente, sob a responsabilidade de Deus. 

Emmanuel - (‘Busca e acharás’ - Francisco Cândido Xavier)

terça-feira, 30 de julho de 2019

Nada é por acaso


Oração aos bons espíritos


Resistência ao mal

“Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal.” Jesus. (MATEUS, 5:39.) 

Os expoentes da má-fé costumam interpretar falsamente as palavras do Mestre, com relação à resistência ao mal. Não determinava Jesus que os aprendiz es se entregassem, inermes, às correntes destruidoras. Aconselhava a que nenhum discípulo retribuísse violência por violência. Enfrentar a crueldade com armas semelhantes seria perpetuar o ódio e a desregrada ambição no mundo. 
O bem é o único dissolvente do mal, em todos os setores, revelando forças diferentes. Em razão disso, a atitude requisitada pelo crime jamais será a indiferença e, sim, a do bem ativo, enérgico, renovador, vigilante e operoso. Em todas as épocas, os homens perpetraram erros graves, tentando reprimir a maldade, filha da ignorância, com a maldade, filha do cálculo. E as medidas infelizes, grande número de vezes, foram concretizadas em nome do próprio Cristo. Guerras, revoluções, assassínios, perseguições foram movimentados pelo homem, que assim presume cooperar com o Céu. No entanto, os empreendimentos sombrios nada mais fizeram que acentuar a catástrofe da separação e da discórdia. Semelhantes revides sempre constituem pruridos de hegemonia indébita do sectarismo pernicioso nos partidos políticos, nas escolas filosóficas e nas seitas religiosas, mas nunca determinação de Jesus. Reconhecendo, antecipadamente, que a miopia espiritual das criaturas lhe desfiguraria as palavras, o Mestre reforçou a conceituação, asseverando: “Eu, porém, vos digo…” O plano inferior adota padrões de resistência, reclamando “olho por olho, dente por dente”… Jesus, todavia, nos aconselha a defesa do perdão setenta vezes sete, em cada ofensa, com a bondade diligente, transformadora e sem-fim.