terça-feira, 27 de maio de 2014

Espiritismo: Religião e Liberdade

O Espiritismo Cristão é uma religião de homens livres, uma religião de verídica liberdade, porque o espírita legítimo aprende, na Doutrina codificada por Allan Kardec, que o homem somente é verdadeiramente livre quando consegue libertar-se dos preconceitos, do egoísmo, da ambição malsã, do espírito de revolta, da maledicência, da mentira, do fanatismo, etc. 

É livre quando exerce a bondade, a tolerância, o amor ao próximo, mostrando-se solidário com todas as criaturas, predisposto sempre à prática da caridade indistinta, a servir sem esperar compensação, seguindo a trilha traçada por Jesus e tão bem sintetizada no “Sermão do Monte”. 

Quando adquirimos a convicção de que podemos, por exemplo, suportar impertinências e até insultos, sem perder a serenidade, compreendendo que o mal não está em quem é agredido e insultado sem motivo, mas naquele que, movido ainda por instintos inferiores, age sem reflexão, pronto a destruir, como javali furioso que investe contra a árvore que encontra em sua corrida alucinada e feroz.

Não se pense que o Espiritismo seja uma escola de múmias, capaz de transformar o homem num ser apático e passivo diante da vida, porque nele incute a necessidade de exemplificar a humildade. 

Nem se considere também a humildade cristã como um rebaixamento da espécie humana, porque, na realidade, quando bem compreendida, ela constitui um meio de educação da vontade, dá ao homem o domínio de si mesmo, capaz de considerar sem qualquer valor as expressões de ira de adversários mais dignos de piedade do que de raiva. 

O exercício da humildade fortalece o homem, porque o torna invulnerável a certos conceitos errados de honra, pois a verdadeira honra é inatingível por aqueles que possuem a alma enodoada de ideias falsas e traiçoeiras.

Nossa Doutrina prepara o homem e a mulher para a vida terrena e também para a vida espiritual. No tocante à humildade, ensina-nos a ser comedidos, discretos, modestos, sem vaidade nem orgulho, mas, em contrapartida, prestativos, assíduos no bem, permanentes na caridade e no amor. 

Aliás, Jesus entendia a caridade como “benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas”. E em “O Livro dos Espíritos” lê-se esta lição prodigiosamente bela: “O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça, pois amar o próximo é fazer-lhe todo o bem que nos seja possível e que desejáramos nos fosse feito. Tal o sentido destas palavras de Jesus: Armai-vos uns aos outros como irmãos.”

O Espiritismo educa o homem, não para o temor a Deus, mas para o amor a Deus. Erige a fraternidade com a condição imprescindível ao bem-estar doméstico e social, repudiando a violência por incompatível com o bem. 

Considera o egoísmo como um dos grandes males da Terra, apontando o Evangelho em Espírito e Verdade como a luz que tirará as trevas da alma e fará este planeta redimir-se dos erros dos homens. 

Mostra ainda, através dos ensinos dos Espíritos, que a pessoa humana deve ser preservada da corrupção ideológica que a anula, desconhecendo o indivíduo para somente levar em conta a massa, dirigível e sem vontade, subordinada à influência negativa e homicida de líderes divorciados de Deus, que mistificam as massas, destruindo a personalidade humana. 

Mas as coletividades humanas não foram criadas para figurarem extensos rebanhos tangidos por indivíduos audaciosos e maus. Se cada criatura humana não consegue conservar sua personalidade, mesmo quando partilha de qualquer grupo, então sofre a mutilação da sua vontade, perde a sua legítima liberdade pessoal, deixando de pensar por sua cabeça, deixando de tomar decisões por si mesma, porque há sempre alguém que pensa e age por ela.

Se abdica da sua personalidade para escravizar-se a uma ideia sedutora, mas falsa e traiçoeira, renuncia à sua condição humana, transmudando-se em mero integrante anônimo e abúlico de um rebanho automatizado.

O Espiritismo valoriza o homem, consolida-lhe a personalidade, dele faz uma força individual atuante nas coletividades humanas, porque lhe dá o conhecimento do verdadeiro papel que veio desempenhar na Terra, como Espírito exilado, em busca de reabilitação.

Exalta o valor da família, célula social de inestimável valor. Prova que a ordem não pode subsistir sem a disciplina e que esta é indispensável ao trabalho ordeiro e fecundo. Esclarece o verdadeiro sentido da liberdade, demonstrando que ninguém é livre se não sabe respeitar o seu próximo. 

Não há liberdade quando se age contra alguém. A falsa liberdade leva ao erro e ao crime. 

A verdadeira liberdade edifica e ilumina o homem, exaltando-lhe a personalidade, sem conspurcá-la nem aviltá-Ia. O Espiritismo esclarece o Espírito humano, apontando-lhe o caminho certo, talvez não o mais fácil, mas, sem dúvida, o mais aconselhável, porque é o que nos levará ao Cristo de Deus.

O homem sem Evangelho será sempre um atormentado, um insatisfeito, um cego a tatear numa estrada perigosa em noite tempestuosa. Não façamos, porém, em nenhum caso, o culto da personalidade.

 Aprimoremo-Ia para que melhor possa servir os altos interesses da Humanidade, mas não o elejamos instrumento do egoísmo, porque este tem sido demasiado nocivo. “Somente o trabalho e o sacrifício, a dificuldade e o obstáculo, como elementos de progresso e auto-superação, podem dar ao homem a verdadeira notícia de sua grandeza” esclarece Emmanuel.

Boanerges da Rocha
Reformador (FEB) Fevereiro 1970

quarta-feira, 21 de maio de 2014

Ser Espírita



 É ser clemente, é ter a alma de crente sempre voltada pro Bem. 

É ensinar ao que erra, e entre os atrasos da Terra, não fazer mal a ninguém. 

É sempre ter por divisa tudo o que é nobre e suavizar o pranto, a dor, a aflição. 

E fazendo a caridade, evitar a orfandade, o abismo da perdição. Em Deus, é ter sempre crença profunda, sincera, imensa, consubstanciada na Fé.

 É guardar bem na memória os bons conselhos e a glória de Jesus de Nazaré. 

É perdoar a injúria, é suavizar a penúria de quem já não tem um pão. 

É se tornar complacente para o inimigo insolente, tendo por lema: o perdão. 

 Ser Espírita: É ser clemente, é ter alma de crente sempre voltada pro Bem. 

E entre os atrasos da Terra, não falar mal de ninguém. 

(Eurípedes Barsanulpho - 18/1/1914)

Estrela Oculta

Quando a tempestade da cólera explode o ambiente, despedindo granizos dilacerantes, vemo-la por antena de amor, isolando-lhe os raios, e se o temporal da revolta encharca os que tombam na estrada sob o visco da lama, ei-la que surge igualmente por força neutralizante, subtraindo o lodo e aclarando o caminho. 

Remédio nas feridas profundas que se escondem na alma, ante os golpes da injúria, é bálsamo invisível, lenindo toda chaga. Socorro nobre e justo, é a luz doce da ausência, ajudando e servindo onde a leviandade arroja fogo e fel. 

Filha da compaixão, auxilia sem paga, impedindo a extensão da maldade infeliz... Ante a sua presença, a queixa descabida interrompe-se e para, e o verbo contundente empalidece e morre. 

Onde vibra, amparando, todo o ódio contém-se, e o incêndio da impiedade apaga-se de chofre... Acessível a todos, vemo-la em toda parte, onde o homem cultiva a caridade simples, debruçando-se, pura, à maneira de aroma envolvente e sublime, anulando o veneno em que a treva se nutre... 

Guardemo-la conosco, onde formos chamados, sempre que o mal reponte, delinqüente e sombrio, porque essa estrela oculta, ao alcance de todos, é a prece do silêncio em clima de perdão. 

 Emmanuel

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Instituto a Voz dos Bichos


O Instituto A Voz dos Bichos é uma associação não governamental, sem fins lucrativos,depende das quotas pagas pelos sócios e de donativos que nos são entregues. 

Não temos espaço físico, os animais estão em familias de acolhimento temporário. 

Temos como objetivo melhorar a vida de animais em situação de rua ou risco. 

Se alguém quiser ajudar precisamos de donativos para a alimentação, vermifugação, vacinação, remedios e castração dos animais. 

Também pode contribuir monetáriamente para o Banco do Brasil agência: 2489-9 conta : 38.446-1

Conto com o apoio de todos vcs, e que Deus os abençoe!

Bezerra de Menezes - O filme (vídeo)


A marcha do Espiritismo

Vemos, com tristeza, que grande parte dos religiosos não compreendem, ainda, o sentido verdadeiro dos ensinamentos do Divino Mestre, apesar de decorridos dois milênios de Sua estada entre nós.

 Os templos, em determinados dias, regorgitam-se de fiéis que para lá se dirigem a fim de adorá-Io de maneiras as mais diversas, através de cerimoniais os mais custosos, como se Jesus tivesse baixado à Terra para criar uma seita de Seus adoradores. 

 É de estarrecer a preocupação constante desses nossos irmãos em ampliar, solidificar e enriquecer, indefinidamente, esses templos para, segundo, eles, maior glória de Deus. 

 Com os conhecimentos que possuímos hoje, graças ao Espiritismo, não cremos que os céus andem tão pobres, a ponto de Jesus se comprazer com as gloríolas humanas que Lhe são tributadas, nunca feitas sem sacrifício da gente paupérrima.

 Jesus quer obreiros para a Sua divina seara, e não adoradores. É o que ressalta dos Evangelhos. Daí o nosso dever de cooperarmos com Ele buscando concretizar, na Terra, o Seu ideal divino resumido neste Seu sublime ensinamento: Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo. 

O nosso próximo, como exprime a própria palavra, é aquele que está perto de nós. Pode ser um nosso amigo, ou inimigo; conhecido ou não, os quais, consoante os ensinos de Jesus, devemos amar fazendo-lhes todo o bem ao nosso alcance, ainda que não possamos dedicar afeição a alguns deles.

 O nosso amor deve ser extensivo, ainda, aos seres das escalas inferiores que a Divina Providência colocou junto de nós, a fim de os atendermos em suas necessidades, e transmitir-lhes os atributos humanos para prosseguirem na sua longa caminhada de humanização. 

Quando todos praticarem essa máxima divina, que encerra todos os ensinamentos de Jesus e dos profetas, então estará próximo o Reino de Deus na Terra. Até lá, certamente, muito teremos que ensinar e realizar. 

 Passada que for a negra nuvem que tolda o firmamento do mundo, prenunciadora de terríveis dias para a humanidade, esta, exausta de ódios e de lutas fratricidas geradas pelo egoísmo e pela ambição desenfreada, compreenderá, enfim, o amor exemplificado por Jesus e o abraçará como assecuratório que é da felicidade humana, inutilmente buscada por outros meios. 

Por isso, cremos na proximidade do Reino de Deus na Terra, cujo apressamento vem sendo realizado, a passos de gigante, pelo Espiritismo, ou o Cristianismo Redivivo. 

 Demetri Abrão Nami “Páginas Espiritas” (Ed. Alarico – 1960)

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Compaixão


Escasseia, na atual conjuntura terrestre, o sentimento da compaixão.

 Habituando-se aos próprios problemas e aflições, o homem passa a não perceber os sofrimentos do seu próximo. 

Mergulhado nas suas necessidades, fica alheio às do seu irmão, às vezes, resguardando-se numa couraça de indiferença, a fim de poupar-se a maior soma de dores. 

Deixando de interessar-se pelos outros, estes esquecem-se dele, e a vida social não vai além das superficialidades imediatistas, insignificantes.

 Empedernindo o sentimento da compaixão, a criatura avança para a impiedade e até para o crime. 

 Olvida-se da gratidão aos pais e aos benfeitores, tornando-se de feitio soberbo, no qual a presunção domina com arbitrariedade. 

 Movimentando-se, na multidão, o indivíduo que foge da compaixão, distancia-se de todos, pensando e vivendo exclusivamente para o seu ego e para os seus. 

No entanto, sem um relacionamento salutar, que favorece a alegria e a amizade, os sentimentos se deterioram, e os objetivos da vida perdem a sua alta significação tornando-se mais estreitos e egotistas. 

 A compaixão é uma ponte de mão dupla, propiciando o sentimento que avança em socorro e o que retorna em aflição. 

É o primeiro passo para a vigência ativa das virtudes morais, abrindo espaços para a paz e o bem-estar pessoal. 

 O individualismo é-lhe a grande barreira, face a sua programação doentia, estabelecida nas bases do egocentrismo, que impede o desenvolvimento das colossais potencialidades da vida, jacentes em todos os indivíduos. 

 A compaixão auxilia o equilíbrio psicológico, por fazer que se reflexione em torno das ocorrências que atingem a todos os transeuntes da experiência humana. 

 É possível que esse sentimento não resolva grandes problemas, nem execute excelentes programas. 

Não obstante, o simples desejo de auxiliar os outros proporciona saudáveis disposições físicas e mentais, que se transformarão em recursos de socorro nas próximas oportunidades. 

 Mediante o hábito da compaixão, o homem aprende a sacrificar os sentimentos inferiores e a abrir o coração. Pouco importa se o outro, o beneficiado pela compaixão, não o valoriza, nem a reconheça ou sequer venha a identificá-la. 

O essencial é o sentimento de edificação, o júbilo da realização por menor que seja, naquele que a experimenta. Expandir esse sentimento é dar significação à vida. 

 A compaixão está cima da emotividade desequilibrada e vazia. Ela age, enquanto a outra lamenta; realiza o socorro, na razão em que a última apenas se apiada. 

 Quando se é capaz de participar dos sofrimentos alheios, os próprios não parecem tão importantes e significativos. 

Repartindo a atenção com os demais, desaparece o tempo vazio para as lamentações pessoais. 

 Graças à compaixão, o poder de destruição humana cede lugar aos anseios da harmonia e de beleza na Terra. 

Desenvolve esse sentimento de compaixão para com o teu próximo, o mundo, e, compadecendo-te das suas limitações e deficiências, cresce em ação no rumo do Grande Poder. 

 Divaldo P. Franco. Da obra: Responsabilidade.
 Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.

sábado, 10 de maio de 2014

O Espiritismo ampara e orienta sempre!

O Espiritismo desempenha importantíssimo papel na vida humana, pela facilidade que oferece à intercomunicação do mundo invisível com o mundo físico. 

Sua Doutrina, simples, confortadora e compreensível, esclarece, orienta, educa e ampara a criatura humana através das complexidades terrenas. 

Estabelece ambiente propício ao intercâmbio de ideias entre os dois mundos, favorecendo o trabalho mútuo, regulando e dando aos homens a ajuda ostensiva dos Espíritos, ao mesmo tempo que a estes faculta a contribuição dos trabalhadores terrícolas. 

 Não é assim que procedem alguns credos superados pelos preconceitos que criaram, ao se escravizarem dogmaticamente ou descontrolados por ambições mundanas e políticas. 

O Catolicismo, por exemplo, proíbe a comunicação do mundo físico com o mundo espiritual, proibição estulta e inútil. 
Um católico que perde qualquer pessoa da família ou de suas relações mais afetivas está impedido de senti-la perto de si. 

Para o Catolicismo, morreu, acabou. Não se fala mais nisso, salvo em missas ao preço da tabela. É desdobrar sobre aquele que desencarnou o manto do esquecimento, que significa ingratidão e desamor, e pensar em outra coisa. 

No Espiritismo, não. Nós não cultivamos morbidamente os mortos, porque os sabemos tão vivos quanto nós, embora não revestidos do corpo carnal. 

Nós cultivamos o Espírito e por isso compreendemos que o ambiente espírita favorece a manutenção do sentimento de amor que não é rompido pela morte. 

O Espírito a ela sobrevive e busca as reuniões espíritas na esperança de suavizar as saudades daqueles a quem amaram na Terra. Portanto, o Espiritismo não sufoca esse sentimento afetivo, tão útil à evolução moral da criatura humana: conserva-o, consolando simultaneamente os Espíritos, esclarecendo-os e ajudando-os a compreender o novo estado a que chegaram a obediência a inelutáveis leis de Deus.

 O Catolicismo procede de modo inverso, pondo uma barreira de intransigência entre os dois mundos, evitando de todas as maneiras que o Espírito possa consolar-se da separação verificada com a perda do corpo somático e proibindo, à criatura ferida pela dor de ver partir para o Além um parente ou um amigo, que busque o lenitivo que o Espiritismo oferece e dá. 

O mais que o Catolicismo apresenta é uma promessa sombria de purgatório e inferno, porque o prêmio da vida contemplativa no céu, essa ideia absurda que a teologia cristã herdou do paganismo, só existe para um número muito reduzido de crentes. 

 Se outras diferenças fundamentais não houvesse, demonstrando a superioridade doutrinária do Espiritismo sobre o Catolicismo, esse fato - o da intercomunicação de encarnados e desencarnados - serviria de exemplo do quanto a nossa Religião atende mais ao sentimento afetivo da criatura humana, aproximando o que a morte distanciou, permitindo entendimentos e contatos que atenuam o sofrimento da separação provocada pela morte. 

Graças ao Espiritismo, essa morte não é absoluta, porque podem os chamados mortos comunicar-se com os vivos. Geralmente, depois de desencarnar, o Espírito anseia por voltar à companhia de parentes e amigos, frequentando os lugares a que se habituara quando encarnado. 

Em vez de o Espiritismo persegui-lo, desprezá-lo, escorraçando-o friamente, recebe-o com bondade, esclarecendo-o, buscando confortá-lo e reduzir suas aflições, assim como assiste e ampara os encarnados, consolando-os em virtude da ausência física dos entes amados que transpuseram a imaginária fronteira do Além.

 O Catolicismo, que persegue o Espiritismo e os espíritas, não respeita os sagrados sentimentos da criatura humana, impondo-lhes atitudes que não condizem com a caridade cristã, e rechaça os desencarnados, em vez de ampará-los, quando mais sofrem as consequências da separação material. 

O Espiritismo dá conforto e favorece a reaproximação consoladora, ao mesmo tempo que, por sua Doutrina, opera a elucidação gradual das duas partes, sobre a natureza da vida física, a razão da morte, a vida depois do abandono do corpo carnal. 

Os que foram e os que ficam aprendem a razão de todas essas coisas e passam a encará-las -com uma serenidade exemplar, adotando a atitude mais razoável em cada caso. 

 O Espiritismo não força, persuade pela razão dos próprios fatos e pelo poder da sua Doutrina de paz, amor e caridade. Não estimula a credulidade fácil, pois não deseja que ninguém abdique a liberdade de raciocinar e julgar por si mesmo o que vê, sente, observa e analisa. 

O Espiritismo não quer autômatos nem fanáticos, que creiam sem compreender no que creem. Esta é outra diferença profunda que há entre o Espiritismo e o Catolicismo.

 Léon Denis, em "No Invisível", um de seus magníficos livros, chama-nos a atenção para este pormenor importante: "As revelações de além-túmulo são concordes em um ponto capital: depois da morte, como no vasto encadeamento de nossas existências, tudo é regulado por uma lei suprema." E acrescenta: "Com o Espiritismo, coração e razão, tudo tem sua parte.

 O círculo dos afetos se dilata. Sentimo-nos melhor amparados na prova, porque aqueles que em vida nos amavam, nos amam ainda além do túmulo e nos ajudam a carregar o fardo das misérias terrestres. Não estamos deles separados senão em aparência. 

Na realidade, os humanos e os invisíveis caminham muitas vezes lado a lado, através das alegrias e das lágrimas, dos êxitos e reveses. 

O amor das almas que nos são diletas nos envolve, nos consola e reanima. Cessaram de nos acabrunhar os terrores da morte." 

(Capítulo XI - Aplicação moral e frutos do Espiritismo, ob. cit.) Boanerges das Rocha (Indalício Mendes) Reformador (FEB) Nov 1958

Sobrevivência

Ter o de que se alimentar, onde morar, um trabalho, meios de aperfeiçoar-se intelectualmente etc... tudo isso faz parte da realidade dos Espíritos encarnados, pois, em caso contrário, o corpo físico não consegue manter-se.

 O grande problema para o Espírito encarnado é saber até que ponto deve investir na aquisição e manutenção desses bens e interesses, porque aí é que muitos falham, normalmente acumulando mais do que o necessário para o cumprimento da sua meta reencarnatória. 

 Para cada Espírito está destinado um programa de realizações e, assim, o que é importante para um cumprir sua tarefa, para outro é supérfluo e para um terceiro insuficiente: não há uma medida única para todos.

 Uns têm de ter uma riqueza à sua disposição para desempenhar tarefas na produção de utilidades para a vida das pessoas, outro tem de ter acesso fácil à Cultura para cumprir um trabalho na divulgação do Conhecimento e assim por diante. “Sobreviver” é uma expressão que utilizamos aqui no sentido de conseguir manter-se em condições de cumprir seu programa de trabalho enquanto encarnado.

 A consciência de cada um é que é o único juiz em condições de avaliar se está tudo na medida exata, sem excesso nem supérfluo. 

 A preparação para a vida no mundo terreno deve englobar a consideração sobre esses dados, conjugando-se o que se pretende realizar com os recursos necessários para tanto. 

Jesus, por exemplo, precisou de poucos recursos materiais, pois Sua Missão era totalmente espiritual. 

Chico Xavier precisou de poucos recursos materiais, mas não podia dispensar aqueles relacionados com a produção dos seus livros mediúnicos e assim por diante.

 Espírito J. Piajet Livro: Preparação para a vida feliz no modelo espírita