quinta-feira, 15 de maio de 2014

A marcha do Espiritismo

Vemos, com tristeza, que grande parte dos religiosos não compreendem, ainda, o sentido verdadeiro dos ensinamentos do Divino Mestre, apesar de decorridos dois milênios de Sua estada entre nós.

 Os templos, em determinados dias, regorgitam-se de fiéis que para lá se dirigem a fim de adorá-Io de maneiras as mais diversas, através de cerimoniais os mais custosos, como se Jesus tivesse baixado à Terra para criar uma seita de Seus adoradores. 

 É de estarrecer a preocupação constante desses nossos irmãos em ampliar, solidificar e enriquecer, indefinidamente, esses templos para, segundo, eles, maior glória de Deus. 

 Com os conhecimentos que possuímos hoje, graças ao Espiritismo, não cremos que os céus andem tão pobres, a ponto de Jesus se comprazer com as gloríolas humanas que Lhe são tributadas, nunca feitas sem sacrifício da gente paupérrima.

 Jesus quer obreiros para a Sua divina seara, e não adoradores. É o que ressalta dos Evangelhos. Daí o nosso dever de cooperarmos com Ele buscando concretizar, na Terra, o Seu ideal divino resumido neste Seu sublime ensinamento: Amar a Deus sobre todas as coisas, e ao próximo como a si mesmo. 

O nosso próximo, como exprime a própria palavra, é aquele que está perto de nós. Pode ser um nosso amigo, ou inimigo; conhecido ou não, os quais, consoante os ensinos de Jesus, devemos amar fazendo-lhes todo o bem ao nosso alcance, ainda que não possamos dedicar afeição a alguns deles.

 O nosso amor deve ser extensivo, ainda, aos seres das escalas inferiores que a Divina Providência colocou junto de nós, a fim de os atendermos em suas necessidades, e transmitir-lhes os atributos humanos para prosseguirem na sua longa caminhada de humanização. 

Quando todos praticarem essa máxima divina, que encerra todos os ensinamentos de Jesus e dos profetas, então estará próximo o Reino de Deus na Terra. Até lá, certamente, muito teremos que ensinar e realizar. 

 Passada que for a negra nuvem que tolda o firmamento do mundo, prenunciadora de terríveis dias para a humanidade, esta, exausta de ódios e de lutas fratricidas geradas pelo egoísmo e pela ambição desenfreada, compreenderá, enfim, o amor exemplificado por Jesus e o abraçará como assecuratório que é da felicidade humana, inutilmente buscada por outros meios. 

Por isso, cremos na proximidade do Reino de Deus na Terra, cujo apressamento vem sendo realizado, a passos de gigante, pelo Espiritismo, ou o Cristianismo Redivivo. 

 Demetri Abrão Nami “Páginas Espiritas” (Ed. Alarico – 1960)

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