quinta-feira, 30 de abril de 2020

Sementeira e Construção

Asseverando Paulo a sua condição de cooperador de Deus e designando a lavoura e o edifício do Senhor nos seguidores e beneficiários do Evangelho que o cercavam, traçou o quadro espiritual que sempre existirá na Terra em aperfeiçoamento, entre os que conhecem e os que ignoram a verdade divina. Se já recebemos da Boa Nova a lâmpada acesa para a nossa jornada, somos compulsoriamente considerados colaboradores do ministério de Jesus, competindo-nos a sementeira e a construção dele em todas as criaturas que nos partilham a estrada. Conhecemos, pois, na essência, qual o serviço que a Revelação nos indica, logo nos aproximemos da luz cristã. Se já guardamos a bênção do Mestre, cabe-nos restaurar o equilíbrio das correntes da vida, onde permanecemos, ajudando aos que se desajudam, enxergando algo para os que jazem cegos e ouvindo alguma coisa em proveito dos que permanecem surdos, a fim de que a obra do Reino Divino cresça, progrida e santifique toda a Terra. O serviço é de plantação e edificação, reclamando esforço pessoal e boa-vontade para com todos, porquanto, de conformidade com a própria simbologia do apóstolo, o vegetal pede tempo e carinho para desenvolver-se e a casa sólida não se ergue num dia. Em toda parte, porém, vemos pedreiros que clamam contra o peso do tijolo e da areia e cultivadores que detestam as exigências de adubo e proteção à planta frágil. O ensinamento do Evangelho, contudo, não deixa margem a qualquer dúvida. Se já conheces os benefícios de Jesus, és colaborador dele, na vinha do mundo e na edificação do espírito humano para a Eternidade. Avança na tarefa que te foi confiada e não temas. Se a fé representa a nossa coroa de luz, o trabalho em favor de todos é a nossa bênção de cada dia.

Do livro: Fonte Vida

Destino e Livre arbítrio


Estímulo Fraternal

Não te julgues sozinho na luta purificadora, porque o Senhor suprirá todas as nossas necessidades. Ergue teus olhos para o Alto e, de quando em quando, contempla a retaguarda. Se te encontras em posição de servir, ajuda e segue. Recorda o irmão que se demora sem recursos, no leito da indigência. Pensa no companheiro que ouve o soluço dos filhinhos, sem possibilidades de enxugar-lhes o pranto. Detém-te para ver o enfermo que as circunstâncias enxotaram do lar. Pára um momento, endereçando um olhar de simpatia à criancinha sem teto. Medita na angústia dos desequilibrados mentais, confundidos no eclipse da razão. Reflete nos aleijados que se algemam na imobilidade dolorosa. Pensa nos corações maternos, torturados pela escassez de pão e harmonia no santuário doméstico. Interrompe, de vez em quando, o passo apressado, a fim de auxiliares o cego que tateia nas sombras. É possível, então, que a tua própria dor desapareça aos teus olhos. Se tens braços para ajudar e cabeça habilitada a refletir no bem dos semelhantes, és realmente superior a um rei que possuísse um mundo de moedas preciosas, sem coragem de amparar a ninguém. Quando conseguires superar as tuas aflições para criares a alegria dos outros, a felicidade alheia te buscará, onde estiveres, a fim de improvisar a tua ventura. Que a enfermidade e a tristeza nunca te impeçam a jornada. É preferível que a morte nos surpreenda em serviço, a esperarmos por ela numa poltrona de luxo. Acende, meu irmão, nova chama de estímulo, no centro da tua alma, e segue além… Sê o anjo da fraternidade para os que te seguem dominados de aflição, ignorância e padecimento. Quando plantares a alegria de viver nos corações que te cercam, em breve as flores e os frutos de tua sementeira te enriquecerão o caminho.

Do livro: Fonte Viva

Espiritismo fora do Centro Espírita