domingo, 1 de setembro de 2019

Um irmão suicída

Venho a esta casa falar de minha experiência de vida e morte para cumprir com uma tarefa que a mim foi dada pelos instrutores da colônia onde resido ultimamente. Tive uma vida muito fácil. Jamais senti qualquer dificuldade, tanto em minha infância, quanto mocidade e maturidade.Casei-me cedo, atendendo conveniências sociais e logo percebi o erro, separando-me após certo tempo, pela imaturidade da relação. Depois de minha separação, desencontrei-me completamente entregando-me à solidão, ao álcool e às drogas. Embora todos esses vícios fossem praticados em grupo dentro de um círculo de amigos da sociedade, sentia-me em falta comigo mesmo e algo em mim impulsionava-me para o esclarecimento, como se minha consciência permanecesse alerta por todo o tempo, a me dizer das conseqüências futuras de meu procedimento. Não atendi à voz que me falava ao coração e entreguei-me a uma vida de futilidades, tendo todas as mulheres que almejava, e todas as experiências desejadas por um homem. No entanto, vivia só, mergulhado em grande solidão. Nas noites insones aguardava e desejava ansiosamente que viesse o sono e com ele a morte. Porém tinha medo de cometer o ato desgraçado por pura covardia. Enviei pedido de socorro para muitos de meus amigos, mas eles também estavam na escuridão da ignorância e não compreendiam a razão da infelicidade. Uma noite, não busquei mais o auxílio entre eles, mas nos comprimidos que me deixaram em sono profundo por quase 24 horas para acordar deste lado da vida, completamente só e desesperado. Digo, meus amigos, que o suicídio é forma equivocada de libertação. Aprisiona ainda muito mais e os tormentos experimentados são inigualáveis. Quisera ter eu a capacidade de falar aos meus amigos e familiares sobre a vida espiritual. Do quanto se pode ser feliz na Terra se forem realizados os compromissos assumidos consigo mesmo. Quisera ter eu a capacidade de ensinar aos meus irmãos e pais o quanto é necessário ser bom , útil e submisso à vontade de Deus. Bendito sejam os que possuem o entendimento da verdade e não necessitam passar pelos campos do sofrimento na vida espiritual. Os que tiram a própria vida sofrem dores pungentes, embora nem todos tenham o mesmo destino. Por obra e graça de Deus eu fui socorrido em tempo curto para os padrões da vida verdadeira e pude refletir sobre meus erros e acertos. Fui atendido nesta casa e hoje fui trazido aqui para ouvir os ensinos do Evangelho e escrever sobre minha experiência. O irmão Mauro quer que eu termine a escrita, pois em outra oportunidade virei novamente trazer outras impressões. Que a graça de Deus cubra de bênçãos este trabalho.

Um suicida agradecido. 
Sociedade de Estudos Espíritas Allan Kardec 

REITERO MEU PEDIDO: EM SUAS PRECES, NÃO ESQUEÇAM DOS NOSSOS IRMÃOS SUICIDAS, PARA QUE LHES CONCEDAM SABEDORIA PELO ERRO COMETIDO E RECOMECEM SUA JORNADA ESPIRITUAL.

Dica do dia:


Seleção de música espírita...


Pra vc ouvir e relaxar...

Sem fanatismo

Uma das causas que muito tem contribuído para lançar o descrédito sobre a Doutrina Espírita é a credulidade absoluta, a qual muitas pessoas dão às palavras dos Espíritos. Essa credulidade irracional não deve, porém, existir. E quem conhece a Doutrina no seu cerne e não pela rama, sabe bem disso. Não deve haver crença na infalibilidade dos Espíritos em geral. É preciso, primeiramente, saber a identidade do Espírito. Se o homem espírita não procura racionar e deixa-se levar pelas errôneas ideias dos Espíritos de má fé ou ignorantes, arrisca-se a cometer muitos erros graves. E assim acontece porque os Espíritos, como os homens, estão colocados em variados graus de evolução intelectual e moral. E se uns têm condições de orientar seus semelhantes, outros pelas suas limitações dão palpites desarrazoados. Na Terra, cada homem está habilitado a responder sobre a matéria da sua profissão. E os mais experientes podem dar conselhos sensatos sobre questões morais e sociais de alta relevância, uma vez que eles têm idade suficiente para possuírem a circunspeção necessária a homens de critério. Se os dizeres de um Espírito não se enquadrarem nos princípios evangélicos, ou revelarem uma índole frívola ou interesseira, sem dúvida deve-se discordar do seu conselho e, até mesmo, refutá-lo. Não há nisso desrespeito algum ou desconsideração. Mas, se nos vem um conselho partido de um Espírito de categoria, que bem conheçamos, devemos segui-lo. 

 Lenita Livro – Luz em Gotas

Não se esqueçam...


Dívida e Resgate (palestra)


Perante os fatos do momento...

“Vede que ninguém dê a outrem mal por mal, segui sempre o bem, tanto uns para com outros, como para com todos”. Paulo (I Tessalonicenses, 5:15) 

Em tempo algum empolgar-se por emoções desordenadas ante ocorrências que apaixonem a opinião pública, como, por exemplo, delitos, catástrofes, epidemias, fenômenos geológicos e outros quaisquer. Acalmar-se é acalmar os outros. Nas conversações e nos comentários acerca de notícias terrificantes, abster-se de sensacionalismo. A caridade emudece o verbo em desvario. Guardar atitude ponderada, à face de acontecimentos considerados escandalosos, justapondo a influência do bem ao assédio do mal. A palavra cruel aumenta a força do crime. Resguardar-se no abrigo da prece em todos os transes aflitivos da existência. As provações gravitam na esfera da Justiça Divina. Aceitar nas maiores como nas menores decepções da vida humana, por mais estranhas ou desconcertantes que sejam, a manifestação dos Desígnios Superiores atuando em favor do aprimoramento espiritual. Deus não erra. Ainda mesmo com sacrifício, entre acidentes inesperados que lhe firam as esperanças, jamais desistir na construção do bem que lhe cumpre realizar. Cada Espírito possui conta própria na Justiça Perfeita 

Escrito por Vieira, Waldo. Da obra: Conduta Espírita. 
Ditado pelo Espírito André Luiz. FEB.

Ser Espírita


Ser Espírita: É ser clemente, é ter a alma de crente sempre voltada pro Bem. É ensinar ao que erra, e entre os atrasos da Terra, não fazer mal a ninguém. É sempre ter por divisa tudo o que é nobre e suavizar o pranto, a dor, a aflição. E fazendo a caridade, evitar a orfandade, o abismo da perdição. Em Deus, é ter sempre crença profunda, sincera, imensa, consubstanciada na Fé. É guardar bem na memória os bons conselhos e a glória de Jesus de Nazaré. É perdoar a injúria, é suavizar a penúria de quem já não tem um pão. É se tornar complacente para o inimigo insolente, tendo por lema: o perdão. Ser Espírita: É ser clemente, é ter alma de crente sempre voltada pro Bem. E entre os atrasos da Terra, não falar mal de ninguém. 

Eurípedes Barsanulpho - 18/1/1914

Não infernize sua vida (palestra)


A Serpente e o Sábio

Contam as tradições populares da Índia que existia uma serpente venenosa em certo campo. Ninguém se aventurava a passar por lá, receando-lhe o assalto. Mas um santo homem, a serviço de Deus, buscou a região, mais confiado no Senhor que em si mesmo. A serpente o atacou, desrespeitosa. Ele dominou-a, porém, com o olhar sereno, e falou: – Minha irmã, é da lei que não façamos mal a ninguém. A víbora recolheu-se, envergonhada. Continuou o sábio o seu caminho e a serpente modificou-se completamente. Procurou os lugares habitados pelo homem, como desejosa de reparar os antigos crimes. Mostrou-se integralmente pacífica, mas, desde então, começaram a abusar dela. Quando lhe identificaram a submissão absoluta, homens, mulheres e crianças davam-lhe pedradas. A infeliz recolheu-se à toca, desalentada. Vivia aflita, medrosa, desanimada. Eis, porém, que o santo voltou pelo mesmo caminho e deliberou visitá-la. Espantou-se, observando tamanha ruína. A serpente contou-lhe, então, a história amargurada. Desejava ser boa, afável e carinhosa, mas as criaturas peseguiam-na. O sábio pensou, pensou e respondeu após ouví-la:  
Mas, minha irmã, ouve um engano de tua parte. Aconselhei-te a não morderes ninguém, a não praticares o assassínio e a perseguição, mas não te disse que evitasses de assustar os maus. Não ataques as criaturas de Deus, nossas irmãs no mesmo caminho da vida, mas defende a tua cooperação na obra do Senhor. Não mordas, nem firas, mas é preciso manter o perverso à distância, mostrando-lhe os teus dentes e emitindo os teus silvos. 

Escrito por Chico Xavier. Da obra: Os Mensageiros. 
Ditado pelo Espírito André Luiz. FEB, 1944.