sexta-feira, 25 de julho de 2014

Raciocínio Espírita

Servir onde estivermos e tanto quanto pudermos será sempre o programa para qualquer de nós, tarefeiros encarnados e desencarnados do Evangelho, na faixa de trabalho em que nos situamos.

 A lei do Senhor compreende perfeitamente que disponhas de casa confortável, tão confortável quanto queiras, mas sem relegar à nudez os irmãos esfarrapados que te cruzam a porta; que te banqueteies, tanto quanto desejes, mas sem largar o vizinho morrendo à fome por falta de pão; que te movimentes de carro, tanto quanto te proponhas, mas sem fugir de auxiliar os companheiros do caminho para que não vivam descalços; que ajuntes o dinheiro, por meios justos, no tamanho de teus ideais pra o sustento de tuas realizações, mas sem negar aos irmãos em penúria a sobra de tuas obras; que uses perfumes de tua predileção na esfera da apresentação pessoal, segundo o teu gosto, mas sem deixar o próximo em aflitivas necessidades materiais, desprevenido de sabão para a própria limpeza; que freqüente as diversões dignas, conforme a permissão de tua consciência, tanto quanto puderes, mas sem esquecer de levar, sempre que possível, algumas horas de alegria aos lares em sofrimento. 

Em verdade, não consegues liquidar os problemas e provações que vergastam a Terra, mas podes e deves cooperar com a Lei do Senhor, na extensão da bondade e do socorro, na área de tua própria existência. 

Deus nos dá o máximo de bênçãos, saibamos dar, pelo menos o mínimo de nossas possibilidades. 

Deus nos dá tudo, aprendamos a dar pelo menos um pouco. 

 Albino Teixeira

Reflexão (vídeo)


quinta-feira, 24 de julho de 2014

O Evangelho do Cristo

 Se ouvirdes dizer que o Evangelho de Jesus é a guerra e o derramamento de sangue, eu vos digo em verdade que esse é o Evangelho dos rancorosos e vingativos, mas não o de Jesus, que amou os homens e lhes pregou a paz.

 Se vos disserem que o Evangelho é o fausto, as riquezas e as comodidades dos ministros da palavra, eu vos digo em verdade que esse é o Evangelho dos mercadores do templo, mas não o de Jesus, que recomendou aos seus discípulos a pobreza de coração e o desprendimento dos bens da Terra.

 Se vos disserem que o Evangelho é a água, as mãos levantadas ao céu, as pancadas no peito, as formas e o culto externo, eu vos digo em verdade que esse Evangelho é o dos hipócritas, mas não o de Jesus, que recomendou o amor e a adoração a Deus em espírito e em verdade.

 Se vos disserem que o Evangelho é a resistência às leis e aos princípios que governam os povos, eu vos digo em verdade que esse é e Evangelho dos rebeldes e ambiciosos, mas não o de Jesus, que mandou dar a Deus o que é de Deus, e ao príncipe o que é do príncipe. 

Se vos disserem que o Evangelho é a intolerância, o anátema, a perseguição, a violência e o ódio, eu vos digo em verdade que esse é o Evangelho da soberba e da ira, mas não o de Jesus, que rogava ao Pai de misericórdia pelos seus mortais inimigos. 

Tudo isso foi dito ao povo acerca do Evangelho. Por que estranhais que João fale assim dos doutores e ministros da palavra? 

Porventura julgais que João venha dissimular e esquecer a verdade, que há de ser o alimento espiritual do povo?

 Em verdade vos afirmo que vi aquilo que vos digo, e que vos falo em testemunho da verdade; porque o Evangelho é a verdade - minhas palavras são verdadeiras, em testemunho do Evangelho de Jesus - e o Evangelho de Jesus é o testemunho da verdade das minhas palavras. 

Não estranheis, portanto, que João fale assim dos doutores e dos ministros da palavra. Eis o que digo à igreja pequena: Acuso-te de haver deixado atua primitiva caridade, aquele amor que te ensinou o coração de Jesus, e pelo qual ele morreu na ignorância das gentes, aquele amor puríssimo que abandonaste, para conceber o desejo de domínio, e o da perseguição pelo domínio. 

Fizeste o teu reino neste mundo. Acuso-te de haver abandonado a tua primitiva mansidão, aquela mansidão com que Jesus falava aos que o insultavam e nele cuspiam - e, deixada essa mansidão, te rebelaste contra os príncipes e minaste nas trevas os poderes da Terra. 
Acuso-te de haveres deixado a tua simplicidade primitiva, aquela com que Jesus chamava a si os pequeninos; deixada àquela simplicidade, foste frágil com os poderosos e arrogante com os humildes do infortúnio. Acuso-te de haveres deixado o teu primitivo desinteresse, aquele desinteresse com que Jesus falava dos bens da vida, sem nunca pensares no dia de amanhã  e, deixado esse desinteresse, buscaste amontoar riquezas, como os que se esquecem da vida do Espírito e só visam às comodidades da carne, e, assim, apagaste a fé do coração dos homens que pensam em seu entendimento. Acuso-te de haveres deixado a tua humildade primitiva, aquela humildade com que Jesus se abaixava aos pés dos seus discípulos  e, deixada essa humildade, consentiste que o orgulho se assenhoreasse do teu entendimento, usurpaste as chaves do céu, condenaste, salvaste, e idolatraste a ti mesma, fazendo um deus para o teu próprio entendimento. Igreja pequena! não te maravilhes das palavras de João, antes, medita-as e chora - porque já soa a hora, e o tempo chega de surpresa, como o ladrão. Igreja pequena! recorda-te dos teus princípios, dos que esqueceste. Eu, João, te digo: Teus dias não serão contados, desde que de ti se separou o Espírito de Jesus até à consumação do teu orgulho. Volta a ti; converte-te ao Evangelho de Jesus e põe os teus olhos na misericórdia do Altíssimo Senhor, cuja vontade onipotente dispõe dos céus e da Terra.

 Não vês que as almas mirram em teu seio, como as plantas privadas de água? 

A tua palavra, já não é a benéfica chuva, nem o orvalho consolador, mas sim o sopro frio do setentrião que gela os corações. Igreja pequena! que fizeste da sociedade cristã? 

Olha ao redor de ti mesma, e responde. Volve à tua primitiva caridade, à tua primitiva adoração, à tua primitiva mansidão, ao desinteresse e à humildade dos primeiros tempos do século de Jesus Cristo - e o Espírito de Jesus voltará a ti; serás a sua esposa, e ele o teu esposo, como nesses primeiros tempos. 

Medita e ora - e repelirá o demônio do orgulho que te cega o entendimento; porque, então, conhecerás a lei que vem de Deus.

 Não cerre os ouvidos às palavras de João, igreja pequena! porque, as palavras de João, João as escreve, os homens as lerão, e elas se fixarão na mente e no coração deles. Dormes, Igreja pequena; desperta! Falo aos homens: Jesus é o caminho, a verdade e a vida. Deus é a minha última palavra. A paz seja convosco, irmãos. 

Livro: Roma e o Evangelho

terça-feira, 22 de julho de 2014

Nos problemas da posse


 “Porque nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar dele”. PAULO (Timóteo, 6:7.) 

 Não encarceres o próprio Espírito ao apego aos patrimônios transitórios do plano material que, muitas vezes, não passam de sombra coagulada em torno do coração. 

Observa o infortúnio de quantos se agrilhoaram à paixão da posse, nos territórios do sentimento. Muitos não se contentaram com a própria ruína, convertendo os semelhantes em vítimas dos desvarios a que se confiaram, insanos.

 Supunham-se donos das criaturas que amavam e, ante os primeiros sinais de emancipação a que se mostraram dispostas, não vacilaram em abatê-las sob golpe homicida. Julgavam-se proprietários absolutos de bens passageiros e transformaram as lágrimas dos órfãos e das viúvas em cadeias de fome e vínculos da morte. 

Presumiam-se mandantes exclusivos da autoridade e fortaleceram o império da violência. Superestimavam os próprios recursos e, enceguecidos na megalomania do poder transviado, agravaram, junto de si,os perigos da ignorância e os processos de crueldade. 

Todos eles, porém, dominados pelo orgulho, despertaram, desorientados e infelizes, nas trevas que amontoaram em si mesmos, com imenso trabalho a fazer para a própria libertação.

 Usa as possibilidades da vida, sem a presunção de te assenhoreares daquilo que Deus te empresta. Nessa ou naquela vantagem efêmera, que te felicite o caminho entre os homens, recorda, com o Apóstolo Paulo, que os Espíritos reencarnados não trazem consigo quaisquer propriedades materiais para este mundo e manifesto é que nenhuma delas poderão levar dele. 

 Palavras de vida eterna - Emmanuel (psicografia Chico Xavier)

É sempre fácil...

É sempre fácil examinar as consciências alheias, identificar os erros do próximo, opinar em questões que não nos dizem respeito, indicar as fraquezas dos semelhantes, educar os filhos dos vizinhos, reprovar as deficiências dos companheiros, corrigir os defeitos dos outros, aconselhar o caminho reto a quem passa, receitar paciência a quem sofre e retificar as más qualidades de quem segue conosco... Mas enquanto nos distraímos, em tais incursões a distância de nós mesmos, não passamos de aprendizes que fogem, levianos, à verdade e à lição.

 Enquanto nos ausentamos do estudo de nossas próprias necessidades, olvidando a aplicação dos princípios superiores que abraçamos na fé viva, somos simplesmente cegos do mundo interior relegados à treva...

 Despertemos, a nós mesmos, acordemos nossas energias mais profundas para que o ensinamento do Cristo não seja para nós uma bênção que passa, sem proveito à nossa vida, porque o infortúnio maior de todos para a nossa alma eterna é aquele que nos infelicita quando a graça do Alto passa por nós em vão!... 

 Da obra: Caridade, de Chico Xavier

Para refletir...

É hora de escolher ficar em paz. Só o universo tem o poder de equilibrar as forças da natureza, colocar cada coisa no seu lugar.Fique atenta, perceba a sabedoria da vida e confie no futuro. Tudo que você não sabe resolver, entregue nas mãos de Deus e aceite os desafios com serenidade, para que a solução apareça. A ansiedade, a aflição, impedem o bem de se manifestar. Quando você está em paz universo trabalha em seu favor... 

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Amor e renúncia (Reflexão em vídeo)


Olhe dentro de si

Adianta alguma coisa ficar se preocupando com a "Embalagem" se não existe conteúdo?
Eu acho que não!

Então não perca seu tempo brigando com a balança e o espelho...e mude sim as suas atitudes, a sua forma de tratar aqueles que estão a sua volta, e a sua forma de ver o mundo.

Não queira ser melhor que os outros, mais se transforme numa pessoa melhor, e quando alguma coisa mudar dentro de você positivamente, aquilo que está na sua "embalagem" já não vai ser tão importante. Pode acreditar.

Para refletir...


A hipocrisia existe em qualquer lugar, inclusive dentro do Espiritismo.

Tem pessoas querem ser ouvidas, mais não querem ouvir... Querem ser perdoadas, mais não querem perdoar... 
Onde fica o amor próprio? Onde fica a caridade?
A arrogância não leva ninguém a lugar nenhum!
Então, aproveite o seu tempo e faça a sua parte.

Ninguém é melhor que ninguém! Todos nós estamos aqui para aprender e evoluir, e se você sabe mais que o seu irmão, ensine! 
Não se sinta superior por isso, porque pessoas assim, geralmente termina sua jornada sozinha.


sábado, 5 de julho de 2014

Espiritismo: Religião de liberdade

O Espiritismo Cristão é uma religião de homens livres, uma religião de verídica liberdade, porque o espírita legítimo aprende, na Doutrina codificada por Allan Kardec, que o homem somente é verdadeiramente livre quando consegue libertar-se dos preconceitos, do egoísmo, da ambição malsã, do espírito de revolta, da maledicência, da mentira, do fanatismo, etc. É livre quando exerce a bondade, a tolerância, o amor ao próximo, mostrando-se solidário com todas as criaturas, predisposto sempre à prática da caridade indistinta, a servir sem esperar compensação, seguindo a trilha traçada por Jesus e tão bem sintetizada no “Sermão do Monte”. Quando adquirimos a convicção de que podemos, por exemplo, suportar impertinências e até insultos, sem perder a serenidade, compreendendo que o mal não está em quem é agredido e insultado sem motivo, mas naquele que, movido ainda por instintos inferiores, age sem reflexão, pronto a destruir, como javali furioso que investe contra a árvore que encontra em sua corrida alucinada e feroz.
Não se pense que o Espiritismo seja uma escola de múmias, capaz de transformar o homem num ser apático e passivo diante da vida, porque nele incute a necessidade de exemplificar a humildade. Nem se considere também a humildade cristã como um rebaixamento da espécie humana, porque, na realidade, quando bem compreendida, ela constitui um meio de educação da vontade, dá ao homem o domínio de si mesmo, capaz de considerar sem qualquer valor as expressões de ira de adversários mais dignos de piedade do que de raiva. O exercício da humildade fortalece o homem, porque o torna invulnerável a certos conceitos errados de honra, pois a verdadeira honra é inatingível por aqueles que possuem a alma enodoada de ideias falsas e traiçoeiras.
Nossa Doutrina prepara o homem e a mulher para a vida terrena e também para a vida espiritual. No tocante à humildade, ensina-nos a ser comedidos, discretos, modestos, sem vaidade nem orgulho, mas, em contrapartida, prestativos, assíduos no bem, permanentes na caridade e no amor. Aliás, Jesus entendia a caridade como “benevolência para com todos, indulgência para as imperfeições dos outros, perdão das ofensas”. E em “O Livro dos Espíritos” lê-se esta lição prodigiosamente bela: “O amor e a caridade são o complemento da lei de justiça, pois amar o próximo é fazer-lhe todo o bem que nos seja possível e que desejáramos nos fosse feito. Tal o sentido destas palavras de Jesus: Armai-vos uns aos outros como irmãos.”
O Espiritismo educa o homem, não para o temor a Deus, mas para o amor a Deus. Erige a fraternidade com a condição imprescindível ao bem-estar doméstico e social, repudiando a violência por incompatível com o bem. Considera o egoísmo como um dos grandes males da Terra, apontando o Evangelho em Espírito e Verdade como a luz que tirará as trevas da alma e fará este planeta redimir-se dos erros dos homens. Mostra ainda, através dos ensinos dos Espíritos, que a pessoa humana deve ser preservada da corrupção ideológica que a anula, desconhecendo o indivíduo para somente levar em conta a massa, dirigível e sem vontade, subordinada à influência negativa e homicida de líderes divorciados de Deus, que mistificam as massas, destruindo a personalidade humana. Mas as coletividades humanas não foram criadas para figurarem extensos rebanhos tangidos por indivíduos audaciosos e maus. Se cada criatura humana não consegue conservar sua personalidade, mesmo quando partilha de qualquer grupo, então sofre a mutilação da sua vontade, perde a sua legítima liberdade pessoal, deixando de pensar por sua cabeça, deixando de tomar decisões por si mesma, porque há sempre alguém que pensa e age por ela.
Se abdica da sua personalidade para escravizar-se a uma ideia sedutora, mas falsa e traiçoeira, renuncia à sua condição humana, transmudando-se em mero integrante anônimo e abúlico de um rebanho automatizado.
O Espiritismo valoriza o homem, consolida-lhe a personalidade, dele faz uma força individual atuante nas coletividades humanas, porque lhe dá o conhecimento do verdadeiro papel que veio desempenhar na Terra, como Espírito exilado, em busca de reabilitação.
Exalta o valor da família, célula social de inestimável valor. Prova que a ordem não pode subsistir sem a disciplina e que esta é indispensável ao trabalho ordeiro e fecundo. Esclarece o verdadeiro sentido da liberdade, demonstrando que ninguém é livre se não sabe respeitar o seu próximo. Não há liberdade quando se age contra alguém. A falsa liberdade leva ao erro e ao crime. A verdadeira liberdade edifica e ilumina o homem, exaltando-lhe a personalidade, sem conspurcá-la nem aviltá-Ia. O Espiritismo esclarece o Espírito humano, apontando-lhe o caminho certo, talvez não o mais fácil, mas, sem dúvida, o mais aconselhável, porque é o que nos levará ao Cristo de Deus.
O homem sem Evangelho será sempre um atormentado, um insatisfeito, um cego a tatear numa estrada perigosa em noite tempestuosa. Não façamos, porém, em nenhum caso, o culto da personalidade. Aprimoremo-Ia para que melhor possa servir os altos interesses da Humanidade, mas não o elejamos instrumento do egoísmo, porque este tem sido demasiado nocivo. “Somente o trabalho e o sacrifício, a dificuldade e o obstáculo, como elementos de progresso e auto-superação, podem dar ao homem a verdadeira notícia de sua grandeza” esclarece Emmanuel.

Boanerges da Rocha

Reformador (FEB) Fevereiro 1970