quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Práticas Estranhas no Espiritismo


Sabemos de sobejo, que devemos respeitar crenças, preconceitos, pontos de vista e normas de quaisquer pessoas que não lêem pela nossa cartilha doutrinária. Porém, temos deveres intransferíveis para com a Doutrina Espírita. 

É mister que lhe preservemos os princípios doutrinários com simplicidade e dedicação, sem intolerância, sem radicalismos, mas sem concessões indesejáveis.

 A orientação, a experiência e a prática dos médiuns mais amadurecidos, como Francisco Cândido Xavier e Divaldo Pereira Franco, entre outros, têm nos demonstrado, sempre, a necessidade da vigilância com relação à preservação da pureza dos preceitos básicos da Doutrina Espírita. 

Observamos atônitos, as muitas discussões estéreis em torno de temas como: crianças índigo; se Chico é Kardec (?); ubaldismos, ramatisismos, cromoterapias, e tantos outros enfadonhos "ismos" e "pias", infiltrados no meio espírita. 

Aceita-se o poder curador de cristais, sem a menor reflexão consciente. Confiam, cegamente, nos efeitos das pomadas "mediunizadas", como se essa prática enganosa lhes fosse trazer algum benefício. Promovem-se, nas tribunas, verdadeiros shows da própria imagem, shows esses protagonizados pelos ilustres oradores, que não abrem mão da vaidosa distinção do Dr. antes dos próprios nomes. Criam-se associações com notáveis profissionais de pretensos "espíritas". 

Muitos outros se projetam nos trabalhos assistenciais, para galgarem espaços na ribalta da política partidária. Não é de hoje o fenômeno das práticas exóticas nas hostes doutrinárias, fato esse que faz, realmente, a diferença. Segundo algumas conveniências, propiciam as famosas "churrascadas espíritas", disfarçadas de almoço fraterno, em nome do Cristo (!?), pasmem! 

Confeccionam rifas "beneficentes"; agendam desfiles de moda, "de caráter filantrópico", e, o que é pior, cobram taxas para o ingresso nos eventos espíritas, quais sejam: congressos, simpósios, seminários, e, por aí vai... 

Há um impulso incontrolável para o universo místico de muitos idólatras, que, talvez, leram alguma "coisinha" aqui, e outra ali, sobre a doutrina espírita e se dizem seguidores convictos, quando, na realidade, nada mais são do que "espíritas de fachada". 

Os Benfeitores nos advertem que cabe, a nós, a obrigação intransferível de defender os ensinamentos de Allan Kardec, seja pelo exemplo diário do amor fraterno, seja pela coragem do debate elevado. 

Muitas pessoas têm escrito para o meu e-mail, insistindo no tema - apometria. Informo-lhes, freqüentemente, que a teoria e a prática da técnica apométrica (e suas leis) estão em pleno desacordo com os princípios doutrinários codificados por Allan Kardec. 

Jamais aconselharíamos incluir a apometria no corpo do Departamento Doutrinário e Mediúnico das Casas Espíritas. Sobre essa estranhíssima prática, lamentavelmente, encruada por estas bandas do Centro-Oeste, indagamos aos experts, por que os Espíritos não nos revelaram tal proposta "terapêutica”! quando tiveram, à sua disposição, excelentes colaboradores médiuns, ao longo do século XX? 

Não basta se afirmar "espírita", nem, tampouco, se dizer "médium de qualidade", se essa prática não for exercida conforme preceitua a Codificação Espírita. 

Respaldados nos estudos sistemáticos que fazemos da Doutrina Espírita -e não dispensamos, de forma alguma, esse hábito- esclarecemos, sempre, que a apometria não é Espiritismo, porquanto as suas práticas estão em total desacordo com as recomendações de "O Livro dos Médiuns". 

Com essas bizarras práticas, abrem-se precedentes graves para a implantação de rituais e maneirismos, totalmente, inaceitáveis na prática espírita, que é, fundamentalmente, a doutrina da fé raciocinada.

 Se a apometria é (como afirmam os cansativos discursos dos líderes dessa prática), mais eficiente que a reunião de desobsessão, por que a omissão dos Espíritos Superiores? Por que eles se calaram sobre o assunto? Curioso isso, não? No mínimo, é esquisito. 

O silêncio dos Espíritos Superiores é, sem dúvida, um presságio de que tal prática é de mau agouro, e, por isso mesmo, ela é circunscrita a poucos grupos. Não conquistou a aceitação universal dos espíritos, razão pela qual não conta com a anuência das nossas Casas Espíritas sérias. 

Percebemos que essas mistificações coletivas superlotam alguns Centros Espíritas, em que seus dirigentes vendem a ilusão da "terapia apométrica", como mestres da hipnose, fazendo com que esses centros se tornem um reduto de fanáticos e curadores de coisa nenhuma, o que é lastimável... Por subidas razões, devemos estar atentos às impertinências desses ideólogos quixotescos, dos propagadores dessas terapias inócuas, que pensam revolucionar o mundo da "cura espiritual". 

Até porque, a cura das obsessões não se consegue por um simples toque de mágica, de uma hora para outra, mas é, quase sempre, a longo prazo, não tão rápida como se imagina, dependendo de vários fatores, principalmente, da renovação íntima do paciente. 

Como se não bastasse, ainda, entra em cena, no rol das bizarrices doutrinárias, uma tal "desobsessão por corrente magnética". Isso mesmo! Desobsessão (!?) O uso de energia para afastar obsessores, sem a necessária transformação moral (Reforma Íntima), indispensável à libertação real dos envolvidos nos dramas obsessivos, contradiz os princípios básicos do Espiritismo, pois, o simples afastamento das entidades perseguidoras não resolve a obsessão. 

O confrade Cauci de Sá Roriz lembra, na Revista O Espírita/DF, no artigo "Desobsessão por corrente magnética. É possível?" que "a proposta da corrente magnética parte de uma base falsa, qual seja, a de que o Espiritismo exista para "atender, na prática desobsessiva, a um grande número de pessoas.”. Por essas razões, preocupa-nos a introdução, na prática espírita, de mais esse enxerto estranho – a chamada desobsessão por corrente magnética - assunto que ainda mantém sob hipnose muitos espíritas incautos.

 Repetimos que, sobre o tema, os "Espíritos ainda não enviaram orientação a respeito, por isso, sejamos prudentes!”. O Cristianismo, com a pureza doutrinária do Evangelho e com a simplicidade de organização funcional dos primeiros núcleos cristãos, foi conquistando lenta e seguramente a sociedade de sua época. Porém, com o tempo, sofreu um significativo desgaste ideológico. Corrompeu-se, por força das práticas estranhas ao projeto de Jesus. 

Atualmente, apesar das advertências dos Espíritos e do próprio Allan Kardec, quanto aos períodos históricos e tendências do movimento, os espíritas insistem em cometer os mesmos erros do passado.

 Confrades nossos, não conseguindo se adaptar ao Espiritismo, e, conseqüentemente, não compreendendo e não vivenciando suas verdades, vão, aos poucos, adaptando a doutrina às suas fantasias, aos seus limites morais, corrompendo os textos da Codificação, trazendo, para os centros espíritas, práticas dogmáticas de suas preferências místicas. Falta-lhes, no mínimo, o estudo das obras básicas da Codificação Rivailina. 

Das duas, uma: ou Kardec está sendo colocado em segundo plano, preterido por outras obras não recomendáveis, ou está, totalmente, esquecido - o que é pior. Mas como evitar esse processo? Como agir, ante os centros mal orientados, com dirigentes perturbados, com médiuns obsidiados, com oradores-estrelas? 

Enfim, como agir, diante dos espíritas perturbados e perturbadores? Seria interessante a prática do "lavo as mãos" ou a retórica filosófica do "laissez faire", "laissez aller", "laissez passer"? 

Devemos deixar que os próprios grupos espíritas usem e abusem do livre arbítrio para, por fim, aprenderem a fazer escolhas corretas e adequadas às suas necessidades? 

Não nos esqueçamos de que os inimigos, em potencial, do Espiritismo estão mascarados entre os próprios espíritas. Para encerrar nossas reflexões, atentemos para algumas admoestações de Vianna de Carvalho, através de Divaldo Franco, contidas no livro "Aos Espíritas": “O Espiritismo é a grande resposta para as questões perturbadoras do momento”. 

A sua correta prática é exigência destes dias turbulentos, pois os fantasmas do porvir ameaçam-no e distúrbios de comportamento apresentam-se com muita insistência, parecendo vencer as suas elevadas aquisições. Por motivos óbvios, "o Espiritismo deve ser divulgado conforme foi apresentado por Allan Kardec, sem adaptações nem acomodações de conveniência em vãs tentativas de conseguir-se adeptos". 

É a Doutrina que se fundamenta na razão, e, por isso mesmo, não se compadece com as extravagâncias daqueles que, por meio sub-reptício, em tentando fazer prosélitos, acabam por macular a pureza originária da nossa Doutrina Espírita.

 Não faltam tentativas de enxertos de idéias e convenções, de práticas inconvenientes e de comportamentos que não encontram guarida na sua rígida contextura doutrinal que, se aceitos, conduzir-nos-iam a sérios problemas existenciais, não fosse a nossa convicção de que o Espiritismo veio para ficar, e que de nada valem essas investidas do mal. 

Criar desvios doutrinários, atraindo incautos e ignorantes, causa, sem dúvida, perturbações que poderiam, indiscutivelmente, ser evitadas, se houvesse, por parte dos dirigentes, maior rigor na condução dos trabalhos de algumas Casas Espíritas. Repetimos com Divaldo: "Qualquer enxerto, por mais delicado se apresente para ser aceito, fere-lhe a integridade porque ele [o Espiritismo] é um bloco monolítico, que não dispõe de espaço para adaptações, nem acréscimos que difiram da sua estrutura básica.”. 

Caríssimos irmãos de ideal, cremos ser indispensável à vigilância de cada espírita sincero, para que o escalracho seitista e sutil da invasão de teses estranhas não predomine no seu campo de ação, terminando por asfixiar a planta boa que é, e cuja mensagem dispensa as propostas reformadoras, caracterizadas pela precipitação e pelo desconhecimento dos seus ensinamentos - como adverte Vianna de Carvalho. 

 Jorge Hessen

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Porque não sou Espírita Kardecista

"Porém, nunca o repetirei demasiado, não aceiteis coisa alguma às cegas." 

 É muito comum encontrarmos afirmações do tipo: Espírita Kardecista, Kardecismo. 

Isto cada vez mais, vai se tornando natural no meio Espírita em palestras, jornais e revistas. 

Porem o que me chamou a atenção foi o artigo da jornalista Renata Saraiva no Jornal Valor de 15 de dezembro de 2000, no seu artigo “Loucura e espiritismo no Brasil” a chamada é a seguinte: “Historiadora estuda como a psiquiatria tratou o Kardecismo no início do século”.

 O artigo trata da tese de doutorado da historiadora da Universidade Estadual de Campinas-UNICAMP Angélica Silva de Almeida “A Loucura Espírita no Brasil”. 

Percebam que o termo Kardecismo foi utilizado como sinônimo de Espiritismo, demonstrando que a confusão iniciada no meio espírita começa a atingir também a mídia. 

Isto é tudo que alguns inimigos da Doutrina Espírita querem, pois ela deixaria de ser a revelação dada por uma plêiade de espíritos liderados pelo Espírito da Verdade para ficar resumida em uma única pessoa.

 Antigamente falava-se em espiritismo de mesa branca, espírita de mesa branca e a mesa branca foi substituída por Kardecismo ou Kardecista, alguns centros chegam a incluir em sua denominação Centro Espírita Kardecista. 

Entre os espíritas ainda predomina o aprendizado verbal ouve-se alguém dizer acha-se bonito e vai se repetindo, sem parar para refletir se isto condiz com o que aprendemos, apenas como exemplo já perceberam como o termo carma foi incorporado ao linguajar de alguns “espíritas”. 

O que mais ouvimos é que a leitura do Livro dos Espíritos é muito difícil, por isto esta verdadeira enxurrada de romances, muitos deles com erros graves em relação à Doutrina e são vendidos dentro da própria casa espírita, basta se dizer que o livro é psicografado para se tornar uma obra espírita, mas esta é uma história que fica para uma outra vez. 

Para explicar porque não sou espírita Kardecista, chamo em minha defesa o Sr. Allan Kardec, que sem duvida era o bom senso encarnado e que já imaginando as distorções que poderiam ocorrer fez questão de deixar bem claro logo no primeiro parágrafo da introdução do Livro dos Espíritos o seguinte: “Para se designarem coisas novas são precisos termos novos. 

Assim exige a clareza da linguagem para evitar confusão inerente à variedade de sentidos das mesmas palavras.” e mais a frente estabelece “Os adeptos do Espiritismo serão, Espíritas ou se quiserem Espiritistas. 

Recorro agora a equipe de espíritos responsáveis pelo Livro dos Espíritos, vamos aos prolegômenos deste livro, que nos dizem: “Este livro é o repositório de seus ensinos, foi escrito por ordem e mediante ditado de Espíritos superiores para estabelecer os fundamentos de uma filosofia racional. 

Nada contém que não seja a expressão do pensamento deles e que não tenha sido por eles examinado. 

Só a ordem e a distribuição metódica das matérias, assim como as nota e a forma de algumas partes da redação constituem obra d’aquele que recebeu a missão de os publicar”. 

Portanto a simples leitura da Introdução e dos Prolegômenos, do Livro dos Espíritos já bastaria para que não criássemos termos novos para definir o que já está definido e muito bem definido. Seria interessante ainda aos que se dizem espiritas Kardecista lerem o Capitulo I de A Gênese que trata do Caráter da Revelação Espirita, em especial o item 45 que aqui reproduzimos “A primeira revelação teve a sua personificação em Moisés, a segunda no Cristo, a terceira não a tem em indivíduo algum. 

As duas primeiras foram individuais, a terceira coletiva; aí está um caráter essencial de grande importância. 

Ela é coletiva no sentido de não ser feita ou dada como privilégio de pessoa alguma; ninguém, por conseqüência, pode inculcar-se como seu profeta exclusivo; foi espalhada simultaneamente, por sobre a Terra, a milhões de pessoas, de todas as idades e condições, desde a mais baixa até a mais alta da escala, conforme, esta predição registrada pelo autor dos Atos dos Apóstolos:’Nos últimos tempos, disse o Senhor, derramarei o meu espírito sobre toda a carne; os vossos filhos e filhas profetizarão, os mancebos terão visões, e os velhos, sonhos”.(Atos, cap. II vv. 17,18.) 

Ela não proveio de nenhum culto especial, a fim de servir um dia, a todos, de ponto de ligação.Com base neste item Kardec faz uma nota explicando o seu papel “neste grande movimento de idéias”. 

Neste mesmo livro no Cap. XVII, Predições do Evangelho item 40, podemos ler: “Não é uma doutrina individual, uma concepção humana; ninguém pode dizer-se seu criador. É o produto do ensino coletivo dos espíritos, ao qual preside o Espírito de Verdade “. 

E no rodapé da pagina joga uma pá de cal sobre este assunto, escrevendo o seguinte: ”Todas as doutrinas filosóficas e religiosas trazem o nome da individualidade fundadora: o mosaismo, o cristianismo, o maometismo, o budismo, o cartesianismo, o furierismo, san-sinomismo, etc. A palavra Espiritismo ao contrário, não lembra nenhuma personalidade, ela encerra uma idéia geral, que indica, ao mesmo tempo, o caráter e a fonte múltipla da doutrina”. 

Portanto baseado em tudo que aprendi até agora, sou Espírita e ponto final.

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Sem fanatismo

Uma das causas que muito tem contribuído para lançar o descrédito sobre a Doutrina Espírita é a credulidade absoluta, a qual muitas pessoas dão às palavras dos Espíritos. 

Essa credulidade irracional não deve, porém, existir.

 E quem conhece a Doutrina no seu cerne e não pela rama, sabe bem disso. 

Não deve haver crença na infalibilidade dos Espíritos em geral. 

É preciso, primeiramente, saber a identidade do Espírito. Se o homem espírita não procura racionar e deixa-se levar pelas errôneas ideias dos Espíritos de má fé ou ignorantes, arrisca-se a cometer muitos erros graves. 

E assim acontece porque os Espíritos, como os homens, estão colocados em variados graus de evolução intelectual e moral. 

E se uns têm condições de orientar seus semelhantes, outros – pelas suas limitações – dão palpites desarrazoados. 

Na Terra, cada homem está habilitado a responder sobre a matéria da sua profissão. E os mais experientes podem dar conselhos sensatos sobre questões morais e sociais de alta relevância, uma vez que eles têm idade suficiente para possuírem a circunspeção necessária a homens de critério.

 Se os dizeres de um Espírito não se enquadrarem nos princípios evangélicos, ou revelarem uma índole frívola ou interesseira, sem dúvida deve-se discordar do seu conselho e, até mesmo, refutá-lo. 

Não há nisso desrespeito algum ou desconsideração. Mas, se nos vem um conselho partido de um Espírito de categoria, que bem conheçamos, devemos segui-lo. 

 (Lenita) Livro – Luz em Gotas

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Aura

Todos os corpos existentes no universo, desde aqueles que são conhecidos do homem na Terra, até aquelas formas ainda desconhecidas pelo homem terreno, em qualquer ser que palpite a alma da vida, o principio inteligente ou a consciência, em qualquer fase da evolução, irradiam uma atmosfera fluídica em volta dessas individualidades, constituída de uma rica variedade policrômica com cambiantes que variam intensamente, que são constituídos de irradiações das diversas camadas do corpo espiritual ou psicossoma.

 Conhecidas com o nome de “aura”, essas irradiações são, por assim dizer, a marca ou o selo do espírito. Por isso é que se torna impossível esconder cada um ou seus sentimentos e as suas qualidades, por se acharem expressos nas variadas camadas áuricas e patentes à visão dos espíritos superiores. 

Normalmente acessível à sensibilidade dos videntes, pode-se percebê-la através de alguns métodos desenvolvidos para o estudo de suas vibrações.

 A aura constitui-se também num reflexo natural da consciência espiritual, estampando através de suas combinações de cores as manifestações de espiritualidade ou as degradantes imagens da perversão do ser. 

 Durante as vivências do espírito, espelha-se, nas irradiações da aura, todos os seus vícios ou virtudes adquiridos ao longo de sua jornada evolutiva, inscrevendo-se, nas células sutilíssimas do perispírito, tanto as nobres e elevadas vibrações de altruísmo, quanto as mais negras e abjetas manifestações de um caráter doentio e pecaminoso.

 O psiquismo em evolução, através das diversas exteriorizações no mundo fenomênico das formas, emite, pelas suas vibrações, essa atmosfera mais ou menos sutil, que impregna o Éter Cósmico com as suas peculiaridades, constituindo isso um registro de toda a vida, no qual os espíritos superiores têm acesso ao passado espiritual, como numa fita magnética de alto potencial de registros.

 Através do estudo das energias da aura, poderão os nossos irmãos ter mais detalhes a respeito das formas-pensamento, das criações fluídicas e clichês mentais, podendo este estudo contribuir grandemente para a Medicina do futuro, quando os homens de ciência utilizarem o elemento psíquico como fonte de diagnóstico ou como objeto dos tratamentos que se realizarão em bases energéticas.

 A fotosfera iridescente que circunda o organismo humano constitui-se de elementos psíquicos e etéricos, manifestando-se em processos intra-atômicos, desenvolvidos na intimidade nas células astrais de que se constitui o psicossoma, tornando-se essa aura na manifestação anímica do espírito, que se expressa em maravilhoso policromismo para expressar a sua elevação ou a sua embrionária condição evolutiva. 

 Em sua variada coloração e efeitos rutilantes, conseguimos identificar o espírito pela aura, em qualquer lugar que se localiza no infinito da criação. 

O estudo das energias da aura é por demais importante para que dele se descuide. 

Aquele que se interessa pelo estudo das manifestações psíquicas deveria ampliar mais o seu conhecimento a respeito dessas energias, que fornecem a identificação segura dos seres que habitam os dois planos da vida. 

Lamentavelmente, os nossos companheiros espiritistas e espiritualistas trocaram o maravilhoso laboratório da ciência experimental pelas interpretações místicas dos fenômenos, acomodando-se com as conquistas já realizadas no passado por eminentes pesquisadores, julgando haver esgotado o material de pesquisa, perdendo-se nos labirintos sombrios da ignorância e do misticismo. 

 Acontece, muitas vezes, que pseudo-médiuns videntes julgam ver as irradiações da aura, dando a sua interpretação pessoal, mística e sem bases cientificas, a respeito de algo de que pouco se conhece, mesmo na teoria. 

Pelo estudo sério e metódico a respeito das energias da aura, poderão os meus irmãos, no futuro, detectar tanto os desequilíbrios psíquicos, emocionais ou físicos, quanto os estados superiores da consciência. 

 Estados alterados de consciência ou simples enfermidades no veiculo periférico de manifestação são igualmente perceptíveis pela aura que se irradia de cada um, cabendo, no entanto, aos meus irmãos, se dedicarem mais intensamente ao seu estudo e entendimento. 

 É interessante que desenvolvam métodos de análise e de experimentação, a fim de descobrirem as leis que regulam a fenomenologia psico-energética. 

Os tempos atuais, quando a ciência espírita está definitivamente estabelecida sob o alicerce inamovível de seus postulados, impõe-se a cada um o dever de divulgar os fatos sobejamente provados e catalogados a respeito das manifestações da alma, preparando o homem para a sua integração cósmica na realidade da vida.

terça-feira, 9 de outubro de 2012

O egoísmo...

...ilude-nos para que tentemos dividir o peso das nossas angústias com os que nos amam.

Às vezes fazemos isso em nome da sinceridade. Puro engano.

Guardemos os espinhos que carregamos na alma e procure-mos envolvê-los com o algodão da fé e da serenidade.

Procure-mos dar aos que nos amam apenas o bem, a alegria, a paz e o amor que conseguimos construir, colocando o bem estar e a felicidade deles acima da nossa.

Essa é a verdadeira maneira de viver.

A vida...

...só nos dá o que é melhor e mais útil à nossa fase de experiência.

Conhecer nossas vidas passadas significaria carregar o peso dos enganos e dos erros que cometemos pela vida a fora.

Um ressentimento, uma falta, uma culpa, estando muito viva dentro de nós e em nossas lembranças, impediria nossa ação no desenvolvimento das nossas virtudes.

Começar de novo, passar temporariamente uma esponja nos problemas passados, aviva nosso otimismo e abre um campo enorme para novas experiências.

*Muitas vezes, há momentos durante a nossa vida, que gostaríamos de poder fazer isso, esquecer, passar uma borracha em tudo e recomeçar.

O homem carrega...

...muitas ilusões e enganos que fatalmente terá que perder.
Deus quer a verdade e ela é mais bela do que imaginamos...ela é luz, progresso, alegria, amor.

No futuro, todos os homens se amarão como irmãos. Por isso, não há nada que permaneça oculto para sempre na face da Terra.

O homem comete deslizes, enganos, crimes ocultamente porque não vendo ninguém por perto acredita-se impune. Não sente o pensamento alheio e por isso acredita-se que ninguém possa perscrutar o seu.

Mas chega para cada um a hora da verdade, quando tudo será revelado e então o arrependimento empurra-os para a reparação.

É nessa hora que, aprendendo a dura lição, queremos esquecer, refazer, e a vida nos conduz de novo à reencarnação.

sábado, 6 de outubro de 2012

A influência do pensamento


Há muitas coisas na vida que não são devidamente consideradas pelos encarnados. 

Uma delas é a influência do pensamento na vida de cada homem (individualmente) e de todas as coletividades (encarnadas e desencarnadas). 

Habituados a viver dos pensamentos alheios, tudo recolhem no subconsciente e transformam em celeiro de joio e trigo ao mesmo tempo, sem perceberem os prejuízos que isso causa. 

Filósofos da Antiguidade afirmavam o que os atuais metapsiquistas repetem hoje: “Tudo quanto entra pelo Espírito tende a sair pelos músculos.” Isso significa que o homem acaba exteriorizando, por atos ou palavras, aquilo que lhe passa pela mente. 

Essa teoria é mais ou menos aceita pela ciência moderna, para a qual a influência do ambiente é importante na formação do caráter do homem. 

Se por um lado é um excesso dizer que “o homem é produto do meio onde vive” – desconsiderando seus valores intrínsecos – por outro lado, é aconselhável evitar os ambientes inferiores, cujas influências negativas agem como inimigos ocultos, a forçar a porta de entrada da mente de cada um. 

Não se pode negar a força comunicativa dos pensamentos, pois o contrário demonstra o hipnotismo – que não é outra coisa senão a influência de um pensamento mais forte sobre outro mais fraco.

 Um fenômeno interessante, nesse sentido, é a formação de estigmas no corpo do feto por influência do pensamento materno.

 Isso tudo significa que o pensamento é algo digno de estudos e cuidados, pelos benefícios ou malefícios que podem ocasionar a cada pessoa. 

No campo físico, o Espírito está para o corpo assim como o combustível está para a máquina. Mas, se o Espírito é que dirige o corpo, este é também influência daquele. A saúde perfeita é o equilíbrio de ambos – corpo e Espírito. 

E os pensamentos que emitimos influenciam não só os encarnados, mas também os desencarnados que pensam do mesmo modo que nós. 

Em determinadas circunstâncias, todos temos exemplos vividos de influências que sofremos, em relação a pensamentos alheios. 

E, salvo raras exceções, todos temos certa inclinação para atrair e alojar pensamentos inferiores. Sabendo disso, devemos procurar sintonizar nossa mente nas faixas positivas do pensamento, procurando nosso aperfeiçoamento pelo Amor, pela Compreensão e pelo Trabalho construtivo.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Oração de São Francisco

Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz. 
Onde houver ódio, que eu leve o amor; 
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
 Onde houver discórdia, que eu leve a união; 
Onde houver dúvida, que eu leve a fé; 
Onde houver erro, que eu leve a verdade; 
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
 Onde houver tristeza, que eu leve a alegria; 
Onde houver trevas, que eu leve a luz. 
Ó Mestre, Fazei que eu procure mais Consolar, que ser consolado; 
compreender, que ser compreendido; 
amar, que ser amado. 
Pois, é dando que se recebe, é perdoando que se é perdoado, 
e é morrendo que se vive para a vida eterna.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

As 5 encarnações de Allan Kardec

Vejamos a trajetória do Espírito Allan Kardec, a quem seremos eternamente gratos pelo muito que nos deixou, com o brilhantismo da sua missão:

 1 - ANO 531 a.C. (vinte e quatro séculos antes de 1869) - Ser extraterreno num planeta da Constelação de Órion. 

 2 - ANO 58 a. C. - 44.a.C. (faixa que vai desde a chegada de Júlio César à Gália, até a sua morte): Allan Kardec, sacerdote druida, na Gália, hoje, França.

 3 - ANO 30 A 37 ( faixa que vai do início do ministério de Jesus até sua crucificação): Quirílius Cornélius, centurião romano, em Jerusalém, Palestina, hoje, Israel.

 4 - ANO 1369 A 1415 (faixa aproximada, pois não é absolutamente certa a data de 1369): Jan Huss, filósofo, reformador religioso, na Boêmia, hoje República Tcheca.

5 - ANO 1804 A 1869: Hippolyte Léon Denizard Rivail, pedagogo, em Lyon, na França. 

Para que um Espírito alcance a evolução de Allan Kardec são necessárias várias encarnações. E assim o foi. 

Antes de renascer pela última, em Lyon, no ano de 1804, o que se sabe é o que o codificador fora um sacerdote druida, na Gália antiga, ao tempo em que Júlio César imperava no mundo. 

Essa notícia quem nos dá é Henri Sausse, o maior biógrafo de Kardec, seu contemporâneo. 

As duas outras biografias são muito curtas e pouco nos dizem de Kardec; uma de Camille Flammarion, constante do discurso que pronunciou à beira do túmulo do mestre (Óbras Póstumas, da FEB); e a outra, divulgada pela Revue Spirit, de maio de 1869.

 Henri Sausse fez excelente trabalho, agora inserido na obra "O que é o Espiritismo?", edição da FEB. Vejamos o que afirma Henri Sausse:

 -"Uma noite, seu Espírito, Z, deu-lhe por um médium, uma comunicação toda pessoal, na qual lhe dizia, entre outras coisas, tê-lo conhecido em precedente existência, quando ao tempo dos druidas. 
Viviam junto nas Gálias, ele se chamava, então, Allan Kardec, e como a amizade que lhe havia votado só fazia aumentar, prometia-lhe esse Espírito secundá-lo na tarefa muito importante a que ele era chamado e que facilmente levaria a termo". 

 Isso ocorre na casa de Emille Charles Baudin, e Z, como se sabe, era a abreviatura de Zéfiro. 

Naquela época, nas Gálias, Allan Kardec era superior a Zéfiro, na hierarquia sacerdotal.

 Em termos de evolução espiritual, Kardec também lhe estaria acima, conforme se lê em Obras Póstumas. 

Em outro trecho de seu trabalho biográfico, Henri Sausse registra:
 -"Sendo o seu nome muito conhecido no mundo científico, em virtude dos seus trabalhos anteriores, e podendo originar uma confusão, talvez mesmo prejudicar o êxito do empreendimento, ele adotou o alvitre de assinar com o nome de Allan Kardec que, segundo lhe revelara o guia, ele tivera ao tempo dos druidas. 

A revelação de Zéfiro, Espírito guia de Rivail, fora altamente benéfica ao movimento que se iniciava, talvez dali tenha partido o toque intuitivo que levaria o famoso discípulo de Pestalozzi a adotar o nome que usara em encarnações precedentes: Allan Kardec".

Pretendendo homenagear o movimento druídico, Allan Kardec escreveu um ano depois do aparecimento de "O Livro dos Espíritos", interessante artigo sobre o Espiritismo entre os druidas, divulgado na Revue Spirit de abril de 1858. 

André Moreil também chama a atenção dos espíritas para essa espécie de homenagem do codificador ao druidismo. Considerando que Júlio César imperou na Gália de 58 a.C. a 44 a.C., é nessa faixa que temos de localizar a encarnação do codificador, àquela época, isto porque conforme esclarecimento anterior pela médium Caroline, fora revelado que tal existência ele vivera ao tempo em que aquele notável guerreiro imperava sobre o mundo, inclusive a Gália. 

Vejamos agora a sua existência no século XIV, encarnando a figura estóica e varonil de Jean de Husinec (Jan Huss que, em tcheco, quer dizer ganso ou pato). 

A notícia dessa outra encarnação foi dada psicograficamente através da médium Ermance Dufaux, no ano de 1857. O registro do fato, que também se achava na livraria de Leymarie e foi copiado por Canuto Abreu, teve, com a invasão nazista, os originais destruídos.

 Jan Huss, reformador tcheco, filho de camponeses, nasceu em Husinec, em 1369. Após ser queimado vivo pela Igreja, por decisão do Concílio de Constança, no ano de 1415, acabou tornando-se herói da Boêmia herética. 

Sua fama não é apenas literária. Descontente das suas preciosas obras, Jan Huss simboliza o ponto de partida de um movimento de idéias.

 Por volta de 1400, Jan Huss sofreu terrível crise religiosa, com o que aprofundou seus estudos do Cristianismo. Foi nomeado, então, pregador da Capela de Belém, em Praga, capital da Boêmia, Carlos IV subiu ao poder e, alimentando as aspirações dos tchecos, acabou favorecendo a revolta de Praga contra os abusos eclesiásticos.

 Jan Huss era abertamente pela reforma e pela preponderância nacional da Boêmia. O tempo correu. Mais tarde, Jan Huss entra em luta contra o papa João XXIII, atacando a venda das indulgências e a política agressiva do Vaticano. 

Jerônimo de Praga se engajou também na luta, mas o Rei de Nápoles estabeleceu a pena de morte para quem ofendesse o papa. 

No dia 6 de fevereiro de 1415, Jan Huss foi, afinal, condenado e logo executado. Conduzido a um terreno baldio, despiram-no, amarraram-no a um poste e queimaram-no vivo. Em meio às labaredas, ouviram-no dizer: "Hoje queimam um pato, mas amanhã virá um cisne de luz que as chamas não alcançarão". 

Atestam os historiadores que Jan Huss era uma alma boa, sensível, piedosa, pulcra e honesta. Deu grande importância à pureza do Cristianismo, pregando sempre que a verdadeira igreja era a do Cristo. 

A outra existência do professor Hippolyte Léon Denizard Rivail passa-se de 30 a 37, quando Jesus exerce na Terra o seu celeste mandato. 

Foram anos de surpresa, de deslumbramento, de paixão e de glória. Ter podido reencarnar nesse período, nessa faixa histórica, é merecimento e prêmio, até mesmo para os que houveram de suportar terríveis provações.

 É natural também que se aceite como apanágio razoável a importância de terem os principais Espíritos responsáveis pela Terra participado, de um modo ou de outro, da pregação de Jesus; em outras palavras, é muito sensato que Kardec, Ghandi, Francisco de Assis, Emmanuel (como senador Públio Lêntulus) e Francisco Cândido Xavier (como Flávia, filha do então senador, segundo o próprio médium), tenham sido contemporâneo do Messias. 

Kardec, nesta época, estava reencarnado e seu nome era Quirílius Cornélius. Seu pai fora soldado, a mãe e os tios habitavam a casa do avô, um rico e sábio filósofo. Esse avô quis fazer de Quirílius Cornélius um sábio, também, mas o pai acabou conduzindo-o à carreira das armas. 

Estagiou pela primeira vez em Massília, nas Gálias; dali foi destacado para servir em Jerusalém, na Judéia, província então governada como é sabido, pelo procurador romano Pôncio Pilatos. Quirílius Cornélius tinha grande facilidade de aprender línguas. Em Jerusalém, passou a ocupar um cômodo na casa de certo Galileu, homem pobre de numerosa família, mas muito honesto. 

Uma de suas filhas, jovem e bonita chamada Abigail, veio a agradar sobremaneira a Quirílius; foi ali, naquela casa e naquele ambiente que ouviu falar pela primeira vez em Jesus, com quem irá posteriormente ter contato pessoal. 

Quem era Quirílius Cornélius? Seria Allan Kardec? Onde se encontram essas informações? Numa obra seríssima, muito bem feita, de grande repercussão mundial, ditada por um respeitável autor espiritual, psicografada por uma médium de excepcionais recursos e, finalmente - o que é importantíssimo - editada sob a chancela da Federação Espírita Brasileira, em tradução de Manuel Quintão.

 Trata-se do livro Herculanum, do conde J. W. Rochester (na realidade, o poeta inglês Hohn Wilmor, desencarnado em 1680, boêmio e cortesão de Carlos II, da Inglaterra.

 A informação sobre Allan Kardec é apresentada de forma muito clara e muito explícita; o ponto essencial se encontra à página 351, da quarta edição, e está vazado nos seguintes termos: "A esses, como conquistá-los? Como encontrar a pista de suas almas? Tu mesmo, tu valoroso centurião que não há muito foste Allan Kardec; tu que na última encarnação te devotasse à fundação de uma doutrina que esclarece e consola a humanidade, quantos dissabores não amargastes? Mais adiante, à página 353: "Depois, o Espírito Kardec ascendeu aos páramos infinitos". 

Com a revelação sobre Quirílius Cornélius, podemos seguir e bater noutra figura referida naquele mesmo livro. Trata-se do eremita João, que aliás, na narrativa de Rochester, é o personagem que interessa.

 Quirílius só surge porque João recorda sua encarnação ocorrida antes, ao tempo de Cristo. A rigor, o personagem de Herculanum é João, o eremita. Vivia ele no ano 79, época da erupção do Vesúvio, numa espécie de gruta, perto da cidade de Herculano. 

Era um homem alto que, comumente, aparecia envolto num hábito cinzento, tinha idade avançada, porém denotando vigor e porte. 

Na história, é uma figura austera, centro dos principais acontecimentos, embora surgindo muito poucas vezes no enredo. 

A referência principal de Rochester está contida a partir da página 191, da edição citada. João, o eremita, aparece narrando à personagem central da história, passagens de sua vida pretérita, quando ainda tinha sido o centurião Quirílius Cornélius. 

Era então o responsável por Jesus, na prisão; mas, como não acreditava na culpa do Salvador, propôs-lhe uma troca; tomaria o seu lugar, deixando que Jesus se evadisse; morreria pelo Cristo. Este, porém, lhe teria respondido: -"Agradeço-te e muito. Aprecio teu devotamento, mas não posso aceitá-lo. 

 Acaso consideras menor o meu sacrifício, se houvera de permanecer neste mundo em que me é tão difícil praticar o bem? Não, amigo, eu deploro a minha sorte, a mesma que tiveram os profetas que me precederam, mortos pelos homens; mas, não suponhas, também que eu desdenhe o sacrifício da tua vida. "Parou com os olhos no vácuo, dando à fisionomia uma feição singular: - "Pois tu hás de morrer por mim, e estou a ver as chamas da fogueira que te espera.. mas, isto não será por agora... Referia-se a Jan Huss, queimado em Constança, em 1415. 

Resumindo: o centurião Quirílius Cornélius quis morrer em lugar do Mestre. Jesus lhe diz, então, que seu sacrifício será aproveitado no futuro, quando reencarnar como Jan Huss. 

No livro de Camille Flammarion, Narrações do Infinito, em tom de diálogo, Lúmen explica a Quaerens inumeráveis aspectos do passado longínquo da Terra e de outros tipos de vidas existentes na criação, há milhares de anos. 

Na narrativa escrita por Camille em 1869, Lúmen descreve a constelação de Órion, onde há um planeta em que os seres não têm a natureza vegetal, nem animal - não poderiam mesmo caber em nenhuma das catalogações terrestres, ou ainda em uma das grandes divisões: reino vegetal e reino animal.. -"Foi lá que conheci o Espírito Cencardo, presentemente na Terra; que publica seus estudos sob o nome de Allan Kardec. 

Durante nossa vida terrena, não nos recordamos de que éramos velhos conhecidos, mas nos sentimos, por vezes, atraídos um para o outro, por singulares aproximações de pensamento. 

Agora que retornou, tal qual eu, ao mundo dos Espíritos, ele se lembra também da singular República de Órion e poder revê-la". KARDEC E NAPOLEÃO: Contam as tradições do mundo espiritual que, na madrugada de 1º de janeiro de 1800, ao se apagarem as luzes do século XVIII, foi reunida na psicosfera próxima a Terra uma imensa assembléia para traçar os destinos da humanidade. Aquela reunião havia sido programada há mais de 300 anos e deveria definir os roteiros dos séculos XIX e XX, inaugurando uma Era nova para a Humanidade. 

Os narradores desse evento asseveram que, naquele momento especial, faziam-se presentes delegações de Espíritos que habitaram as mais diferentes nações da Terra desde as entidades venerandas que precederam a história dos tempos contemporâneos, independente de suas crenças religiosas; todos trabalhando para auxiliar a Lei da Evolução. Foram eles: Krishna, Lao-Tsé, Confúcio, Hermes. 

Como aqueles que viveram na área ocidental, preparando o campo para o pensamento filosófico: Sócrates, Platão, Aristóteles. E outras personalidades que se encarregaram de examinar a realidade da matéria, como: Leucipo, Lucrécio, Demócrito. E a seguir, entidades que precederam o momento grandioso da chegada de Jesus: Salústio, Tito Lívio, Mecenas, Otávio, Ovídio. 

E aqueles que participaram da revolução do pensamento cristão, entre os séculos II e IV: Agostinho, Tertuliano, Orígenes - que constituíram a ideologia do Cristianismo, à luz do platonismo. E a seguir, entidades venerandas que espocaram as luzes da fé em plena noite medieval, até o momento em que se alargaram os horizontes do planeta, com as conquistas náuticas, com as conquistas da cultura, com as conquistas das artes: Michelângelo, Cabral, Cristovão Colombo, Henrique de Sagres, Totticelli. E aqueles que estabeleceram as bases de uma renovação ideológica, através da Renascença, na Poesia, na Música, como Dante e outros - até os grandes pensadores do século XVIII: Voltaire, Montesquieu, Diderot. Todos eles ali estavam representando a cultura, a beleza, a arte, a sabedoria, quando a noite esplendorosa coruscante de estrelas parece cindir, e entidades respeitáveis descem na direção da assembléia, acompanhadas por um coral de vozes que exaltam a Era nova. Está à frente, a personalidade de Júlio César, o conquistador da África, aquele que reduziu o mundo a um departamento do Império Romano. O semblante de César, no entanto, está alterado. Ele agora traz a mente velada por um certo torpor, ostenta a coroa de louros e o manto de púrpura que foi usado por Carlos Magno, quando recebeu das mãos do papa a coroa de governador da Europa. Logo depois dele, a figura luminífera de Jan Huss (João Ganso), que tem o semblante iluminado pela perspectiva de uma grande conquista. Ambos descem ao cenáculo abençoado, e em meio a um silêncio profundo, ouve-se uma voz que diz, suave e grandiosamente: - César, deleguei-te a tarefa de preparar a Terra para o Cristianismo; convidei-te a abrir os horizontes de Roma para a minha chegada; estabeleci as diretrizes dos grandes conquistadores, para que um só idioma se espalhasse pelo mundo - desde a hora de Alexandre Magno, quando preparou o Mediterrâneo, através da língua grega, e tu preparaste os horizontes da Terra, através do latim. Mas, malograste dolorosamente, mergulhaste no prazer sanguissedento de destruição, e o punhal de Brutus arrebatou-te o corpo no momento em que te dirigias ao senado para rogares mais prepotência e mais poder. Hoje, eu te coloquei na indumentária de Napoleão Bonaparte, para que reúnas os estados europeus sob o estandarte da paz, a fim de que o meu mensageiro leve à Terra a mensagem que eu tenho embutido nos corações dos homens, e que os sentimentos vis entorpeceram erigindo as manifestações da teocracia, do absolutismo, do abuso. Eu sei que o mergulho na carne envolve a mente em sombras, mas a ti compete a tarefa de preparar a Terra para ele, o enviado do paracleto, o missionário da Terceira Revelação. Nesse momento, Jan Huss, que foram queimado no século XV, acerca-se de César (já como Napoleão Bonaparte) e curva-se, reverente. A voz transcendental prossegue dizendo: - Ele levará o símbolo da fraternidade, abrirá os caminhos por onde percorrerão as naves da Ciência, e nos seus passos estarão as Artes e a Literatura. Ele será o embaixador da Religião do Amor, que tem por base a Caridade e se fará acolitar por outros mensageiros de minha confiança, para preparar na Terra o advento do Reino dos Céus. Jan Huss levanta-se, dominado pelas lágrimas, contempla o infinito de onde vem a voz que ressoa naquele cenáculo abençoado. As observações penetram na acústica das almas e a pouco a pouco, acercam-se de Napoleão e do grande Jan Huss, seres angelicais que terão a tarefa de preparar o advento da Era nova no planeta terrestre. E à medida que eles sobem ao imenso palanque das exortações, a multidão se levanta e pétalas chovem, originadas de uma região ignota sobre a assembléia transcendental. No dia 3 de outubro de 1804 - dois meses depois que Napoleão Bonaparte se consagrou imperador dos franceses em Notredame (02-08-1804), nasce na Terra, Hippolyte Léon Denizard Rivail, que a humanidade passará a conhecer a partir de 1857, como Allan Kardec, que era Jan Huss reencarnado, para trazer a Doutrina Espírita às almas, inaugurando verdadeiramente o momento grandioso do Cristianismo nos corações. 

Mas antes que este evento se tornasse realidade, no dia 29 de agosto de 1831 em um lugarejo perdido nas terras áridas do Ceará, chamado Riacho do Sangue, reencarna-se um venerando cristão do século II, de nome Quinto Varro, que por amor a Jesus, erguera nas Gálias um lar para crianças órfãs, a fim de atrair a figura cruel do seu filho Taciano, que necessitava de ter modificado o coração, e ali então, num personagem amoroso, ele prepara o advento de salvação para o filho e de doação absoluta à causa de Jesus. Reencarna-se, então Quinto Varro, na indumentária do Dr. 

Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcante, 1600 anos depois, que deve ser uma das estrelas a perpetuar a mensagem de Allan Kardec na Terra, e a fazer que o amor seja realmente a base de toda as afirmações dessa revelação grandiosa, que vem confirmar a lei antiga e vem tornar caridosa a mensagem amorosa de Jesus. Fonte: Palestras de Divaldo Pereira Franco

terça-feira, 2 de outubro de 2012

O alimento espiritual

O professor lutava na escola com um grande problema.
 Os alunos começaram a ler muitas histórias de homens maus, de roubos e de crimes e passaram a viver em plena insubordinação. 

 Queriam imitar aventureiros e malfeitores e, em razão disso, na escola e em casa apresentavam péssimo comportamento. 

Alguns pronunciavam palavrões, julgando-se bem-educados, e outros se entregavam a brinquedos de mau gosto, acreditando que assim mostravam superioridade e inteligência. 

 Esqueciam-se dos bons livros. Zombavam dos bons conselhos.

 O professor, em vista disso, certo dia reuniu todas as classes para a merenda costumeira, apresentando-se uma surpresa esquisita. 

 Os pratos estavam cheios de coisas impróprias, tais como pães envolvidos em lama, doces com batatas podres, pedaços de maçãs com tomates deteriorados e geléias misturadas com fel e pimenta. 

 Os meninos revoltados gritavam contra o que viam, mas o velho educador pediu silêncio e, tomando a palavra, disse-lhes: 

 - Meus filhos, se não podemos dispensar o alimento puro a benefício do corpo, precisamos também de alimento sadio para a nossa alma. 

O pão garante a nossa energia física, mas a leitura é a fonte de nossa vida espiritual.

 Os maus livros, as reportagens infelizes, as difamações e as aventuras criminosas representam substâncias apodrecidas que nós absorvemos, envenenando a vida mental e prejudicando-nos a conduta. 

Se gostamos das refeições saborosas que auxiliam a conservação de nossa saúde, procuremos também as páginas que cooperam na defesa de nossa harmonia interior, a fim de nunca fugirmos ao correto procedimento. Com essa preleção, a hora da merenda foi encerrada.

 Os alunos retiraram-se cabisbaixos. E, pouco a pouco, a vida dos meninos foi sendo retificada, modificando-se para melhor.


Francisco Cândido Xavier. Da obra: Pai Nosso.
 Ditado pelo Espírito Meimei. 
19a edição. Rio de Janeiro, RJ: FEB, 1999.