terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Faça alguma coisa


Quando tiver algum problema, faça alguma coisa! 
Se não puder passar por cima, passe por baixo, passe através, dê a volta, vá pela direita, vá pela esquerda.

Se não puder obter o material certo,vá procurá-lo.
Se não puder encontrá-lo,substitua-o.
Se não puder substituí-lo, improvise.
Se não puder improvisar, inove.

Mas acima de tudo, faça alguma coisa!!
Há dois gêneros de pessoas que
Nunca chegam a lugar nenhum:
As que não querem fazer nada
E as que só inventam desculpas.

Quando o tédio te procurar, vá à escola
da caridade...
Ela te acordará para as alegrias
puras do bem e te fará luz no coração,
livrando-te das trevas que costumam
descer sobre as horas vazias."

Emmanuel

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Manoel Philomeno de Miranda


Manoel Philomeno tomou conhecimento da Doutrina Espírita em 1914 através do médium Saturnino Favila

Na mesma época, conheceu o conceituado espírita baiano José Petitinga, passando a freqüentar a União Espírita Baiana (atual Federação Espírita do Estado da Bahia), fundada em 1915.

Presidia as reuniões mediúnicas e os trabalhos do Grupo Fraternidade, e a partir de 1921 passou a integrar a Diretoria da UEB, função que exerceu até à sua morte. 

Sucedeu a José Petitinga na Presidência da Assembléia Geral da União Espírita Baiana.



sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

O orgulho



Revista Espírita, maio de 1858
DISSERTAÇÃO MORAL DITADA POR SÃO LUÍS À SENHORITA HERMANCE DUFAUX
(19 e 26 de janeiro de 1858.)



 Um orgulhoso possuía alguns hectares de boa terra; estava vaidoso com as pesadas espigas que cobriam o seu campo, e não abaixava senão um olhar de desdém sobre o campo estéril do humilde. Este se levantava ao canto do galo, e passava o dia todo curvado sobre o solo ingrato; recolhia pacientemente as pedras, e ia jogá-las à beira do caminho; revolvia profundamente a terra e extirpava, penosamente, os espinheiros que a cobriam. Ora, seus suores fecundaram seu campo e resultou em puro frumento.

No entanto, o joio crescia no campo do soberbo e sufocava o trigo, enquanto o senhor ia se glorificar da sua fecundidade, e olhava com um olhar de piedade os esforços silenciosos do humilde.

Eu vos digo, em verdade, o orgulho é semelhante ao joio que sufoca o bom grão. Aquele dentre vós que se crê mais do que seu irmão, e que se glorifica de si, é insensato; mas é sábio esse que trabalha em si mesmo, como o humilde em seu campo, sem tirar vaidade da sua obra.

Houve um homem rico e poderoso que detinha o favor do príncipe; habitava palácios, e numerosos servidores se apressavam sobre os seus passos a fim de prevenirem os seus desejos.

Um dia em que suas matilhas forçavam o cervo nas profundezas de uma floresta, percebeu um pobre lenhador que caminhava penosamente sob um fardo de lenha; chama-o e lhe diz:

- Vil escravo! por que passas em teu caminho sem te inclinares diante de mim? Eu sou igual ao soberano, minha voz decide nos conselhos da paz ou da guerra, e os grandes do reino se curvam diante de mim. Sabe que sou sábio entre os sábios, poderoso entre os poderosos, grande entre os grandes, e a minha elevação é a obra das minhas, mãos.

- Senhor! Respondeu o pobre homem, temi que minha humilde saudação fosse uma ofensa para vós. Sou pobre e não tenho senão os meus braços por todo o bem, mas não desejo as vossas enganosas grandezas. Durmo o meu sono, e não temo, como vós, que o prazer do soberano me faça cair em minha obscuridade.

Ora, o príncipe se cansou do orgulho do soberbo; os grandes humilhados se reergueram sobre ele, que foi precipitado do auge do seu poder, como a folha seca que o vento varre do cume de uma montanha; mas o humilde continua pacificamente seu rude trabalho, sem preocupação com o futuro.

Soberbo, humilha-te, porque a mão do Senhor curvará o teu orgulho até o pó!

Escuta! Nasceste onde a sorte te colocou; saíste do seio de tua mãe fraco e nu como o último dos homens. De onde vem, pois, que eleves tua fronte mais alta do que teus semelhantes, tu que nasceste, como eles, para a dor e para a morte?

Escuta! Tuas riquezas e tuas grandezas, vaidades do nada, escaparão das tuas mãos quando o grande dia chegar, como as águas inconstantes das torrentes que o sol seca. Não carregarás de tua riqueza senão as tábuas do teu caixão, e os títulos gravados sobre a tua pedra tumular serão palavras vazias de sentido.

Escuta! O cão do coveiro brincará com os teus ossos, e eles serão misturados com os ossos do mendigo, e o teu pó se confundirá com o dele, porque um dia vós ambos não sereis senão pó. Então amaldiçoarás os dons que recebeste vendo o mendigo revestido com a sua glória, e chorarás o teu orgulho.

Humilha-te, soberbo, porque a mão do Senhor curvará o teu orgulho até o pó.


Pergunta : Por que, São Luís, nos falas em parábolas?
 - R. O espírito humano ama o mistério; a lição se grava melhor no coração, quando procurada.

Pergunta : Pareceria que, hoje, a instrução deva ser dada de um modo mais direto, e sem que haja necessidade da alegoria?
 - R. Encontrá-la-eis no desenvolvimento. Desejo ser lido, e a moral tem necessidade de estar disfarçada sob o atrativo do prazer.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Se a tristeza vier...


...qualquer motivo, faça o seguinte: 

Evite as sombras que ficaram para trás, 
olhe o caminho a sua frente e siga sempre.

Assopre o pensamento triste, deixe escorrer a última lágrima,
vá até o final do poço, mas volte renovado.

Então respire fundo tirando da natureza,
a energia para elevar sua alma.

Abra então a janela, aquela que dá para o vôo dos pardais, 
procure a luz que pisca adiante.

Ao encontrá-la, coloque-a dentro do peito, 
de tal jeito que possa ser notada do lado de fora; 

Espalhe esta luz em torno de si...

Dê amor à todas as criaturas vivas... 

A felicidade é o seu objetivo...

E a paz que você procura será encontrada dentro de você,
onde DEUS deixou um pedacinho de si.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

A identificação nas comunicações espíritas


Trecho da Revista Espírita do ano de 1859 - mês de Setembro
-
"Processo para Afastar os Espíritos Maus".

1. Os Espíritos superiores, como já dissemos em várias ocasiões, têm uma linguagem sempre digna, nobre, elevada, sem qualquer mistura de trivialidade.

Dizem tudo com simplicidade e modéstia, jamais se vangloriam e não fazem ostentação de seu saber nem de sua posição entre os demais.

A dos Espíritos inferiores ou vulgares tem sempre algum reflexo das paixões humanas; toda expressão que denota baixeza, suficiência, arrogância, bazófia ou acrimônia é indício característico de inferioridade e de embuste, caso o Espírito se apresente com um nome respeitável e venerado.

2. Os Espíritos bons não dizem senão o que sabem; calam-se ou confessam a sua ignorância sobre aquilo que não sabem.

Os maus falam de tudo com segurança, sem se incomodarem com a verdade. Toda heresia científica notória, todo princípio que choca a razão e o bom-senso denuncia fraude, desde que o Espírito se apresente como um ser esclarecido.

3. A linguagem dos Espíritos elevados é sempre idêntica, se não quanto à forma, pelo menos quanto ao fundo.

Os pensamentos são os mesmos, quaisquer que sejam o tempo e o lugar. Podem ser mais ou menos desenvolvidos, conforme as circunstâncias, as necessidades e as facilidades de se comunicarem, mas não são contraditórios.

Se duas comunicações, que trazem a mesma assinatura, encontram-se em oposição, uma delas será evidentemente apócrifa, e a verdadeira será aquela onde nada desminta o caráter conhecido do personagem.

Quando uma comunicação apresenta o caráter de sublimidade e de elevação, sem nenhum defeito, é porque emana de um Espírito superior, seja qual for o seu nome; se encerrar uma mistura de bom e de mau, procede de um Espírito vulgar, caso se apresente como é; será de um Espírito impostor se ele se ornar de um nome que não pode justificar.

4. Os Espíritos bons jamais dão ordens; não impõem: aconselham e, se não são ouvidos, retiram-se. Os maus são imperiosos: ordenam e querem ser obedecidos. Todo Espírito que impõe trai a sua origem....

5. Os Espíritos bons não adulam. Aprovam quando se faz o bem, mas sempre com reservas; os maus são pródigos em elogios exagerados, estimulam o orgulho e a vaidade, mesmo pregando a humildade, e procuram exaltar a importância pessoal daqueles a quem desejam apanhar.

6. Os Espíritos superiores estão acima das puerilidades formais em todas as coisas; para eles o pensamento é tudo, a forma nada vale. 

Somente os Espíritos vulgares podem ligar importância a certos detalhes incompatíveis com as idéias verdadeiramente elevadas. Toda prescrição meticulosa é sinal certo de inferioridade e de embuste da parte de um Espírito que toma um nome imponente.

7. É preciso desconfiar dos nomes estranhos e ridículos tomados por certos Espíritos que se querem impor à credulidade; seria supremo absurdo levar esses nomes a sério.

8. Deve-se igualmente desconfiar daqueles que muito facilmente se apresentam com nomes extremamente venerados, e não aceitar suas palavras senão com a maior reserva. 

É sobretudo nesses casos que se torna necessário um severo controle, porquanto muitas vezes é uma máscara que utilizam para nos fazer crer em supostas relações íntimas com os Espíritos de elevada hierarquia. Por esse meio lisonjeiam a vaidade, aproveitando freqüentemente para induzir a atitudes lamentáveis ou ridículas.

9. Os Espíritos bons são muito escrupulosos sobre as providências que podem aconselhar; em todos os casos estas têm sempre um objetivo sério e eminentemente útil. Deve-se, pois, olhar como suspeitas todas as que não tiverem esse caráter, refletindo maduramente antes de adotá-las.

10. Os Espíritos bons só prescrevem o bem. Toda máxima, todo conselho que não estiver estritamente conforme a pura caridade evangélica não pode ser obra de Espíritos bons; acontece o alimentar sentimentos de ódio, de ciúme e de egoísmo.

11. Os Espíritos bons jamais aconselham coisas que não sejam perfeitamente racionais. Toda recomendação que se afaste da linha reta do bom-senso ou das leis imutáveis da Natureza denuncia um Espírito limitado e ainda sob a influência dos preconceitos terrestres; conseqüentemente, pouco digno de confiança.

12. Os Espíritos maus, ou simplesmente imperfeitos, ainda se traem por sinais materiais com os quais não nos poderíamos enganar. 

Sua ação sobre o médium por vezes é violenta,  provocando na sua escrita movimentos bruscos e irregulares, uma agitação febril e convulsiva, que contrasta com a calma e a suavidade dos Espíritos bons.

13. Um outro sinal de sua presença é a obsessão. Os Espíritos bons jamais obsidiam. 

Os maus se impõem em todos os momentos, razão por que todo médium deve desconfiar da necessidade irresistível de escrever que dele se apodera nas ocasiões menos oportunas. Jamais se trata de um Espírito bom, e ele nunca deve ceder.


Allan Kardec

Ser Espírita (vídeo)

Uma reflexão sobre o amor

O amor só nasce no interior do santuário das almas.
Se ele não for encontrado no coração, não adianta procurar o amor fora, ele nunca será encontrado.

O amor não vem de fora para dentro e sim ele vai de dentro
para fora.

O amor habita o interior dos corações, e daí irradia para o
mundo exterior.

Muitas almas sonham em encontrar um grande amor, mas tem o coração cheio de rancor, e amor e rancor, nunca vivem juntos, ou se tem um ou se tem o outro, juntos não se coadunam.

Acredita-se que o amor pode ser dado, e se o for, este amor passa a morar
em outros corações, mas isto nunca acontece.

Pode-se e deve-se dar amor,
mas o amor é um catalisador, ele desperta amores em outros corações.

Quando se dá amor, ele incendeia outros corações fazendo o amor nascer nestes corações. Assim como uma árvore, quando oferta o fruto ele não origina
outra árvore apenas dá a semente que dará outras árvores.

A ilusão faz buscar o amor fora do santuário interno, mas ele, lá nunca
será encontrado, o que se pode encontrar fora é um amor que faz despertar o amor da alma, aí então o amor nasce e floresce no coração.

Muitos buscam o amor, fora de seus santuários, acreditam nesta fascinação,
e buscam o amor, em corações estéreis, em solos calcinados e pobres de nutrientes, e lá nunca o encontrarão, depois sofrem pela desilusão.

Como pode uma alma humana egoísta e má encontrar amor, buscado em jardins
de ciúmes, em canteiros de engodos, em corações gelados? Nunca o encontrarão!

Queres o amor alheio? Primeiro encha teu coração de amor, para que outro
amor seja atraído pelo amor do teu coração!

Amor só mora e convive com outro amor. Se teu coração está vazio de amor, nunca atrairá outro amor. Assim como espécies diferentes não convivem
entre si. O pássaro não convive com outra espécie que não seja de sua natureza.

Um coração egoísta e rancoroso, nunca atrairá outro amor, porque são espécimes diferentes é como água e óleo que nunca se misturam.

Cultivas o amor em teu coração e o mundo te dará amor. Cultivas ódio, e receberás também ódio.

JESUS trouxe o amor como sementeira de luz para ser cultivado nos corações
da humanidade.

Se a semente de amor for plantada no coração humano ela se multiplicará em árvores frondosas, que darão flores e frutos, e muitas sementes que darão mais árvores, frutos e mais sementes.

JESUS veio incendiar corações com fogo de amor, para que estes corações também despertem o amor em outros corações e assim o mundo possa ser uma fogueira de amor!

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

O verdadeiro sentido da vida




O verdadeiro sentido da vida
É ter a impressão que se tem tudo,
mesmo quando falta muito.

É ter esperança mesmo quando a tristeza
insiste em nos alcançar.

É saber a hora de parar
e escolher outros caminhos.

É tentar conhecer um pouco de você.
E expandir tudo que você tem de bom.

É enfrentar as lágrimas,
e, delas buscar um sorriso.

E acreditar que tudo pode acontecer.
E cada experiência é única... E cada amanhecer é mágico.

Desejo à todos vcs:
Paciência para as dificuldades
Tolerância para as diferenças
Benevolência para os equívocos
Misericórdia para os erros
Perdão para as ofensas
Equilíbrio para os desejos
Sensatez para as escolhas
Sensibilidade para os olhos
Delicadezas para as palavras
Coragem para as provas
Fé para as conquistas
E amor para todas as ocasiões...

Um grande abraço

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Períspirito e vestes brancas


Estudar o períspirito e conhecer suas propriedades e funções é uma das mais gratificantes atividades a que pode se dedicar o estudante espírita.

Sob o título “O períspirito descrito em 1805”, Allan Kardec publicou na Revista Espírita de janeiro de 1865 um relato do doutor Woetzel, que causou grande sensação no princípio daquele século.

Durante uma doença de sua mulher, o doutor Woetzel lhe pedira que, em caso de morte, lhe aparecesse em Espírito. Algumas semanas após o decesso, um vento pareceu soprar no quarto, embora estivesse fechado, e, “a despeito da fraca claridade que reinava, Woetzel viu a forma de sua mulher, a dizer-lhe em voz doce:
‘Charles, sou imortal; um dia nos reveremos’.

A mulher mostrou-se de vestido branco, com o mesmo aspecto que tinha antes de morrer”.

Numa segunda obra, o autor desenvolve sua teoria, segundo a qual a alma, depois da morte, seria envolvida por um corpo etéreo, luminoso, por meio do qual poderia tornar-se visível, e mesmo usar outras vestimentas por cima desse envoltório.

Comentando a passagem acima, Kardec observa que o conhecimento do corpo espiritual remonta a mais alta Antiguidade, e que só o nome períspirito é moderno.

São Paulo o descreveu em sua primeira epístola aos Coríntios, capítulo 15.
Em outra edição da Revista Espírita, o Espírito Lamennais opina que faltam às palavras cor e forma para exprimir o períspirito e sua verdadeira natureza.

Quanto aos Espíritos inferiores, acrescenta que os fluidos terrestres são inerentes a eles, são matéria; daí os sofrimentos da fome, do frio, que podem atormentá-los, sofrimentos que não atingem os Espíritos superiores, considerando-se que, no caso destes, os fluidos terrestres são depurados em torno de seu pensamento ou alma.

O períspirito é assim o corpo espiritual que sobrevive à morte do vaso físico e serve ao Espírito, entre outras funções, para se relacionar com os demais Espíritos e se manifestar, quando permitido por Deus, aos encarnados, através de sua visibilidade. É composto de fluidos, os quais são luminosos nos Espíritos superiores e opacos ou materializados nos inferiores.

Em outras obras da Codificação se estabelece que tanto o períspirito quanto o corpo físico têm origem no mesmo elemento primitivo (o fluido universal); que “ambos são matéria, ainda que em dois estados diferentes”. E que é com o auxílio dos fluidos que o períspirito toma a aparência de vestuários semelhantes aos que o Espírito usava quando encarnado.

André Luiz irá alertar-nos para as enfermidades da alma que se refletem na plasticidade do corpo espiritual, gerando o adoecimento do homem físico quando da somatização dessas mazelas ainda não debeladas. Dirá que o remorso desarticula as energias do corpo espiritual, criando disposições mórbidas para as enfermidades, refletidas na cromática da aura – essa túnica de forças eletromagnéticas –, e agravadas, às vezes, pelo assédio dos seres a quem ferimos (obsessão).

E que, mesmo quando perdoamos ou somos “perdoados pelas vítimas de nossa insânia, detemos conosco os resíduos mentais da culpa, qual depósito de lodo no fundo de calma piscina, e que, um dia, virão à tona de nossa existência, para a necessária expunção, à medida que se nos acentue o devotamento à higiene moral”.

Em suma: nem o perdão puro e simples é solução ideal para a extinção de nossos débitos. São necessário que sejam cumpridas as três etapas da liberação total do ser onerado perante a Lei Divina e em face da própria consciência: o arrependimento, a expiação e a reparação do mal infligido a outrem, como se vê em O Céu e o Inferno, de Allan Kardec, no Código penal da vida futura (16o).

Em Mateus, capítulo 22, Jesus narra que o reino de Deus é semelhante a um rei que celebrou as bodas de seu filho. Entrando, porém, o rei na festa das bodas, notou haver ali um homem que não trazia veste nupcial. Ordenou, então, que fosse atado de pés e mãos e lançado nas trevas, onde há choro e ranger de dentes.

Veste nupcial: esta é a chave para permanecer no banquete!
Por veste nupcial devemos entender veste ou vestidura branca, expressões citadas em outras passagens do Evangelho, principalmente do Apocalipse.

“O vencedor será assim vestido de vestiduras brancas”, diz o Cristo (Ap., 3:5), após haver revelado, no verso anterior, que há, “em Sardes, umas poucas pessoas que não contaminaram as suas vestiduras, e andarão de branco junto comigo, pois são dignas”.
As vestiduras, pois, são passíveis de manchar-se, mas a condição para portá-las sem qualquer mácula, resplandecentes e puras, e desfrutar o direito de conviver com o Divino Mestre, é ser um Vencedor... De suas próprias imperfeições.

No capítulo 7, versículos 9 a 15, do citado livro, visualizamos uma imensa multidão vestida de branco, proveniente de todas as nações, cantando um cântico de glória diante do trono de Deus. Um dos anciãos ali presentes tomou a palavra, perguntando:
Estes, que se vestem de vestiduras brancas, quem são e donde vieram? Responde-lhe João Evangelista:– Meu Senhor, tu o sabes.

Ele, então, acrescenta: São estes os que vieram da grande tribulação, lavaram suas vestiduras, e as alvejaram no sangue do Cordeiro, razão por que se acham diante do trono de Deus e o servem de dia e de noite no seu santuário.

Entendendo-se por sangue do Cordeiro a sua Doutrina de amor e luz, o contexto revela que a vivência diuturna dos ensinos do Cristo é o detergente divino que tem o condão de purificar o homem de todas as suas mazelas, presentes e passadas, tornando alvisplendente o seu planejamento espiritual, de acordo com aquele princípio: o bem que se faz anula o mal que se fez.

Esta verdade se encontra confirmada de forma irrespondível nesta passagem:
Foi dado à esposa do Cordeiro vestir-se de linho finíssimo, resplandecente e puro. Porque o linho finíssimo são os atos de justiça dos santos. (Ap., 19:7-8.)

Por esposa do Cordeiro simboliza-se a Cristandade no seu sentido mais universalista, indene de todos os divisionismos restricionistas humanos.

E santo é todo o que pratica esses atos de solidariedade, nascidos do coração, e em perfeita harmonia com as Leis de Deus, de que se encontram replenos os Evangelhos.
Dito isto, só resta aproximar os dois polos – períspirito e vestes brancas –, como o fez Emmanuel, e teremos aí um dos mais belos símbolos do Apocalipse perfeitamente esclarecido pela Nova Revelação:

O períspirito, quanto à forma somática, obedece a leis de gravidade, no plano a que se afina [escreve Emmanuel].

Nossos impulsos, emoções, paixões e virtudes nele se expressam fielmente. Por isso mesmo, durante séculos e séculos nos demoraremos nas esferas da luta carnal ou nas regiões que lhes são fronteiriças, purificando a nossa indumentária e embelezando-a, a fim de preparar, segundo o ensinamento de Jesus, a nossa veste nupcial para o banquete do serviço divino.

Quando o livro sagrado fala, portanto, em vestiduras brancas ou linho finíssimo, está se referindo ao corpo espiritual ou psicossoma completamente purificado, ou seja, transformado em veste nupcial, talar, apto a permitir a entrada, para sempre, na festa das bodas do Cordeiro a que se refere o Evangelho.

Reformador Janeiro 2009

domingo, 22 de janeiro de 2012

Crueldade nunca mais!








VOCÊ TEM O DIREITO DE NÃO GOSTAR DE ANIMAIS, MAIS TEM O DEVER DE RESPEITÁ-LOS!

MALTRATAR ANIMAIS É CRIME!

DENUNCIE!!!

A beleza


E como os sentimentos dão o sentido da Beleza nos rincões da Eternidade, quanto mais os sentimentos se alcandorarem, quanto mais a Linha Divina da Beleza modificará o gráfico estético da personalidade, por emprestar-lhe tonalidades desconhecidas do olho humano, nuanças e imprevistos aurorais de quietudes espirituais, que somente os seres evolvidos da Criação podem surpreender com a luz de sua visão espiritual.

Quando Fídias nos dava, pelo escopro, nos tempos recuados da História, e, depois, Murilo, Ângelo, Da Vinci, um apanhado de linhas onde as curvas predominavam - e os gênios sempre se movimentaram no sentido das curvas -, e cuja harmonia nos falava de uma beleza pagã, religiosa ou profana, eles tinham somente sentido, na fronte atormentada pelos sonhos da Arte, o roçar da Inspiração poderosa da Espiritualidade que incendeia os espíritos - pintores, músicos e oradores -, e os arroja para latitudes que o homem animalizado nunca, jamais sentiu. Para compreender o mistério da Vida e das Coisas, é necessário amar as Coisas e adorar a Vida!

A Beleza, neste plano do Infinito carece de linhas, de cores e de expressão que firam a retina do artista e lhe digam à alma as harmonias surpreendentes das outras plagas da Morada Eterna. Mas esse conceito de Beleza é apenas concebimento humano ou do homem que se arrasta pela Crosta, ainda que esse entendimento estético seja reminiscência do que um dia ele pôde vislumbrar nos planos adjacentes da Terra.

Mas, à medida que o Espírito se desmaterializa e ganha em iluminação interior, o conceito de Beleza se dilata, se expande, se avoluma e se desdobra para outras dimensões da consciência estética, e ele, então, senhor de novas possibilidades surpreende outras manifestações de beleza que a nossa pobre linguagem terrícola não tem recursos nem poderes descritivos para trazê-las à inteligência dos homens.

A Beleza, em latitudes diferentes, é função de espiritualidade e de sentimento. A Fealdade não é negação de Beleza. É, nas almas rudes e mansas, um desvio dos centros estéticos da vida, por obra humana e contingente, mercê de nosso atraso e dos nossos próprios erros.

E a Beleza, para o homem, o é apenas porque o inestético lhe nasce ao lado. Mas o Feio é somente a fase inicial do Belo. A Beleza, para nós, aqui na Crosta, nasce do Feio, tanto quanto dos nossos erros na colaboração com o Infinito, na Terra.

A Beleza é a evolução do Feio. O Feio evolvido é Beleza. A execução inexata de uma sinfonia de Beethoven, não quer dizer que o belo musical do grande torturado do volume em música não existe. O Feio, só o é como condição estética rudimentar ou embrionária à explosão do Belo. Demais, o Belo que concebemos é o Feio das esferas superiores da Espiritualidade; nossa Beleza embasa a Beleza do Infinito, ou, melhor me exprimindo, os gigantes da Espiritualidade horrorizar-se-iam daquilo a que chamamos Belo, se não fora o padrão espiritual de suas almas alcantiladas.

No Feio, que é o Belo tentando a evolução em departamentos diferentes do Infinito, a observação do Artista sideral descobre, sem esforço, a linha divina da Beleza, como o naturalista contempla na lagarta repugnante a borboleta brilhante que um dia se queimará ao Sol criador da beleza natural do planeta que nos coube habitar por imperativo de nossas incidências no Erro e na Mentira.
O espírito não degenera, apenas estaciona.

O Feio é o começo do Belo, em qualquer estância da Arte ou da Filosofia. E sendo o começo da Beleza, ele não existe na realidade. Nós o consideramos como negação da Beleza, porque não sabemos sentir e exprimir, por imaturidade biológica, o conceito exato da Beleza.

A Beleza pura é uma abstração tanto na Terra como em inúmeros planetas deste e de outros sistemas. Beleza é Amor. É Verdade. É Sabedoria. É Perfeição.

Só entende o sentido imenso da Beleza quem haja chegado à Perfeição. Quem atingiu a Perfeição? Um Espírito bom, vestido na indumentária de um Quasímodo, não é feio, porque a Bondade não é feia. Afinal, para nós, que é a Beleza? Onde se situa? Exclusivamente na Forma. Mas a Forma não é a Substância. Efeito. Nada mais que efeito.

E nesta ordem de raciocínios de teor espiritualista, o que é belo é a Substância. A Forma não tem vida própria. Se a Forma, por imposição de ordem existencial, em frente aos destinos das criaturas de Deus, não se exprime em harmonia com a Substância, não quer dizer que o Feio seja filho do Belo. Pelo contrário, o Belo é filho do Feio, porque o Feio é tentativa do Belo por plasmar-se, um dia, aqui ou alhures. Apenas o instrumento foi inapto e pobre para revelar o Belo que palpita no âmago dos seres e das coisas, Deus, sendo a Beleza mesma, porque a Perfeição, somente não se revela na divina opulência das suas linhas harmoniosas, porque o material humano ainda é de uma miséria espiritual tão grande, quão infinita é a grandeza de Deus. (Fernando do Ó - Apenas uma Sombra de Mulher).

Ciranda


A vida circula rápido demais para quem tem, na maioria das vezes, necessidade de parar para acertar comandos.

A cada momento e em todos os momento de nossa existência terrena, nos encontramos à frente com circunstâncias às quais devemos dar direção. E, cada instante nos vemos, sem sombra de dúvida, diante da eterna e angustiante paralisia da escolha.

Um passo determinará sempre o seguinte... Um movimento criará sempre as conseqüências para o próximo... E, quando temos consciência disso, tudo fica mais difícil, porque nos permitimos errar. Mas, querendo ou não querendo essas circunstâncias em nossa vida, elas aí estão nos impondo sua presença, nos obrigando a tomadas de decisões que desejaríamos protelar indefinidamente, se possível. E é na ciranda da vida que nossa tibieza se mostra sem subterfúgios, sem máscaras a nos proteger, a nos camuflar.

Cada aspecto que vivenciamos é como um obstáculo a ser vencido.

A indolência característica de quem busca eternizar o adiantamento a essa tomada de posições, nos leva a acreditar que a vida nos espera e que, portanto, não há pressa.

Tudo pode e deve ser deixado para depois, pois cada dia representa enorme fardo a ser carregado. Cada aspecto que vivenciamos no dia-a-dia representa, na nossa visão tacanha, um obstáculo a ser vencido, exigindo de nós um imenso esforço.

Nossas experiências, ao invés de nos servirem de elemento transformador e de progresso, nos lembram arenas de lutas ferrenhas onde somente os mais bem dotados saíam vivos. Todavia, se prestarmos atenção a essas experiências, buscando modificar esse enfoque, onde percebemos tão somente o elemento obstrutor, sem contudo nos darmos conta do elemento renovador, poderemos aprender seu real significado.

Procuremos entender esse sinal que a vida nos dá, e busquemos observar o que nos acontece, verdadeiramente. Brinquemos um pouco de roda, a partir de agora. Nossa imaginação pode correr solta nos tempos em que, com liberdade infantil, nos reuníamos nas ruas para buscar, na ingenuidade dos tempo, o melhor divertimento.

Ah!, a ciranda de rodas! Naquele momento, unidos pelo mesmo objetivo, vidas diferentes, representadas por um a um naquela roda, giravam um uníssono: a mesma música, o mesmo riso, a mesma alegria. Momento mágico a se perder no tempo... Será? Continuemos a girar... A música era sempre a mesma e a alegria também. O riso? Quase sempre o mesmo. Mas as vidas que giravam juntas, nem sempre o eram.

Tantas mudaram de endereço ou se perderam de nós. Outras surgiram e enriqueceram a roda. Aceitávamos, com certa tranqüilidade, esse ir e vir de vidas pois o que contava sempre era a roda que precisava girar.

Hoje, não mais crianças, acreditamos que a brincadeira acabou. A rua não existe mais. O objetivo não existe mais. As vidas se transformaram porque nossa vida se transformou e com isso a roda parou. Parou?

A vida não pára porque nós paramos! A vida deixa de existir porque nós insistimos em nos mantermos paralisados. A vida circula eternamente dentro de nós e que pulsa ininterruptamente nos acordando para cada novo dia, também coloca à nossa disposição um imenso arsenal de oportunidades de trabalho a nos mostrar que, mesmo que não queiramos, ela vai continuar girando; que, independente de nossa vontade, continuamos respirando, renovando ares, criando esperanças, determinando caminhos.

Imensas dificuldades produzimos para não percebermos esse processo. Temos medo de tomar nossas vidas nas próprias mãos; temos receios em sermos os únicos responsáveis pelas escolhas que fizermos. Tão mais fácil culpar o outro... não importa quem ele seja. Longe estamos de entender ainda que a ciranda é a própria vida que se inicia em nós e termina em nós. Longe ainda está o dia em que poderemos compreender, com lucidez, que a vida somos nós, pulsando em uníssono com a música do Universo; colocando nessa roda vidas idas e por virem; deixando marcas indeléveis que nos transformam, nos enriquecem e nos fazem crescer. E mesmo paralisados ou indolentes seremos sempre forçados a girar.

Criamos tempos, abrimos espaços na execução da divina tarefa de crescimento interior em busca da perfeição. Cada movimento para frente, retornando a nós em forma de sabedoria - experiência vivida - e cada impulso para o alto, projetando-se sobre nós em forma de iluminação - consciência divina, inerente a todo Ser - fecham o círculo perfeito da evolução. Ora para a frente, ora para o alto, cada um desses movimentos se intercala com os demais enriquecendo nossa roda, ciranda bendita, de vidas vividas, de vidas que hão de vir, permitindo o caminhar eterno do nosso Espírito livre em direção ao AMOR.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Espiritismo estudado

Impostergável, nos cometimentos diários, o dever de estudar e aplicar as nobres lições do Espiritismo, no atual estágio da evolução do pensamento.

À medida que as luzes da Doutrina Espírita clarificam o entendimento humano, mais imperioso se torna o cultivo das informações que ressumam da Revelação, a fim de que a ignorância em torno dos problemas do espírito seja em definitivo combatida.

A responsabilidade dos que travaram contato com a Mensagem de Jesus, desvelada e atualizada pelos Espíritos, é muito grande, pois que àquele que usufrui a bênção do esclarecimento não se pode conceder a indulgência da leviandade, nem tampouco a reprochável conduta da indiferença em face das magnas questões que se agigantam em todo lugar.

Até hoje o egoísmo tem exercido sobre o espírito humano um soberano comando, O Espiritismo, preconizando o amor que liberta e a fraternidade que socorre, é o mais severo adversário desse sicário destruidor.

Todavia, para que o adepto do Espiritismo se integre realmente no espírito da Doutrina, exige-se-lhe aprofundamento intelectual no conteúdo da informação espírita, de modo a poder corporificá-la conscientemente no comportamento moral e social, na jornada diária.

Nesse sentido, há que fazer justa quão indispensável diferença entre o Espiritismo e o Movimento Espírita.

Vigem, em muitos setores da prática espiritista, normas e diretrizes ultrajantes à Mensagem de que Allan Kardec foi instrumento do Alto, seja por negligência de muitos dos seus membros, seja pela crassa ignorância daqueles que assumem responsabilidades definidas, ante os dispositivos abraçados, sem os necessários recursos culturais indispensáveis.

Ante a grandeza da Revelação, por estarem acostumados às limitações típicas das seitas do passado, ou porque ainda vinculados às superstições nefandas dos dias recuados, muitos pseudo-espiritas pretendem reduzir a grandeza imensurável do Espiritismo à estreiteza de uma nova seita, em cujo organismo grassem os erros derivados da incompetência e do abastardamento, de que o desconhecimento da Codificação se faz motivação poderosa.

O Movimento Espírita é o resultado do labor dos homens, enquanto o Espiritismo é a Doutrina dos Espíritos dirigida aos homens.

O Espiritismo, pois, não cessemos de repetir, é ciência de observação e investigação incessante. Tateamos agora as primeiras constatações, ante o infinito das realidades que ele busca, devassa e esclarece. Há, ainda e continuamente, infindo campo de informação a perquirir e constatar no eloqüente continente da vida espiritual.

Estudado, o Espiritismo dealba a antemanhã luminosa da humanidade do futuro, desde agora.

Como Filosofia, a sua escola de indagação não se limita às linhas clássicas da discussão, nem se empareda na estreiteza dos conceitos ultramontanos ou do debate limitado, porquanto estas não são as primeiras nem as últimas palavras das elucidações que faculta, nem dos esclarecimentos que oferta.

Religião da ciência, como ciência da filosofia, é, ao mesmo tempo, a filosofia da religião, e sua ética não se estratifica na moralidade das convenções transitórias, nem se resume a dogmas atentatórios à razão.

Com fundamentos na Revelação Moisaica, através do insubstituível código do Decálogo, sempre oportuno e novo em toda a sua elaboração — segurança para cada homem e arbítrio para todas as nações — abranda, com a excelsa beleza do Evangelho do Cristo, a aspereza severa das antigas leis de Talião, dando cumprimento às promessas dos Profetas e de Jesus.

Doutrina que acompanha o progresso do Conhecimento e estimula novas formas de averiguação e pesquisa, não se detém nas conquistas conseguidas, antes projeta para o mundo das causas as suas alocuções filosóficas, facultando empreendimentos mais audaciosos e profundos, tendo em vista o investimento homem — esse objetivo essencial da sua obstinada busca transcendental.

Convertê-lo em resíduo seitista é desfigurá-lo danosamente, ceifando os elevados objetivos a que se propõe. Mantê-lo em círculo de mediunismo desregrado, significa desconsiderá-lo no aspecto superior das suas realizações: o da pesquisa científica, por cujos roteiros a ciência e a fé se unirão na romagem para a vida e para Deus.

É verdade que se alastram formas primitivas de mediunismo em toda parte, merecendo esta questão mais cuidadoso exame, para melhor serem debeladas as nefastas conseqüências de tal fenômeno. E, por essa razão, maior deve ser o nosso empenho na sadia divulgação dos postulados espíritas, lavrados no estudo sistemático e constante do contexto doutrinário, para que o medicamento com que pretendemos amenizar ou erradicar os males morais da sociedade hodierna, não venha a produzir maiores danos, como resultado da sua má dosagem e aplicação.

A princípio, o Cristianismo foi eficiente remédio aplicado sobre as feridas do Paganismo. A indiscriminada e irracional utilização da Doutrina do Cristo, deformada nos seus pontos básicos, sobre as chagas sociais da época, produziu cânceres mais virulentos do que aqueles que visava a combater e de cujos danos ainda sofrem as comunidades modernas...

Fenômeno consentâneo pode ocorrer nestes dias com o Espiritismo... Sem dúvida, a Doutrina é irreversível e sadia. Todavia, a Boa Nova também o é. . .

Dilatam-se as referências espíritas no organismo social do momento; multiplicam-se as Casas Espíritas; há adesões em massa ao Espiritismo; surgem os primeiros sintomas de cultos espíritas; aparecem fartas concessões ao Espiritismo. . . Respeitando e considerando todas as formas de divulgação, não nos podemos furtar à conclusão de que a quantidade tem recebido maior valorização do que a qualidade, que deve manter o caráter específico de pureza que não podemos subestimar.

O movimento espírita cresce e se propaga, mas a Doutrina Espírita permanece ignorada, quando não adulterada em muitos dos seus postulados, ressalvadas as excelentes e incontáveis exceções.

O que se possa lucrar pela quantidade pode redundar em prejuízo na qualidade.

No que diz respeito ao capítulo das obsessões, aventureiros inescrupulosos se intrometem, inspirados por mentes desencarnadas afeiçoadas à lavoura da perturbação, fazendo que promovam espetáculos lamentáveis, nos quais a mediunidade se transforma em chaga espiritual, por cuja purulência exsudam as misérias pretéritas...

Alardeiam perseguições, esses malfazejos diretores de trabalhos, e, em nome do esclarecimento, apavoram os neófitos, fazendo que, pelo medo e através do desconhecimento do Espiritismo, se vinculem aos seus desafetos desencarnados, mediante a fixação mental ou ao pavor que os dominam, após as incursões inconscientes em misteres de tal monta.

O Espiritismo é doutrina de otimismo, de educação integral, de higiene mental e moral. É o retorno do Cristo ao atormentado homem do século ciclópico da Tecnologia, através dos seus emissários, renovando a Terra e multiplicando a esperança e a paz nas mentes e nos corações que Lhe permaneçam fiéis.

Nos redutos em que o estudo da Doutrina Espírita é considerado desnecessário, afirma-se que êle se faz adversário da cultura e, a pretexto de auxílio aos que sofrem, atenta-se contra a ciência médica, principalmente, reduzindo-o a superstição danosa e inconseqüente.

Destinado aos infelizes, estes não são apenas os que sofrem as dificuldades econômicas e são conhecidos como constituintes das c1asses humildes. A dor não se limita a questões de circunstância, tempo e lugar. Dessa maneira, não prescreve a ignorância, mas proscreve-a.

lmpostergável, portanto, o compromisso que temos, todos nós, desencarnados e encarnados, de estudar e divulgar o Espiritismo nas bases nobres com que no-lo apresentou Allan Kardec, a fim de que o Consolador, de que se faz instrumento, não apenas enxugue em nós os suores e as lágrimas, mas faça estancar, nas fontes do sofrimento, as causas de todas as aflições que produzem as lágrimas e os suores.

Nesta aferição de valores, para o elevado mister da divulgação espírita, oremos e vigiemos, conforme a recomendação do Mestre, para que nos desincumbamos a contento do cometimento aceito, dando conta da nossa responsabilidade, com o espírito tranqüilo e a mente pacificada.