quarta-feira, 28 de julho de 2021

Mediuns Interesseiros - Revista Espírita

 

Em nosso artigo sobre os escolhos dos médiuns colocamos a cupidez no rol dos defeitos que podem dar acesso aos Espíritos imperfeitos. Não será inútil desenvolver este assunto. Na primeira linha dos médiuns interesseiros devem colocar-se aqueles que poderiam fazer de sua faculdade uma profissão, dando o que se costuma chamar de sessões ou consultas remuneradas. Não os conhecemos, pelo menos na França. Como, porém, tudo pode tornar-se objeto de exploração, não seria de admirar que um dia quisessem explorar os Espíritos. Resta saber como eles encarariam o fato, se acaso se tentasse introduzir tal especulação. Mesmo sem iniciação no Espiritismo, compreende-se quanto isto representa de aviltante. Mas quem quer que conheça, por pouco que seja, as difíceis condições nas quais os bons Espíritos se comunicam conosco e quão pouco é preciso para afastá-los, bem como a sua repulsa por tudo quanto representa interesse egoístico, jamais poderá admitir que os Espíritos superiores sirvam ao capricho do primeiro que os evoque a tanto por hora. O simples bom-senso repele uma tal suposição. Não seria ainda uma profanação evocar seu pai, sua mãe, seus filhos e seus amigos por semelhante meio? Sem dúvida que dessa maneira se podem ter comunicações, mas só Deus sabe de que fonte! Os Espíritos levianos, mentirosos, travessos, zombeteiros e toda a caterva de Espíritos inferiores vêm sempre. Estão sempre prontos a tudo responder. São Luís nos dizia outro dia, na Sociedade: Evocai um rochedo e ele vos responderá. Quem quiser comunicações sérias deve antes de tudo informar-se quanto à natureza das simpatias do médium com os seres de além-túmulo. Aquelas que são dadas pela ambição do lucro só podem inspirar uma confiança bem medíocre. Médiuns interesseiros não são apenas os que poderiam exigir uma determinada importância. O interesse não se traduz apenas na expectativa de um lucro material, mas também nos pontos de vista ambiciosos de qualquer natureza, sobre os quais pode fundar-se a esperança pessoal. É ainda um tropeço que os Espíritos zombeteiros sabem utilizar muito bem, e de que se aproveitam com uma destreza e com uma desfaçatez verdadeiramente notáveis, acalentando enganadoras ilusões naqueles que assim se colocam sob sua dependência. Em resumo, a mediunidade é uma faculdade dada para o bem e os bons Espíritos se afastam de quem quer que pretenda transformá-la em escada para alcançar seja o que for que não corresponda aos desígnios da Providência. O egoísmo é a chaga da Sociedade. Os bons Espíritos combatem-no e, portanto, não é possível supor que venham incentivá-lo. Isto é tão racional, que sobre tal ponto seria inútil insistir. Os médiuns de efeitos físicos não estão nas mesmas condições. Sendo seus efeitos produzidos por Espíritos inferiores, pouco escrupulosos quanto aos sentimentos morais, um médium dessa natureza que quisesse explorar a sua faculdade poderia encontrar os que o assistissem sem muita repugnância. Mas teríamos ainda outro inconveniente. Assim como o médium de comunicações inteligentes, o de efeitos físicos não recebeu sua faculdade para seu prazer. Ela lhe foi dada com a condição de usá-la bem, Se dela abusar, ela lhe pode ser retirada ou revertida em seu prejuízo porque, afinal de contas, os Espíritos inferiores estão sujeitos às ordens de Espíritos superiores. Os inferiores gostam de mistificar, mas não gostam de ser mistificados. Se de boa vontade se prestam às brincadeiras e questões de curiosidade, não gostam, como os demais, de serem explorados e, a cada momento, provam que têm vontade própria; que agem quando e como bem entendem, o que faz com que o médium de efeitos físicos esteja ainda menos seguro da regularidade das manifestações do que os médiuns escreventes. Pretender pro­duzi-las em dias e horas predeterminados seria dar mostras de profunda ignorância. Que fazer então para ganhar o seu dinheiro? Simular os fenômenos. Eis o que pode acontecer, não só aos que disso fizessem uma profissão declarada, como também às criaturas aparentemente simples, que se limitassem a receber uma retribuição qualquer dos visitantes. Se o Espírito nada produz, eles produzem. A imaginação é muito fecunda quando se trata de ganhar dinheiro. É uma tese que desenvolveremos em artigo especial, a fim de prevenir quanto à fraude. Concluímos, de tudo quanto precede, que o mais absoluto desinteresse é a melhor garantia contra o charlatanismo, pois não há charlatães desinteressados. Se o desinteresse nem sempre assegura a boa qualidade das comunicações inteligentes, arrebata dos maus Espíritos um poderoso meio de ação e fecha a boca a certos detratores.

Saibamos confiar


 

Porque não lembramos de vidas passadas?

 

Não nos lembramos das vidas passadas e nisso está a sabedoria de Deus. Se lembrássemos do mal que fizemos ou dos sofrimentos que passamos, dos inimigos que nos prejudicaram ou daqueles a quem prejudicamos, não teríamos condições de viver entre eles atualmente. Pois, muitas vezes, os inimigos do passado hoje são os nossos filhos, nossos irmãos, nossos pais, nossos amigos, que presentemente se encontram junto de nós para a reconciliação. Por isso, existe a reencarnação. Certamente, hoje estamos corrigindo erros praticados contra alguém, sofrendo as conseqüências de crimes perpretados, ou mesmo sendo amparados, auxiliados por aqueles que, no pretérito, nos prejudicaram. Daí a importância da família, onde se costumam reatar os laços cortados em existências anteriores. A reencarnação, desta forma, é a oportunidade de reparação, como também, oportunidade de devotarmos nossos esforços pelo bem dos outros, apressando nossa evolução espiritual. Quando reencarnamos, trazemos um "plano de vida", compromissos assumidos perante a espiritualidade e perante nós mesmos, e que dizem respeito à reparação do mal e à prática de todo o bem possível. “Se a provação te aflige, Deus te conceda paz. Se o cansaço te pesa, Deus te sustente em paz. Se te falta a esperança, Deus te acrescente a paz. Se alguém te ofende ou fere, Deus te renove em paz. Sobre as trevas da noite, O Céu fulgura em paz. Ama, serve e confia. Deus te mantém em paz.“ 

Chico Xavier - Emmanuel

Proposta cristã para a saúde mental


 

A volta de Jesus na visão espírita

 

Muitas pessoas querem a volta de Jesus. Mas, para que? Para que ele venha e resolva todos os problemas do mundo? Isto não vai acontecer. Jesus veio e não resolveu. Por que? Porque Ele apenas deixou a fórmula que deveríamos seguir para que alcançássemos a paz, a harmonia, o respeito mútuo. Mas, nós queremos tudo pronto. Não queremos ter trabalho de lapidar nossos sentimentos como: perdoar, relevar uma agressão, não revidar uma ofensa, não nos vingarmos, ter honestidade, respeito, enfim, de fazermos aos outros o que queremos que eles nos façam. Mas, na verdade Ele nunca foi embora. Ele continua conosco, nós é que nos distanciamos dele quando não fazemos o que ele pede. A volta dele, para nós espírita, se dará quando nossas atitudes lembrarem Ele. A sua nova manjedoura será nosso coração. PENSEMOS JUNTOS: Se Jesus voltasse e arrumasse toda esta bagunça do mundo, o que aconteceria? Nós bagunçaríamos tudo de novo. Por que? Porque enquanto não arrumarmos o mundo que existe dentro de nós, o mundo em torno de nós não mudará. Quando uma mãe arruma a bagunça do quarto de seu filho e não o ensina a preservar, o filho irá bagunçar novamente, não é? Assim acontece com o mundo em que vivemos. Se não seguirmos os ensinamentos do Cristo, o mundo será um retrato dos sentimentos que levamos dentro de nós. 

(Rudymara)

O exato momento da morte para o Espiritismo


 

Como foi a chegada de Chico Xavier na espiritualidade

 

COMO FOI A CHEGADA DO APÓSTOLO CHICO XAVIER NA ESPIRITUALIDADE. RELATADO POR JOANA DE ÂNGELIS 

Quando mergulhou no corpo físico, para o ministério que deveria desenvolver, tudo eram expectativas e promessas. Aquinhoado com incomum patrimônio de bênçãos, especialmente na área da mediunidade, Mensageiros da Luz prometeram inspirá-lo e ampará-lo durante todo o tempo em que se encontrasse na trajetória física, advertindo-o dos perigos da travessia no mar encapelado das paixões bem como das lutas que deveria travar para alcançar o porto de segurança. Orfandade, perseguições rudes na infância, solidão e amargura estabeleceram o cerco que lhe poderia ter dificultado o avanço, porém, as providências superiores auxiliaram-no a vencer esses desafios mais rudes e a crescer interiormente no rumo do objetivo de iluminação. Adversários do ontem que se haviam reencarnado também, crivaram-no de aflições e de crueldade durante toda a existência orgânica, mas ele conseguiu amá-los, jamais devolvendo as mesmas farpas, os espículos e o mal que lhe dirigiam. Experimentou abandono e descrédito, necessidades de toda ordem, tentações incontáveis que lhe rondaram os passos ameaçando-lhe a integridade moral, mas não cedeu ao dinheiro, ao sexo, às projeções enganosas da sociedade, nem aos sentimentos vis. Sempre se manteve em clima de harmonia, sintonizado com as Fontes Geradoras da Vida, de onde hauria coragem e forças para não desfalecer. Trabalhando infatigavelmente, alargou o campo da solidariedade, e acendendo o archote da fé racional que distendia através dos incomuns testemunhos mediúnicos, iluminou vidas que se tornaram faróis e amparo para outras tantas existências. Nunca se exaltou e jamais se entregou ao desânimo, nem mesmo quando sob o metralhar de perversas acusações, permanecendo fiel ao dever, sem apresentar defesas pessoais ou justificativas para os seus atos. Lentamente, pelo exemplo, pela probidade e pelo esforço de herói cristão, sensibilizou o povo e os seu líderes, que passaram a amá-lo, tornou-se parâmetro do comportamento, transformando-se em pessoa de referência para as informações seguras sobre o Mundo Espiritual e os fenômenos da mediunidade. Sua palavra doce e ungida de bondade sempre soava ensinando, direcionando e encaminhando as pessoas que o buscavam para a senda do Bem. Em contínuo contato com o seu Anjo tutelar, nunca o decepcionou, extraviando-se na estrada do dever, mantendo disciplina e fidelidade ao compromisso assumido. Abandonado por uns e por outros, afetos e amigos, conhecidos ou não, jamais deixou de realizar o seu compromisso para com a Vida, nunca desertando das suas tarefas. As enfermidades miraram-lhe as energias, mas ele as renovava através da oração e do exercício intérmino da caridade. A claridade dos olhos diminuiu até quase apagar-se, no entanto a visão interior tornou-se mais poderosa para penetrar nos arcanos da Espiritualidade. Nunca se escusou a ajudar, mas nunca deu trabalho a ninguém. Seus silêncios homéricos falaram mais alto do que as discussões perturbadoras e os debates insensatos que aconteciam a sua volta e longe dele, sobre a Doutrina que esposava e os seus sublimes ensinamentos. Tornou-se a maior antena parapsíquica do seu tempo, conseguindo viajar fora do corpo, quando parcialmente desdobrado pelo sono natural, assim como penetrar em mentes e corações para melhor ajudá-los, tanto quanto tornando-se maleável aos Espíritos que o utilizaram por quase setenta e cinco anos de devotamento e de renúncia na mediunidade luminosa. Por isso mesmo, o seu foi mediumato incomparável... E ao desencarnar, suave e docemente, permitindo que o corpo se aquietasse, ascendeu nos rumos do Infinito, sendo recebido por Jesus, que o acolheu com a Sua bondade, asseverando-lhe: Descansa, por um pouco, meu filho, a fim de esqueceres as tristezas da Terra e desfrutares das inefáveis alegrias do reino dos Céus. 

JOANNA DE ÂNGELIS (Página psicografada pelo médium Divaldo P. Franco, no dia 2 de julho de 2002, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.) Texto extraido do Reformador - Agosto/2002 Especial - FEB Autor Joanna de Ângelis-Médium Divaldo Franco

O que fazer quando a mente não para?