quarta-feira, 22 de março de 2023

Posses Definitivas

Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância.  Jesus. (JOÃO, capítulo 10, versículo 10.) 

Se a paz da criatura não consiste na abundância do que possui na Terra, depende da abundância de valores definitivos de que a alma é possuída. Em razão disso, o Divino Mestre veio até nós para que sejamos portadores de vida transbordante, repleta de luz, amor e eternidade. Em favor de nós mesmos, jamais deveríamos esquecer os dons substanciais a serem amealhados em nosso próprio espírito. No jogo de forças exteriores jamais encontraremos a iluminação necessária. Maravilhosa é a primavera terrena, mas o inverno virá depois dela. A mocidade do corpo é fase de embriagantes prazeres; no entanto, a velhice não tardará. O vaso físico mais íntegro e harmonioso experimentará, um dia, a enfermidade ou a morte. Toda a manifestação de existência na Terra éprocesso de transformação permanente. É imprescindível construir o castelo interior, de onde possamos erguer sentimentos aos campos mais altos da vida. Encheu-nos Jesus de sua presença sublime, não para que possuamos facilidades efêmeras, mas para sermos possuídos pelas riquezas imperecíveis; não para que nos cerquemos de favores externos e, sim, para concentrarmos em nós as aquisições definitivas. Sejamos portadores da vida imortal. Não nos visitou o Cristo, como doador de benefícios vulgares. Veio ligar- nos a lâmpada do coração à usina do Amor de Deus, convertendo-nos em luzes inextinguíveis. 

XAVIER, Francisco Cândido. Caminho, Verdade e Vida. Pelo Espírito Emmanuel. 28.ed. Brasília: FEB, 2009. Capítulo 166.

Providência divina e programação espiritual


 

Redenção

Lembro-te, sábio amigo!... 
A cultura te afaga... 
Falas em teus salões... 
Ouvintes às centenas... 
Mas dos vasos de rosas e açucenas, O perfume sutil em ondas se propaga... 
Revejo-te a cautela, as mãos pequenas... 
Ouço-te as preleções em que a fé se te apaga... 
Noto homens cruéis, cujo porte me esmaga, Que te compram, sorrindo, as jovens que envenenas. Muda-te a morte o rumo... Estás entre os doentes, Flagelam-te remorsos comburentes... Suplicas o retorno à vida transitória... 
Renasces... 
E a servir, no século que avança, Plantas obras de amor e parques de esperança, Voltando, hoje, ao Além, num carro de vitória!... 

Pelo Espírito Epiphabio Leite

O plano espiritual


 

Cólera

O orgulho vos induz a julgar-vos mais do que sois; a não suportardes uma comparação que vos possa rebaixar; a vos considerardes, ao contrário, tão acima dos vossos irmãos, quer em espírito, quer em posição social, quer mesmo em vantagens pessoais, que o menor paralelo vos irrita e aborrece. Que sucede então? - Entregai-vos à cólera. Pesquisai a origem desses acessos de demência passageira que vos assemelham ao bruto, fazendo-vos perder o sangue-frio e a razão; pesquisai e, quase sempre, deparareis com o orgulho ferido. Que é o que vos faz repelir, coléricos, os mais ponderados conselhos, senão o orgulho ferido por uma contradição? Até mesmo as impaciências, que se originam de contrariedades muitas vezes pueris, decorrem da importância que cada um liga à sua personalidade, diante da qual entende que todos se devem dobrar. Em seu frenesi, o homem colérico a tudo se atira: à natureza bruta, aos objetos inanimados, quebrando-os porque lhe não obedecem. Ah! se nesses momentos pudesse ele observar-se a sangue-frio, ou teria medo de si próprio, ou bem ridículo se acharia! Imagine ele por aí que impressão produzirá nos outros. Quando não fosse pelo respeito que deve a si mesmo, cumpria-lhe esforçar-se por vencer um pendor que o torna objeto de piedade. Se ponderasse que a cólera a nada remedeia, que lhe altera a saúde e compromete até a vida, reconheceria ser ele próprio a sua primeira vítima. Mas, outra consideração, sobretudo, devera contê-lo, a de que torna infelizes todos os que o cercam. Se tem coração, não lhe será motivo de remorso fazer que sofram os entes a quem mais ama? E que pesar mortal se, num acesso de fúria, praticasse um ato que houvesse de deplorar toda a sua vida! Em suma, a cólera não exclui certas qualidades do coração, mas impede se faça muito bem e pode levar à prática de muito mal. Isto deve bastar para induzir o homem a esforçar-se pela dominar. O espírita, ao demais, é concitado a isso por outro motivo: o de que a cólera é contrária à caridade e à humildade cristãs. 

Um Espírito protetor. (Bordéus, 1863.) KARDEC, Allan. O Evangelho Segundo o Espiritismo. FEB. Capítulo 9. Item 9.

Podemos receber avisos pelos sonhos?


 

Falsas vozes

Emmanuel escreveu um capítulo com o nome Entre falsas vozes. Está no livro Levantar e Seguir (editado pela GEEM). Tenho em mãos a 13ª. edição (de 2018), às páginas 56 a 60, de onde extraio trechos parciais. Ele parte das sugestões advindas de nós mesmos incentivando posturas egoístas, onde se incluem a vaidade, o orgulho, ciúme, revolta e mesmo a maldade. Entre elas, para que tenhamos ideia da importância do texto, destaco: “a preguiça te pede: Descansa!, ou a vaidade te afirma: Ninguém existe maior que tu! e o orgulho te diz: Não cedas!”. Entre outras oportunas e atuais questões do cotidiano, Emmanuel afirma no texto que: Os falsos profetas vivem nos recessos de nosso próprio ser”, indicando o surgimento daqueles equívocos de comportamento, onde “surgem, cada dia, invariáveis, na forma da intriga ou da maledicência, da leviandade ou da indisciplina, induzindo-nos a cerrar o coração contra a consciência. Dada as circunstâncias difíceis do estágio que nos situamos, o texto é muito oportuno. Sugiro ao leitor pesquisar o artigo da íntegra, pelo título do texto original. Ele reflete a realidade que nos escraviza ainda, seduzindo-nos a partir do orgulho, tola ilusão que tantos males gera nos relacionamentos. O que mais impressiona  e lamentamos existir ainda em nós é o sentido imperativo das imperfeições morais que ainda nos dominam, necessitados que estamos de "aceitarmos Jesus em nosso roteiro”, afinal o caos social reinante é resultado dessa inobservância. Pois que ainda “a revolta te assevera: Reage e reivindica os teus direitos!”, embora esquecidos estejamos de cumprir os próprios deveres, que não são pequenos nem restritos.

Ele te atenderá, não desanime