sexta-feira, 29 de outubro de 2021

Antes que o ano fique velho

 

Antes que o ano fique velho, é indispensável iniciar a construção daquilo que deve ser realizado; deixar de protelar a realização do necessário; parar com as desculpas vazias, com a justificação do injustificável e de desistir antes fazer todo o possível para atingir seu objetivo. Antes que o ano fique velho, é preciso aproveitar as oportunidades e experiências disponíveis, evitando arrependimentos futuros e que a culpa corroa a mente e a alma do corpo que está perdendo vitalidade a cada dia. Antes que o ano fique velho, antes que o amor se esgote por ter sido tantas vezes agredido ou ignorado, antes que os caminhos se separem com a mudança, pela doença, a morte, a briga que machucou demais, o casamento ou o divórcio, antes que aconteça o que nunca pensamos que se tornaria realidade em nossas vidas. Antes que o ano fique velho, é imperioso tirar os projetos da gaveta, reabrir o caderno de anotações, parar de fingir que está tudo bem e arregaçar as mangas no trabalho útil. É necessário desacomodar… Tudo seria mais simples se prestássemos atenção àquela pequena dica da natureza que nos mostra, num olhar rápido para a própria mão, que ao apontarmos um dedo para alguém, os outros dedos apontamos para nós mesmos. Afinal de contas, quase sempre os problemas nascem primeiro nas nossas próprias decisões e atitudes. Recordo da senhora que adoeceu por ter passado a vida inteira desfrutando um vício que lhe arruinaria a saúde e que, alertada, disse “quando o problema chegar me preocuparei”… lembro também de uma alegoria de autoria desconhecida, sobre certo homem ter observado, em um posto de gasolina, um cão ganindo dolorosamente; preocupado, questionou o frentista do posto sobre o que ele tinha. Soube então que o cão estava deitado em cima de um prego. Surpreso, o homem quis saber o motivo do cão não sair de cima do objeto, ao que o frentista sabiamente respondeu “porque o prego ainda não o machucou o bastante”. Não precisamos esperar pela dor. Antes que o ano fique velho podemos fazer diferente, realizar, mudar de conduta, voltar a projetos esquecidos… antes que o ano fique velho, antes que o tempo passe, que a vida cobre seu tributo, antes que o prego machuque demais e a morte, a incompreendida amiga, venha buscar mais uma alma sem paz porque não fez tudo que podia. 

Autora: Vania Mugnato

As potências da Alma


 

A felicidade vem do bem

 

Ah! Felicidade; O importante é ser feliz! É isso mesmo? Ou será que o mais importante é nos esforçarmos para sermos bons? Quem faz essas indagações é o professor Luiz Henrique Beust, em seu livro “Afinal… Por que sofremos? ”, tecendo reflexões sobre o sofrimento. Como prevenir-se para evitar a dor? Qual é o meio mais eficaz de se esquivar de dissabores? Afirmam os mentores que o mais das vezes os sofrimentos são devidos à nossa vontade, pois são efeitos de causas que poderiam ter sido evitadas. Como neutralizar os males? Existe uma áurea recomendação que, por analogia, pode ser perfeitamente aplicada à generalidade dos sofrimentos: Praticando o bem e pondo em Deus toda a vossa confiança. Haverá, naturalmente, os que procurarão ser felizes e fugir dos sofrimentos, praticando o bem com vista à recompensa dos céus, pragmaticamente. O bem deve ser praticado com desinteresse e no limite de nossas forças, porquanto responderemos por todo mal que haja resultado de não termos agido corretamente. A partir do momento em que praticamos boas ações, cultivamos bons pensamentos e boas palavras, a tendência é que, ainda que a médio prazo, a felicidade chegue até nós, pois teremos criado condições para que ela nos alcance. Por outro lado, quando assumimos a determinação de sermos felizes a qualquer preço, isso significa, como diria Maquiavel, que esse fim justificaria quaisquer meios. E na busca dessa egoística felicidade, nós não vacilamos em fazer outras pessoas infelizes. Se necessário, roubamos, traímos, mentimos, e acabamos sendo infelizes também. Não é qualquer coisa que nos leva à felicidade. 

A felicidade naturalmente vem do bem. As pesquisas sobre pessoas deprimidas indicam a necessidade de encaminhá-las a uma atividade em favor do próximo. Se elas passam a trabalhar, por exemplo, numa casa de sopa, ou numa creche, ou num asilo, ou servindo um prato de comida a um morador de rua, e têm a oportunidade de conversar com essas pessoas que sofrem, submetem-se a um dos mais poderosos modificadores de ânimo que se conhece. Ser útil a uma pessoa numa situação pior do que a nossa é receber os benefícios de um grande modificador de ânimo. Victor Frankl, um dos maiores gênios do século XX, narra sua extraordinária experiência e reflexão pessoais: Nós que vivemos nos campos de concentração podemos lembrar de homens que andavam pelos alojamentos confortando a outros, dando o seu último pedaço de pão. Eles devem ter sido poucos em número, mas ofereceram prova suficiente de que tudo pode ser tirado do homem, menos uma coisa: a última das liberdades humanas – escolher sua atitude em qualquer circunstância, escolher o próprio caminho.  

Em sua obra, Frankl não recomenda nenhuma religião ou confissão constituída, muito menos alguma igreja em especial. Não procurem o sucesso dizia Frankl. Quanto mais o procurarem e o transformarem num alvo, mais vocês vão errar. Porque o sucesso, como a felicidade, não pode ser perseguido; ele deve acontecer, e só tem lugar como efeito colateral de uma dedicação pessoal a uma causa maior que a pessoa, ou como subproduto da rendição pessoal a outro ser. Victor Frankl colocava como prioridade, para que alcancemos a felicidade, a dedicação do indivíduo em favor do próximo, conforme recomendava a moral do Cristo. Então, naturalmente, se escutarmos nossa própria consciência, a longo prazo, desaparecerão os sofrimentos e a felicidade acontecerá em nossas vidas, concluía. E não é essa a recomendação do Cristo? De que façamos ao semelhante exatamente o que gostaríamos que nos fosse feito? E de que, assim fazendo, cada um receberá de acordo com as suas obras? 

Autor: Sidney Fernandes

Jesus e o tempo de Semear


 

Jesus Cristo, Luz do Espiritismo

 

A mais de dois mil anos Jesus veio a terra como o filho enviado por Deus para trazer à humanidade a mensagem de paz que pudesse transformar os corações humanos, servindo como o cordeiro oferendado para salvar a humanidade de seus pecados (já que àquela época, era através das oferendas que se encontrava perdão divino). De lá para cá, sua mensagem foi assimilada por muitos, que mudaram a forma de viver nesse planeta, bem como deturpada por outros, que a utilizaram como forma de domínio e de poder. Naquele tempo, Jesus trazia em sua missão a implantação do amor nos corações humanos para transformá-los tornando-os pessoas melhores rumo ao objetivo da evolução espiritual, contudo, ainda falava por parábolas, conforme deixa claro o Evangelho Segundo o Espiritismo nas lições de Kardec, Allan (p.214, 1978) . Ou seja, àquela época, a humanidade ainda não estava preparada para compreender conceitos existenciais importantes e se ditos naquele momento, não seriam interpretada como deveriam ser, deturpando a ideia central do que é a vida neste mundo em virtude do arraigado materialismo existencial daquela época. Assim, muitos anos depois, com as evoluções tecnológicas, culturais e sociais, quando o homem sai da época da barbárie da antiguidade primitiva, avança pela época das convicções próprias medievais, adentra a evolução modernista, tem-se um ser humano ao menos preparado para ouvir e saber interpretar melhor o que é realmente a vida eterna e o seu objetivo neste planeta. Muitos vieram após Jesus para lapidar sua mensagem conforme a lei de amor e, por fim, surge a Doutrina Espírita. Ainda incipiente, o Espiritismo claudica pela ceara da fenomenologia quando o professor francês Hippolyte Leon Denizard Rivail, que se intitulava Allan Kardec aprimora o entendimento empírico da nova doutrina partindo da análise do curioso fato das mesas girantes, que virou uma febre em Paris à época de meados do século XIX, analisando friamente o que poderia explicar tal fenômeno partindo das teorias basilares da física e de outras áreas do conhecimento. Surgem as comunicações espíritas, através da transmissão mediúnica nas quais um médium intermedeia o processo comunicativo servindo de meio pelo qual os espíritos expressam suas mensagens do mundo espiritual aos encarnados. Mas o que as obras literárias do Professor Hippolyte poderiam ter em comum com a mensagem de Jesus Cristo que já há séculos pregava o amor como fonte de transformação da humanidade? O fato é que a doutrina espírita inicialmente elucidou a humanidade acerca das realidades do mundo espiritual, demonstrando que a vida terrena é passageira representando um átomo de tempo frente a real vida, a espiritual, e que aqui viemos para resgatar débitos ou enfrentar desafios para que possamos evoluir moralmente e para galgar vivenciar em mundos mais evoluídos que este, despojados de aspectos primitivos. Fincada nos pilares da religião, ciência e na filosofia, a doutrina espírita apresenta-se inicialmente sobre as obras do pentateuco de Allan Kardec sendo composta por: O livro dos Espíritos, O Evangelho Segundo o Espiritismo, O Livro dos Médiuns, A Gênese, O Céu e o Inferno e após seu desencarne, publicou-se o livro Obras Póstumas. Editado no ano de 1859, o Livro dos Espíritos representou uma verdadeira revolução para a sociedade francesa daquela época. O materialismo ainda era exacerbado, contudo as verdades espíritas não tardaram a ganhar campo e conquistar a atenção de muitos. Kardec utilizou-se do método empírico para, através da intervenção mediúnica, interrogar aos espíritos acerca de diversos temas, desde quem é Deus até o que é o paraíso e o purgatório para criar o corpo da doutrina espírita, confirmando as respostas apresentadas por espíritos sérios através da identidade moral apresentada pelos mesmos, bem como da repetição uniforme de informações em outras mesas mediúnicas pelas psicografias mediúnicas que já se espalhavam incontrolavelmente mundo afora. Mas o que a obra tem com os ensinamentos de Jesus? Como exemplo, na pergunta 149 do Livro dos Espíritos (p.76, 2009), Kardec questiona aos espíritos “Em que se torna a alma no instante da morte?” o que prontamente é respondido: “- volta a ser Espírito, quer dizer, retorna ao mundo dos Espíritos, que deixou momentaneamente”. Elucidando que alma é a condição temporária na qual o espírito se encontra quando encarnado em um corpo material neste ou noutro planeta, e que este espírito interliga-se através do períspirito ao corpo material, tem-se na explicação dada, prova cabal da efemeridade da vida terrena e que quando dela partimos voltamos à vida real, a do no mundo espiritual, recordando de quem realmente somos e de todas as nossas vivências neste mundo ou por onde já passamos através dos séculos, uma vez que somos eternos. Nesse sentido, Jesus Cristo, em sua mensagem de amor, buscando elucidar a humanidade sobre a necessidade de reformar seus atos e a maneira de enxergar a vida à luz do amor ao próximo, já dizia que “Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo”, elucidando acerca da necessidade do homem se remodelar moral e sentimentalmente, vendo o mundo de outra forma, se assim quer chegar ao reino de Deus, ou seja, a evolução de si. Mais adiante, no Evangelho Segundo o Espiritismo (p. 45, 1978), em seu Capítulo IV o Mestre reforça o exposto . Deixando assim, mais do que comprovada à vida após a morte corporal e que é com a evolução que o homem se despoja do arraigado desejo material sublimando para uma visão menos grotesca acerca da sua própria existência e que se nos aproximamos mais da matéria, em seus diversos sentidos, estamos mais afastados de valores como o respeito ao próximo, amor incondicional, perdão, o entendimento da necessidade das dificuldades como forma de equilibrar o universo livrando nossa consciência do remorso retardatário das obras malfazejas de outrora bem como meio de superar desafios capazes de testar nossa aptidão para suportar a dor e os sofrimentos. Ao Estudar o Evangelho segundo o Espiritismo, é cabível explicitar àqueles que não acreditam em Jesus e questionam-se o motivo pelo qual lêem este artigo, que Jesus mais do que qualquer coisa foi um Fato na história da humanidade. A ciência história marcou a linha do tempo da história da humanidade como Antes e Depois do Cristo, havendo uma contagem de tempo do ano zero para trás e do ano zero para frente, ou seja, é uma comprovação científica e didática passada a todos ao longo dos séculos no aprender da história geral nada tendo a se questionar se Jesus realmente existiu ou não. Durante sua breve passagem neste planeta, no cumprir de sua missão, Jesus não se dedicou a propagar sua mensagem através da escrita – O tempo era curto, ficando essa tarefa para seus evangelizadores e apóstolos que assimilavam seus ensinamentos doutrinários e os imortalizavam através das escrituras cristãs. É apropriado ressaltar que antes de Cristo, o velho testamento já trazia a mensagem de Deus para reformar a humanidade, mas era um Pai vingativo e penalizador, pois a humanidade precisava do “chicote” para ser obediente como uma criança mal educada; já nas novas escrituras, após Jesus, o real Deus é apresentado como benevolente e que busca o equilíbrio universal. O Evangelho segundo o Espiritismo é justamente o aproveitamento das Leis Morais apresentadas no Evangelho de Jesus à luz dos ensinamentos da nova Doutrina, assim, tem-se passagens na citada escritura que apresentam e que elucidam a vida espiritual como eterna demonstrando a efemeridade da vida carnal, é o exemplo claro do Capítulo IV (pag. 51, 2010) em que é questionada se a encarnação é uma punição aos espíritos culpados o que prontamente é respondido: “a encarnação não é senão um estado transitório; é uma tarefa que Deus impõe como primeira prova do uso que farão de seu livre arbítrio”. O próprio Cristo demonstrou através da sua ressurreição que a vida carnal é temporária, ressuscitando para o Divino, e que a vida real é aquela que estamos despojados da matéria, cumprindo sua missão ao ser crucificado. Após a escrita do Livro dos Espíritos e com a disseminação dos fenômenos mediúnicos por várias partes do mundo através da psicografia, psicofonia, clarividência, inspirações e até o que se chamava paranormalidade a ciência espírita já tinha seu corpo formado e suas bases alicerçadas, mas o trabalho não parou e as obras foram complementando-se para dar continuidade ao edificante trabalho elucidador. Assim, o livro dos médiuns, ou guia dos Médiuns e dos Evocadores vem esclarecer os gêneros e formas de comunicação com o mundo invisível no ano de 1861 em Paris. Observemos que em determinado trecho da obra, mais precisamente em seu Capítulo XIV, (p. 145, 1987) é questionado se certas pessoas possuem verdadeiramente o dom da cura pelo simples contato, sem o emprego dos passes, e a resposta é que sim . Não precisamos aqui elencar a quantidade de milagres realizados por Jesus a mais de dois mil anos, mas citamos o caso em que uma mulher fora curada somente ao tocar seu manto com base em sua fé, quando o Mestre responde-lhe “a tua fé te curou”, ou seja, a doutrina espírita, está intrinsecamente ligada aos ensinamentos de Jesus que foram transmitidos àquela época de outra forma em virtude do desenvolvimento e da cultura daquele tempo. Hoje, é tida como a boa nova trazida para consolidar o que já fora apresentado por Jesus. A Gênese representa a continuidade da evolução da doutrina espírita, publicada em 1868, reflete temas relativos à origem do universo, o esboço geológico da terra desde períodos primitivos ao nascimento do homem, milagres, fluidos, dentre outros temas mais. Em São Mateus, Cap. XXIV, v.35, a mensagem de Jesus é clara ao dizer que “o céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão”, ou seja, mesmo que a terra sofra as evoluções sociais, culturais e estruturais com o passar do tempo, a palavra de Jesus sempre existirá reformando os conceitos morais da humanidade. E com o homem sempre se rendeu à matéria, até mesmo na forma de adorar a Deus, ou aos deuses nas sociedades politeístas, com a adoração de imagens ou oferendas, inclusive de sangue, os milagres visivelmente realizados ao longo da jornada de Jesus neste planeta foram umas das formas de demonstrar sua autoridade moral e espiritual frente àqueles espíritos em estágio de evolução. Mas os milagres realizados são fruto da evolução de Jesus, que caminhava ao ápice da evolução espiritual, sabendo bem como atuar com as energias empregando-as para o bem, quando aqui encarnado. Reflexo do exposto, a Gênese (1992, p.192) demonstra que as curas podem se dá ela pele utilização do próprio fluido do magnetizador, pelo fluido de espíritos agindo diretamente sem intermediário, como também pelos fluidos que os espíritos despojam sobre o magnetizador e ao qual este serve de condutor . Em 1º de agosto de 1865 o professor Rivail brinda o movimento espírita com a obra O Céu e o Inferno, ou, A Justiça Divina Segundo o Espiritismo, nessa obra observa-se um exame comparado das doutrinas sobre a passagem da vida corpórea, a vida espiritual, as penalidades e recompensas futuras, os anjos e os demónios, dentre outros temas. Não poderia passar despercebido, o nexo existente entre essa tão importante obra com a presença de Jesus em nosso planeta encarnado. Quando aqui veio, deixando sua mensagem de amor ao próximo, perdão e substituição dos sentimentos obscuros por sentimentos puros que possam elevar o ser humano a uma condição moral que o livre do ódio, ambição o egoísmo, dentre outros perniciosos sentimentos, o Cristo demonstrou que através do sofrimento que aqui passamos alcançamos a redenção renunciando a maldade com o aprendizado imposto seguindo para as esferas espirituais mais elevadas dando passos importantes para a elevação espiritual. Em O Céu e o Inferno (2009, p.309), pode-se observar a comunicação advinda do mundo espiritual trazida por Annaïs Gourdon, uma jovem mulher notável pela sua doçura de caráter, bem como qualidades morais, falecida ao findar de 1860. Ela pertencia a uma família de trabalhadores de minas de carvão e fora evocada a pedido do pai e do marido, e assim prossegue em sua comunicação: “ P.- Por que foste arrancada tão cedo ao convívio da família? R.- Porque minhas provas terrestres chegaram ao fim. P.- Sois felizes como espírito? – Sou feliz. Amo e espero; os céus não constituem terror para mim e aguardo, confiante e com amor, que as brancas asas me conduzam até eles. P.- Que entendeis por essas Asas? R.- Entendo tornar-me espírito puro e resplandecer com o os mensageiros celestes que me deslumbram.” A comunicação realizada séculos após a partida de Jesus, demonstra de forma patente o que seu exemplo deixou para a humanidade acerca das penas e sofrimentos, aprendizado e resignação, evolução para o mundo espiritual. Mas nem todos chegam a esse patamar e muitas vezes penam por encarnações sucessivas até alcançarem o aprendizado. Após o desencarne do mestre Rivail, a Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas reuniu, em 1890, uma compilação de estudos do codificador editando esta obra. Em mencionada seleção (2007, p.64) podemos visualizar com o passar dos tempos a adequação à doutrina de Jesus à realidade espírita. Tem-se ali no §VII a referência às obsessões e a possessões, onde aquela representa a influência que os desencarnados exercem sobre os encarnados através de suas energias – que se adequam ao padrão vibratório do encarnado  e direcionamentos mentais para o mal enquanto que esta se refere ao mais alto nível de subjugação que um espírito pode exercer sobre um encarnado, muitas vezes comandando-o como uma marionete que não consegue sequer se controlar . Aqui a referencia faz-se importante, pois por diversas vezes ao retirar-se ao deserto, Jesus Cristo foi tentado pelo “Diabo” como uma forma de o obsidiar a seguir outro caminho e deixar sua missão (Mateus 4: 1-11) . Desta forma, conclui-se que a doutrina do Mestre Jesus Cristo fincou-se em diversos ensinamentos que mudaram o rumo da humanidade, ou pelo menos de uma parcela considerável da mesma, e, quando evoluída, a sociedade foi esclarecida acerca das verdades espirituais através da Doutrina Espírita, contudo, observa-se que mesmo apresentando seu lado Cientifico e também Filosófico, o Espiritismo tem suas bases alicerçadas na doutrina de Jesus e é por isso que tem autoridade moral e é fincada em fatos comprovados perdurando até os tempos de hoje esclarecendo mais e mais seguidores. 

Autor: André Barreto Lima

Meditação para a saúde integral


 

Coronavírus, flagelos e Espiritismo

 

É sabido que a humanidade está passando por um período difícil atualmente, com a epidemia do Coronavírus, fazendo com que quase todos os países sofram com esses flagelos, e tomem medidas drásticas em relação a pandemia. Mas o que o Espiritismo tem a dizer sobre isso? É ponto pacífico para os cientistas atualmente, que as revoluções geológicas, meteorológicas e biológicas, são coisas comuns e necessárias para a todo o ecossistema do nosso planeta, apesar dos estragos que causam, diante do ponto de vista humano. Por isso que, numa periodicidade impressionante, a humanidade presencia todo tipo de sinistro como terremotos, maremotos, furacões, nevascas, enchentes e dilúvios, erupções vulcânicas, epidemias, etc… causando um enorme constrangimento para as populações das regiões onde tais fenômenos acontecem, necessários do ponto de vista biológico/geológico, mas aparentemente do ponto de vista humano, só causam devastação, sofrimento e morte, fazendo o homem se perguntar se Deus realmente existe, por que deixa que tais coisas aconteçam a humanidade? Essa pergunta sempre foi feita, através da História, tanto que esses fenômenos são conhecidos como Flagelos Destruidores. Todos os povos, de uma maneira ou de outra, já presenciaram e passaram por fenômenos assim, deixando seus relatos em livros sagrados e profanos que contaram a sua epopeia de luta e superação do ocorrido para as gerações futuras. Muitas delas, acreditando na ira de Deus, ou seja, tais coisas acontecem por castigo divino aos homens corrompidos e egoístas, ou não. Como foi o caso, por exemplo, do Grande Terremoto de Lisboa, no século XVIII, onde milhares de pessoas morreram devido a um enorme Tsunami que se formou além mar e avançou contra a costa da capital Portuguesa, dizimando quase toda a sua a população. Ou o fato da grande Peste Negra que igualmente dizimou milhões na Europa, quando no período da Idade Média, ou até mesmo Pompeia, só para citar alguns. Parece que a ideia da ira de Deus é um conceito bastante difundido e popular hoje em dia e isso foi também a causa da criação de filosofias seculares que não aceitavam essa ideia de um deus cioso, colérico e vingativo com sua criação que, segundo eles, absolutamente não pediu para nascer, demonstrando que ambas vertentes não conseguiram solucionar essa problemática, pois, os flagelos continuam a acontecer, apesar de tudo. Sabendo disso, Allan Kardec reservou algumas perguntas aos espíritos superiores sobre essas questões, no Livro dos Espíritos; como conciliar a justiça de Deus diante da destruição causada pelos flagelos naturais? Os bem feitores espirituais então, apresentaram a Kardec a Lei de Destruição, ou seja, a lei da impermanência de tudo que existe, inclusive o homem, pela ótica da imortalidade do espírito humano. Nada no universo é perene; perene somente Deus o É. Tudo no Universo evolui, nada é estático, parado; tudo é dinâmico, está na natureza portanto, a destruição dos seres e das coisas materiais para a evolução do próprio Universo. Nada se cria; tudo se transforma. Muito dos flagelos que acontecem tem por objetivo somente a manutenção dos sistemas naturais do planeta, outras vezes tem por objetivo a própria humanidade egoísta e recalcitrante no mal, que vez por outra é abalada em seu orgulho e preguiça para que reconheça a necessidade do bem e das reformas. É necessário aqui refletir sobre o ponto de vista da imortalidade; são três os elementos constitutivos do Universo, a saber…Deus, Espírito e a Matéria. Deus, a Inteligência Suprema, causa primária de tudo que o constitui o Universo. A Matéria; tudo que ocupa lugar no espaço universal, o fluido formidável que pode tomar formas infinitas, tanto tangíveis quanto invisíveis, extrafísicas e dimensionais, pois inexistência não é sinônimo de invisibilidade. A ferramenta que o Espírito usa para sua evolução e trabalho. E por fim… O Espírito, o sinônimo de Vida ou Inteligência como força da Natureza, no sentido geral, Universal, capaz de se apresentar de formas que variam ao infinito. Assim como a matéria, pode tomar formas tanto físicas quanto extradimensionais, capaz de preexistir e sobreviver a tudo, ou seja, a imortalidade é o seu principal atributo. Assim sendo, Kardec tomou conhecimento sobre a ótica dos espíritos superiores e imortais, a respeito da Destruição. Encarando por esse prisma, os espíritos superiores esclarecem que os flagelos destruidores acontecem para fazer com que determinada leva de espíritos sejam obrigados a saírem da inércia moral em que se encontram; quanto mais materializados ficarem, mais estacionados estarão. Seria absurdo então conceber que em um Universo onde seu próprio Criador trabalha sempre existiram criaturas onde não fazem absolutamente coisíssima alguma por si mesmos ou pela criação. Logo, não é um castigo de Deus, e sim uma provação que Ele nos impõe para amadurecermos espiritual e moralmente, apesar de todos os recursos que ele nos proporciona para distinguirmos o bem do mal e que nós deliberadamente menosprezamos através de nossas vidas sucessivas. É assim que de tempos em tempos, as humanidades de um planeta de provas e resgate, cada uma a seu turno, que por ventura estejam estacionadas em determinado ponto da evolução, são constrangidas a marcharem em direção a fraternidade e ao conhecimento, através de determinada epidemia ou desastre natural. Mas aí, você, amigo leitor, leitora, pode se perguntar; e os mortos? O que eles ganharam com isso? Como dito antes, devemos encarar a natureza pela ótica da imortalidade do espírito humano. De toda maneira, o homem desencarnará, mais cedo ou mais tarde, a grande diferença é que, nesses acontecimentos, muitos desencarnam juntos, constituindo uma expiação para os que partem dos quais reencarnarão novamente, no futuro, e uma prova para os que sobrevivem. Contudo, além dos flagelos naturais, há os causados pelo próprio homem, devido a sua imprevidência, omissão e egoísmo, recebem o efeito do que causaram, mais cedo ou mais tarde. Atualmente, estamos passando por um período semelhante a isso. A epidemia do Coronavírus, é um flagelo causado por nós mesmos, através de ações humanas mal sucedidas, com o objetivo de beligerância. Podemos considerá-lo então como um flagelo antropológico, e por isso mesmo, estamos colhendo o que plantamos. Deus para nos provar deixa que nós colhamos o resultado de nossas ações e que nosso orgulho seja ferido, para que enfim tenhamos responsabilidade por nossos atos coletivos. Ainda segundo os espíritos superiores, os efeitos bons dos flagelos naturais, geralmente, somente as gerações futuras desfrutarão. Como foi o caso da Peste Negra, falado supra. Ela foi causada pelo uso excessivo dela como arma de guerra, pois os exércitos inimigos costumavam jogar cadáveres com a moléstia, dentro dos lugares onde tentavam dominar, sem perceberem que, mais cedo ou mais tarde, se contaminariam também. Muitos desses soldados voltavam depois de guerras cruéis, a suas cidades de origem, totalmente contaminados com a doença que era extremamente contagiosa, que encontrou caminho fácil devido a ignorância e obscurantismo da Idade Média, conhecida também como a Idade da Trevas. Depois de milhões de mortos, os sobreviventes de tal sinistro, se voltaram para a ciência e a filosofia, derrubando finalmente a Idade das Trevas e criando o período do Iluminismo, do qual pregava o conhecimento e a ciência como salvadoras da humanidade. O mesmo aconteceu, de certa forma, com a destruição de Pompeia. Depois do ocorrido, um sobrevivente da destruição, chamado Plínio, relatou o que presenciou em um livro, explicando o que tinha acontecido dias antes do ocorrido. Segundo ele, o Vesúvio deu sinais claros de que iria explodir, soltando uma fumaça negra e criando pequenas erupções que o povo da época, orgulhoso e hedonista, se limitou a fazer oferendas a Efestus, um antigo deus romano, para que ele se acalmasse. O livro de Plínio – o sobrevivente, ficou tão famoso e seminal, que até hoje alguns fenômenos vulcânicos levam o seu nome, como as famosas “Erupções Plinianas”. Graças a ele, populações inteiras ao redor do mundo e através da História foram salvas, devido somente a um homem que, providencialmente, usou de inteligência. Inteligência essa que seus contemporâneos haviam esquecido. Há então, dois tipos de flagelos; os naturais, dos quais o homem realmente não tem como fugir, somente encarar com coragem, emprenho e fé em Deus. E os flagelos antropológicos, ou seja, causados por nós. Um nós podemos deter ou conjurar somente nos melhorando moral e intelectualmente. O outro somente podemos encarar com coragem e fé, reconhecendo a onipotência de Deus na natureza, pedindo para que Ele tenha piedade de nós, até por que, a própria lei de destruição nos mostra que tudo passa, como bem frisou Emmanuel, pela pena de Francisco Candido Chico Xavier: Todas as coisas, na Terra, passam… Os dias de dificuldades, passarão… Passarão também os dias de amargura e solidão… As dores e as lágrimas passarão. As frustrações que nos fazem chorar… um dia passarão. A saudade do ser querido que está longe, passará. Dias de tristeza… Dias de felicidade… São lições necessárias que, na Terra, passam, deixando no espírito imortal as experiências acumuladas. Se hoje, para nós, é um desses dias repletos de amargura, paremos um instante. Elevemos o pensamento ao Alto, e busquemos a voz suave da Mãe amorosa a nos dizer carinhosamente: isso também passará… E guardemos a certeza, pelas próprias dificuldades já superadas, que não há mal que dure para sempre. O planeta Terra, semelhante a enorme embarcação, às vezes parece que vai soçobrar diante das turbulências de gigantescas ondas. Mas isso também passará, porque Jesus está no leme dessa Nau, e segue com o olhar sereno de quem guarda a certeza de que a agitação faz parte do roteiro evolutivo da humanidade, e que um dia também passará… Ele sabe que a Terra chegará a porto seguro, porque essa é a sua destinação. Assim, façamos a nossa parte o melhor que pudermos, sem esmorecimento, e confiemos em Deus, aproveitando cada segundo, cada minuto que, por certo… também passarão…” ” Tudo passa……….exceto DEUS!” É o suficiente! 

Autor: Wanderson Silva

O poder do pensamento e da vontade


 

Aliança da Ciência com a Religião

 

8 – A Ciência e a Religião são as duas alavancas da inteligência humana. Uma revela as leis do mundo material, e a outra as leis do mundo moral. Mas aquelas e estas leis, tendo o mesmo princípio, que é Deus, não podem contradizer-se. Se umas forem à negação das outras, umas estarão necessariamente erradas e as outras certas, porque Deus não pode querer destruir a sua própria obra. A incompatibilidade, que se acredita existir entre essas duas ordens de idéias, provém de uma falha de observação, e do excesso de exclusivismo de uma e de outra parte. Disso resulta um conflito, que originou a incredulidade e a intolerância. São chegados os tempos em que os ensinamentos do Cristo devem receber o seu complemento; em que o véu lançado intencionalmente sobre algumas partes dos ensinos deve ser levantado, em que a Ciência, deixando de ser exclusivamente materialista, deve levar em conta o elemento espiritual; e em que a Religião, deixando de desconhecer as leis orgânicas e imutáveis, essas duas forças, apoiando-se mutuamente e marchando juntas, sirvam uma de apoio para a outra. Então a Religião, não mais desmentida pela Ciência, adquira uma potência indestrutível, porque estará de acordo com a razão e não se lhe poderá opor a lógica irresistível dos fatos. A Ciência e a Religião não puderam entender-se até agora, porque, encarando cada uma as coisas do seu ponto de vista exclusivo, repeliam-se mutuamente. Era necessária alguma coisa para preencher o espaço que as separava, um traço de união que as ligasse. Esse traço está no conhecimento das leis que regem o mundo espiritual e suas relações com o mundo corporal, leis tão imutáveis como as que regulam o movimento dos astros e a existência dos seres. Uma vez constatadas pela experiência essas relações, uma nova luz se fez: a fé se dirigiu à razão, esta nada encontrou de ilógico na fé, e o materialismo foi vencido. Mas nisto, como em tudo, há os que ficam retardados, até que sejam arrastados pelo movimento geral, que os esmagará, se quiserem resistir em vez de se entregarem. É toda uma revolução moral que se realiza neste momento, sob a ação dos Espíritos. Depois de elaborada durante mais de dezoito séculos, ela chega ao momento de eclosão, e marcará uma nova era da humanidade. São fáceis de prever as suas conseqüências: ela deve produzir inevitáveis modificações nas relações sociais, contra o que ninguém poderá opor-se, porque elas estão nos desígnios de Deus e são o resultado da lei do progresso, que é uma lei de Deus.

O Evangelho Segundo o Espiritismo

Devo ir ao cemitério no dia de finados?