quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Desencarnações coletivas

Quando os aviões chocaram-se contra as torres gêmeas do World Trade Center nos EUA, curiosos e jornalistas narraram muitas histórias sobre pessoas que deveriam estar nas torres, naquela manhã e não estavam. Citarei três breves narrativas. 1ª Num dos escritórios do prédio, havia um jovem funcionário que resolveu comprar lanche para partilhar com os colegas, pois, há alguns meses ele vinha comendo os lanches apenas e, naquela manhã de 11 de setembro resolveu ser gentil e dar a sua cooperação, por isso, atrasou-se e não morreu no atentado. 2ª Um alto executivo, vaidoso, cuidador da aparência, resolveu por sapatos novos, um belo par de bico longo, quadrado afinado, era legítimo couro de jacaré; como era novíssimo o sapato fez enorme bolha e ele resolveu parar numa farmácia para comprar um curativo, por isso, atrasou-se e não morreu no atentado. 3ª Era o primeiro dia de aula do filho do chefe de um dos escritórios do prédio e, este pai, por nada no mundo queria perder a cena de ver o filho entrando na primeira escola de sua vida de estudante, por isso, atrasou-se e não morreu no atentado. Qual seria o fator comum destas três histórias? Vamos refletir juntos: Na questão 737 de O Livro dos Espíritos, o professor Rivail questionou a espiritualidade: Com que fim fere Deus a humanidade por meios de flagelos destruidores? Os amigos espirituais responderam: para fazê-la progredir mais depressa. A destruição é uma necessidade para regeneração moral dos Espíritos. O Espírito é sempre o árbitro da própria sorte, podendo prolongar os sofrimentos pela permanência no mal, ou suavizá-los e anulá-los pela prática do bem". (O Céu e o Inferno) As condições pára apagar os resultados de nossas faltas resumem-se em três: Arrependimento, expiação e reparação. O sofrimento é inerente as imperfeições. Toda a imperfeição assim como toda a falta traz consigo o próprio castigo nas consequências naturais e, inevitáveis, assim a moléstia pune os excessos e da ociosidade nasce o tédio, sem que haja mister de uma condenação especial para cada falta ou indivíduo. Podendo todo o homem libertar-se das imperfeições por efeito da vontade, pode, igualmente, anular os males consecutivos e assegurar a futura felicidade. A cada um segundo suas obras, no céu como na Terra: Tal é a Lei da Justiça Divina (O Céu e o Inferno). As desencarnações podem ser naturais, provocadas e violentas. As naturais, decorrem do esgotamento dos órgãos e representam o encerramento programado das existências corporais, segundo a Lei de Causa e Efeito e o planejamento reencarnatório do ser. Os extremos da vida (infância e velhice) são os períodos da existência em que a desencarnação se processa geralmente com maior facilidade. Há almas reunidas em desencarnes no mesmo momento temporal, porque possuem vínculos, muitas vezes datados de épocas anteriores, e as circunstâncias de retorno à vida espiritual estava prevista pela Lei de Causa e Efeito. Trata-se da universalidade de resultados: criaturas reuniram-se, reúnem-se e se reunirão para atuarem e progredirem juntas, seja para reencarnar, seja para desencarnar. Há, portanto, provas coletivas. (Obras Póstumas - As Expiações Coletivas) As violentas encampam a ocorrência de catástrofes naturais (enchentes, terremotos, maremotos, ciclones, erupções, desmoronamentos, acidentes aéreos, automobilísticos, ferro ou aquaviários, entre outros), sem desconsiderar a ação ou omissão humana, em face da ganância e da corrupção, podem estar entre as causas que geram tais efeitos. As provocadas resultam da ação humana no espectro da criminalidade e da agressividade (assassínio, atentados, guerras). O professor Carlos Toledo Rizzini em sua obra Evolução para o Terceiro Milênio, classifica as desencarnações em: Desencarnação Lenta: O Espírito passa por uma separação gradual e sem choques. Ex.: velhice e doenças prolongadas. Desencarnação Súbita: O Espírito é apanhado desprevenido, sem preparo. Desencarnações coletivas: Os Espíritos com débitos semelhantes reúnem-se para uma expiação coletiva. O conhecimento que nos tiver sido possível adquirir das condições da vida futura exerce grande influência em nossos últimos momentos; dá-nos mais segurança, abrevia a separação da alma. Atitude da família - Leon Denis diz: "no estado de perturbação, a alma tem consciência dos pensamentos que se lhe dirigem: os pensamentos de amor e caridade, as vibrações dos corações afetuosos brilham para ela como raios na névoa que a envolve; ajudando-a a soltar-se dos últimos laços que a acorrentam à Terra, a sair da sombra em que está imersa" A prece pelos desencarnados têm por fim, não apenas proporcionar-lhes uma prova de simpatia, mas também de ajudá-los a se libertarem das ligações terrenas, abreviando a perturbação que segue sempre à separação do corpo, e tornando mais calmo o seu despertar. (ESE, cap.28, item 59). Emmanuel, espírito, esclarece: "Nós criamos a culpa e nós mesmos engenhamos os processos destinados a extinguir-lhes as consequências. E a sabedoria divina se vale dos nossos esforços e tarefas de resgate e reajuste a fim de induzir-nos a estudos e progressos sempre mais amplos no que diga respeito a nossa própria segurança. É por esse motivo que, de todos as calamidades terrestre, o Homem se retira com mais experiência e mais luz no cérebro e no coração, para defender-se e valorizar a vida." Chico Xavier, no livro Pede licença, capítulo "Desencarnações Coletivas" pergunta: Por que Deus permite a morte aflitiva de tantas pessoas enclausuradas, como nos incêndios? André Luiz no livro “Ação e Reação” capítulo 18 esclarece: Piratas que afundaram e saquearam embarcações indefesas, provocando inúmeras mortes, mais tarde, são reunidos pela lei de atração em viagens aéreas onde a aeronave cai provocando a morte de todos eles. Guerreiros que no passado arrasaram lares, matando mulheres e crianças sob os escombros de suas casas, são, da mesma forma atraídos pela lei de causa e efeito e renascem em áreas propícias a terremotos ou mal semelhante e sucumbem nestas condições. Narra o querido professor José Raul Teixeira que em 17 de dezembro de 1961, havia, na cidade de Niterói - Rio de Janeiro, um famoso circo. O pai de Raul prometera-lhe que ao voltar do trabalho, à tardinha, traria o dinheiro para a entrada do circo. Raul esperou, esperou, passou à tardinha, chegou à noite e quando o pai retorna, já bem mais tarde, não havia mais tempo para assistir o espetáculo. Raul ficou zangado com o pai, corou muito. Depois, chega a notícia: o circo pegara fogo e centenas de crianças, das mais diversas idades morreram carbonizadas. O atraso do pai do Raul foi providencial, pois, segundo o que aprendemos com a Doutrina Espírita, ele, Raul não estava comprometido com a lei para esta situação de desencarne. Poderemos ler no livro psicografado por Chico Xavier, ditado pelo Espírito de Humberto de Campos que aqueles que morreram no incêndio do circo, em Niterói, eram os mesmos Espíritos que no ano 177, na Gália, queimaram cerca de 1000 crianças e mulheres cristãs, na França, na época do Império Romano. Ainda mais um fato, uma família morre queimada num violento acidente automobilístico e os espíritos esclarecem: que aqueles que pereceram neste acidente, onde o carro pegou foro, eram os mesmos espíritos, que um dia por vingança contra seu vizinho, na madrugada, quando o vizinho dormia, colocaram fogo na casa, matando toda a família. As lições que tiramos destas narrativas: a importância de buscarmos o conhecimento do porquê da vida e obrarmos cada vez mais de acordo com a Lei Divina e com o Evangelho do Mestre fazendo ao outro tudo aquilo que nós gostaríamos que o outro nos fizesse. Chico Xavier, ainda nos alerta que quando a justiça divina vem cobrar as nossas dívidas e nos encontra na obra do bem, recebemos uma moratória divina. Observando ainda, quando as desencarnações coletivas acontecem, podemos e devemos ajudar, com as nossas preces rogando ao Divino Mestre Jesus que jorre sua luz amorosa, tanto sobre os familiares, como sobre as "vítimas", pois, prece é um poderoso recurso benfeitor para os que sofrem. 

Texto extraído da palestra Desencarnações Coletivas proferida por Helena Bertoldo da Silva, na Sociedade Espírita Novo Horizonte, em Capão Novo, em 21/01/2012

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Agradeça sempre!


Agradeça sempre!
Deus não nos dar um fardo que não podemos carregar...
Só vivemos o que é necessário pra nossa evolução.

Faz tua parte (palestra)


Doenças Espirituais

Todas as vezes que nosso corpo apresentar alguma doença, é sinal de que alguma coisa não está bem. A doença não é uma causa, é uma conseqüência proveniente das energias negativas que circulam por nossos organismos espiritual e material. O controle das energias é feito através dos pensamentos e dos sentimentos. Possuímos energias que nos causam doenças porque somos indisciplinados mentalmente e emocionalmente. 
No livro “Nos Domínios da Mediunidade”, André Luiz explica que assim como o corpo físico pode ingerir alimentos venenosos que lhe intoxicam os tecidos, também o organismo perispiritual absorve elementos que lhe degradam, com reflexos sobre as células materiais. Recebemos energia vital que vem do cosmo, da alimentação, da respiração e da irradiação das outras pessoas e para elas imprimimos a energia gerada por nós mesmos. Assim, somos responsáveis por emitir boas ou más energias às outras pessoas. A energia que irradiamos aos outros estará impregnada com nossa carga energética, isto é, carregada das energias de nossos pensamentos e de nossos sentimentos, é necessário que vigiemos o que pensamos e sentimos. Podemos classificar as doenças em três tipos: físicas, espirituais e atraídas ou simbióticas. 
1. As doenças físicas são distúrbios provocados por algum acidente, excesso de esforço ou exagero alimentar, entre outros, que fazem um ou mais órgãos não funcionarem como deveriam, criando uma indisposição orgânica. 
2. As doenças espirituais são aquelas provenientes de nossas vibrações. O acúmulo de energias nocivas em nosso perispírito gera a auto-intoxicação fluídica. Quando estas energias descem para o organismo físico, criam um campo energético propício para a instalação de doenças que afetam todos os órgãos vitais, como coração, fígado, pulmões, estômago etc., arrastando um corolário de sofrimentos. As energias nocivas que provocam as doenças espirituais podem ser oriundas de reencarnações anteriores, que se mantém no perispírito enfermo enquanto não são drenadas. Em cada reencarnação, já ao nascer ou até mesmo na vida intra-uterina, podemos trazer os efeitos das energias nocivas presentes em nosso perispírito, que se agravam à medida que acumulamos mais energia negativa na reencarnação atual. Enquanto persistirem as energias nocivas no perispírito, a cura não se completará. 
3. Já as doenças atraídas ou simbióticas são aquelas que chegam por meio de uma sintonia com fluidos negativos. O que uma criatura colérica vibrando sempre maldades e pestilências pode atrair senão as mesmas coisas? Essa atração gera uma simbiose energética que, pela via fluídica, causa a percepção da doença que está afetando o organismo do espírito que está imantado energeticamente na pessoa, provocando a sensação de que a doença está nela, pois passa a sentir todos os sintomas que o espírito sente. Então a pessoa vai ao médico e este nada encontra. André Luiz afirma que se a mente encarnada não conseguiu ainda disciplinar e dominar suas emoções e alimenta paixões (ódio, inveja, idéias de vingança, uso de drogas), ela entrará em sintonia com os irmãos do plano espiritual, que emitirão fluidos maléficos para impregnar o perispírito do encarnado, intoxicando-o com essas emissões mentais, podendo levá-lo até à doença. Surgimento das Doenças A cada pensamento, emoção, sensação ou sentimento negativo, o perispírito imediatamente adquire uma forma mais densa e sua cor fica mais escura, por causa da absorção de energias nocivas. Durante os momentos de indisciplina, o homem mobiliza e atrai fluidos primários e grosseiros, os quais se convertem em um resíduo denso e tóxico. Devido à densidade, estas energias nocivas não conseguem descer de imediato ao corpo físico e vão se acumulando no perispírito. Com o passar do tempo, as cargas energéticas nocivas que não forem dissolvidas ou não descerem ao corpo físico formam manchas e placas que aderem à superfície do perispírito, comprometendo seu funcionamento e se agravando quando a carga deletéria acumulada é aumentada com desatinos da existência atual. Em seus tratados didáticos, a medicina explica que, no organismo do homem, desde seu nascimento físico, existem micróbios, bacilos, vírus e bactérias capazes de produzirem várias doenças humanas. Graças à quantidade ínfima de cada tipo de vida microscópica existente, eles não causam incômodos, doenças ou afecções mórbidas, pois ficam impedidos de terem uma proliferação além da “cota-mínima” que o corpo humano pode suportar sem adoecer. No entanto, quando esses germes ultrapassam o limite de segurança biológica fixado pela sabedoria da natureza, motivados pela presença de energias nocivas no corpo físico, eles se proliferam e destroem os tecidos de seu próprio “hospedeiro”. Partindo das estruturas energéticas do perispírito na direção do corpo, em ondas sucessivas, essas radiações nocivas criam áreas específicas nas quais podem se instalar ou se desenvolver as vidas microscópicas encarregadas de produzir os fenômenos compatíveis com os quadros das necessidades morais para o indivíduo. Elas se alimentam destas energias nocivas que chegam ao físico, conseguindo se multiplicar mais rapidamente e, em conseqüência, causando as doenças. A recuperação do espírito enfermo só poderá ser conseguida mediante a eliminação da carga tóxica que está impregnada em seu perispírito. Embora o pecador já arrependido esteja disposto a uma reação construtiva no sentido de se purificar, ele não pode se subtrair dos imperativos da Lei de Causa e Efeito. Para cada atitude corresponde um efeito de idêntica expressão, impondo uma retificação de aprimoramento na mesma proporção, ou seja, a pessoa tem que dispender um esforço para repor as energias positivas da mesma maneira que dispende esforços para produzir as energias negativas que se acumulam em seu perispírito. Eliminando as energias tóxicas Assim, como decorrência de tal determinismo, o corpo físico que veste agora ou outro, em reencarnação futura, terá de ser justamente o dreno ou a válvula de escape para expurgar os fluidos deletérios que o intoxicam e impedem de firmar sua marcha na estrada da evolução. Durante a purificação perispiritual, as toxinas psíquicas convergem para os tecidos, para os órgãos ou regiões do corpo, provocando disfunções orgânicas que conhecemos como doença. Quando o espírito não consegue expurgar todo o conteúdo venenoso de seu perispírito durante a existência física, ele desperta no além sobrecarregado de energia primária, densa e hostil. Em tal caso, devido à própria “lei dos pesos específicos”, ele pode cair nas zonas umbralinas pantanosas, onde é submetido à terapêutica obrigatória de purgação no lodo absorvente. Assim, pouco a pouco vai se libertando das excrescências, nódoas, venenos e “crostas fluídicas” que nasceram em seu tecido perispiritual por efeito de seus atos de indisciplina vividos na matéria. Os charcos pantanosos do umbral inferior são do mesmo nível vibratório das manchas e placas, por isso servem para drenar essas energias nocivas. Embora sofram muito nesses locais, isso os alivia da carga tóxica acumulada na Terra, assim como seu psiquismo enfermo, depois de sofrer pela dor cruciante, desperta e se corrige para viver existências futuras mais educativas ou menos animalizadas. Os espíritos socorristas só retiram dos charcos purgatoriais os pecadores que já estão em condições de uma permanência suportável nos postos e colônias de recuperação perispiritual adjacentes à crosta terrestre. Cada um tem certo limite que pode agüentar em meio a estes charcos, então eles são resgatados mesmo que ainda não tenham expurgado todas as placas, reencarnando em corpos onde permanecerão expurgando e drenando essas energias através das doenças que se manifestarão no corpo físico. Ajuda da medicina A doutrina espírita não prega o conformismo, por isso é lícito procurar a medicina terrena, que pode aliviar muito e curar onde for permitido. Se a misericórdia divina colocou os medicamentos ao nosso alcance é porque podemos e devemos utilizá-los para combater as energias nocivas que migraram do perispírito para o corpo físico, mas não devemos esquecer que os medicamentos alopáticos combatem somente os efeitos da doença. Isto quer dizer que, quando as doenças estão presentes no corpo físico, devemos combatê-la, buscar alívio. Muitas vezes, estas doenças exigem tratamentos prolongados, outras vezes necessitamos até de cirurgia, mas tudo faz parte da “Lei de Causa e Efeito”, que tenta despertar para uma reforma moral através deste processo doloroso. Qualquer medida profilática em relação às doenças tem que se iniciar na conduta mental, exteriorizando-se na ação moral que reflete o velho conceito latino: Mente sã, corpo são (mens sana in corpore sano). Estados de indisciplina são os maiores responsáveis pela convocação de energias primárias e daninhas que adoecem o homem pelas reações de seu perispírito contra o corpo físico. Sentimentos como orgulho, avareza, ciúme, vaidade, inveja, calúnia, ódio, vingança, luxúria, cólera, maledicência, intolerância, hipocrisia, amargura, tristeza, amor-próprio ofendido, fanatismo religioso, bem como as conseqüências nefastas das paixões ilícitas ou dos vícios perniciosos, são também geradores das energias nocivas. Ou seja, a causa das doenças está na própria leviandade no trato com a vida. Analisando criteriosamente o comportamento, ver-se-á que os males que atormentam as pessoas persistirão enquanto não forem destruídas as causas. Portanto, soluções superficiais são enganosas. É preciso lutar contra todas as aflições, mas jamais de forma milagrosa. Procuremos sempre pensar e agir dentro dos ensinamentos cristãos, a fim de alcançarmos a cura

Nada é por acaso


O Pão Divino (palestra)


Remorso

Melhor é resolver as questões e não protelar reconciliações, enquanto é tempo. Muitas pessoas imaginam que não há grandes diferenças entre remorso e o arrependimento. No livro “Aborto à Luz do Espiritismo”, Eliseu Florentino da Mota Jr. Escreve que “dentre as causas determinantes das anomalias psíquicas é induvidoso que o remorso assume especial relevância, porquanto, ao contrário do arrependimento, que é o primeiro passo para a reabilitação diante de um erro cometido, ele determina o surgimento do complexo de culpa, levando a pessoa que eventualmente tenha errado a crises nervosas, chegando mesmo à loucura”. Dessa forma, podemos entender claramente essa diferença, deixando para reflexão o quanto o remorso é prejudicial para o indivíduo. Sempre nos questionamos quando deixamos alguma questão mal resolvida ou de não se ter uma reconciliação – isto acontece quando o nosso desafeto venha a falecer. Consequentemente, o remorso bate à nossa mente por termos protelados para depois a solução de problemas, algumas vezes simples, outras não, mas que poderiam ter sido resolvidos ou esclarecidos com uma conversa sincera entre as partes envolvidas. Porém nosso orgulho acaba sendo predominante fazendo com que a reconciliação não se realize. Recentemente duas pessoas queridas de minha convivência estavam brigadas, sabia do amor que sentiam um pelo outro, porém o orgulho fazia com que a reconciliação fosse evitada. Uma noite falei para uma das partes que seu desafeto estava doente, para ele imaginar se essa pessoa viesse a falecer, o remorso iria ser grande por não ter se reconciliado enquanto podia. Minutos depois, essa pessoa pegou o telefone e se reconciliou com a outra. Neste caso correu tudo bem, mas quantos deixam para depois. O tempo não é eterno e o amanhã pode ser muito tarde. Devemos pensar que o presente é agora e que o futuro pode não existir. Vitor Ronaldo Costa, em seu livro “Gerenciando as Emoções”, explica que se alguém alimenta um sentimento de culpa, em decorrência de um mal cometido intencionalmente, o bom senso recomenda que se busque a solução do impasse na prática inadiável de uma atitude enobrecida. A anulação do remorso sugere a tomada de duas providências essenciais: o cultivo da humildade e o pedido de perdão. No livro “O Céu e o Inferno, Allan Kardec no capítulo IV, intitulado “Criminosos Arrependidos”, descreve o contato feito com um jovem padre de nome Verger que havia assassinado em 3 de janeiro de 1857, Monsenhor Sibour, Arcebispo de Paris, quando saía da Igreja de Saint-Étienne-du-Mont. Verger foi condenado à morte e em 30 de janeiro executado. Em nenhum momento mostrou-se arrependido do seu crime. 
O mesmo foi evocado no mesmo dia de sua execução e posteriormente três dias mais tarde. Nestes contatos quando Verger foi indagado: Qual a vossa punição? Ele respondeu: “Sou punido porque tenho consciência da minha falta, e para ela peço perdão à Deus; sou punido porque reconheço a minha descrença nesse Deus; sabendo agora que não devemos abreviar os dias de vida de nossos irmãos; sou punido pelo remorso de haver adiado o meu progresso, enveredando por caminho errado, sem ouvir o grito da própria consciência que me dizia não ser pelo assassínio que alcançaria o meu desiderato. Deixei-me dominar pela inveja e pelo orgulho; enganei-me e arrependo-me, pois, o homem deve esforçar-se sempre por dominar as más paixões – o que, aliás, não fiz. 
Quando tiramos a vida de alguém estamos retardando nossa evolução e cortando a oportunidade de nosso irmão dar sequência na sua. Além do mais, é um pecado que corrói a nossa consciência por ser um ato indigno de nossa parte. É muito triste chegar ao plano espiritual e sentir na consciência o remorso. Deus nos dá a oportunidade de reparação, é parte de nossa evolução colocar em prática os ensinamentos morais de Jesus. 
O perdão faz parte destes ensinamentos e é providencial, deixando de lado o orgulho, que não leva a nada. Dessa vida a única coisa que levamos são as nossas obras, que é feita através da caridade. 
Quando falamos em caridade é no sentido amplo, começando por ajudar aqueles a quem temos algum desafeto. Vamos analisar a situação, não somos santos e todos sujeitos a erros. Vamos nos colocar no lugar de nosso desafeto e imaginar se não agiríamos da mesma forma. Uma reflexão profunda pode ser essencial para essa reconciliação. O tempo é curto, devemos guardar momentos felizes e aprender com os tristes. São esses momentos alegres que nos fazem refletir o tão quão somos queridos. As amizades e a família são algo que devemos saber aproveitar, pois são momentos de compartilhar experiências e reparar erros cometidos em outras vidas ou até mesmo nessa. Todos os atos indignos como o aborto, o suicídio, a traição entre outros, são prejudiciais a nós mesmos. Eliseu Florentino descreve em seu livro a diferença do remorso para o arrependimento, quando se tratando de aborto praticado, que o arrependimento leva a pessoa a reparar o seu erro adotando uma criança ou trabalhando em lugares que cuidam de crianças carentes, enquanto que o remorso é patológico à medida que o autor da conduta abortiva é levado ao monoideísmo, causando anomalias psicológicas e psíquicas. André Luiz no livro Nosso Lar descreve as palavras de consolo do benfeitor Clarêncio: “aproveita os tesouros do arrependimento, guarda a bênção do remorso, embora tardio, sem esquecer que a aflição não resolve problemas”.  

Fonte: Revista Internacional de Espiritismo