quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Minha vida na outra vida (Filme completo)


quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Conceito Equivocado

Visão incorreta a respeito dos médiuns possuem aqueles que do Espiritismo conhecem apenas as informações e conceitos equivocados sem estrutura de lógica nem contribuição racional. 

 Adotando idéias fantasiosas que primam pela ingenuidade da crença no sobrenatural, pensam que os médiuns são seres humanos especiais, portadores de dons e de poderes que os capacitariam a solucionar quaisquer problemas e dificuldades que lhes sejam apresentados. 

 Em face dessa óptica distorcida da realidade, envolvem os medianeiros em auréolas de santificação, concedendo-lhes atributos que estão distantes de os possuir. 

 Diante deles, sentem-se privilegiados, insuflando-lhes paixões dissolventes como o orgulho, a presunção e as veleidades morais, filhos torpes do egoísmo que dilacera muitas almas inadvertidas, logo as perturbando e enlouquecendo sob o seu guante.

 Como efeito do mesmo desconhecimento, pensam que os sensitivos estão sempre cercados pelos numes tutelares e trazem, em razão disso, complexos enigmas a todo momento e irresponsavelmente induzindo-os a elucidações de ocorrências que não podem ser realizadas. 

 Basta que os vejam, e esses “clientes” inadvertidos desfilam-lhes o rosário de queixas, de lamentações, descarregando contínuas dificuldades que não estão realmente interessados em solucionar. 

Sempre conduzem enfermidades e pessimismo, que propõem ao companheiro mediúnico na expectativa dos milagres que não ocorrem. 

Quase nunca lhes oferecem palavras amigas, que supõem eles não necessitarem, sobrecarregando-os com os seus fadários, maus humores e agressividade. 

Crêem que os servidores da mediunidade encontram-se no mundo para conduzirem o seus fardos. Se os notam cansados, tristes ou sofridos, decepcionam-se, chocados, indagando onde estão os seus guias espirituais, que os não aliviam? 

Percebendo-os irritados nos momentos infelizes, embora o seu incessante júbilo, apresentam-se ofendidos e desconsiderados, apesar de se permitirem a rudeza, a ingratidão e as exigências variadas.

 A mediunidade não é uma graça divina, nem um processo adivinhatório, ou ainda recurso mirabolante para saciar a sede das novidades humanas.

 É uma conquista adquirida através da evolução para o intercâmbio espiritual, para a iluminação de consciências e crescimento espiritual. 

 Tesouro de valor inapreciável, quando bem direcionada; também representa cruz provacional, quando assinalada por sofrimentos e perturbações emocionais, assim como fisiopsíquicas. 

 A mediunidade é faculdade da alma que no corpo se reveste do arcabouço de células para facultar a captação das ondas e vibrações sutis além da esfera física. 

Os médiuns, por isso mesmo, são pessoas comuns, portadoras de paranormalidade. O comportamento moral que se impõem elege-os à felicidade ou condu-los às angústias demoradas. 

 O conhecimento do Espiritismo aclara esse conceito incorreto a respeito dos médiuns, assim como de inumeráveis questões que podem ser esclarecidas e demitizadas, facultando mais amplo entendimento sobre a vida e o seu precioso significado. 

 Médiuns foram Francisco de Assis, Teresa de Ávila, Joanna d’Arc e muitos outros inspirados por Jesus e Seus Mensageiros, assim como também Judas, o atormentado; Átila, enlouquecido pela ferocidade que não controlava, e todos os terríveis sicários da humanidade. 

 Neutra, em si mesma, a faculdade mediúnica é instrumento para comunicar com os espíritos, que a moral da criatura humana direcionará conforme a evolução espiritual em que se encontre incursa. 

 Precatem-se os bons médiuns, aqueles que se fizeram espíritas, contra o culto ao personalismo, ao egoísmo e a todos os perigos que os cercam, tentando impedi-los de avançar e de crescer interiormente. 

 Elejam o trabalho de auxilio fraternal como mecanismo de equilíbrio e, estudando a Doutrina para bem compreender a tarefa que lhes cumpre desempenhar, não se olvidem da humildade verdadeira, prosseguindo no afã de autoiluminação.

 E em qualquer circunstância, exaltados ou perseguidos, aplaudidos ou humilhados, não sabendo como agir, recorram ao Evangelho e perguntem-se que faria Jesus nas mesmas condições, seguindo-o e recordando-lhe o triunfo sobre as fatuidades e a insensatez humanas, na Sua condição de Médium de Deus.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Afeições

O amor não é cego. 
Vê sempre as pessoas queridas tais quais são e as conhece, na intimidade, mais do que os outros. 
Exatamente por dedicar-lhes imenso carinho, recusa-se a registrar-lhes os possíveis defeitos, porquanto sabe amá-las mesmo assim.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

A grande pergunta

Em lamentável indiferença, muitas pessoas esperam pela morte do corpo, a fim de ouvirem as sublimes palavras do Cristo. 

 Não se compreende, porém, o motivo de semelhante propósito. O Mestre permanece vivo em seu Evangelho de Amor e Luz. 

 É desnecessário aguardar ocasiões solenes para que lhe ouçamos os ensinamentos sublimes e claros. Muitos aprendizes aproximam-se do trabalho santo, mas desejam revelações diretas. 

Teriam mais fé, asseguram displicentes, se ouvissem o Senhor, de modo pessoal, em suas manifestações divinas. Acreditam-se merecedores de dádivas celestes e acabam considerando que o serviço do Evangelho é grande em demasia para o esforço humano e põem-se à espera de milagres imprevistos, sem perceberem que a preguiça sutilmente se lhes mistura à vaidade, anulando-lhes as forças. 

 Tais companheiros não sabem ouvir o Mestre Divino em seu verbo imortal. Ignoram que o serviço deles é aquele a que foram chamados, por mais humildes lhes pareçam as atividades a que se ajustam. 

 Na qualidade de político ou de varredor, num palácio ou numa choupana, o homem da Terra pode fazer o que lhe ensinou Jesus. 

 É por isso que a oportuna pergunta do Senhor deveria gravar-se de maneira indelével em todos os templos, para que os discípulos, em lhe pronunciando o nome, nunca se esqueçam de atender, sinceramente, às recomendações do seu verbo sublime. 

domingo, 16 de setembro de 2012


É sempre fácil
examinar as consciências alheias,
identificar os erros do próximo,
opinar em questões que não nos dizem respeito,
indicar as fraquezas dos semelhantes,
educar os filhos dos vizinhos,
reprovar as deficiências dos companheiros,
corrigir os defeitos dos outros,
aconselhar o caminho reto a quem passa,
receitar paciência a quem sofre
e retificar as más qualidades de quem segue conosco...

Mas enquanto nos distraimos,
em tais incursões a distância de nós mesmos,
não passamos de aprendizes que fogem, levianos, à verdade e à lição.

Enquanto nos ausentamos
do estudo de nossas próprias necessidades,
olvidando a aplicação dos princípios superiores que abraçamos na fé viva,
somos simplesmente
cegos do mundo interior
relegados à treva...

Despertemos, a nós mesmos,
acordemos nossas energias mais profundas
para que o ensinamento do Cristo
não seja para nós uma bênção que passa, sem proveito à nossa vida,
porque o infortúnio maior de todos
para a nossa alma eterna
é aquele que nos
infelicita quando a graça do Alto
passa por nós em vão!...


terça-feira, 11 de setembro de 2012

Família

A rigor, família é uma instituição social que compreende indivíduos ligados entre si por laços consangüíneos.

A formação do grupo familiar tem como função a educação, implicando, porém, outros fatores como amor, atenção, compreensão, carência e sobretudo o respeito à individualidade de cada componente do instituto doméstico.

Porém, com o Espiritismo, esse conceito de família se alarga, porque os velhos padrões que nos são impostos dão lugar a um clã familiar de visão mais ampla de vivência coletiva, dentro das bases da reencarnação.

Por admitirmos que os laços da parentela são preexistentes à formada atual, os preconceitos de cor, de sangue, sociais e afetivos caem por terra, porque vêem nas possibilidades das vidas sucessivas o retorno dos espíritos, das almas, no mesmo domicílio, ocupando roupagens físicas conforme as necessidades evolutivas.

Existem vários tipos de família, conforme a afinidade entre os espíritos que as integram. 

As afeições reais sobrevivem, permanecem indissolúveis e eternas. Independente do tipo de família que temos, vamos observar a importância desta instituição e como convivermos melhor dentro dela.

Alguns devem lembrar-se que em 1994, a ONU (Organização das Nações Unidas), proclamou este ano como o "ANO INTERNACIONAL DA FAMÍLIA". 

Muitos ficaram surpresos, com a importância dada pela ONU a um tema que parecia um tanto doméstico, sem muita importância para os homens responsáveis pelo destino político do mundo.

Aí é que está o erro, o engano. O assunto, família, é de maior relevância para toda a humanidade. 

Matutando sobre a questão, pouco a pouco, vamos descobrindo que a harmonia das nações só será conquistada com lares ajustados. E quanto maior for a desorganização familiar, maior também será o desequilíbrio social. Eis a lei de causa e efeito.

Certa feita, pelas mãos de Chico Xavier, Neio Lúcio, espírito, narrou que o Mestre Jesus, na casa de Simão Pedro sentenciou: "A paz do mundo começa sob as telhas a que nos acolhemos. Se não aprendermos a viver em paz entre quatro paredes, como aguardar a harmonia da nações."

Vejam a sabedoria de Jesus, demonstrando seu mais profundo conhecimento da alma humana. O quanto os seus ensinamentos são atuais e devem ser o exemplo a ser seguido. 

De fato, nós mesmos podemos confirmar essa advertência do Mestre, analisando, no nosso dia a dia, a nossa conduta fora de casa, quando temos algum problema dentro da família.

Quando começamos o dia com desavenças no lar, ainda que de pequena monta, nosso dia parece que não engrena. Algo parece que esta amarrado, dificultando o nosso deslanche. E aquela desarmonia familiar tende a se reproduzir fora do lar, seja o trânsito, no trabalho ou na escola.

Quantas crianças tem experimentado quer no rendimento escolar quanto seus pais passam por desavenças conjugais? 

Muitas chegam, inclusive, a repetência, sem falar ainda em doenças adquiridas em tempos de crise conjugal. E, por vezes, as desavenças dos pais são tão profundas que provocam verdadeiros traumas psicológicos nos filhos.

Só que um dia a criança também cresce e pode se tornar um novo pai ou uma nova mãe, com um perigo muito grande de reprodução daqueles transtornos vivenciados na infância. 

Aqui entra a responsabilidade do pai, da mãe ou do responsável pela educação.

Se a mãe soubesse a força que dispõe da palavra diante dos seus filhos, procuraria falar com mais cuidado. 

A tua conversa, mãe, é tinta divina, e tua mente educada, a caneta pela qual podes escrever no destino do teu filho.

 A criança é por assim dizer, uma folha de papel em branco, na existência que começa, que foi dada aos pais para escreverem nela as primeiras letras da educação.

 É certo que a verdadeira educação começa no lar.

A mãe, nos primeiros anos do bebê, é um sol para aquecê-lo, é uma mão divina para guiá-lo no caminho da vida. A voz materna pode ganhar ou perder autoridade moral perante os filhos, dependendo do modo de vida que escolhe. O exemplo é a força dominante na vida daqueles que convivem contigo, mãe, e este filho há muito tempo está contigo.

A mulher tem uma grande missão junta à família, na arte de falar à esta, e nisto está muita responsabilidade no que diz aos outros.

 Falando no teu lar, estás preparando outras mães e pais para outros lares, que sucessivamente herdam o que falas, o teu exemplo.

E tu pai, também é de grande importância. A tua conversa, é de certo modo, alimento para os espíritos que moram contigo, não existe família unida sem palavras bem formadas. Mas, voltando ao nosso exemplo anterior, de analisar a nossa conduta no dia a dia, se temos harmonia em casa, tudo conspira a nosso favor, sentimos que somos amados, queridos por nossos familiares, e aí o nosso comportamento no meio social tende a ser muito melhor, pois temos uma grande retaguarda de amor em nossa família.

Sem a família não há evolução espiritual, ao menos em nosso atual estágio evolutivo. Allan Kardec perguntou ao Espírito da Verdade, questão n° 775 no Livro dos Espíritos: "Qual seria, para a sociedade, o resultado do relaxamento dos laços de família?" A resposta foi curta e sábia: "Um recrudescência do egoísmo", ou seja um agravamento do nosso egoísmo.

Olhem que resposta magnífica, o melhor remédio para curar o egoísmo é viver em família. Sim, porque no lar nós vamos compartilhar a vida com pessoas diferentes de nós.

 Cada componente de uma família é um ser diferente do outro. As vezes, até são parecidos, mas iguais, nunca. Podemos dar como exemplo, um filho que gosta de estudar, outro que não suporta um livro. A esposa prefere férias no litoral, o marido gosta do campo. E todos estão reunidos para um "lar, doce lar".

Por isso, viver em família é imperativo evolutivo de todos nós. Exatamente porque ainda somos muito egoístas, não aceitamos as nossas limitações e as limitações dos que nos rodeiam e, portanto, precisamos das diferenças para evoluirmos. 

Daí por que na família acabamos convivendo com pessoas muito diferentes de nós.

E parece que quanto maior o egoísmo, maior é a diferença. Isso explica aquela insatisfação que sentimos com nossos familiares, exatamente por que eles não são do jeito que nós gostaríamos que eles fossem. Nós sempre achamos "algo do vizinho" melhor do que o que temos. E assim todos caminham insatisfeitos.

As diferenças devem ser, antes de tudo, aproveitadas.

 A diferença também tem a sua beleza e pode nos proporcionar grande aprendizado. 

Com uma convivência aberta, cada um vai ficando menos egoísta, porque aceita o outro como ele é e acredita que também pode aprender algo com o outro. É um processo de muita interação, que só ocorre quando aceitamos os outros e quando saímos da condição de "certinhos", de perfeitos.

Todos nós precisamos de contrastes, das adversidades, por isso é que o benfeitor Emmanuel afirmou ser o lar o purificador das almas endividadas. 

As carências de hoje representam os abusos do passado. É preciso, pois, estar atento ao aprendizado que a vida familiar está lhe oferecendo. Só a família é capaz de propiciar essa experiência tão enriquecedora.

Sem esquecer, ainda, que na família é que nós encontramos as nossas melhores companhias. Estamos reencarnados entre aqueles espíritos mais indicados ao nosso progresso espiritual.

Eles nos trazem as lições ainda não aprendidas. Diante daquele familiar que representa um problema, indague-se qual a lição que a vida esta lhe trazendo. Paciência? Aceitação? Perdão? Doação? Muito provavelmente.

Não encaremos nossos familiares problema como um carma, como um castigo.

 Um relacionamento difícil é algo para ser superado. Não temos que agüentar um familiar difícil, temos é que amá-los. 

Portanto vamos amar nossa família do jeito que ela é. E se eles não são aquilo que gostaríamos que fossem, lembrem-se de que nós também não somos o que eles gostariam que fôssemos.

Sem esquecer, ainda, que provavelmente já convivemos com eles em vidas passadas e devemos ter nossa parcela de responsabilidade nessa história de capítulos tristes, mas cujo final poderá ser muito feliz, se soubermos amá-los como nossos irmãos. 

Eles, nossos familiares, são nossos próximos mais próximos. Não adianta querer amar o mundo, se ainda não somos capazes de amá-los.

Se houver muito ódio, perdoe. Esqueça as ofensas. Seja você aquele que ama. Não guarde o amor dos outros nem o reconhecimento pelos seus gestos. Dê o primeiro passo para a sua família ser mais feliz.

Comece com pequenos gestos. Sorria, cumprimente familiares pela manhã. Ore por eles. Faça pequenas gentilezas no lar. Seja capaz de elogiar seus familiares. Eis alguns passos para testemunhos maiores. Sua família e você ficarão muito feliz.

Que tal experimentar?

domingo, 9 de setembro de 2012

Caridade do Pensamento

Sabemos todos que o pensamento é onda de vida criadora, emitindo forças e atraindo-as, segundo a natureza que lhe é própria.
Fácil entender, à vista disso, que nos movemos todos num oceano de energia mental.

Cada um de nós é um centro de princípios atuantes ou de irradiações que liberamos, consciente ou inconscientemente.

Sem dúvida, a palavra é o veículo natural que nos exprime as idéias e as intenções que nos caracterizem, mas o pensamento, em si, conquanto a força mental seja neutra qual ocorre à eletricidade, é o instrumento genuíno das vibrações benéficas ou negativas que lançamos de nós, sem a apreciação imediata dos outros.

Meditemos nisso, afastemos do campo íntimo qualquer expressão de ressentimento, mágoa, queixa ou ciúme, modalidades do ódio, sempre suscetível de carrear a destruição.

Se tens fé em Deus, já sabes que o amor é a presença da luz que dissolve as trevas.

Cultivemos a caridade do pensamento.

Dá o que possas, em auxílio aos outros, no entanto, envolve de simpatia e compreensão tudo aquilo que dês.

No exercício da compaixão, que é a beneficência da alma, revisa o que sentes, o que desejas, o que acreditas e o que falas, efetuando a triagem dos propósitos mais ocultos que te inspirem, a fim de que se traduzam em bondade e entendimento, porque mais dia menos dia, as nossas manifestações mais íntimas se evidenciam ou se revelam, inelutavelmente, de vez que tudo aquilo que colocarmos, no oceano da vida, para nós voltará.

 Francisco Cândido Xavier. Da obra: Paciência.
Ditado pelo Espírito Emmanuel.
CEU, 1983.

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Memórias de um suicída

Divaldo Pereira Franco relata que, no ano de 1959, Chico Xavier afirmou para Dona Yvonne do Amaral Pereira que André Luiz deixara claro que, em sua opinião, “Memórias de Um Suicida” era, em seu gênero, a maior obra dos últimos 50 anos e também dos próximos 50 anos.

Portanto, “Memórias de um Suicida” seria, para André Luiz, a maior obra do século XX e do início do século XXI. Mesmo admitindo-se a humildade de André Luiz, o qual, obviamente, tenderia a minimizar a importância de suas próprias obras, as quais dispensam maiores adjetivos, temos que concordar que “Memórias de Um Suicida” constitui um livro extremamente bem escrito e rico de conteúdo doutrinário.

No entanto, curiosamente, a obra quase não foi publicada, pois Dona Yvonne do Amaral Pereira e sua obra não tiveram uma recepção muito calorosa em um primeiro contato com a Federação Espírita Brasileira (FEB), conforme a própria médium relata.

Realmente, naquele tempo, a possibilidade de publicação de um livro espírita era muito reduzida, uma vez que praticamente só havia a FEB como editora viável para tal tipo de obra. 

Essa condição era tão restrita, que o próprio Doutor Bezerra de Menezes recomendara à Dona Yvonne Pereira que ela procurasse a FEB como alternativa única para enviar “Memória de Um Suicida” ao prelo.

Nesse momento, Dona Yvonne chegou até mesmo a cogitar em eliminar os originais, ato este que foi evitado pela intervenção de Doutor Bezerra de Menezes e de Léon Denis, o célebre apóstolo do Espiritismo.

 O próprio Léon Denis iniciou, a partir de então, um rigoroso processo de revisão e ampliação de todo o conteúdo do livro. De fato, as narrativas de Camilo Castelo Branco foram desdobradas em análises doutrinárias profundas, elaboradas por este Espírito.

Além da indiscutível melhoria do conteúdo intrínseco da obra em questão, a contribuição de Léon Denis implicou em um adiamento da publicação do livro, o que estrategicamente foi importante, uma vez que a publicação definitiva da obra “Memórias de Um Suicida” somente ocorreu após a publicação das primeiras obras de André Luiz.

Este contexto mais favorável permitiu que o movimento espírita brasileiro já estivesse um pouco mais familiarizado com a realidade das colônias espirituais, das regiões espirituais de sofrimento, das equipes que trabalham arduamente nessas regiões e dos complexos processos de preparação espiritual para a reencarnação.

Isso favoreceu não somente a publicação propriamente dita, através da aprovação pelo corpo editorial da FEB, como principalmente o sucesso na divulgação e estudo da obra no meio espírita, após o pioneirismo de André Luiz.

É importante registrar que, no que se refere à aprovação pelo corpo editorial da FEB, foi necessária a intervenção lúcida e providencial de Doutor Carlos Imbassahy, o qual defendeu a publicação da obra com toda a ênfase e eloquência que só o ilustre espírita possuía.

Narra-se que, em meio à forte resistência de alguns confrades, o Dr. Carlos Imbassahy teria dito: “Essa obra é um monumento!”. E, de fato, a obra é um dos maiores tesouros que a mediunidade com Jesus trouxe para a Crosta terrestre.

A versão final publicada de “Memórias de Um Suicida”, portanto, constitui-se em um relato pessoal do renomado escritor do Romantismo português, Camilo Castelo Branco (autor da famosa obra “Amor de Perdição”), o qual desiludido da vida e desesperado em função das suas dificuldades de saúde física decide dar cabo da própria existência carnal.

O que é menos difundido, no entanto, é que a revisão final de toda a obra coube a Léon Denis, que analisou, aprofundou, discutiu e desdobrou passagens narrativas de Camilo Castelo Branco, extraindo das mesmas amplas informações da vida espiritual e, especificamente, das experiências peculiares e muito dolorosas enfrentadas pelos suicidas de uma forma geral.

A contribuição de Léon Denis, segundo informações da própria Dona Yvonne Pereira, chega a suplantar em número de páginas a contribuição do próprio Camilo Castelo Branco. Tal medida foi fundamental para que a obra crescesse em conteúdo, atingindo um valor doutrinário extraordinário para todos os confrades que buscam conhecer minimamente a vida espiritual e, mais especificamente, o martírio daqueles que desencarnam através da infeliz opção do suicídio.

Uma informação interessante que Dona Yvonne Pereira fornece no início do livro é que ela não considerava o processo mediúnico de obtenção de “Memórias de um suicida” uma “simples” psicografia, no sentido mais convencional que o termo possa ser compreendido. 

Dona Yvonne afirma que assistia a todas as cenas como quem assiste a um cinema 3D da mais elevada tecnologia. Era como se ela estivesse fazendo parte de todas as cenas e assistindo a um “teatro” ou aos próprios acontecimentos da vida espiritual in loco.

Tal fenômeno é semelhante à experiência vivenciada por Chico Xavier no recebimento mediúnico do livro “Há 2000 anos”, primeiro romance da série histórica de Emmanuel. No caso de Yvonne Pereira, a experiência gerava um impacto emocional muito forte sobre a médium, que sofria intensamente com os protagonistas da obra, sobretudo quando os mesmos estavam no “Vale dos Suicidas”.

Esse impacto emocional estava relacionado não somente às fortes cenas vivenciadas por Dona Yvonne no “Vale dos Suicidas”, mas também aos compromissos dolorosos que a médium tinha do passado. 

De fato, Dona Yvonne recebeu revelações através de seu mentor espiritual, o Espírito Charles, e do próprio Doutor Bezerra de Menezes, que explicitavam a necessidade premente para sua condição espiritual de contribuir para a diminuição dos índices de suicídio na Terra através do processo educativo.

Esses guias espirituais esclareciam o grande compromisso que ela possuía com a publicação desta obra, pois ela também já havia sido suicida em encarnação anterior. De fato, Dona Yvonne afirma que passou por diversos problemas pessoais durante uma vida física muito sacrificada, que foi essa sua última encarnação, a qual terminou no ano de 1984.

 A abnegada médium assevera que sua vida física somente começa a se tornar menos penosa, embora de forma muito lenta e gradual, após a publicação de “Memórias de Um Suicida”, fato este que representava tarefa chave na sua reencarnação.

Após a publicação da obra, Dona Yvonne começa a sentir um maior amparo espiritual e mais serenidade, os quais eram originados pelo impacto de amor e de iluminação espiritual que a obra gerava nos seus leitores e estudiosos. Cada indivíduo que lia a obra e afastava a idéia de suicídio de sua mente era uma contribuição de amor incalculável que revertia em bênçãos inefáveis para Dona Yvonne do Amaral Pereira.

O exemplo da vida e da obra de Yvonne Pereira deve ser sempre lembrado para todo trabalhador espírita, médium ou não. 

 As dificuldades para a publicação da obra “Memórias de um Suicida” e a extrema humildade com que a médium lidou com a situação demonstram que, por mais especial que seja a tarefa espiritual do trabalhador encarnado, ele não fugirá das dificuldades inerentes à nossa vida física, pois “Deus faz cair a chuva sobre bons e maus e nascer o sol sobre justos e injustos”.

As tribulações de Dona Yvonne Pereira fizeram, inclusive, com que ela perdesse algumas importantes psicografias, pois teria escrito tais textos a lápis, em papel de pão, pois não tinha recursos para adquirir nem canetas e nem cadernos.

 Desta forma, com o passar dos anos, os registros foram perdidos, por mais que Dona Yvonne tenha se esforçado para que tais psicografias fossem preservadas.

Dona Yvonne Pereira, que tinha “Paulo e Estêvão” (Emmanuel/Chico Xavier) como sua obra mediúnica favorita, forneceria outras obras maravilhosas para o crescimento doutrinário de todo o movimento espírita, tais como “Devassando o Invisível” e “Recordações da Mediunidade”.

Valorizar e divulgar as obras de Dona Yvonne Pereira é uma tarefa que não nos podemos furtar, tendo-se em vista a necessidade de valorizar e priorizar obras de elevado conteúdo doutrinário, obtidas através de médiuns confiáveis, sobretudo quando o escopo dos respectivos trabalhos for direcionado à vida no mundo espiritual. 

De fato, o número elevado de obras que têm sido publicadas a cada ano torna o volume de títulos considerados espíritas de tal grandiosidade que pouquíssimos confrades poderiam ter condições de ler majoritária percentagem de tamanha bibliografia.

O próprio Divaldo Franco recomenda aos dirigentes espíritas o cuidado de só recomendarem a leitura ou mesmo citarem em suas preleções e estudos doutrinários obras que tenham lido e considerado minimamente coerentes com as bases kardequianas. 

Além, obviamente, das obras kardequianas, uma alternativa interessante de trabalho espírita seria o estudo em conjunto das obras de Dona Yvonne Pereira que tratam do mundo espiritual e da mediunidade, tais como “Memórias de Um Suicida”, “Devassando o Invisível” e “Recordações da Mediunidade”, entre outras.

Tal estudo seria muito relevante e corroboraria com os grupos de estudos focados nos livros da série “A vida No Mundo Espiritual”, também conhecida como série “Nosso Lar”, de André Luiz. 

Poderíamos, igualmente, acrescentar as obras de Manoel Philomeno de Miranda através da mediunidade de Divaldo Pereira Franco, entre outras obras de grande relevância de autores encarnados e desencarnados.

Tais obras são exemplos de fontes seguras de informações doutrinárias para vastos estudos focados nos temas supracitados, sem, evidentemente, menosprezar outras contribuições que, em concordância com Allan Kardec, possam desdobrar assuntos tão relevantes quanto complexos, como, por exemplo, a mediunidade, o perispírito, as regiões de sofrimento espiritual, as colônias espirituais, a influência espiritual negativa (obsessão), a telepatia espiritual positiva (inspiração), os desdobramentos conscientes (também chamados projeções da consciência), os cursos preparativos para a reencarnação, entre outros.

Evangelização Espírita (vídeo)


quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Amigo Ingrato

Causa-te surpresa o fato de ser o teu acusador de agora, o amigo aturdido de ontem, que um dia pediu-te abrigo ao coração gentil e ora não te concede ensejo, sequer, para esclarecimentos.

Despertas, espantado, ante a relação de impiedosas queixas que guardava de ti, ele que recebeu, dos teus lábios e da tua paciência, as excelentes lições de bondade e de sabedoria, com as quais cresceu emocional e culturalmente.

Percebes, acabrunhado, que as tuas palavras foram, pelo teu amigo, transformadas em relhos com os quais, neste momento, te rasga as carnes da alma, ele, que sempre se refugiou no teu conforto moral.

Reprocha-te a conduta, o companheiro que recebeste com carinho, sustentando-lhe a fragilidade e contornando as suas reações de temperamento agressivo.

Tornou-se, de um para outro momento, dono da verdade e chama-te mentiroso.

Ofereceste-lhe licor estimulante e recebes vinagre de volta.

Doaste-lhe coragem para a luta, e retribui-te com o desânimo para que fracasses.

Ele pretende as estrelas e empurra-te para o pântano.

Repleta-se de amor e descarrega bílis na tua memória, ameaçando-te sem palavras.

Não te desalentes!

O mundo é impermanente.

O afeto de hoje torna-se o adversário de amanhã.

As mãos que perfumas e beijas, serão, talvez, as que te esbofetearão, carregadas de urze.

Há mais crucificadores do que solidários na via de redenção.

Esquecem-se, os homens, do bem recebido, transformando-se em cobradores cruéis, sem possuírem qualquer crédito.

Talvez o teu amigo te inveje a paz, a irrestrita confiança em Deus, e, por isto, quer perturbar-te.

Persevera, tranqüilo!

Ele e isto, esta provação, passarão logo, menos o que és, o que faças.

Se erraste, e ele te azorraga, alegra-te, e resgata o teu equívoco.

Se estás inocente, credita-lhe as tuas dores atuais, que te aprimoram e te aproximam de Deus.

Não lhe guardes rancor.

Recorda que foi um amigo, quem traiu e acusou Jesus; outro amigo negou-O, três vezes consecutivas, e os demais amigos fugiram dEle.

Quase todos O abandonaram e O censuraram, tributando-Lhe a responsabilidade pelo medo e pelas dores que passaram a experimentar. Todavia, Ele não os censurou, não os abandonou e voltou a buscá-los, inspirá-los e conduzi-los de volta ao reino de Deus, por amá-los em demasia.

Assim, não te permitas afligir, nem perturbar pelas acusações do teu amigo, que está enfermo e não sabe, porque a ingratidão, a impiedade e a indiferença são psicopatologias muito graves no organismo social e humano da Terra dos nossos dias.

 Divaldo Pereira Franco. 
Da obra: Momentos de Felicidade.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Salvador, BA: LEAL, 1990.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Anjos Guardiães

Os anjos guardiães são embaixadores de Deus, mantendo acesa a chama da fé nos corações e auxiliando os enfraquecidos na luta terrestre.

Quais estrelas formosas, iluminam as noites das almas e atendem-lhes as necessidades com unção e devotamento inigualáveis.

Perseveram ao lado dos seus tutelados em toda circunstância, jamais se impacientando ou os abandonando, mesmo quando eles, em desequilíbrio, vociferam e atiram-se aos despenhadeiros da alucinação.

Vigilantes, utilizam-se de cada ensejo para instruir e educar, orientando com segurança na marcha de ascensão.

Envolvem os pupilos em ternura incomum, mas não anuem com seus erros, admoestando com severidade quando necessário, a fim de lhes criarem hábitos saudáveis e conduta moral correta.

São sábios e evoluídos, encontrando-se em perfeita sintonia com o pensamento divino, que buscam transmitir, de modo que as criaturas se integrem psiquicamente na harmonia geral que vige no Cosmo.

Trabalham infatigavelmente pelo Bem, no qual confiam com absoluta fidelidade, infundindo coragem àqueles que protegem, mantendo a assistência em qualquer circunstância, na glória ou no fracasso, nos momentos de elevação moral e naqueloutros de perturbação e vulgaridade.

Nunca censuram, porque a sua é a missão de edificar as almas no amor, preservando o livre-arbítrio de cada uma, levantando-as após a queda, e permanecendo leais até que alcancem a meta da sua evolução.

Os anjos guardiães são lições vivas de amor, que nunca se cansam, porquanto aplicam milênios do tempo terrestre auxiliando aqueles que lhes são confiados, sem se imporem nem lhes entorpecerem a liberdade de escolha.

Constituem a casta dos Espíritos Nobres que cooperam para o progresso da humanidade e da Terra, trabalhando com afinco para alcançar as metas que anelam.

Cada criatura, no mundo, encontra-se vinculada a um anjo guardião, em quem pode e deve buscar inspiração, auscultando-o e deixando-se por ele conduzir em nome da Consciência Cósmica.

*

Tem cuidado para que te não afastes psiquicamente do teu anjo guardião.

Ele jamais se aparta do seu protegido, mas este, por presunção ou ignorância, rompe os laços de ligação emocional e mental, debandando da rota libertadora.

Quando erres e experimentes a solidão, refaze o passo e busca-o pelo pensamento em oração, partindo de imediato para a ação edificante.

Quando alcances as cumeadas do êxito, recorda-o, feliz com o teu sucesso, no entanto preservando-te do orgulho, dos perigos das facilidades terrestres.

Na enfermidade, procura ouvi-lo interiormente sugerindo-te bom ânimo e equilíbrio.

Na saúde, mantém o intercâmbio, canalizando tuas forças para as atividades enobrecedoras.

Muitas vezes sentirás a tentação de desvairar, mudando de rumo. Mantém-te atento e supera a maléfica inspiração.

O teu anjo guardião não poderá impedir que os Espíritos perturbadores se acerquem de ti, especialmente se atraídos pelos teus pensamentos e atos, em razão do teu passado, ou invejando as tuas realizações... Todavia te induzirão ao amor, a fim de que te eleves e os ajudes, afastando-os do mal em que se comprazem.

O teu anjo guardião é o teu mestre e amigo mais próximo.

Imana-te a ele.

Entre eles, os anjos guardiães e Deus, encontra-se Jesus, o Guia perfeito da humanidade.

Medita nas Suas lições e busca seguir-Lhe as diretrizes, a fim de que o teu anjo guardião te conduza ao aprisco que Jesus levará ao Pai Amoroso.


 Divaldo Pereira Franco. 
Da obra: Momentos Enriquecedores.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Salvador, BA: LEAL, 1994.

domingo, 2 de setembro de 2012

As palavras


A palavra expressa tudo o que se passa com o homem, fornecendo a situação exata do seu estado de espírito e do seu estado físico. 
Portanto, tem significado espiritual e uma intensa ligação com a nossa saúde, educação e evolução.

O poder que possuímos através da palavra e a força que ela pode ter, tanto para o bem quanto para o mal, são de magnitude incalculável.

Pela escrita ou através da oralidade, expressamo-nos com o uso da palavra, que expõe ao mundo físico aquilo que a alma carrega.

Muitas vezes, configura-se num desabafo emocionado, que “limpa” o nosso interior e nos faz começar do zero; em outras tantas, traz consigo o sentimento puro do amor, a alegria ou a emoção de um momento.

Certo que não conseguimos pensar ou agir sem a utilização da palavra. Desta maneira, é imprescindível o cuidado e a prudência no pensamento, na fala e na escrita. “A palavra é o elo entre a vida e o viver. Ela pode alegrar, entristecer, oprimir, libertar, salvar ou condenar. Pode também iluminar ou causar escuridão”.

O impacto da palavra é imensurável. Uma vez que expomos uma opinião, ela não mais nos pertence.

Podemos influenciar decisões, causar discórdias, trazer esperanças, entre muitos outros sentimentos, mas não temos mais o domínio sobre suas consequências.

“Sabemos que devemos vigiar nossos pensamentos e, com isto, nossas palavras para que nossas vidas tornem-se mais harmoniosas e mais de acordo com a Lei de Deus”. Analisemos o que estamos pensando e como estamos emanando nossas energias.

A Evolução também se faz pela forma que nos relacionamos com o próximo e começa com pequenas atitudes que, muitas vezes, podem parecer banais. Boas palavras propiciam boas ações e boas ações inflam a nossa energia com alta vibração.

Vamos aproveitar essa ferramenta excepcional e a empregarmos com utilidades em nosso cotidiano. 

Vamos fazer das palavras uma verdadeira conexão entre a nossa alma e o nosso corpo físico, alimentando bons sentimentos e contribuindo para a evolução individual e coletiva da humanidade.