quinta-feira, 30 de agosto de 2012

Maria Modesto Cravo (1899-1964)


Foi discípula de Eurípedes Barsanulfo, "O Apóstolo de Sacramento", e como tantas outras criaturas foi encaminhada ao trabalho de amparo e de regeneração, graças à sua mediunidade, realizando tarefas missionárias nos dois Planos de Vida, material e espiritual.

Maria Modesto Cravo nasceu na cidade de Uberaba (MG), no dia 16 de abril de 1899. Seus pais eram de formação católica e a encaminharam para esta religião. Consorciou-se, aos 17 anos com o Sr. Nestor Cravo, em 1916. No ano seguinte transferiram residência para Belo Horizonte, quando sentiu os primeiros fenômenos mediúnicos em forma de obsessão, trazendo grandes problemas e preocupações para a família. 

O esposo, a conselho médico, resolveu retornar a Uberaba. Seu pai, João Modesto, sugeriu que ela fosse levada a Sacramento para uma consulta com Eurípedes Barsanulfo.

Foi diagnosticado que o seu mal provinha de espíritos sofredores. Teria que ser submetida de imediato a um tratamento espiritual e físico. Seu organismo estava muito debilitado.

Com o tratamento de preces e passes, água fluidificada e a leitura de "O Evangelho Segundo o Espiritismo" em poucos dias Maria Modesto Cravo apresentava um quadro animador. 

Com Eurípedes, começou também o seu desenvolvimento mediúnico, sendo logo convocada a trabalhar na equipe de médiuns no serviço de curas, o que ela aceitou com muita humildade. Eurípedes a aconselhou a regressar a Uberaba, retomando sua vida no lar e colaborando com o Movimento Espírita.

Assim iniciou sua colaboração em uma Casa Espírita daquela cidade do Triângulo Mineiro assistindo aos necessitados de todas as maneiras. Em casa, discretamente começou a atender abnegado serviço de receituário, servindo de intermediária de médicos da Espiritualidade.

Em janeiro de 1919 foi fundado o "Pronto Socorro Bezerra de Menezes", na Rua Bernardo Guimarães, também em Uberaba, cujo prédio ainda hoje existe. Três vezes por semana havia uma reunião de desenvolvimento mediúnico, onde os Espíritos, através dela, e de outros médiuns, assistiam a diversos enfermos, com doutrinação de desencarnados autorizados a comunicação.

Até então ela era médium passista e de cura, com a imposição das mãos. 

Na inauguração do Centro Espírita de Uberaba, houve significativo fato: o desabrochar de suas faculdades psicofônicas. Na primeira comunicação o Espírito se identificou como Ismael. 

A Diretoria da Instituição zelosa, resolveu consultar a Federação Espírita Brasileira. A resposta foi positiva, e do próprio Ismael, confirmando a comunicação, para alegria de todos.

Depois se seguiram centenas de comunicações de Espíritos acrescentando detalhes de suas vidas, identificações que não deixavam qualquer dúvida.

Em 1922, no Centro Espírita de Uberaba iniciou-se a celebração do Natal dos Pobres. Milhares de crianças eram mimoseadas com brinquedos e guloseimas. O trabalho foi estendido aos cegos, aos hansenianos e aos presidiários e suas famílias.

Em virtude do grande número de obsidiados e de portadores de insanidade mental, surgiu a idéia de construção do Sanatório Espírita de Uberaba, que tem prestado serviços inestimáveis à comunidade de Uberaba e adjacências.

Sua inauguração foi no dia 31 de dezembro de 1934. O Pronto Socorro "Bezerra de Menezes" fundiu-se com o Sanatório unindo-se todos os seus trabalhadores.

Desde a fundação do Sanatório, Maria Modesto Cravo vinha se prontificando a intermediária aos trabalhos de cura, na doutrinação de espíritos sofredores ou marcando a presença dos Mentores Espirituais, que transmitiam instruções, conselhos e orientações.

 Nesse trabalho recebeu a ajuda do dedicado médico Dr. Ignácio Ferreira, outro companheiro de atividades missionárias em Uberaba.

Ela se dedicou também à evangelização das crianças e dos jovens, em todas as faixas etárias, muitos dos quais são seus seguidores na atualidade.

Em junho de 1964, a conselho médico, transferiu-se para Belo Horizonte, em tratamento de saúde. Dois meses depois agravou-se o seu estado geral e no dia 08 de agosto retornou à Espiritualidade. 

Sua obra, porém, continua propiciando os melhores frutos de uma vida inteiramente devotada ao bem.

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Reflexão Necessária

Irmãos Queridos.

Diante dessa crise que se abate sobre o nosso povo, face a essa onda de pessimismo que toma conta dos brasileiros, frente aos embates que o país atravessa, nós, os seus companheiros, trazemos na noite de hoje a nossa mensagem de fé, de coragem e de estímulo.

Estamos irradiando-a para todas as reuniões mediúnicas que estão sendo realizadas neste instante, de norte a sul do Brasil. 

Durante vários dias estaremos repetindo a nossa palavra, a fim de que maior número de médiuns possa captá-la. Cada um destes que sintonizar nesta faixa vibratória dará a sua interpretação, de acordo com o entendimento e a gradação que lhe forem peculiares.

Estamos convidando todos os espíritas para se engajarem nesta campanha. Há urgente necessidade de que a fé, a esperança e o otimismo renasçam nos corações. 

A onda de pessimismo, de descrédito e de desalento é tão grande que, mesmo aqueles que estão bem intencionados e aspirando realizar algo de construtivo e útil para o país, em qualquer nível, vêem-se tolhidos em seus propósitos, sufocados nos seus anseios, esbarrando em barreiras quase intransponíveis.

É preciso modificar esse clima espiritual. É imperioso que o sopro renovador de confiança, de fé nos altos destinos de nossa nação, varra para longe os miasmas do desalento e do desânimo. 

É necessário abrir clareiras e espaços para que brilhe a luz da esperança. Somente através de esperança conseguiremos, de novo, arregimentar as forças de nosso povo sofrido e cansado.

Os espíritas não devem engrossar as fileiras do desalento. Temos o dever inadiável de transmitir coragem, infundir ânimo, reaquecer esperanças e despertar a fé! Ah! a fé no nosso futuro! A certeza de que estamos destinados a uma nobre missão no concerto dos povos, mas que a nossa vacilação, a nossa incúria podem retardar. Responsabilidade nossa. Tarefa nossa. Estamos cientes de tudo isto e nos deixamos levar pelo desânimo, este vírus de perigo inimaginável.

O desânimo e seus companheiros, o desalento, a descrença, a incerteza, o pessimismo, andam juntos e contagiam muito sutilmente, enfraquecendo o indivíduo, os grupos, a própria comunidade. 

São como o cupim a corroer, no silêncio, as estruturas. Não raras vezes, insuflado por mentes em desalinho, por inimigos do progresso, por agentes do caos, esse vírus se expande e se alastra, por contágio, derrotando o ser humano antes da luta. Diante desse quadro de forças negativas, tornam-se muito difíceis quaisquer reações.

Portanto, cabe aos espíritas o dever de lutar pela transformação deste estado geral. Que cada Centro, cada grupo, cada reunião promova nossa campanha. Que haja uma renovação dessa psicosfera sombria e que as pessoas realmente sofredoras e abatidas pelas provações, encontrem em nossas Casas um clima de paz, de otimismo e de esperança! 
Que vocês levem a nossa palavra a toda parte.

Aqueles que possam fazê-lo, transmitam-na através dos meios de comunicação. Precisamos contagiar o nosso Movimento com estas forças positivas, a fim de ajudarmos efetivamente o nosso país a crescer e a caminhar no rumo do progresso.

 São essas forças que impelem o indivíduo ao trabalho, a acreditar em si mesmo, no seu próprio valor e capacidade. São essas forças que o levam a crer e lutar por um futuro melhor.

Meus irmãos, o mundo não é uma nau à matroca. Nós sabemos que “Jesus está no leme!” e que não iremos soçobrar. Basta de dúvidas e incertezas que somente retardam o avanço e prejudicam o trabalho.

Sejamos solidários, sim, com a dor de nosso próximo. Façamos por ele o que estiver ao nosso alcance. Temos o dever indeclinável de fazê-lo, sobretudo transmitindo o esclarecimento que a Doutrina Espírita proporciona. Mas também, que a solidariedade exista em nossas fileiras, para que prossigamos no trabalho abençoado, unidos e confiantes na preparação do futuro de paz por todos almejado.

E não esqueçamos de que, se o Brasil “é o coração do mundo”, somente será a “pátria do Evangelho” se este Evangelho estiver sendo sentido e vivido por cada um de nós”.

domingo, 26 de agosto de 2012

O Deus de amor

"O mal de muitos é pregar Deus como
terror e não como amor "

Se Deus quis nos criar como Espíritos imortais, por que Ele não nos daria também chances ilimitadas de regeneração?

Os dirigentes religiosos têm usado a Bíblia às avessas, ou seja, como instrumento de ameaças e condenações eternas em nome de Deus, ao invés de como mensagens de tranqüilidade, paz, harmonia e amor do nosso Deus todo-poderoso, Pai e Mãe de todos nós! Essa é a visão de Deus que o Nazareno nos deixou.

E, sem querer fazer sectarismo, digo que, fora da ótica da Doutrina Espírita e do fenômeno da reencarnação, a visão cristã de Deus e da Bíblia fica confusa. 

No Velho Testamento, Deus é tido como um Ser justiceiro, vingativo, arrependido, ciumento e homem guerreiro 
(Êxodo 15: 13).

Espíritos humanos manifestantes na Bíblia foram tidos erradamente como Deus, quando Deus mesmo nunca se manifestou diretamente a ninguém em lugar nenhum.

 E um Espírito, que sempre se identificou como Deus na Bíblia, se denominava Javé, que, convenhamos, é diferente do Deus de amor ensinado por Jesus. Inclusive, Javé fala que é o Deus de Jacó, de Isaque, etc. (discriminação?)

O que mudou no Deus do Novo Testamento com relação ao do Velho? 
Houve mudança da visão de Deus por Jesus e por nós, e não mudança de Deus mesmo, que é imutável. E, com a nossa evolução, futuramente, teremos uma visão ainda mais perfeita e mais verdadeira de Deus.

Aliás, como Deus é um Ser de atributos infinitos de perfeição, Ele jamais será conceituado de modo completamente perfeito por nós. Por isso, estão totalmente errados os teólogos do passado com respeito às suas idéias sobre Deus, mesmo porque, nos tempos antigos, eles receberam influências das mitologias sobre Deus.

E mais errados estão os teólogos de hoje, já que eles teimam em manter os erros teológicos dos seus colegas do passado, desestruturando, assim, o Cristianismo. Só não vê isso quem não quer ver. Calha, pois, aqui, a lembrança dos conhecidos aforismos: “o pior cego é aquele que não quer ver” e “o pior surdo é aquele que não quer ouvir”.

A Bíblia fala muito em Espíritos ou anjos (mensageiros), e, muitas vezes, esses Espíritos foram e são tomados erradamente pelos teólogos e dirigentes religiosos como sendo o próprio Deus. 

Até na sarça ardente, a Bíblia afirma que foi um anjo, portanto, um Espírito, que apareceu a Moisés (Atos 7:30). Seria esse Espírito Javé? E estaria aí a confusão entre Deus e Javé?

Antropomorfizar Deus, conscientemente, é uma blasfêmia. E, com tristeza, digo que os teólogos até transformaram Deus em pessoa, oficialmente. 

Aliás, até em Três Pessoas e ao mesmo tempo, quando um Espírito só pode ser três pessoas em momentos diferentes, ou seja, através de três reencarnações.

Se Deus se tornasse pessoa, Ele se teria transformado, com relação ao tempo anterior em que Ele ainda não era pessoa. E onde ficaria, então, a sua imutabilidade? Esse Deus antropomórfico e mutável dos teólogos não poderia mesmo ser o Deus verdadeiro!

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Obsessão Infantil

O Espírito mau espera que o outro, a quem ele quer mal, esteja preso ao seu corpo e, assim, menos livre, para mais facilmente o atormentar, ferir nos seus interesses, ou nas suas mais caras afeições. 
(Allan Kardec. O Evangelho Segundo o Espiritismo, cap. X, item VI, FEB)

Em decorrência de observações bem conduzidas por investigadores da alma humana, pode-se afirmar que, entre os fatores condicionantes da perseguição espiritual, destacam-se o ódio e o sentimento abastardado de vingança.

Enquanto a maldade prevalecer no orbe terreno, enquanto o egoísmo encontrar guarida nos corações, a criatura deixar-se-á envolver com as imperfeições morais responsáveis por atitudes infelizes de agressões ou revides contra os semelhantes.

A incompetência afetiva embrutece o sujeito e, quando, por ventura, ele se considera vítima de uma injúria, mostra-se incapaz de apelar para o recurso do perdão. E, no desvario em que se entorpece, termina por cristalizar o próprio pensamento no padrão inconsequente do revide.

A morte, infelizmente, nem sempre apaga da lembrança o rancor que perturba, e, assim, o espírito menos esclarecido, impermeável ao chamamento evangélico, prossegue na erraticidade a albergar em seu âmago a mágoa e o ódio incontroláveis. 

Imerso na penumbra da própria desarmonia psíquica, busca no desforço a forma que imagina correta de se contrapor à ofensa: fazer justiça com as próprias mãos.

Ao se aproveitar da invisibilidade do plano astral, o espírito rancoroso escolhe a melhor maneira de acicatar o seu desafeto, analisa os seus pontos frágeis, psíquicos e orgânicos, para influenciá-lo mentalmente ou inundá-lo de fluidos perniciosos com o propósito de desencadear as mais estranhas doenças, nem sempre diagnosticadas pela ciência convencional. E não importa a idade da vítima encarnada.

Quando o infante é acometido de obsessão, torna-se mais difícil elaborar o diagnóstico espiritual do caso, pois, geralmente, os familiares resistem em admitir tal hipótese. Imaginam que, por ser criança, ela esteja livre do assédio invisível. Eis um engano lamentável de sérias repercussões, visto que, quanto mais demorada a perturbação sofrida, maior a possibilidade de sequelas irreversíveis.

De mais a mais, no afã da vingança, o obsessor, em verdade, enxerga na pequena vítima o seu desafeto de outrora, o espírito imortal responsável pelo delito cometido, e não a criança momentaneamente frágil e ingênua da atual reencarnação.

Por vezes, identificamos, em campo experimental mediúnico, cruel investida engendrada pela entidade odienta. Digamos que o alvo pretendido seja o genitor. Então, o obsessor desfecha seus fluidos mórbidos contra um dos filhos, pois, comprometendo-lhe a saúde, compraz-se no sofrimento paterno. É um tipo de obsessão indireta, bem mais frequente do que se imagina.

Em virtude da sensibilidade, a criança, alvo da ação obsessiva, logo se ressente e manifesta o mal estar de que é vítima por meio do choro, da inquietude, da irritabilidade, do sono perturbado. Todavia, os sintomas decorrentes do assédio espiritual podem confundir o pediatra que vai buscar no organismo as causas mais frequentes de desconforto geral, a exemplo de erupção dentária, otalgia, verminose, distúrbio comportamental etc.

Naturalmente os distúrbios infantis requerem urgência nos procedimentos médicos, pois nem sempre sintomas psíquicos ou persistentes derivam exclusivamente de obsessão espiritual. 
O bom senso adverte: Em primeiro lugar a assistência clínica, depois, o suporte da ciência da espiritualidade nos casos suspeitos.

Não obstante, considera-se tênue a linha divisória entre as duas condições.

 No nosso modo de ver, quando as tentativas da medicina não surtirem o efeito esperado, justifica-se uma investigação espiritual do caso, pois esta nada custa e acontece no recesso da instituição espírita, com o concurso de médiuns experimentados nesses misteres, além da cobertura indispensável dos mentores.

Por muito tempo ainda, a obsessão espiritual será uma realidade sinistra a infelicitar o gênero humano. Esse quadro adverso só será extinto quando as imperfeições morais cederem lugar aos sentimentos enobrecidos conquistados pela maioria. A maldade humana não distingue idade nem sexo.

O ódio e a vingança bloqueiam o senso crítico, e, a exemplo do que acontece na crosta, delitos hediondos são cometidos por espíritos inferiores, avessos ao chamamento do bem. Por isso, a ciência da espiritualidade aplicada à saúde integral nos adverte para a possibilidade da obsessão espiritual, em certas situações, que não respondam satisfatoriamente aos esforços da medicina.

Partindo de tal raciocínio, é preciso atenção redobrada especialmente com as crianças. 

Os espíritos bondosos que nos orientam por meio de médiuns confiáveis e honestos sugerem a prática do evangelho no lar, insistem na manutenção de um clima de harmonia em família e aconselham a frequência às aulas de moral cristã nas instituições espíritas, com a finalidade de robustecer as defesas espirituais das crianças.

Portanto, diante de um quadro sugestivo de perturbação espiritual infantil, quando os passes e a água fluidificada não surtirem os efeitos previstos, por uma questão de bom senso, não descartemos a hipótese de influenciação espiritual grave, a exigir os procedimentos mais elaborados da desobsessão formal.

Na atualidade, as casas espíritas bem orientadas cultivam em sua rotina doutrinária as sessões desobsessivas, sem dúvida um passo à frente no vasto campo da medicina da alma.

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Crianças Índigo

1. Quem são as crianças índigo e cristal? 

Desde os anos 70, aproximadamente, psicólogos, psicoterapeutas e pedagogos começaram a notar a presença de uma geração estranha, muito peculiar.

Tratava-se de crianças rebeldes, hiperativas que foram imediatamente catalogadas como crianças patologicamente necessitadas de apoio médico. 

Mais tarde, com as observações de outros psicólogos chegou-se à conclusão de que se trata de uma nova geração.

Uma geração espiritual e especial, para este momento de grande transição de mundo de provas e de expiações que irá alcançar o nível de mundo de regeneração.

As crianças índigo são assim chamadas porque possuem uma aura na tonalidade azul, aquela tonalidade índigo dos blue jeans (Dra. Nancy Ann Tape).

O índigo é uma planta da Índia (indigofera tinctoria), da qual se extrai essa coloração que se aplicava em calças e hoje nas roupas em geral. Essas crianças índigo sempre apresentam um comportamento “sui generis”.

Desde cedo demonstram estar conscientes de que pertencem a uma geração especial. São crianças portadoras de alto nível de inteligência, e que, posteriormente, foram classificadas em quatro grupos: artistas, humanistas, conceituais e inter-dimensionais ou trans-dimensionais.

As crianças cristal são aquelas que apresentam uma aura alvinitente, razão pela qual passaram a ser denominadas dessa maneira.

A partir dos anos 80, ei-las reencarnando-se em massa, o que tem exigido uma necessária mudança de padrões metodológicos na pedagogia, uma nova psicoterapia a fim de serem atendidas, desde que serão as continuadoras do desenvolvimento intelecto-moral da Humanidade.

2. Essas crianças não poderiam ser confundidas com as portadoras de transtornos da personalidade, de comportamento, distúrbios da atenção? Como identificá-las com segurança?

Essa é uma grande dificuldade que os psicólogos têm experimentado, porque normalmente existem as crianças que são portadoras de transtornos da personalidade (DDA) e aquelas que, além dos transtornos da aprendizagem, são também hiperativas (DTAH), mas os estudiosos classificaram em 10 itens as características de uma criança índigo, assim como de uma criança cristal.

A criança índigo tem absoluta consciência daquilo que está fazendo, é rebelde por temperamento, não fica em fila, não é capaz de permanecer sentada durante um determinado período, não teme ameaças. Não é possível com essas crianças fazermos certos tipos de chantagem. É necessário dialogar, falar com naturalidade, conviver e amá-las.

Para tanto, os especialistas elegem como métodos educacionais algumas das propostas da doutora Maria Montessori, que criou, em Roma, no ano de 1907, a sua célebre “Casa dei Bambini”, assim como as notáveis contribuições pedagógicas do Dr. Rudolf Steiner.

Steiner é o criador da “antroposofia”. Ele apresentou, em Stuttgart, na Alemanha, os seus métodos pedagógicos, a partir de 1919, que foram chamados Waldorf.

A partir daquela época, os métodos Waldorf começaram a ser aplicados em diversos países. Em que consistem? Amor à criança. 

A criança não é um adulto em miniatura. É um ser que está sendo formado, que merece o nosso melhor carinho.

A criança não é objeto de exibição, e deve ser tratada como criança. Sem pieguismo, mas também sem exigências acima do seu nível intelectual.

Então, essas crianças esperam encontrar uma visão diferenciada, porque, ao serem matriculadas em escolas convencionais, tornam-se quase insuportáveis. São tidas como DDA ou DTAH. São as crianças com déficit de atenção e hiperativas.

Nesse caso, os médicos vêm recomendando, principalmente nos Estados Unidos e na Europa, a “Ritalina”, uma droga profundamente perturbadora. É chamada a droga da obediência.

A criança fica acessível, sim, mas ela perde a espontaneidade. O seu cérebro carregado da substância química, quando essa criança atinge a adolescência, certamente irá ter necessidade de outro tipo de droga, derrapando na drogadição. Daí é necessário muito cuidado.

Os pais, em casa (como normalmente os pais quase nunca estão em casa e suas crianças são cuidadas por pessoas remuneradas que lhes dão informações, nem sempre corretas) deverão observar a conduta dos filhos, evitar punições quando errem, ao mesmo tempo colocando limites. Qualquer tipo de agressividade torna-as rebeldes, o que pode levar algumas a se tornarem criminosos seriais.

Os estudos generalizados demonstram que algumas delas têm pendores artísticos especiais, enquanto outras são portadoras de grandes sentimentos humanistas, outras são mais emocionais e outras ainda são portadoras de natureza transcendental.

Aquelas transcendentais, provavelmente serão os grandes e nobres governantes da Humanidade no futuro.

 As artísticas vêm trazer uma visão diferenciada a respeito do Mundo, da arte, da beleza. Qualquer tipo de punição provoca-lhes ressentimento, amargura que podem levar à violência, à perversidade.

3. Você se referiu às características mentais, emocionais dessas crianças. Elas têm alguma característica física própria? Você tem informação se o DNA delas é diferente?

Ainda não se tem, que eu saiba, uma especificação sobre ela, no que diz respeito ao DNA, mas acredita-se que, através de gerações sucessivas, haverá uma mudança profunda nos genes, a fim de poderem ampliar o neocórtex, oferecendo-lhe mais amplas e mais complexas faculdades.

Tratando-se de Espíritos de uma outra dimensão, é como se ficassem enjauladas na nossa aparelhagem cerebral, não encontrando correspondentes próprios para expressar-se. 

Através das gerações sucessivas, o perispírito irá modelar-lhes o cérebro, tornando-o ainda mais privilegiado.

Como o nosso cérebro de hoje é um edifício de três andares, desde a parte réptil, à mamífera e ao neocórtex que é a área superior, as emoções dessas crianças irão criar uma parte mais nobre, acredito, para propiciar-lhes a capacidade de comunicar-se psiquicamente, vivenciando a intuição.

Características físicas existem, sim, algumas. Os estudiosos especializados na área, dizem que as crianças cristal têm os olhos maiores, possuem a capacidade para observar o mundo com profundidade, dirigindo-se às pessoas com certa altivez e até com certo atrevimento.

Têm dificuldade em falar com rapidez, demorando-se para consegui-lo a partir dos 3 ou dos 4 anos. Entendemos a ocorrência, considerando-se que, vindo de uma dimensão em que a verbalização é diferente, primeiro têm que ouvir muito para criar o vocabulário e poderem comunicar-se conosco. Então, são essas observações iniciais que estão sendo debatidas pelos pedagogos.

4. Com que objetivo estão reencarnando na Terra?

Allan Kardec, com a sabedoria que lhe era peculiar, no último capítulo do livro “A Gênese”, refere-se à “nova geração” que viria de uma outra dimensão.

 Da mesma forma que no tempo do “Pithecanthropus erectus” vieram os denominados “Exilados de Capela” ou de onde quer que seja, porque há muita resistência de alguns estudiosos a respeito dessa tese, a verdade é que vieram muitos Espíritos de uma outra dimensão.

Foram eles que produziram a grande transição, denominada por Darwin como o “Elo Perdido”, porque aqueles Espíritos que vieram de uma dimensão superior traziam o perispírito já formado e plasmaram, nas gerações imediatas, o nosso biótipo, o corpo, conforme o conhecemos.

Logo depois, cumprida a tarefa na Terra, retornaram aos seus lares, como diz a Bíblia, ao referir-se ao anjo que se rebelara contra Deus – Lúcifer.

Na atualidade, esses lucíferes voltaram. Somente que, neste outro grande momento, estão vindo de Alcione, uma estrela de 3ª. grandeza do grupo das plêiades, constituídas por sete estrelas, conhecidas pelos gregos, pelos chineses antigos e que fazem parte da Constelação de Touro.

Esses Espíritos vêm agora em uma missão muito diferente dos “Capelinos”. É claro que nem todos serão bons. Todos os índigos apresentarão altos níveis intelectuais, mas os cristais serão, ao mesmo tempo, intelectualizados e moralmente elevados.

5. Já que eles estão chegando há cerca de 20, 30 anos, nós temos aí uma juventude que já está fazendo diferença no Mundo?

Acredito que sim. Podemos observar, por exemplo, e a imprensa está mostrando, nesse momento, gênios precoces, como o jovem americano “Jay Greenberg” considerado como o novo Mozart. Ele começou a compor aos quatro anos de idade. Aos seis anos, compôs a sua sinfonia. Já compôs cinco.

Recentemente, foi acompanhar a gravação de uma das suas sinfonias pela Orquestra Sinfônica de Londres para observar se não adulteravam qualquer coisa. O que é fascinante neste jovem, é que ele não compõe apenas a partitura central, mas todos os instrumentos, e quando lhe perguntam como é possível, ele responde: “Eu não faço nenhum esforço, está tudo na minha mente”.

Durante as aulas de matemática, ele compõe música. A matemática não lhe interessa e nem uma outra doutrina qualquer. É mais curioso ainda, quando afirma que o seu cérebro possui três canais de músicas diferentes. Ele ouve simultaneamente todas, sem nenhuma perturbação. Concluo que não é da nossa geração, mas que veio de outra dimensão.

Não somente ele, mas muitos outros, que têm chamado a atenção dos estudiosos. No México, um menino de seis anos dá aulas a professores de Medicina e assim por diante... Fora aqueles que estão perdidos no anonimato.

6. O que você diria aos pais que se encontram diante de filhos que apresentam essas características?

Os técnicos dizem que é uma grande honra tê-los e um grande desafio, porque são crianças difíceis no tratamento diário. São afetuosas, mas tecnicamente rebeldes. Serão conquistadas pela ternura. São crianças um pouco destrutivas, mas não por perversidade, e sim por curiosidade.

Como vêm de uma dimensão onde os objetos não são familiares, quando vêem alguma coisa diferente, algum objeto, arrebentam-no para poder olhar-lhes a estrutura. São crianças que devemos educar apelando para a lógica, o bom tom. A criança deve ser orientada, esclarecida, repetidas vezes.

Voltarmos aos dias da educação doméstica, quando nossas mães nos colocavam no colo, falavam conosco, ensinavam-nos a orar, orientavam-nos nas boas maneiras, nas técnicas de uma vida saudável, nos falavam de ternura e nos tornavam o coração muito doce, são os métodos para tratar as modernas crianças, todas elas, índigo, cristal ou não.

Entrevista de Divaldo Pereira Franco ao
Programa Televisivo O Espiritismo Responde da
União Regional Espírita - 7ª Região, Maringá, em 21.03.2007.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Domínio da Ira

Tão comuns se te fazem a irritabilidade e o reproche, que estás perdendo o equilíbrio, o discernimento sobre o limite das tuas forças.

Habituas-te à reprimenda e à contrariedade de tal forma, que perdes o controle da emoção, deixando de lado os requisitos da urbanidade e do respeito ao próximo.

Freqüentemente deixas-te arrastar pela insidiosa violência, que se te vai instalando no comportamento, passando de um estado de paz ao de guerra por motivo de somenos importância.

Sem te dares conta, perdes o contato do amor e passas a ser temido, por extensão detestado.

A irascibilidade gera doenças graves, responsáveis por distonias físicas e mentais de largo alcance.

Da ira ao ódio o passo é breve, momentâneo, e o recuo difícil.

Tem tento, e faze uma revisão dos teus atos, tornando-te mais comedido e pacificado.

Ouve quem te fala, sem idéia preconcebida.

Desarma a emoção, a fim de agires com imparcialidade.

A idéia preconceituosa abre espaço mental à irrascibilidade.

É necessário combater com ações mentais contínuas, as reações que te assomam entorpecendo-te a lucidez e fazendo-te um tresvariado.

A reflexão e o reconhecimento dos próprios erros são recursos valiosos para combater a irritação sistemática.

Tem a coragem de reconhecer que erras, que te comprometes, não te voltando contra os outros como efeito normal do teu insucesso.

A ira cega, enlouquece.

Provocando uma vasoconstrição violenta no sistema circulatório, leva à apoplexia, ao enfarto, à morte.

Um momento de irritação, e fica destruída uma excelente Obra.

O trabalho de um período demorado reduz-se a cinzas, qual ocorre com a faísca de fogo atingindo material de fácil combustão.

A ira separa os indivíduos e fomenta lutas desditosas.

Estanca o passo e retrocede na viagem do desequilíbrio.

Recorre à oração.

Evita as pessoas maledicentes, queixosas, venenosas. Elas se te fazem estímulo constante à irritabilidade, ao armamento emocional contra os outros.

A tua vida é preciosa, e deves colocar todas as tuas forças a serviço do amor.

Desde que és forte, investe na bondade, na paciência e no perdão, que são degraus de ascensão.

Para baixo é fácil, sem esforço, o processo de queda.

A sublimação, a subida espiritual, são o desafio para os teus valores morais.

Aplica-os com sabedoria e fruirás de paz, aureolado pela simpatia que envolve e felicita a todos.

Ademais, a ira é porta de acesso à obsessão, à interferência perniciosa dos Espíritos maus, enquanto o amor; a doçura e o perdão são liames de ligação com Deus, plenificando o homem.


 Divaldo Pereira Franco. 
Da obra: Momentos de Felicidade.
Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis.
Salvador, BA: LEAL, 1990.

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Operações Espirituais

Dos xamãs e feiticeiros dos primórdios da humanidade, ao brasileiro “José Arigó”, as curas e operações espirituais continuam sendo um dos assuntos mais discutidos do Espiritismo e da parapsicologia, ainda que nem sempre tão investigado quanto deveria.

O local pode ser uma casa simples ou um grande galpão. À porta, formam-se filas imensas de pessoas que já tentaram de tudo para se curar, mas sem êxito.

 Movidas basicamente pela fé, quando não pelo desespero, elas vão atrás da solução oferecida pela atuação dos espíritos, que se manifestam através de um médium.

No interior do local de cura, o médium se desloca de uma maca a outra, fazendo incisões com facas de cozinha, tesouras ou com as próprias mãos, sem qualquer tipo de assepsia. 

Nenhuma anestesia é usada, mas as pessoas não sentem dor e, muitas vezes, sequer percebem que o médium as está operando.

As imagens, já mostradas em larga escala nas revistas, jornais e canais de televisão, são impressionantes. Os corpos são abertos com um mínimo de sangramento, tumores são extirpados e problemas que a medicina julgava insolúveis acabam sanados em questão de minutos. 

Até poucos anos atrás, essas operações eram comuns no Brasil e deram origem a algumas das maiores controvérsias envolvendo a atuação de espíritos em nosso planeta.

Com raras exceções, a medicina não aceita a explicação de que os espíritos são responsáveis pelos prodígios e geralmente atribui a eliminação da dor ao chamado "efeito placebo", que consiste na administração de pílulas sem qualquer efeito medicinal, mas que o paciente acredita serem extremamente eficazes, uma auto-sugestão, com resultados positivos comprovados estatisticamente.

 Nesse caso, a fé na cura seria o ingrediente que atua como curador, segundo a ciência.

No entanto, já foram registrados casos de pessoas operadas e curadas com sucesso mesmo não acreditando na atuação dos espíritos. Apesar da descrença da ciência, existem inúmeros cientistas de várias partes do mundo que se dedicaram ao estudo das curas mediúnicas, tanto no Brasil quanto em outros países, especialmente nas Filipinas, onde o fenômeno parece ser tão comum quanto aqui.

Alguns pesquisadores entenderam que o que estava ocorrendo não era apenas um produto da fé das pessoas, mas que algum tipo de ocorrência paranormal, ou espiritual, estava de fato em curso. 

É verdade que a idéia de que os espíritos estejam atuando através de médiuns perdeu um pouco de sua credibilidade depois que vários médiuns foram acusados de estarem fraudando as operações e ganhando dinheiro com a esperança de cura dos pacientes.

Para muitos espíritas, no entanto, aqueles que sempre se colocaram contra a noção de que os espíritos podem interferir em nosso mundo, fazem de tudo para desacreditar esse tipo de acontecimento; independentemente das fraudes, que certamente existem, os casos comprovados seriam numerosos.

O que parece mais certo é que falta um acompanhamento científico mais detalhado e isento sobre as operações e curas espirituais.

 Cientistas americanos que estiveram no Brasil, por exemplo, chegaram a demonstrar interesse em estudar os pacientes supostamente curados, fazendo um levantamento de quantos teriam sofrido uma recaída da doença, e quantos teriam realmente se curado. Não se tem notícia de que essa pesquisa tenha sido realizada.

É difícil saber ao certo a quantidade de médiuns, verdadeiros ou falsos, que continuam realizando curas e operações em todo o Brasil. Sabe-se de alguns que recebem pessoas em suas próprias residências, sem cobrar coisa alguma e sem fazer propaganda de suas atividades; e aqueles que têm intenção de fraudar estão bem mais cuidadosos.

É mais comum se ouvir falar de curas espirituais realizadas sem o auxílio de instrumentos e sem cortes. 

A energização é uma das palavras mais utilizadas, e inúmeras técnicas têm sido apresentadas como capazes de curar males físicos, ainda que poucas vezes estejam associadas à atuação dos espíritos. 

Vários estudiosos do assunto entendem que esse tipo de cura é muito mais antigo do que o Espiritismo, remontando às mais antigas tribos humanas.

As curas realizadas pelos xamãs e feiticeiros seguiam num rumo semelhante; eles atuavam na Terra em nome ou com a permissão dos espíritos ancestrais, sendo responsáveis pela cura de todo tipo de problemas dos habitantes de suas comunidades, inclusive com a aplicação de noções rudimentares de psicologia.

Muitos espíritas afirmam que a questão já foi devidamente tratada por Allan Kardec em vários textos. No capítulo XIV do livro “A Gênese”, por exemplo, ele se refere à ação dos fluidos sobre a matéria, e ao pensamento lógico de que esse conhecimento espírita deveria ser aplicado para ajudar o corpo físico dos seres humanos, ou seja, na cura de doenças.

A idéia geral é que os espíritos têm a capacidade de manipular os chamados fluidos, que podem ser entendidos como energias existentes tanto neles quanto nos seres encarnados, nos quais passa a ser chamado de “fluido vital, fluido magnético ou ectoplasma”.

As doenças são vistas, então, como um problema no “perispírito”, com repercussão no “corpo físico” e, através da transmissão de fluidos do espírito para o perispírito dos encarnados, ocorreria a cura do corpo. 

O fato de que essas curas acontecem por meio dos médiuns é explicado: eles são as pessoas mais preparadas para realizar o contato entre nossa dimensão e a outra.

A vontade torna-se elemento fundamental no processo, pois é através dela que o desencarnado pode agir sobre a matéria. E a cura ainda envolveria a “qualidade do fluido”, que está diretamente ligada ao padrão moral e orgânico do doador. 

Assim também se explica por que nem todas as pessoas podem efetuar curas.

No Brasil, o caso que mais chamou a atenção foi, sem dúvida, o de “Zé Arigó” (1921–1971), médium que realizava operações inacreditáveis sob a direção de um espírito. Segundo ele, tratava-se de um médico alemão falecido na Primeira Guerra Mundial, a quem chamou de Adolf Fritz.

Apesar de, segundo as informações, ele ter realizado uma série de curas com sucesso, os céticos jamais aceitaram a situação, alegando que Fritz não é um sobrenome alemão e que as pesquisas realizadas nos arquivos da época foram infrutíferas: o suposto médico não existe nos registros da Alemanha, mesmo quando foi dito que seu nome verdadeiro era “Adolph Yeperssoven”.

Outros já disseram que o nome que ele forneceu era de pouca importância, uma espécie de disfarce utilizado pelo espírito do médico, assim como o sotaque alemão que Arigó e outros depois dele apresentavam quando o doutor assumia o comando das operações.

 O início das atividades do médium segue um padrão mais ou menos comum nos paranormais de vários países.

A partir de 1950, ele começou a sentir dores de cabeça fortíssimas, insônia e a ter visões que o perturbavam bastante, além de ouvir uma voz que se repetia constantemente. 

Para a medicina, tais sinais são distúrbios que precisam ser tratados, talvez pela neurologia, mas, no mundo dos fenômenos espíritas, são encarados como indícios de atividade parapsíquica, de um contato que se inicia.

Foi o que aconteceu quando o suposto espírito que lhe falava tomou seu corpo e ele pôde ver a figura de um homem de avental branco supervisionando um grupo de médicos numa sala de cirurgia. Começava assim a convivência de Arigó com o Dr. Fritz que, segundo disse, escolhera o médium para realizar curas na Terra, guiando suas mãos nas atividades mais complexas.

O sucesso de Arigó levou milhares de pessoas a visitá-lo em Congonhas do Campo, Minas Gerais, em busca de auxílio. 

A notoriedade lhe rendeu, igualmente, um processo por curandeirismo movido pela Associação Médica de Minas Gerais, tendo sido condenado a quinze meses de prisão, mas recebendo o indulto do então presidente Juscelino Kubitschek. Foi preso novamente em 1962, mas continuou atuando dentro do presídio.

Ainda que, como já foi dito, poucas pesquisas tenham sido realizadas com o pós-operatório dos pacientes, vários pesquisadores, cientistas ou não, puderam confirmar que cerca de 95% dos diagnósticos fornecidos por Arigó estavam corretos.

Após a morte de Zé Arigó, num acidente automobilístico, o Dr. Fritz voltaria a se apresentar e realizar mais curas. O escolhido foi o médico “Edson Queiroz” que, ao contrário de Arigó, afirmava receber a visita de espíritos desde criança, ele brincava com pessoas que ninguém mais conseguia enxergar, apesar de seus pais ouvirem vozes desconhecidas pela casa.

Aos dez anos, Queiroz começou a ver seres que se diziam índios ou caboclos. Segundo o médium, ele só ingressou na faculdade de medicina porque recebeu uma mensagem do plano espiritual mandando que fizesse isso, no momento em que se preparava para cursar engenharia. Diziam que ele tinha uma missão a cumprir, o que de fato aconteceu.

Segundo alguns, tratava-se de mais uma fraude, aproveitando o sucesso da presença do Dr. Fritz; para outros, era o mesmo fenômeno se repetindo, e as operações eram tão bem-sucedidas e procuradas quanto as de Arigó. Edson Queiroz também chegou a ser processado e acusado de fraude. Ele faleceu em 1991.

Mais recentemente, o Dr. Fritz voltou a ser o centro das atenções quando o engenheiro eletrônico “Rubens de Faria” ganhou notoriedade por realizar o mesmo tipo de operações, dizendo estar em contato com o médico alemão, e falando com o mesmo sotaque. 

Curiosamente, o médium “José Penuz”, do Paraná, também disse operar em nome do Dr. Fritz; ele estaria em contato com seu espírito desde a morte de Queiroz, e o próprio Dr. Fritz lhe teria dito que Rubens de Faria nunca foi utilizado por ele nas operações que realiza.

Rubens de Faria chegou a ser preso e processado, acusado de tomar dinheiro das pessoas que o procuravam. Ele atuava principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro e, após um período afastado da mídia, voltou às atividades.

 A briga entre os dois representantes do Dr. Fritz deixou ainda mais suspeitas de fraude no ar, tornando quase impossível qualquer tipo de investigação científica do fenômeno, se é que ele está ocorrendo de fato.

Diz-se que Faria realizou uma cirurgia na coluna do ex-presidente Figueiredo e que foi procurado por Leandro, da dupla Leandro e Leonardo. Alguns também afirmaram que o ator Christopher Reeve procurou a intervenção do médium.

Fraude ou não, o fato é que o fenômeno das operações espirituais ocorre em todo o planeta, com maior ou menor intensidade e divulgação.

 O caso do Dr. Fritz já foi muito comentado como sendo provavelmente o único de um espírito que se manifesta em diferentes médiuns.

O Brasil também costuma ser visto como um campo fértil para o surgimento de curadores, alguns com menor notoriedade que Arigó, como Ivan Trilha e outros menos cotados, mas que também contam com um esperançoso grupo de seguidores.

Os curadores das Filipinas também já fizeram sua história de operações tidas como milagrosas, que chegaram a ser gravadas em vídeo e apresentadas num congresso de parapsicologia. 

Nos Estados Unidos, que possui um campo mais aberto para atividades da chamada “Nova Era e curas espirituais”, também surgem operadores espirituais de renome, como Harry Edwards, falecido em 1976, e que deixou montada uma organização razoável, ainda em atividade.

O que se comprova em todos esses casos, sem sombra de dúvida, é que está em curso um tipo de fenômeno ligado aos estudos da parapsicologia.

 Com ou sem êxito nas operações metafísicas, o fato é que os curadores conseguem realizar suas atividades sem causar dor nos pacientes, o que por si só já é algo a ser estudado com cuidado. Da mesma forma, o fato das operações serem realizadas sem qualquer tipo de assepsia e não apresentarem conseqüências, como infecções, já é, por si só, um fenômeno.

Apesar dos pesares, hoje em dia, grande número de pesquisadores na área médica já presta atenção aos fenômenos paranormais, tentando incorporar os conhecimentos daí obtidos a técnicas já consagradas da medicina. Se dessas investigações forem descobertos métodos eficazes de realizar operações sem o uso de anestésicos, já será um imenso sucesso.

A maior dificuldade talvez seja incorporar aos estudos científicos a noção da intervenção dos espíritos, que ainda encontra uma resistência imensa.

Médiuns de várias partes do mundo e diferentes épocas parecem ter muito em comum quando se trata de incorporar espíritos e se preparar para uma operação.

 É verdade que alguns entram em transe e, após a operação, pouco ou nada sabem do que aconteceu, enquanto outros mantêm uma semi-consciência. Uns afirmam que podem ver o espírito antes que ele tome conta de seu corpo, enquanto outros apenas têm a sensação de perder a consciência.

Um aspecto sempre comentado é que os médiuns que realmente estão querendo servir ao próximo não cobram coisa alguma pelas consultas, daí serem habituais as acusações de fraude sempre que existe algum tipo de pagamento.

Também é comum os espíritos dizerem que assepsia e anestesia são desnecessárias, e até mesmo que os instrumentos utilizados servem mais para conforto do paciente, que precisa sentir que "alguma coisa" está sendo feita: na verdade, o médium poderia operar apenas com as próprias mãos, o que às vezes de fato ocorre.

O próprio Dr. Fritz dizia, quando manifestado, que a cura deve ser realizada no “corpo espiritual”, uma vez que o “corpo físico” é apenas um reflexo daquele, tornando os instrumentos desnecessários.

sábado, 18 de agosto de 2012

Zonas Infernais (Umbral)


Asseguro que nas Zonas Infernais, propriamente dita, apenas residem aquelas mentes que conhecendo as responsabilidades morais que lhes competiam, delas se ausentaram, deliberadamente com o louco propósito de ludibriarem o próprio Deus.

O Inferno pode ser definido como um vasto campo de desequilíbrio, estabelecido pela maldade calculada nascido da cegueira voluntária e da perversidade completa. Aí vivem domiciliados, às vezes por séculos, Espíritos que se bestializaram, fixos que se acham na crueldade e no egocentrismo. Constituíndo porém, larga província vibratória, em conexão com a humanidade terrestre, de vez que todos os padecimentos infernais são  criações dela mesma, estes lugares tristes funcionam como crivos necessários para todos os Espíritos que escorregam nas deserções de ordem geral, menosprezando as responsabilidades que o Senhor lhes outorga.

Dessa forma, todas as almas já investidas no conhecimento da verdade e da justiça e por isso mesmo responsáveis  pela edicação do bem, e que, na Terra, resvalam nesse ou naquele delito, desatentas para com o dever nobilitante que o mundo lhes assinala, depois da morte do corpo estagiam nestes sítios por dias, meses ou anos,  reconsiderando as suas atitudes, antes da reencarnação que lhes compete abraçar, para o reajustamento tão breve quanto possível.


quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Anote hoje

Anote quanto auxílio poderá você prestar ainda hoje. 

Em casa, pense no valor desse ou daquele gesto de cooperação e carinho.

No relacionamento comum, faça a gentileza que alguém esteja aguardando conforme a sua palavra.

No grupo de trabalho, ouça com bondade a frase menos feliz sem passá-la adiante.

Ofereça apoio e compreensão ao colega em dificuldade.

Estimule o serviço com expressões de louvor.

Quanto puder, procure resolver problemas sem alardear seu esforço.

Em qualquer lugar, pratique a boa influência.

Desculpe faltas alheias, consciente de que você também pode errar.

Observe quanto auxílio poderá você desenvolver no trânsito, respeitando sinais.

Acrescente paz e reconforto à dadiva que fizer.

Evite gritar para não chocar a quem ouve.

Pague a sua pequena prestação de serviço à comunidade, conservando a limpeza, por onde passe.

Sobretudo, mostre simpatia e reconhecerá que o seu sorriso, em favor dos outros, é sempre uma chave de luz para que você encontre novas bênçãos de Deus.


Francisco Cândido Xavier.
 Da obra: Amanhece.
Ditado pelo Espírito André Luiz.
GEEM.