segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Adversidades e Insucessos


Todos nos encontramos sujeitos ao que se convencionou chamar adversidade. Uma tragédia, uma ocorrência marcante pela dor que produz, um acontecimento nefasto, a perda de uma pessoa querida, constituem infortúnios que maceram. Prejuízos financeiros, danos morais, enfermidades catalogadas como irreversíveis, são adversidades desastrosas em muitas existências. No entanto, se fosse encarada a vida sob o ponto de vista espiritual, o homem compreenderia a razão de tais insucessos e não se entregaria a desastres mais graves, quais a loucura e o suicídio, a fuga pelo álcool ou pelos tóxicos... A existência física não transcorre qual nau sem rumo em mar encapelado. Os atos anteriores e a conduta atual são-lhe mapa e rota para chegar ao destino pelo qual o indivíduo opta. Realmente desastrosos são os males que se praticam em relação ao próximo, pois que eles irão fomentar as adversidades de amanhã, que são os inadiáveis resgates do infrator. Trabalha para te impedires infortúnios, especialmente os atuais, que defluem da insensatez, da malversação de valores, da malquerença. Entretanto, se fores colhido por insucesso de qualquer natureza ou algum sinistro, assume um comportamento de equilíbrio e enfrenta-os com serenidade. Tudo passa, às vezes, mais rápido do que se espera. Contorna os danos causados e, se estiveres ferido no sentimento, confia no tempo, que te pensará a chaga, ajudando-te a sair do embate mais forte e com visão mais clara a respeito da vida. Em qualquer circunstância, projeta-te mentalmente na direção do amanhã, vendo-te feliz como gostarás de estar. Com essa imagem positiva avança, superando o primeiro momento inditoso e o próximo, passo a passo, e te surpreenderás vitorioso, no alvo almejado. 

Pelo Espírito: JOANNA DE ÂNGELIS 
Psicografia: Divaldo Pereira Franco. 
Livro: Episódios Diários

Passe Virtual (vídeo)


Aborto Criminoso

Reconhecendo-se que os crimes do aborto provocada criminosamente surgem, em esmagadora maioria, nas classes mais responsáveis da comunidade terrestre, como identificar o trabalho expiatório que lhes diz respeito, se passam quase totalmente despercebidas da justiça humana? Temos no Plano Terrestre cada povo com o seu código penal apropriado à evolução em que se encontra; mas, considerando o Universo em sua totalidade como Reino Divino, vamos encontrar o Bem do Criador para todas as criaturas, como Lei básica, cujas transgressões deliberadas são corrigidas no próprio infrator, com o objetivo natural de conseguir-se, em cada círculo de trabalho no Campo Cósmico, o máximo de equilíbrio o com respeito máximo aos direitos alheios, dentro da mínima pena. Atendendo-se, no entanto, a que a Justiça Perfeita se eleva, indefectível, sobre o Perfeito Amor, no hausto de Deus em nos que movemos e existimos, toda reparação, perante a Lei básica a que nos reportamos, se realiza em termos de vida eterna e não segundo a vida fragmentária que conhecemos na encarnação humana. Porquanto, uma existência pode estar repleta de acertos e desacertos, méritos e deméritos e a Misericórdia do Senhor preceitua, não que o delinqüente seja flagelado, com extensão indiscriminada de dor expiatória, o que seria volúpia de castigar nos tribunais do destino, invariavelmente regidos pela Equidade Soberana, mas sim que o mal seja suprimido de suas vítimas, com a possível redução do sofrimento. Desse modo, segundo o princípio universal do Direito Cósmico a expressar-se, claro, no ensinamento de Jesus que manda conferir a cada um de acordo com as próprias obras, arquivamos em nós as raízes do mal que acalentamos para extirpá-las à custa do esforço próprio, em companhia daqueles que se no afinem à faixa de culpa, com os quais, perante a Justiça Eterna, os nossos débitos jazem associados. Em face de semelhantes fundamentos, certa romagem na carne, entremeada de créditos e dívidas, pode terminar com aparências de regularidade irrepreensível para a alma que desencarna, sob o apreço dos que lhe comungam a experiência, seguindo-se de outra em que essa mesma criatura assuma a empreitada do resgate próprio, suportando nos ombros as conseqüências das culpas contraídas diante de Deus e de si mesma, a fim de reabilitar-se ante a Harmonia Divina, caminhando, assim, transitoriamente, ao lado de Espíritos incursos em regeneração da mesma espécie. É dessa forma que a mulher e o homem, acumpliciados nas ocorrências do aborto delituoso, mas principalmente a mulher, cujo grau de responsabilidade nas faltas dessa natureza é muito maior, à frente da vida que ela prometeu honrar com nobreza, na maternidade sublime, desajustam as energias psicossomáticas, com mais penetrante desequilíbrio do centro genésico, implantando nos tecidos da própria alma a sementeira de males que frutescerão, mais tarde, em regime de produção a tempo certo. Isso ocorre não somente porque o remorso se lhes entranhe o ser, à feição de víbora magnética, mas também porque assimilam, inevitavelmente, as vibrações de angústia e desespero e, por vezes, de revolta e vingança dos Espíritos que a Lei lhes reservara para filhos do próprio sangue, na obra de restauração do destino. No homem, o resultado dessas ações aparece, quase sempre, em existência imediata àquela na qual se envolveu em compromissos desse jaez, na forma de moléstias testiculares, disendocrinias diversas, distúrbios mentais, com evidente obsessão por parte de forças invisíveis emanadas de entidades retardatárias que ainda encontram dificuldade para exculpar-lhes a deserção. Nas mulheres, as derivações surgem extremamente mais graves. O aborto provocado, sem necessidade terapêutica, revela-se matematicamente seguido por choques traumáticos no corpo espiritual, tantas vezes quantas se repetir o delito de lesa-maternidade, mergulhando as mulheres que o perpetram em angústias indefiníveis, além da morte, de vez que, por mais extensas se lhes façam as gratificações e os obséquios dos Espíritos Amigos e Benfeitores que lhes recordam as qualidades elogiáveis, mais se sentem diminuídas moralmente em si mesmas, com o centro genésico desordenado e infeliz, assim como alguém indebitamente admitido num festim brilhante, carregando uma chaga que a todo instante se denuncia. Dessarte, ressurgem na vida física, externando gradativamente, na tessitura celular de que se revestem, a disfunção que podemos nomear como sendo a miopraxia do centro genésico atonizado, padecendo, logo que reconduzidas ao curso da maternidade terrestre, as toxemias da gestação. Dilapidado o equilíbrio do centro referido, as células ciliadas, mucíparas e intercalares não dispõem da força precisa na mucosa tubária para a condução do óvulo na trajetória endossalpingeana, nem para alimentá-lo no impulso da migração por deficiência hormonal do ovário, determinando não apenas os fenômenos da prenhez ectópica ou localização heterotópica do ovo, mas também certas síndromes hemorrágicos de suma importância, decorrentes da nidação do ovo fora do endométrio ortotópico, ainda mesmo quando já esteja acomodado na concha uterina, trazendo habitualmente os embaraços da placentação baixa ou a placenta prévia hemorragipara que constituem, na parturição, verdadeiro suplício para as mulheres portadoras do órgão germinal em desajuste. Enquadradas na arritmia do centro genésico, outras alterações orgânicas aparecem, flagelando a vida feminina como sejam o descolamento da placenta eutópica, por hiperatividade histolítica da vilosidade corial; a hipocinesia uterina, favorecendo a germicultura do estreptococo ou do gonococo, depois das crises endometríticas puerperais; a salpingite tubercuksa; a degeneração cística do córto; a salpingooforite, em que o edema e o exsudato fibrinoso provocam a aderência das pregas da mucosa tubária, preparando campo propício às grandes inflamações anexiais, em que o ovário e a trompa experimentam a formação de tumores purulentos que os identificam no mesmo processo de desagregação. Os síndromes circulatórios da gravidez aparentemente normal, quando a mulher, no pretérito, viciou também o centro cardíaco, em conseqüência do aborto calculado e seguido por disritmia das forças psicossomáticas que regulam o eixo elétrico do coração, ressentindo-se, como resultado, na nova encarnação e em pleno surto de gravidez, da miopraxia do aparelho cardiovascular, com aumento da carga plasmática na corrente sanguínea, por deficiência no orçamento hormonal, daí resultando graves problemas da cardiopatia consequente. Temos ainda a considerar que a mulher sintonizada com os deveres da maternidade na primeira ou, às vezes, até na segunda gestação, quando descamba para o aborto criminoso, na geração dos filhos posteriores, inocula automaticamente no centro genésico e no centro esplênico do corpo espiritual as causas sutis de desequilíbrio recôndito, a se lhe evidenciarem na existência próxima pela vasta acumulação do antígeno que lhe imporá as divergências sangüíneas com que asfixia, gradativamente, através da hemólise, o rebento de amor que alberga carinhosamente no próprio seio, a partir da segunda ou terceira gestação, porque as enfermidades do corpo humano, como reflexos das depressões profundas da alma, ocorrem dentro de justos períodos etários. Além dos sintomas que abordamos em sintética digressão na etiopatogenia das moléstias do órgão genital da mulher, surpreenderemos largo capítulo a ponderar no campo nervoso, à face da hiperexcitação do centro cerebral, com inquietantes modificações da personalidade, a ralarem, muitas vezes, no martirológio da obsessão, devendo-se ainda salientar o caráter doloroso dos efeitos espirituais do aborto criminoso, para os ginecologistas e obstetras delinqüentes. Para melhorar a própria situação, que deve fazer a mulher que se reconhece, na atualidade, com dívidas no aborto provocado, antecipando-se, desde agora, no trabalho da sua própria melhoria moral, antes que a próxima existência lhe imponha as aflições regenerativas? Sabemos que é possível renovar o destino todos os dias. Quem ontem abandonou os próprios filhos pode hoje afeiçoar-se aos filhos alheios, necessitados de carinho e abnegação. O próprio Evangelho do Senhor, na palavra do Apóstolo Pedro, adverte-nos quanto à necessidade de cultivarmos ardente caridade uns para com os outros, porque a caridade cobre a multidão de nossos males. 

Compilado do livro Evolução em dois Mundos 
Autor: André Luiz (espírito) e Francisco Cândido Xavier

Conquista Íntima


Todos os estados enfermiços da alma se assemelham, no fundo, aos estados enfermiços do corpo, solicitando remédio adequado que lhes patrocine a cura. E a impaciência que tantas vezes gera rixas inúteis, é um deles, pedindo o especifico da calma que a desterre do mundo íntimo. Como, porém, obter a serenidade, quando somos impulsivos por vocação ou por hábito? Justo lembrar que assim como nos acomodamos, obedientes, para ouvir o professor trazido a ensinar-nos, é forçoso igualmente assentar a emotividade, na carteira do raciocínio, a fim de educá-la, educando-nos; e, aplicando os princípios de fraternidade e de amor que abraçamos, convidaremos os nossos próprios sentidos à necessária renovação. Feito isso, perceberemos que todo instante de turvação ou desequilíbrio, é instrumento de teste para avaliação de nosso próprio aproveitamento. Aprenderemos, por fim, que diante da crítica estamos convocados à demonstração de benevolência, diante da censura é preciso exercer a bondade; à frente do pessimismo, somos induzidos a cultivar esperança; ante a condenação, somos indicados à benção, e que renteando com quaisquer aparências do mal, é imperioso pensar no bem, dispondo-nos a servi-lo. Entregando-nos com sinceridade a semelhantes exercícios de compreensão e tolerância, estaremos em aula profícua, para a aquisição de calores eternos no terreno do espírito. É assim que, em matéria de paciência, se a paciência nos foge, urge reconhecer que, perante as circunstâncias mais constrangedoras da vida, estamos todos nós, no justo momento de conquistá-la. 

Pelo Espírito EMMANUEL 
Psicografia de Francisco Cândido Xavier 
Livro: "Rumo Certo" - EDIÇÃO FEB

Oração aos bons espíritos (vídeo)


O cérebro Perispiritual

O cérebro humano é um produto da evolução das espécies. Elaborado desde milhões de anos, vem aperfeiçoando-se conforme as necessidades do Espírito, no que tange a buscar alimentos, selecionar, sentir, procriar, memorizar e desenvolver a inteligência. Saiu do simples impulso instintivo para a irritabilidade, passou pela sensação, adentrou-se no instinto e atingiu a razão. Nessa sua peregrinação evolutiva, o princípio inteligente vem armazenando informações, de maneira que, ao atingir a fase humana, seu cérebro perispirítico já continha vasto registro de impressões e sensações relativas à luta pela vida e pela sobrevivência, que poderiam ser racionalizadas e ordenadas formando lições. Com o homem nasceu a ciência e com o seu pensar surgiu a filosofia. A evolução cerebral se fez basicamente do interior para o exterior, de vez que o seu núcleo central, mais conhecido como tronco cerebral é que conduz as funções básicas da vida, desde os batimentos cardíacos até a harmonia respiratória. Nesse estágio, o que era mais importante e necessário para o princípio inteligente, era manter a vida frente as hostilidades do meio, adaptando-a e aperfeiçoando uma máquina material que lhe possibilitasse manifestação cada vez mais intensa no cenário terrestre. Esse setor cerebral desenvolveu-se basicamente até a era dos répteis, há centenas de milhões de anos, quando esses animais dominavam o globo. Segundo alguns autores, é pela cobertura do tronco cerebral que se exteriorizam a agressão e a defesa, os rituais, o princípio da territorialidade e da hierarquia social, noções básicas dirigidas pelos impulsos instintivos e adaptativos das espécies inferiores. Circulando o tronco cerebral, está o sistema límbico do cérebro dos mamíferos, desenvolvido há dezenas de milhões de anos, nos mamíferos primitivos anteriores aos primatas. Esse setor cerebral é que responde pelos nossos humores e emoções, bem como nossos interesses. Continuava o princípio inteligente em suas repetições, enfrentando os fatores ambientais, ora terrestres, moldando órgãos materiais para utilizá-los na aprendizagem, ora despindo-se deles e atuando em plano sutil, para regressar ao cenário anterior, incorporando lições de sobrevivência. Envolvendo essas duas partes do cérebro encontra-se o córtex cerebral, que vem se desenvolvendo há milhões de anos, desde os primatas, ancestrais dos trogloditas. O hemisfério direito do córtex responde pelo reconhecimento dos padrões, intuição, sensibilidade e poder analítico. O esquerdo dirige o pensamento racional, analítico e crítico. Ambos os hemisférios se comunicam por feixes de neurônios em troca informativa, de onde resulta a harmonia do binômio criatividade análise, gerando atitudes responsáveis e lógicas. A grande maioria dos conhecimentos do Espírito é trabalhada através do córtex. No tronco cerebral e no seu envoltório manifestam-se as funções mais utilizadas pelos ancestrais, como: agressão, medo, sexo, defesa, proteção à prole, obediência ao líder. Pelo córtex o Espírito exterioriza as conquistas superiores tais como a linguagem, a leitura, a abstração, a estética e a inteligência. Como todo o conhecimento é de origem espiritual, o Espírito vai deixando para a retaguarda os ensinamentos superados e sem muita significação para o estágio que já atingiu. Do histórico de lutas e conquistas anteriores, muita coisa se perde na noite dos tempos, restando para o futuro toda a memória biológica, algumas impressões e instintos, que demasiadamente exercitados, gravaram-se fortemente na intimidade perispiritual. Em resumo, consideramos o cérebro como um bloco único, embora que para efeito didático possamos dividi-lo em três compartimentos. O tronco cerebral, utilizado como cérebro primitivo e hoje funcionando como tradutor do arquivo das lições adquiridas na conquista dos impulsos instintivos; o sistema límbico do cérebro dos mamíferos, elaborado enquanto as sensações e o instinto se aperfeiçoavam; e o córtex cerebral, onde a razão veio a selar pelo pensamento, a soberania hominal, como ápice do reino dos viventes, desde que alguns animais possuem sentimentos, mas o homem possui o pensamento. Nos dias atuais o cérebro é visto e analisado em tríplice aspecto. Subconsciente, consciente e o superconsciente. No subconsciente está o arquivo dos trabalhos realizados, onde o hábito, forçando uma rotina milenária, forjou o automatismo. No consciente encontra-se a sede das atuais conquistas, simbolizando o nosso esforço e perseverança nos labores regenerativos. No superconsciente estão as aspirações superiores, os ideais santificantes, que atingidos, mais aperfeiçoarão o sistema cerebral, de vez que a sua potência é proporcional ao progresso efetuado no sentido dos anseios angélicos. Como na análise anterior, as partes ou sedes sofrem interferências ou intercâmbio entre elas, trazendo o homem em si, o passado, o presente e o futuro. Depende de sua ação abreviar o futuro ou retardar o passado pela ação do presente. Herdamos assim através da evolução cerebral, toda uma série de condicionamentos, bem como o instinto, que segue ao lado do intelecto agindo de maneira independente, como função marcante, sentinela avançada na conservação da vida. Lembramos que toda essa evolução cerebral, realizou-se na área perispiritual, refletindo-se nas espécies materializadas, em cópias equivalentes e grosseiras, que deveriam ajustar-se às ordens e necessidades do Espírito reencarnante. Por sua vez o cérebro físico segue os passos evolutivos do cérebro perispiritual, traduzindo imperfeitamente as conquistas deste. Pouco conhecido, de potencial acanhadamente utilizado, o cérebro, instrumento maior a permitir a manifestação do Espírito no universo, continuará desafiando o homem comum por muitos séculos, mostrando-se pouco a pouco, à medida que o intelecto e a moral amadureçam. E quando isso acontecer, talvez a melhor definição para ele seja luz. 

Compilado do livro: O Perispírito e suas modelações 
Autor: Luiz Gonzaga Pinheiro

Conversações Infelizes


Naturalmente, porque estes são dias de insatisfação, as pessoas que de ti se acercam trazem, quase sempre, comentários negativos e observações deprimentes. 
Surgem, nas conversas, apontamentos depreciativos que chamuscam a honra alheia, quando não lhes atiram lama na conduta que invejam. Intrigas urdem vinganças sórdidas, entre sorrisos e sarcasmos, gerando inquietação, soprando suspeitas ignóbeis. Assuntos triviais tomam o tempo e expressões chulas, com anedotário vulgar, entorpecem a razão, mantendo psicosfera doentia. 
Quando te vejas envolvido pelo clima das conversações nefastas, muda de assunto, propõe tema diferente, conciliador, edificante, substituindo a vulgaridade e o pessimismo, que devem ceder espaço ao conhecimento da beleza e da verdade. 
As conversas vis envenenam aqueles que as sustentam, enquanto vilipendiam vidas outras que padecem constrições e vivem situações difíceis buscando superá-las a contributo de muito sacrifício. Seja tua a palavra de gentileza e de esperança em qualquer situação. Entretece comentários respeitosos e educa os que te compartem as palavras, gerando otimismo e fraternidade a todo momento. 

Pelo Espírito: JOANNA DE ÂNGELIS 
Psicografia: Divaldo Pereira Franco 
Livro: Episódios Diários

As quatro vida de um cachorro (filme)


As missões, a vida superior

Todo Espírito que deseja progredir, trabalhando na obra de solidariedade universal, recebe dos Espíritos mais elevados uma missão particular apropriada às suas aptidões e ao seu grau de adiantamento. Uns têm por tarefa receber os homens em seu regresso à vida espiritual, guiá-los, ajudá-los a se desembaraçarem dos fluidos espessos que os envolvem; outros são encarregados de consolar, instruir as almas sofredoras e atrasadas. Espíritos químicos, físicos, naturalistas, astrônomos, prosseguem suas investigações, estudam os mundos, suas superfícies, suas profundezas ocultas, atuam em todos os lugares sobre a matéria sutil, que fazem passar por preparações, por modificações destinadas a obras que a imaginação humana teria dificuldades em conceber; outros se aplicam às artes, ao estudo do belo sob todas as suas formas; Espíritos menos adiantados assistem os primeiros nas suas tarefas variadas e servem-lhes de auxiliares. Grande número de Espíritos consagra-se aos habitantes da Terra e dos outros planetas, estimulando-os em seus trabalhos, fortalecendo os ânimos abatidos, guiando os hesitantes pelo caminho do dever. Aqueles que exerceram a Medicina e possuem o segredo dos fluidos curativos, reparadores, ocupam-se mais especialmente dos doentes. Mais bela dentre todas é a missão dos Espíritos de luz. Descem dos espaços celestes para trazer às humanidades os tesouros da sua ciência, da sua sabedoria, do seu amor. A sua tarefa é um sacrifício constante, porque o contato dos mundos materiais é penoso para eles; mas afrontam todos os sofrimentos por dedicação aos seus protegidos, para os assistirem nas suas provações e infiltrarem em seus corações as grandes e generosas intuições. É justo atribuir-lhes os lampejos de inspiração que iluminam o pensamento, as expansões da alma, a força moral que nos sustenta nas dificuldades da vida. Se soubéssemos a quantos constrangimentos se impõem esses nobres Espíritos para chegarem até nós, corresponderíamos melhor a suas solicitações, empregaríamos esforços enérgicos para nos desapegarmos de tudo o que é vil e impuro, unindo-nos a eles na comunhão divina. Nas horas de atribulações, é para esses Espíritos, para meus Guias bem-amados que voam meus pensamentos e meus apelos; é deles que sempre me têm vindo o amparo moral e as consolações supremas. Subi a custo os atalhos da vida; dura foi a minha infância. Cedo conheci o trabalho manual e os pesados encargos de família. Mais tarde, em minha carreira de propagandista, muitas vezes me feri nas pedras do caminho; fui mordido pelas serpentes do ódio e da inveja. E agora chegou para mim a hora crepuscular; vão subindo e rodeando-me as sombras; sinto que minhas forças declinam e os órgãos se enfraquecem. Nunca, porém, me faltou o auxílio de meus amigos invisíveis; nunca minha voz os evocou em vão. Desde meus primeiros passos neste mundo, a sua influência envolveu-me. É às suas inspirações que devo minhas melhores páginas e minhas expressões mais vibrantes. Compartilharam minhas alegrias e tristezas e, quando rugia a tempestade, eu sabia que eles estavam firmes ao meu lado, no meu caminho. Sem eles, sem seu socorro, há muito tempo que eu teria sido obrigado a interromper a minha marcha, a suspender o meu labor; mas suas mãos estendidas têm me amparado e dirigido na áspera via. Às vezes, no recolhimento do entardecer ou no silêncio da noite, suas vozes me falam, embalam, confortam; ressoam na minha solidão como vaga melodia. Ou, então, são sopros que passam, semelhantes a carícias, sábios conselhos ciciados, indicações preciosas sobre as imperfeições de meu caráter e os meios de remediá-las. Então esqueço as misérias humanas para comprazer-me na esperança de tornar a ver um dia os meus amigos invisíveis, de reunir-me a eles na luz, se Deus me julgar digno disso, com todos aqueles que tenho amado e que, do seio dos Espaços, me ajudam a percorrer a via terrestre. Ascenda para todos vós, Espíritos tutelares, entidades protetoras, meu pensamento agradecido, a melhor parte de mim mesmo, o tributo de minha admiração e de meu amor. A alma vem de Deus e volve a Deus, percorrendo o ciclo imenso dos seus destinos; mas, por mais baixo que tenha descido, cedo ou tarde, pela atração, sobe de novo para o infinito. Que procura ela ali? O conhecimento cada vez mais perfeito do universo, a assimilação cada vez mais completa de seus atributos – beleza, verdade, amor! E, ao mesmo tempo, uma libertação gradual das escravidões da matéria, uma colaboração crescente na obra de Deus. Cada Espírito tem, no espaço, sua vocação e segue-a com facilidades desconhecidas na Terra; cada um encontra seu lugar nesse soberbo campo de ação, nesse vasto laboratório universal. Por toda parte, tanto na amplidão como nos mundos, objetos de estudo e de trabalho, meios de elevação, de participação na obra eterna, se oferecem à alma laboriosa. Já não é o céu frio e vazio dos materialistas, nem mesmo o céu contemplativo e beato de certos crentes; é um universo vivo, animado, luminoso, cheio de seres inteligentes em via constante de evolução. Quanto mais os seres espirituais se elevam, tanto mais se acentua a sua tarefa, tanto mais aumentam de importância suas missões. Um dia, tomam lugar entre as almas mensageiras que vão levar aos confins do tempo e do espaço as forças e as vontades da Alma Infinita. Para o Espírito ínfimo, assim como para o mais eminente, não tem limites o domínio da vida. Qualquer que seja a altura a que tenhamos chegado, há sempre um plano superior a alcançar, uma nova perfeição a realizar. Para toda alma, mesmo a mais inferior, um futuro grandioso se prepara. Cada pensamento generoso que começa a despontar, cada efusão de amor, cada esforço que tende para uma vida melhor é como a vibração, o pressentimento, o apelo de um mundo mais elevado que a atrai e que, cedo ou tarde, a receberá. Todo ímpeto de entusiasmo, toda palavra de justiça, todo ato de abnegação repercute em progressão crescente na escala dos seus destinos. À medida que ela se vai distanciando das esferas inferiores, onde reinam as influências pesadas, onde se agitam as vidas grosseiras, banais ou culpadas, as existências de lenta e penosa educação, a alma vai percebendo as altas manifestações da inteligência, da justiça, da bondade, e sua vida torna-se cada vez mais bela e divina. Os murmúrios confusos, os rumores discordes dos centros humanos pouco a pouco vão se enfraquecendo para ela até se extinguirem de todo; ao mesmo tempo começa a perceber os ecos harmoniosos das sociedades celestes. É o limiar das regiões felizes, onde reina uma eterna claridade, onde paira uma atmosfera de benevolência, serenidade e paz, onde todas as coisas saem frescas e puras das mãos de Deus. A diferença profunda que existe entre a vida terrestre e a vida do espaço está no sentido de libertação, de alívio, de liberdade absoluta que desfrutam os Espíritos bons e purificados. Desde que se rompem os laços materiais, a alma pura desfere o vôo para as altas regiões. Lá, vive uma vida livre, pacífica, intensa, ao pé da qual o passado terrestre lhe parece um sonho doloroso. Na efusão das ternuras recíprocas, numa vida livre de males e necessidades físicas, a alma sente multiplicarem-se as suas faculdades, adquirirem uma penetração e uma extensão das quais os fenômenos de êxtase nos fazem entrever os velados esplendores. A linguagem do mundo espiritual é a das imagens e dos símbolos, rápida como o pensamento; é por isso que os nossos guias invisíveis se servem de preferência de representações simbólicas para nos prevenir, no sonho, de um perigo ou de uma desgraça. O éter, fluido brando e luminoso, toma com extrema facilidade as formas que a vontade lhe imprime. Os Espíritos comunicam-se entre si e compreendem-se por processos diante dos quais a arte oratória mais consumada, toda a magia da eloquência humana pareceriam apenas um grosseiro balbuciar. As Inteligências elevadas percebem e realizam sem esforço as mais maravilhosas concepções da arte e do gênio. Mas essas concepções não podem ser transmitidas integralmente aos homens. Mesmo nas manifestações medianímicas mais perfeitas, o Espírito superior tem de se submeter às leis físicas do nosso mundo e só vagos reflexos ou ecos enfraquecidos das esferas celestes, algumas notas perdidas da grande sinfonia eterna, é que ele pode fazer chegar até nós. Tudo é graduado na vida espiritual. A cada grau de evolução do ser para a sabedoria, para a luz, para a santidade, corresponde um estado mais perfeito de seus sentidos receptivos, de seus meios de percepção. O corpo fluídico, cada vez mais diáfano, mais transparente, deixa passagem livre às radiações da alma. Daí uma aptidão maior para apreciar, para compreender os esplendores infinitos; daí uma recordação mais extensa do passado, uma familiarização cada vez maior com os seres e as coisas dos planos superiores, até que a alma, em sua marcha progressiva, tenha atingido as máximas altitudes. Chegado a essas alturas, o Espírito tem vencido toda paixão, toda tendência para o mal, tem-se libertado para sempre do jugo material e da lei dos renascimentos, é a entrada definitiva nos reinos divinos, donde só voluntariamente descerá ao círculo das gerações para desempenhar missões sublimes. Nessas eminências, a existência é uma festa perene da inteligência e do coração; é a comunhão íntima no amor com todos aqueles que nos foram caros e conosco percorreram o ciclo das transmigrações e das provas. Ajuntai a isso a visão constante da eterna beleza, uma profunda compreensão dos mistérios e das leis do universo, e tereis uma fraca ideia das alegrias reservadas a todos aqueles que, por seus méritos e esforços, alcançaram os céus superiores. 

Compilado do livro O Problema do Ser, do Destino e da Dor Autor: Léon Denis