quarta-feira, 17 de março de 2021

Dúvidas e curiosidades sobre a reencarnação


 

Trabalhos Imediatos

 

“Apascentai o rebanho de Deus que está entre vós, tendo cuidado dele, não por força, mas espontaneamente, segundo a vontade de Deus; nem por torpe ganância, mas de ânimo pronto.” — (1ª EPÍSTOLA A PEDRO, CAPÍTULO 5, VERSÍCULO 2.) Naturalmente, na pauta das possibilidades justas, ninguém deverá negar amparo ou assistência aos companheiros que acenam de longe com solicitações razoáveis; entretanto, constitui-nos obrigação atender ao ensinamento de Pedro, quanto aos nossos trabalhos imediatos. Há criaturas que se entregam gostosamente àvolúpia da inquietação por acontecimentos nefastos, planejados pela mente enfermiça dos outros e que, provavelmente, nunca sobrevirão. Perdem longo tempo receitando fórmulas de ação ou desferindo lamentos inúteis. A lavoura alheia e as ocorrências futuras, para serem examinadas, exigem sempre grandes qualidades de ponderação. Além do mais, é imprescindível reconhecer que o problema difícil, ao nosso lado ou a distância de nós, tem a finalidade de enriquecer-nos a experiência própria, habilitandonos à solução dos mais intrincados enigmas do caminho. Eis a razão pela qual a nota de Simão Pedro éprofunda e oportuna, para todos os tempos e situações. Atendamos aos imperativos do serviço divino que se localiza em nossa paisagem individual, não através de constrangimento, mas pela boa-vontade espontânea, fugindo cada vez mais aos nossos interesses particularistas e de ânimo firme e pronto para servir ao bem, tanto quanto nos seja possível. As vezes, é razoável preocupar-se o homem com a situação mundial, com a regeneração das coletividades, com as posições e responsabilidades dos outros, mas não é justo esquecermo-nos daquele “rebanho de Deus que está entre nós”.

Transtorno de ansiedade (vídeo)


 

Manifestações Físicas Espontâneas

 

O fenômeno de que tratamos são provocados. Mas acontece às vezes que ocorrem de maneira espontânea. Não intervém então à vontade dos participantes, e longe disso, pois se tornam quase sempre muito importunos. O que exclui, além disso, a suposição de serem efeitos de sua imaginação superexcitada pelas idéias espíritas é que ocorrem entre pessoas que nunca ouviram falar a respeito e quando menos elas podiam esperar. Esses fenômenos, cujas manifestações se poderia considerar como de prática natural, são muito importantes porque excluem as suspeitas de conivência. Recomendamos, por isso, às pessoas que se ocupam de fenômenos espíritas, coletarem todos os fatos desse gênero de que tiverem conhecimento, mas sobretudo constatarem cuidadosamente a sua realidade através de minucioso estudo das circunstâncias, para se assegurarem de não se tratar de simples ilusão ou mistificação  
De todas as manifestações espíritas, as mais simples e freqüentes são os ruídos e as pancadas. Mas é sobretudo nesses casos que devemos temer a ilusão, pois há muitas causas naturais que podem produzi-las: o vento que assobia ou sacode um objeto, algo que a gente mesmo está movendo sem perceber, um efeito acústico, um animal oculto, um inseto e assim por diante, e até mesmo brincadeiras de mau gosto. Os ruídos espíritas têm, aliás, características inconfundíveis, com intensidade e timbre muito variados. São facilmente reconhecíveis e não podem ser confundidos com os estalidos da madeira, o crepitar do fogo ou o tique-taque de um relógio. São golpes secos, ás vezes surdos, fracos e leves, de outras vezes claros, distintos, até mesmo barulhentos, que mudam de lugar e se repetem sem nenhuma regularidade mecânica. De todos os meios de controle, o mais eficaz e que não deixa nenhuma dúvida quanto à origem é submetê-lo à nossa vontade. Se eles se fizeram ouvir ao lado que indicamos, se responderem ao nosso pensamento dando o número que pedimos, aumentando ou diminuindo sua intensidade, não podemos negar a presença de uma causa inteligente. Mas a falta de resposta nem sempre prova o contrário. 84. Admitindo, porém, depois de minuciosa constatação, que os ruídos ou qualquer outro efeito são manifestações reais, seria racional que nos amedrontássemos? Seguramente não. Porque em caso algum oferecerá o menor perigo. Só podem ser afetadas de maneira prejudicial às pessoas que acreditam tratar-se do Diabo, como as crianças que temem o lobisomem ou bicho-papão. Essas manifestações, em certas circunstâncias, aumentam e adquirem persistência desagradável. É necessária uma explicação a respeito, pois é natural que então se queira afastá-las. 85. Já dissemos que as manifestações físicas têm por fim chamar a nossa atenção para alguma coisa e convencer-nos da presença de um poder superior ao homem. Dissemos também que os Espíritos elevados não se ocupam dessas manifestações, servindo-se dos inferiores para produzi-las, como nos servimos de criados para serviços grosseiros, e por isso com a finalidade que acima indicamos. Atingida essa finalidade, cessa a manifestação, que não é necessária. Um ou dois exemplos tornarão a questão mais compreensível.  
Há muitos anos, quando iniciava meus estudos de Espiritismo, trabalhando uma noite nesse assunto, ouvi golpes que soaram ao meu redor durante quatro horas seguidas. Era a primeira vez que isso me acontecia. Verifiquei que não tinham nenhuma causa acidental, mas no momento não pude saber nada mais. Nessa época eu me encontrava sempre com um excelente médium escrevente. Logo no dia seguinte perguntei ao Espírito que se comunicava por ele qual era a casa dos golpes. Respondeu-me: Era o teu Espírito Familiar que queria falar-te. – E o que queria dizer-me? – Resposta: Podes perguntar a ele mesmo, que está aqui. Interroguei-o e ele se deu a conhecer por um nome alegórico. (Soube, depois, por outros Espíritos, que ele pertence a uma ordem muito elevada e que desempenhou na Terra um papel importante), indicou erros no meu trabalho, apontando as linhas em que eu os encontraria, deu-me útil e sábio conselho e acrescentou que estaria sempre comigo e me atenderia quando eu quisesse interrogá-lo. Desde então, realmente, esse Espírito jamais me deixou. Deu-me numerosas provas de grande superioridade e sua intervenção benévola e eficaz socorreu-me tanto nos problemas da vida material quanto nos metafísicos. Mas desde essa primeira conversa os golpes cessaram. O que desejava ele, com efeito? Estabelecer comunicação regular comigo, e para isso precisava me avisar. Dado o aviso, explica a sua razão e estabelecidas as relações regulares, os golpes não eram mais necessários. Não se toca mais o tambor para acordar os soldados, quando eles já se levantaram. Caso quase semelhante ocorreu com um de nossos amigos. Há tempos que no seu quarto ressoavam barulhos diversos, que já se tornavam cansativos. Tendo a oportunidade de interrogar o Espírito de seu pai por um médium escrevente, soube o que dele queriam, atendeu o pedido e não ouviu mais os barulhos. Assinalemos que as pessoas que dispõem de meio regular e fácil de comunicação com os Espíritos, como se compreende, estão muito menos sujeita a manifestações desse gênero. 
As manifestações espontâneas nem sempre se limitam a ruídos e batidas. Degeneram às vezes em verdadeira barulheira e em perturbações. Móveis e objetos são revirados, projéteis diversos são atirados de fora, portas e janelas são abertas e fechadas por mãos invisíveis, vidraças se quebram e tudo isso não pode ser levado à conta de ilusão. Toda essa desordem é muitas vezes real, mas algumas vezes é apenas aparente. Ouve-se gritaria num cômodo ao lado, barulho de louça que cai e se despedaça, de achas de lenha rolando no assoalho. Corre-se para ver e encontra-se tudo tranqüilo em ordem. Mas a gente se retira, porém, e o tumulto recomeça. 88. Essas manifestações não são raras nem novas. São poucas as crônicas locais que não incluem alguma estória desse gênero. O medo, sem dúvida, freqüentemente exagerou esses fatos, dando-lhes, proporções enormemente ridículas em sua transmissão oral. Com a ajuda das superstições,as casas em que se verificam foram consideradas como assombradas pelo Diabo. Daí todos os contos maravilhosos ou terríveis de fantasmas. A trapaça, por sua vez, não perdeu a ocasião de explorar a credulidade, quase sempre em proveito pessoal. Compreende-se ainda a impressão que fatos dessa espécie, mesmo reduzidos á realidade, podem produzir em caracteres fracos e predispostos pela educação às idéias supersticiosas. O meio mais seguro de prevenir os inconvenientes que possam acarretar, pois não se pode impedi-los, é dar a conhecer a verdade. As coisas mais simples tornam-se assustadoras quando ignoramos as causas. Havendo familiaridade com os Espíritos, e os que recebem suas comunicações não mais acreditando que se trata de demônios, o medo desaparecerá. Muitos fatos autênticos desse gênero podem ser lidos na Revista Espírita. Entre outros, o do Espírito batedor de Bergzabem, cujas estripulias duraram mais de oito anos (Nº de maio, junho e julho de 1858); o de Dibbelsdorf (agosto de 1858); o do Padeiro das Grandes Vendas, próximo a Dieppe (março de 1860); o da Rua de Noyers, em Paris (agosto de 1860); o do Espírito de Casstelnaudary, sob o título de História de Um Danado o da fabricante de São Petersburgo (abril de 1860), e assim por diante.
Essas manifestações freqüentemente assumem o caráter de verdadeira perseguição. Conhecemos seis irmãs que moravam juntas e que, durante muitos anos, encontravam de manhã suas roupas esparramadas, ás vezes escondidas no teto, rasgadas e cortadas em pedaços, apesar das precauções que tomavam, guardando-as à chave. Tem acontecido muitas vezes que pessoas deitadas, mas perfeitamente acordadas, viam sacudir as cortinas, arrancarem-lhes violentamente as cobertas e os travesseiros, foram erguidos no ar e às vezes até mesmo atirados fora do leito. Esses fatos são mais freqüentes do que se pensa, mas a maioria das vítimas não os conta por medo do ridículo. Soubemos que tentaram curar algumas pessoas, por entenderem que se tratava de alucinações, submetendo-as ao tratamento dos alienados, o que as deixou realmente loucas. A Medicina não pode compreender esses fatos, por que só admite causas materiais, do que resultaram negligências funestas. A História relatará um dia certos tratamentos do século XIX como hoje se relatam certos processos da Idade Média.(5) Admitimos perfeitamente que alguns casos são obra da malícia ou da malvadez, mas quando se averiguou suficientemente que não são produzidos por ninguém, temos de convir que são, para uns, obra do Diabo, e para nós dos Espíritos. Mas de que Espíritos? 
Os Espíritos superiores, como os homens sérios entre nós, não gostam de fazer travessuras. Muitas vezes interpelamos esses Espíritos sobre o motivo de perturbarem o sossego alheio. A maioria quer apenas divertir-se. São Espíritos antes levianos do que maus. Riem dos sustos que pregam e do trabalho que dão para descobrir a causa do tumulto. Muitas vezes apegam-se a uma pessoa e se divertem a incomodá-la por toda parte. De outras vezes se apegam a um lugar por simples capricho. Algumas vezes também se trata de uma vingança, como veremos. Em certos casos sua intenção é a mais louvável: querem chamar a atenção e estabelecer comunicação, seja para transmitir à pessoa um aviso útil, seja para fazer um pedido. Vimo-los muitas vezes pedir preces, o cumprimento de um voto que em vida não puderam realizar, e outros quererem, para o seu próprio sossego, reparar uma maldade praticada em vida. Em geral, é um erro amedrontar-se com a sua presença que pode ser importuna mas não perigosa. Compreende-se o desejo de livrar-se deles, mas para isso geralmente se faz o contrário do que se deve. Quando se trata de Espíritos que se divertem, quanto mais se levá-los a sério, mais persistirão, como as crianças traquinas que impacientam as pessoas e assustam os medrosos. Se, pelo contrário, as pessoas também rirem com as suas peças, acabaram por se cansar e deixá-las em paz. Conhecemos alguém que em vez de se irritar os excitava, os desafiava a fazer isto ou aquilo,de maneira que em alguns dias se afastaram. Mas como dissemos, há os que agem por motivos menos frívolos. Por isso é sempre útil saber o que eles desejam. Se pedirem alguma coisa, é certo que cessarão suas visitas quando forem satisfeitos. O melhor meio de informação é evocá-los através de um bom médium escrevente. Pelas suas respostas, logo se verá quem são e se poderá agir convenientemente. Se for um Espírito infeliz, a caridade manda tratá-lo com as atenções que merece; se um brincalhão, pode tratá-lo sem rodeios; se um malvado, deve pedir a Deus que o melhore. Em todos os casos a prece só pode dar bons resultados. Mas a solenidade das fórmulas de exorcismo lhes provoca o riso: não lhe dão nenhuma importância. Se puder entrar em comunicação com eles, é preciso desconfiar dos qualificativos burlescos ou assustadores que algumas vezes se dão, para se divertirem com a credulidade dos ouvintes. Voltaremos a tratar deste assunto com mais detalhes, bem como das causas que freqüentemente tornam as preces ineficazes, nos capítulos: Lugares Assombrados(IX) e DA Obsessão (XXIII).  
Embora produzidos por Espíritos inferiores, esses fenômenos são freqüentemente provocados por Espíritos de ordem mais elevada, com o objetivo de demonstrar a existência dos seres incorpóreos, dotados de poderes superiores aos humanos. A repercussão que alcançam, o próprio horror que chegam a causar, desperta a atenção para o assunto e acabam por abrir os olhos dos mais incrédulos. Estes acham mais simples considerar os fenômenos como efeitos da imaginação, explicação muito cômoda e que dispensa a busca de outras. Mas quando os objetos são revirados ou atirados á cabeça das pessoas, só uma imaginação muito complacente poderia estar em jogo para que os fatos não sejam reais. Se alguma coisa acontece, tem forçosamente uma causa, e se uma fria e serena observação demonstra que esse efeito independe da vontade humana, e de toda causa material, e que além disso apresenta sinais evidentes de inteligência e vontade próprias, o que é o seu traço mais característicos, somos forçados a atribuí-la a uma inteligência oculta.Mas que seres misteriosos são esses? É o que os estudos espíritas nos revelam de maneira dificilmente contestável, graças aos meios que nos proporcionam de nos comunicarmos com eles. Aliás, os estudos espíritas nos ensinam também a distinguir o que há de real, de falso ou de exagero nos fenômenos que examinamos. Quando um efeito estranho se produz: um ruído, um movimento, ou mesmo uma aparição, o primeiro pensamento que devemos ter é o de que a sua causa é natural, porque é a mais provável. Devemos então procurar essa causa com o maior cuidado, não admitindo a intervenção dos espíritos senão quando bem averiguada. Esse é o meio de evitarmos a ilusão. Aquele, por exemplo, que recebesse uma bofetada ou bordoada nas costas, sem estar perto de ninguém, como já se tem visto, não poderia duvidar da presença de um ser invisível. 
Devemos acautelar-nos contra os relatos que podem ser considerados muito ou pouco exagerados, e também contra as nossas próprias impressões, para não atribuirmos origem oculta a tudo quanto não pudermos explicar. Há muitas causas simples e naturais que podem produzir efeitos estranhos à primeira vista, e seria evidentemente supersticioso ver Espíritos por toda à parte, ocupados em derrubar móveis, quebrar louçaria, provocar todos esses distúrbios domésticos que é mais razoável atribuirmos ao descuido.  
A explicação do movimento dos corpos inertes aplica-se naturalmente a todos os efeitos de que acabamos de tratar. Os ruídos, embora mais fortes que os golpes na mesa, tem a mesma causa; o lançamento ou deslocação de objetos é produzido pela mesma força que levanta objetos. Há mesmo uma circunstância que serve de apoio a essa teoria. Poderíamos perguntar onde se encontra o médium, nesses casos. Os Espíritos explicaram que há sempre alguém cujas forças são usadas á sua revelia. As manifestações espontâneas raramente ocorrem em lugares isolados. È quase sempre em casas habitadas que elas se verificam, em virtude da presença de certas pessoas que exercem sem querer a sua influência. Trata-se de verdadeiros médiuns que ignoram as suas faculdades e por isso os chamamos de médiuns naturais. Estão para os outros médiuns na condição dos sonâmbulos naturais para os sonâmbulos magnéticos, e são como eles dignos de observação. 93. A intervenção voluntária ou involuntária de pessoa dotada de aptidão especial parece necessária, na maioria dos casos, para a produção desses fenômenos, embora haja aqueles em que o Espírito parece agir sozinho. Mas ainda nesse caso ele poderia tirar o fluido animalizado de uma pessoa distante. Isso explica por que os Espíritos que nos cercam incessantemente não produzem perturbações a cada instante. É necessário primeiro que o Espírito queira, que tenha um objetivo, um motivo para fazê-lo. A seguir, que encontre, precisamente no lugar em que pretende agir, uma pessoa apta a ajudá-lo, coincidência que só raramente ocorre. Se essa pessoa aparece inesperadamente, ele a aproveita. Mas apesar das circunstâncias favoráveis, ele poderia ainda ser impedido por uma vontade superior que não lhe permitisse agir como quer. Pode também só lhe ser permitido agir dentro de certos limites, nos casos em que essas manifestações sejam consideradas úteis, seja para servirem com meio de convicção ou de experiência para a pessoa que as suporta. 94. Citaremos a respeito à conversação suscitada pelos fatos verificados em junho de 1860 na rua Dês Noyers, em Paris. Os pormenores se encontram na Revista Espírita de agosto de 1860.