quinta-feira, 29 de abril de 2021

A felicidade vem do Bem

 

Ah! Felicidade; O importante é ser feliz! É isso mesmo? Ou será que o mais importante é nos esforçarmos para sermos bons? Quem faz essas indagações é o professor Luiz Henrique Beust, em seu livro “Afinal… Por que sofremos? ”, tecendo reflexões sobre o sofrimento. Como prevenir-se para evitar a dor? Qual é o meio mais eficaz de se esquivar de dissabores? Afirmam os mentores que o mais das vezes os sofrimentos são devidos à nossa vontade, pois são efeitos de causas que poderiam ter sido evitadas. Como neutralizar os males? Existe uma áurea recomendação que, por analogia, pode ser perfeitamente aplicada à generalidade dos sofrimentos: Praticando o bem e pondo em Deus toda a vossa confiança. Haverá, naturalmente, os que procurarão ser felizes e fugir dos sofrimentos, praticando o bem com vista à recompensa dos céus, pragmaticamente. O bem deve ser praticado com desinteresse e no limite de nossas forças, porquanto responderemos por todo mal que haja resultado de não termos agido corretamente. A partir do momento em que praticamos boas ações, cultivamos bons pensamentos e boas palavras, a tendência é que, ainda que a médio prazo, a felicidade chegue até nós, pois teremos criado condições para que ela nos alcance. Por outro lado, quando assumimos a determinação de sermos felizes a qualquer preço, isso significa, como diria Maquiavel, que esse fim justificaria quaisquer meios. E na busca dessa egoística felicidade, nós não vacilamos em fazer outras pessoas infelizes. Se necessário, roubamos, traímos, mentimos, e acabamos sendo infelizes também. Não é qualquer coisa que nos leva à felicidade.
A felicidade naturalmente vem do bem. As pesquisas sobre pessoas deprimidas indicam a necessidade de encaminhá-las a uma atividade em favor do próximo. Se elas passam a trabalhar, por exemplo, numa casa de sopa, ou numa creche, ou num asilo, ou servindo um prato de comida a um morador de rua, e têm a oportunidade de conversar com essas pessoas que sofrem, submetem-se a um dos mais poderosos modificadores de ânimo que se conhece. 
Ser útil a uma pessoa numa situação pior do que a nossa é receber os benefícios de um grande modificador de ânimo. Victor Frankl, um dos maiores gênios do século XX, narra sua extraordinária experiência e reflexão pessoais: Nós que vivemos nos campos de concentração podemos lembrar de homens que andavam pelos alojamentos confortando a outros, dando o seu último pedaço de pão. Eles devem ter sido poucos em número, mas ofereceram prova suficiente de que tudo pode ser tirado do homem, menos uma coisa: a última das liberdades humanas  escolher sua atitude em qualquer circunstância, escolher o próprio caminho.  Em sua obra, Frankl não recomenda nenhuma religião ou confissão constituída, muito menos alguma igreja em especial. Não procurem o sucesso  dizia Frankl. Quanto mais o procurarem e o transformarem num alvo, mais vocês vão errar. Porque o sucesso, como a felicidade, não pode ser perseguido; ele deve acontecer, e só tem lugar como efeito colateral de uma dedicação pessoal a uma causa maior que a pessoa, ou como subproduto da rendição pessoal a outro ser. Victor Frankl colocava como prioridade, para que alcancemos a felicidade, a dedicação do indivíduo em favor do próximo, conforme recomendava a moral do Cristo. Então, naturalmente, se escutarmos nossa própria consciência, a longo prazo, desaparecerão os sofrimentos e a felicidade acontecerá em nossas vidas, concluía. E não é essa a recomendação do Cristo? De que façamos ao semelhante exatamente o que gostaríamos que nos fosse feito? E de que, assim fazendo, cada um receberá de acordo com as suas obras? 

Autor: Sidney Fernandes

Transtorno de Ansiedade


 

Modismos e Posturas dispensáveis

 

Estouram periodicamente no movimento espírita ações e posturas que em muitos casos viram modismos que são plenamente dispensáveis, pois que inúteis. 
São sugestionadas as censuras, as discriminações, as disputas. São escolhidos alguns tópicos ou temas  escolhidos os polêmicos, claro , e até mesmo alguns livros ou pontos de vistas, que são alimentados pela presunção da sabedoria ou pela pretensão de denegrir. 
Elegem-se ídolos, constroem-se padrões planejados ou diretrizes como essenciais para direcionar a objetivos nem sempre claros, seguidos por desatentos, desinformados ou seduzidos. Disputas, ídolos construídos, censuras, discriminações, polêmicas desnecessárias que só desviam do objetivo maior, egos buscados ou alimentados, são modismos. Igualmente são posturas dispensáveis. A nada servem. Na verdade, só desviam do objetivo essencial. Objetivo bem definido por Kardec. Em “O Espiritismo em sua mais simples expressão”, encontramos: “ 
35 – O objetivo essencial do Espiritismo é o melhoramento dos homens. Não é preciso procurar nele senão o que pode ajudar no progresso moral e intelectual. E mais adiante, nos itens 36 e 37 da mesma obra: “De nada adianta crer, se a crença não faz com que dê um passo adiante na via do progresso, e não o torne melhor para seu próximo. O egoísmo, o orgulho, a vaidade, a ambição, a cupidez, o ódio, a inveja, o ciúme, a maledicência, são para a alma ervas venenosas das quais é preciso a cada dia arrancar algumas hastes, e que têm como antídoto: a caridade e a humildade.” 
Muitas outras transcrições, decorrentes de pesquisas na mesa direção em toda a obra de Kardec, levam à mesma conclusão: o objetivo do Espiritismo é nosso melhoramento moral. Desviar-se desse objetivo é distorcer a prática espírita. Portanto, as situações acima citadas, onde podem também incluir-se a imposição de ideias e mesmo a inclusão de práticas estranhas, são fruto da imaturidade humana, acionada especialmente pelo egoísmo que ainda nos caracteriza as ações. Então, ficamos a dizer que isso pode, aquilo não pode. Ficamos a distorcer a credibilidade construída sobre a lógica e o bom senso, qualificamos experiências e ensinos valorosos como ultrapassados, entre outras situações que a imaginação, a memória ou a constatação do leitor já identificou em seu cotidiano nas instituições. Pois isso os Modismos são incompatíveis com o Espiritismo. Isso é prática deturpada de espíritas desatentos e sem a conexão do conhecimento aliado à prática. Portanto, dispensáveis. Até porque os prejuízos gerados nos que se aproximam e encontram tais situações, ou mesmo a veteranos que se deixam contagiar ou se deixam conduzir, interrompem ou paralisam em definitivo iniciativas de inúmeros benefícios para muitos. Por força do egoísmo que impõe, que inclui na argumentação ilusória, que manipula buscando outros interesses ou que estabelece padrões de comportamento que nada tem a ver com a genuína prática espírita. Isso tudo é fruto do egoísmo, é resultado da imaturidade, para os quais devemos estar atentos, para também não nos deixarmos levar, desviando ou desvalorizando nobres esforços consolidados ou em andamento. Cuidado com os modismos. Eles passam e se ficarmos prestando atenção neles, deixamos de fazer aquilo que precisa ser feito, deixamos de cumprir o dever que nos cabe. Como identifica-los? Ah, isso é muito fácil! Basta observar a autopromoção, observar a ausência do bom senso e da lógica e também ver a presença do fanatismo. Também estão na inclusão de verdadeiros rituais, na imposição de modelos prontos e até mesmo na prevalência dos interesses pessoais, ao invés do interesse coletivo. Está também na manipulação das ideias e mesmo na mais fácil indicação que você pode observar: na pretensão da verdade e na preocupação constante da demonstração de infalibilidade. Nesses casos, inclusive, seus protagonistas fogem do objetivo essencial da Doutrina Espírita, procurando impressionar os desprevenidos, com posturas e modismo plenamente dispensáveis, totalmente desconectados com o Espiritismo. Por isso voltemos a Kardec: o objetivo essencial do Espiritismo é nossa melhoria moral.  

Autor: Orson Peter Carrara

Quem são as vítimas do Covid?


 

Considerações e Concordâncias Bíblicas referentes à Criação

 

Os povos fizeram idéias bastante divergentes sobre a criação, segundo o grau de seus conhecimentos. A razão apoiada na Ciência reconheceu a inverossimilhança de algumas teorias. A que os Espíritos nos oferecem confirma a opinião há muito admitida pelos homens mais esclarecidos. A objeção que se pode fazer a essa teoria é a de estar em contradição com os textos dos livros sagrados. Mas um exame sério nos leva a reconhecer que essa contradição é mais aparente que real, resultante da interpolação dada a passagens que, em geral, só possuíam sentido alegórico. A questão do primeiro homem, na pessoa de Adão, como único tronco da Humanidade, não é a única sobre a qual as crenças religiosas têm de modificar-se O movimento da Terra parecia, em determinada época, tão contrário aos textos sagrados que não há formas da perseguição a que essa teoria não tenha dado pretexto. Não obstante, a Terra gira, malgrado os anátemas, e ninguém hoje em dia poderia contestá-lo sem ofender a sua própria razão. A Bíblia diz igualmente que o mundo foi criado em seis dias, e fixa a época da criação em cerca de quatro mil anos antes da era cristã. Antes disso, a Terra não existia; ela foi tirada do nada. O texto é formal. E eis que a Ciência positiva a Ciência inexorável vem provar o contrário. A formação do globo está gravada em caracteres indeléveis no mundo fóssil, e está provado que os seis dias da criação representam outros tantos períodos, cada um deles, talvez, de muitas centenas de milhares de anos. E não se trata de um sistema, uma doutrina uma opinião isolada, mas de um fato tão constante como o do movimento da Terra, e que a Teologia não pode deixar de admitir prova evidente do erro em que se pode cair, quando se tomam ao pé da letra as expressões de uma linguagem freqüentemente figurada. Devemos concluir, então, que a Bíblia é um erro? Não; mas que os homens se enganam na sua interpretação . A Ciência, escavando os arquivos da Terra, descobriu a ordem em que os diferentes seres vivos apareceram na superfície, e essa ordem concorda com a indicada no Gênese, com a diferença de que essa obra, em vez de ter saído miraculosamente das mãos de Deus, em apenas algumas horas, realizou-se sempre pela sua vontade, mas segundo a lei das forças naturais, em alguns milhões de anos. Deus seria, por isso, menor e menos poderoso? Sua obra se tornaria menos sublime, por não ter o prestígio da instantaneidade? Evidentemente, não. É preciso fazer da Divindade uma idéia bem mesquinha para não reconhecer a sua onipotência nas leis eternas que ela estabeleceu para reger os mundos. A Ciência, longe de diminuir a obra divina, no-la mostra sob um aspecto mais grandioso e mais conforme com as noções que temos do poder e da majestade de Deus, pelo fato mesmo de ter ela se realizado sem derrogar as leis da Natureza. A Ciência, de acordo neste ponto com Moisés, coloca o homem por último na ordem da criação dos seres vivos. Moisés, porém, coloca o dilúvio universal no ano 1654 da formação do mundo, enquanto a Geologia nos mostra o grande cataclismo como anterior à aparição do homem, tendo em vista que, até agora, não se encontra nas camadas primitivas nenhum traço da sua presença, nem da presença dos animais que, sob o ponto de vista físico, são da sua mesma categoria. Mas nada prova que isso seja impossível; várias descobertas já lançaram dúvidas a respeito, podendo acontecer, portanto, que de um momento para outro se adquira a certeza material da anterioridade da raça humana. E então se reconhecerá que, nesse ponto, como em outros, o texto bíblico é figurado. A questão está em saber se o cataclismo geológico é o mesmo de Noé. Ora, a duração necessária à formação das camadas fósseis não dá lugar a confusões, e no momento em que se encontrarem os traços da existência do homem anteriores à grande catástrofe, ficará provado que Adão não foi o primeiro homem, ou que a sua criação se perde na noite dos tempos. Contra a evidência não há raciocínios possíveis e será necessário aceitar o fato como se aceitou o do movimento da Terra e o dos seis períodos da Criação. A existência do homem antes do dilúvio geológico é, não há dúvida, ainda hipotética, mas eis como nos parece menos. Admitindo-se que o homem tenha aparecido pela primeira vez na Terra há quatro mil anos antes do Cristo, se 1650 anos mais tarde toda a raça humana foi destruída, com exceção apenas de uma família, conclui-se que o povoamento da Terra data de Noé, ou seja, de 2350 anos antes da nossa era. Ora, quando os hebreus emigraram para o Egito, no décimo oitavo século, encontraram esse país bastante povoado e já bem avançado em civilização. A História prova que, nessa época, a Índia e outros países eram igualmente florescentes, mesmo sem levarmos em conta a cronologia de certos povos, que remonta a uma época ainda mais recuada. Teria sido então necessário que do vigésimo quarto ao décimo oitavo século, quer dizer, num espaço de seiscentos anos, não somente a posteridade de um único homem tivesse podido povoar todas as imensas regiões então conhecidas, supondo-se que as outras não estivessem povoadas, mas também que, nesse curto intervalo, a espécie humana tivesse podido elevar-se da ignorância absoluta do estado primitivo ao mais alto grau de desenvolvimento intelectual, o que é contrário a todas as leis antropológicas. A diversidade das raças humanas vem ainda em apoio desta opinião. O clima e os hábitos produzem, sem dúvida, modificações das características físicas, mas sabe-se até onde pode chegar a influência dessas causas, e o exame fisiológico prova a existência, entre algumas raças, de diferenças constitucionais mais profundas que as produzidas pelo clima. O cruzamento de raças produz os tipos intermediários; tende a superar os caracteres extremos, mas não cria estes, produzindo apenas as variedades. Ora, para que tivesse havido cruzamento de raças, era necessário que houvesse raças distintas, e como explicarmos a sua existência, dando-lhes um tronco comum e sobretudo tão próximo? Como admitir que, em alguns séculos, certos descendentes de Noé se tivessem transformado a ponto de produzirem a raça etiópica, por exemplo? Uma tal metamorfose não é mais admissível que a hipótese de um tronco comum para o lobo e a ovelha, o elefante e o pulgão, a ave e o peixe. Ainda uma vez, nada poderia prevalecer contra a evidência dos fatos. Tudo se explica, pelo contrário, admitindo-se a existência do homem antes da época que lhe é vulgarmente assinalada; a diversidade das origens; Adão, que viveu há seis mil anos, como tendo povoado uma região ainda inabitada; o dilúvio de Noé como uma catástrofe parcial, que se tomou pelo cataclismo geológico e tendo-se em conta por fim, a forma alegórica peculiar ao estilo oriental, que se encontra nos livros sagrados de todos os povos. Eis porque é prudente não se acusar muito ligeiramente de falsas as doutrinas que podem, cedo ou tarde, como tantas outras, oferecer um desmentido aos que as combatem. As idéias religiosas, longe de perder, se engrandecem, ao marchar com a Ciência; esse o único meio de não apresentarem ao ceticismo um lado vulnerável.

O Livro dos Espíritos