quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Para refletir com carinho.


É, o natal tá chegando...e algumas pessoas ficam tão entusiasmadas com a ceia, com a roupa e os presentes que se esquecem dos nossos irmãos menos favorecidos que vivem nas ruas e que não vai ter nem um pão pra comer.

 Isso é muito triste, mais é a nossa realidade.

 Então, a vc que vai ler a minha mensagem, eu Vanêssa Lins, peço que reflita por um segundo e tenta fazer neste ano um natal diferente na vida de alguém. 

Sei que não vamos mudar o mundo, mais certamente vamos mudar a vida de alguém...e é isso que vamos levar quando retornarmos ao nosso verdadeiro lar, e não os bens materiais que acumulamos enquanto estamos de passagem nessa vida. 

Nem tudo se resume em dinheiro.

 Quantas crianças ficariam felizes com um doce... Quantos idosos abandonados em algum lugar ficariam felizes com a sua visita... Quantos animais de rua ficariam satisfeitos em beber água limpa... 

Isso meus irmãos, qualquer um que não tenha a conta recheada pode dar. 

E é isso que eu venho carinhosamente pedir, a compaixão de vocês. 
Que Deus os abençoe.

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Hoje...

Hoje levantei cedo pensando no que tenho a fazer antes que o relógio marque meia noite. 

É minha função escolher que tipo de dia vou ter hoje. 

Posso reclamar porque está chovendo ou agradecer às águas por lavarem a poluição. 

Posso ficar triste por não ter dinheiro ou me sentir encorajado para administrar minhas finanças, evitando o desperdício.

 Posso reclamar sobre minha saúde ou dar graças por estar vivo.

Posso me queixar dos meus pais por não terem me dado tudo o que eu queria ou posso ser grato por ter nascido. 

Posso reclamar por ter que ir trabalhar ou agradecer por ter trabalho.

 Posso sentir tédio com o trabalho doméstico ou agradecer a Deus. 

Posso lamentar decepções com amigos ou me entusiasmar com a possibilidade de fazer novas amizades. 

Se as coisas não saíram como planejei posso ficar feliz por ter hoje para recomeçar.

 O dia está na minha frente esperando para ser o que eu quiser. 

E aqui estou eu, o escultor que pode dar forma. Tudo depende só de mim!

Sozinho? Parte 03 (vídeo)


Bens da Vida

Embora possamos conceituar os Bens da Vida segundo as nossas concepções pessoais, definindo-os a nosso modo, a verdade é que eles têm qualificações e classificações próprias.

Sob a forma de patrimônio comum, encontramo-los espalhados por toda a parte, como expressão dadivosa da Natureza. 

Tudo quanto existe vale por manifestação de sua presença.

O ar que respiramos. A água que bebemos. O Sol que nos aquece e vivifica. O dia que nos favorece com as suas horas. A noite que nos enleva com a magia do seu cenário e nos felicita com a bênção do repouso. O perfume que balsamiza a atmosfera. A flor que engalana o jardim. A árvore que enfeita a paisagem. O fruto que se ostenta na árvore. A brisa que ameniza o calor. O orvalho que se espalha na relva e resvala nas folhas e flores das plantas. O corpo de que se reveste o Espírito. As substâncias que vitalizam o organismo. O vento, a chuva, as riquezas do solo e do subsolo os minerais e vegetais, a força hidráulica, o magnetismo terrestre, as ondas hertzianas, as correntes marinhas, a eletricidade, as fontes térmicas e minerais, a fauna e a flora - tudo isto forma o majestoso conjunto de dádivas que o Pai Celestial põe à disposição de todos, sem que coisa alguma custe alguma coisa a alguém. 

 Estas são as naturais dotações da Criação ao Homem. A par delas, porém; necessariamente deve haver as doações do Homem à Vida, que, ao contrário das primeiras, têm origem na natureza espiritual da criatura, procedem de dentro para fora. 

Toda e qualquer exteriorização construtiva significando esforço de realização a bem do próximo, equivale a uma projeção do espírito humano, no sentido da ampliação de suas possibilidades, mediante a aquisição de maiores bens e valores eternos, definindo-se e positivando-se cada vez mais para melhor. 

Portanto, não é só o que nos beneficia que são bens da Vida, mas também e principalmente quanto de benefício pudermos proporcionar aos outros, procurando fazê-los felizes para sermos felizes com eles, isto é, fazendo nossa a própria felicidade alheia. 

Poderemos caracterizar atitudes e situações que se enquadram nesta ordem de coisas, aferidas assim por um outro critério de valorização. 

O silêncio que fazemos em torno de acontecimentos isolados do conjunto, para não levarmos ao pelourinho da vergonha e da desonra seus protagonistas. 

A palavra que pomos a serviço da complacência, sempre pronta a defender e a amparar. 

A mensagem de estímulo e conforto que endereçamos aos flagelados do corpo e da alma. A prece que formulamos em favor de alguém. 

O passe que aplicamos com o sincero desejo de colaborar na recuperação do enfermo. 

O lar que fundamos em bases cristãs.

 A família que educamos nos princípios enobrecedores do pudor e da compostura, do trabalho e do estudo, da honradez e da dignidade. 

A escola que ajudamos a manter com o nosso esforço. 

 Os favores desinteressados que prestamos a quem quer que seja. Os ensinos que ministramos aos menos favorecidos de conhecimentos. 

A mão que estendemos aos que precisam de levantar-se e caminhar.

 O aproveitamento das provas e expiações. 

 Sob o aspecto de inspiração própria, de iniciativa individual, de cunho essencialmente íntimo, muita coisa podemos fazer e deixar de fazer, que resultará em bênçãos e luzes do nosso caminho, com tanto mais proveito para nós mesmos quanto maior for o benefício que pudermos proporcionar a outrem. 

Estes outros bens da Vida formam o patrimônio próprio de cada um de nós e perduram conosco por todo o sempre, porque são o tesouro que o ladrão não rouba, a traça não rói, a ferrugem não destrói e o tempo não consome. 

 Passos Lírio Reformador (FEB) Junho 1970

Recomecemos

Não conserves lembranças amargas. 

Viste o sonho desfeito.

 Escutaste a resposta de fel. 

Suportaste a deserção dos que mais amas. 

Fracassaste no empreendimento. 

Colheste abandono. 

Padeceste desilusão.

 Entretanto, recomeçar é benção na Lei de Deus.

A possibilidade da espiga ressurge na sementeira.

 A água, feita vapor, regressa da nuvem para a riqueza da fonte.

 Torna o calor da primavera, na primavera seguinte. 

Inflama-se o horizonte, cada manhã, com o fulgor do Sol, reformando o valor do dia.

 Janeiro a Janeiro, renova-se o ano, oferecendo novo ciclo ao trabalho. 

É como se tudo estivesse a dizer : "Se quiseres, podes recomeçar ". 

Disse, porém , o Divino Amigo que ninguém aproveita remendo novo em pano velho. 

Desse modo, desfaze-te do imprestável. Desvencilha-te do inútil. 

Esquece os enganos que te assaltaram. Deita fora as aflições improfícuas. 

Recomecemos, pois, qualquer esforço com firmeza, lembrando-nos , todavia, de que tudo volta, menos a oportunidade esquecida, que será sempre uma perda real. 

Emmanuel

A vaidade


 Quero falar da vaidade, que se mescla a todas as ações humanas. 

Ela macula os mais suaves pensamentos; invade o coração e o cérebro. 

Planta maligna, abafa a bondade em seu nascedouro; todas as qualidades são aniquiladas por seu veneno. 

Para lutar contra ela, é preciso exercitar a prece; somente ela nos dá força e humildade. Homens ingratos! Esqueceis de 

Deus incessantemente. Ele não é para vós senão o socorro implorado na aflição, e jamais o amigo convidado para o banquete da alegria. 

Para iluminar o dia ele vos deu o sol, radiação gloriosa, e para clarear a noite, as estrelas, flores de ouro. 

Por toda parte, ao lado dos elementos necessários à Humanidade, pôs o luxo necessário à beleza de sua obra. 

Deus vos tratou como faria um anfitrião generoso que, para receber seus convidados, multiplica o luxo de sua mansão e a abundância do festim. 

Que fazeis vós, que tendes apenas o coração para lhe oferecer? Longe de o honrar com as vossas virtudes e alegrias, longe de lhe oferecer as premissas de vossas esperanças, não o desejais e somente o convidais a penetrar-vos o coração quando o luto e as decepções amargas vos trabalharam e deixaram marcas. Ingratos!

 Que esperais para amar vosso Deus? A desgraça e o abandono. 

Antes lhe oferecei o coração, livre de dores; oferecei-lhe, como homens em pé, e não como escravos ajoelhados, vosso amor purificado do medo, e na hora do perigo ele se lembrará de vós, que não o esquecestes na hora da felicidade.

 Georges (Espírito familiar) Revista Espírita – junho de 1860

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Pensamento e Vida

O homem pode ser considerado o pensamento que exterioriza, fomenta e nutre. 

Conforme a sua paisagem mental, a existência física será plasmada, face ao vigor da energia direcionada.

 O pensamento é a manifestação do anseio espiritual do ser, não uma elaboração cerebral do corpo. 

 Sendo o Espírito o agente da vida, nos intrincados painéis da sua mente se originam as idéias, que se manifestam através dos impulsos cerebrais, cujos sensores captam a onda pensante e a transformam, dando-lhe a expressão e forma que revestem o conteúdo e que se faz portadora. 

 O homem de bem, pensando corretamente como conseqüência da sua realidade interior, progride, adicionando forças à própria estrutura. 

 A criatura de constituição moral frágil, por efeito das suas construções mentais infelizes, envolve-se nas teias dos pensamentos perturbadores e passa a estados tumultuados, doentios. 

 Como resultado, conclui-se que o Espírito e não o corpo, é fraco ou forte, conforme o conteúdo dos pensamentos que elabora e a que se entrega. 

 O pensamento é força. Por isso, atua de acordo com a direção, a intensidade e o significado próprios. 

 A duração dele decorre da motivação que o constitui, estabelecendo a constância, a permanência e o direcionamento do que possui como emanação da aspiração íntima. 

 O pensamento são os fenômenos cognitivos que procedem do ser real. 

 Pensa no amor; e te sentirás afável. 

 Cultiva a idéia do progresso, e terás estímulo para porfiar, logrando êxito nos empreendimentos. 

 Sustenta a idéia do bem, e descobrirás quão ditoso és como fruto do anelo vitalizado.

 Se pensas no medo, ele assoma e te domina. 

Se dás atenção ao pessimismo, tornas-te incapaz de realizações ditosas.

 Se te preocupas com o mal, permanecerás cercado de temores e problemas. 

 Se agasalhas as idéias enfermiças, perderás a dádiva da saúde. 

 Tudo pode ser alterado sob a ação do pensamento. 

 Vibração que sintoniza com ondas equivalentes, o teu pensamento é o gerador das tuas ações, e estas, as modeladoras da tua vida. 

 Pensamento e vida, pois, são termos da equação existencial do ser humano. 

  Pensando na necessidade de ascensão, os heróis, os cientistas, os mártires, os educadores e os santos edificaram o mundo melhor, que ainda não alcançou o seu ápice, porque tu e outros ainda não vos convencestes de pensar bem, agindo melhor; para conquistardes a vitória sobre as paixões, a dor e a infelicidade. 

  Divaldo Pereira Franco.
Da obra: Momentos de Felicidade. Ditado pelo Espírito Joanna de Ângelis. Salvador, BA: LEAL, 1990.

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

A necessidade da reencarnação

É um castigo a encarnação e somente os Espíritos culpados estão sujeitos a sofrê-la? 

 A passagem dos Espíritos pela vida corporal é necessária para que eles possam cumprir, por meio de um ação material, os desígnios cuja execução Deus lhes confia. 

 É-lhes necessária, a bem deles, visto que a atividade que são obrigados a exercer lhes auxilia o desenvolvimento da inteligência.

 Sendo soberanamente justo, Deus tem de distribuir tudo igualmente por todos os seus filhos; assim é que estabeleceu para todos o mesmo ponto de partida, a mesma aptidão, as mesmas obrigações a cumprir e a liberdade de proceder. 

Qualquer privilégio seria uma preferência, uma injustiça. 

Mas, a encarnação, para os Espíritos, é um estado transitório. É uma tarefa que Deus lhes impõe, quando iniciam a vida, como primeira experiência do uso que farão do livre arbítrio. 

Os que desempenham com zelo essa tarefa transpõem rapidamente e menos penosamente os primeiros graus da iniciação e mais cedo gozam do fruto de seus labores.

 Os que, ao contrário, usam mal da liberdade que Deus lhes concede retardam a sua marcha e, tal seja a obstinação que demonstrem, podem prolongar indefinidamente a necessidade da reencarnação e é quando se torna um castigo.  
Livro: “O Evangelho Segundo o Espiritismo

quarta-feira, 6 de novembro de 2013

É muito simples

Não sou feliz! 
A felicidade não foi feita para mim! 
Exclama geralmente o homem em todas as posições sociais. 

Isso, meus caros filhos, prova, melhor do que todos os raciocínios possíveis, a verdade desta máxima do Eclesiastes: “A felicidade não é deste mundo”. 

Com efeito, nem a riqueza, nem o poder, nem mesmo a florida juventude são condições essenciais à felicidade. 

Digo mais: nem mesmo reunidas essas três condições tão desejadas, porquanto incessantemente se ouvem, no seio das classes mais privilegiadas, pessoas de todas as idades se queixarem amargamente da situação em que se encontram. 

Estas observações constam de uma manifestação registrada no capítulo V, item 20, de O Evangelho segundo o Espiritismo, recebida em 1863, assinada pelo Espírito Morlot, que foi importante prelado católico, cardeal e arcebispo de Paris. 

Desencarnou em 1862. Leia a manifestação por inteiro, leitor amigo, e constatará que suas virtudes eram compatíveis com seus títulos, justificando a autêntica glória de participar da Codificação da Doutrina Espírita, meses após o retorno à vida espiritual.

 Ele se reporta a algo que qualquer pessoa de bom senso pode constatar: não existe a felicidade em plenitude na Terra, até porque seria uma incoerência.

 Não estagiamos em celeste paraíso. A Terra está muito mais para purgatório, mundo de expiação e provas, habitado por Espíritos orientados pelo egoísmo.

 Concebem alguns psicólogos interessante ideia: O anseio de felicidade seria um truque da Natureza, que nos faz pensar, trabalhar, estudar, produzir, casar, ter filhos... Sempre objetivando essa suprema realização. 

Lembra a imagem do burro diante da cenoura pendurada à sua frente, numa vara presa à carroça que vai puxando, movido pela ânsia de alcançá-la. 

Podemos, de vez em quando, com o balanço da carroça existencial, dar uma mordiscada na cenoura – conseguir algo do que desejamos –, mas não podemos nunca abocanhar a cenoura inteira, o que equivaleria a perder o estímulo para novas realizações. Conclusão: não é interessante alcançar a felicidade em plenitude. Cairíamos na inércia, marcando passo nos caminhos da evolução.

 Talvez o problema maior esteja no fato de que nem mesmo conseguimos definir com precisão o que é a felicidade. 

Não raro, julgando caminhar em sua direção, desembocamos no extremo oposto – a infelicidade. 

Dentre esses caminhos equivocados, o cardeal Morlot cita três, que devem merecer nossa atenção: riqueza, poder e juventude.

 Riqueza.
 As pessoas dizem, jocosamente: Dinheiro não traz felicidade, manda buscar. Em princípio parece verdadeiro. Quem herda uma fortuna ou acerta a Mega-Sena acumulada, experimenta alto nível de satisfação, antessala da felicidade. No entanto, pesquisas demonstram que logo retorna aos níveis costumeiros, automaticamente.
 Pior: não raro, o rico tem tantas preocupações com a administração de seus bens, que resvala para patamares inferiores de inquietação, porta fechada para a satisfação. 

Poder. 
Vamos simplificar a expressão, situando-a como a capacidade de mandar nas pessoas. 

Suprema realização seria o absolutismo monárquico do passado.

 Os reis eram situados como representantes divinos para gerir os destinos dos súditos, até com poder de vida e morte sobre eles. 
Palavra de rei era a vontade de Deus. 

Hoje as pessoas devem contentar-se com menos. Mandar na família, por exemplo. O problema é que nos tempos atuais, de expansão da liberdade individual, fica complicado governar cônjuge e filhos, sempre dispostos a cometer a ousadia de não acatar nossas ordens, furtando-se às nossas expectativas.

 Se a pessoa espera demasiado da família, querendo moldá-la às suas conveniências, vai decepcionar-se. 

É preciso respeitar o direito de cada um ser o que é, e tudo o que podemos fazer, no sentido de mudar algo do cônjuge e filhos, é mudar a nós mesmos, oferecendo um padrão do que julgamos o comportamento ideal.

 Hoje como ontem e sempre, a melhor influência é a do exemplo. 

Juventude.
 Define Goethe, o grande poeta e escritor alemão: 
A juventude é a embriaguez sem vinho. Perfeito! 

Podemos considerar essa embriaguez sob dois aspectos: A inconsequência que marca o jovem, empenhado em usufruir do momento que passa, as noitadas alegres que hoje começam no horário em que deviam terminar; ficar, o prazer sem compromisso dos relacionamentos amorosos fugazes, o sexo sem amor; a busca do paraíso nas drogas... 

Por outro lado, a insegurança de quem balança na indefinição do próprio futuro, em relação à profissão e ao lugar que deve ocupar na vida social. 

Os anseios viram receios, e fica a felicidade para o futuro, quando se formarem, quando obtiverem sucesso na profissão, quando se casarem, quando tiverem filhos... 

Teólogos medievais ensinavam que somente no céu, o paraíso das almas eleitas, é possível a felicidade perfeita, em contemplação eterna. 

Tenho minhas dúvidas, porquanto, há de ser muito enjoado um lugar assim, sem chance para a felicidade.

 No rescaldo dessas ideias todas, resta a ideia fundamental, básica, de quem veio até nós justamente para nos mostrar o caminho da felicidade: Jesus. 
Relata o evangelista Lucas (17:20-21): E, interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o Reino de Deus, respondeu-lhes Jesus: O Reino de Deus não vem com aparência exterior. Nem dirão: Ei-lo aqui! Ou: Ei-lo ali! 

Porque eis que o Reino de Deus está dentro de vós. Ensina Morlot que a felicidade perfeita não existe na Terra, este rigoroso estabelecimento de ensino, que funciona também como doloroso purgatório ou tormentoso inferno para os alunos rebeldes. 

Realmente, seremos sempre felizes fracionariamente, digamos, quando consideradas as condições do Mundo em que vivemos.

 Não obstante, seremos felizes por inteiro no mundo que construirmos na intimidade de nossas almas, a partir do momento em que estivermos dispostos a cumprir o que Deus espera de nós. 

É tão simples, amigo leitor, que só o egoísmo exacerbado, entranhado em nossas almas, nos impede de entender e cumprir isso. 

O que nosso Pai espera de nós, como não se cansou de ensinar Jesus, é que nos amemos uns aos outros e façamos pelo próximo exatamente o que gostaríamos que o próximo fizesse por nós.

 Richard Simonetti Reformador Set.09

Agressividade

Vivem-se, na atualidade, os dias de descontrole emocional e espiritual no querido orbe terrestre. 

O tumulto desenfreado, fruto espúrio das paixões servis, invade quase todas as áreas do comportamento humano e da convivência social.

 Desconfiança sistemática aturde as mentes invigilantes, levando-as a suspeitas infundadas e contínuas, bem como a reações doentias nas mais diversas circunstâncias.

 A probidade cede lugar à avareza, enquanto a simpatia e a afabilidade são substituídas pela animosidade contumaz.

 As pessoas mal suportam-se umas às outras, explodindo por motivos irrelevantes, sem significado. 

Explica-se que muitos fatores sociológicos são os responsáveis pelas ocorrências infelizes. Apontam-se a fugacidade de todas as coisas, a celeridade do relógio, o medo, a solidão e a ansiedade, como responsáveis pela frustração dos indivíduos, gerando as situações agressivas que os armam de violência e de perversidade. 

A cultura e a ética não têm conseguido acalmar os ânimos, deixando que a arrogância e a presunção enganosas tomem conta dos incautos que se lhes submetem docemente.

 Os relacionamentos sem afetividade real, estimulados por interesses nem sempre nobres, tornam-se rápidos, diluindo-se com facilidade, quando não se transformam em antagonismos, em decorrência de alguma negativa que se torna oportuna e é direcionada ao outro.

 A maledicência perversa grassa nos arraiais dos grupos, minando as bases frágeis das amizades superficiais, e, não poucas vezes, transformando-se em calúnias insidiosas. 

Mesmo entre as pessoas vinculadas às doutrinas religiosas libertadoras que se baseiam no amor e na caridade, no respeito ao próximo e no culto aos deveres morais, o vício infeliz permanece, destruidor.

 Armando-se de mau humor, não poucos homens e mulheres externam o enfado ou os sentimentos controvertidos em que se consomem, dando lugar a situações vexatórias. 

Em mecanismo de transferência psicológica atiram os seus conflitos à responsabilidade dos outros, como se estivessem desforçando-se da inveja que experimentam em relação aos mesmos.

 Aumenta, assustadoramente, a agressividade, nestes dias, nos grupos humanos, sem que haja um programa de reequilíbrio, de harmonização individual ou coletiva. 

Trata-se de uma guerra não declarada, cujos efeitos perniciosos atemorizam a sociedade. 

As autoridades dizem-se atadas a dificuldades quase insuperáveis em razão do suborno, do tráfico de drogas, dos desafios administrativos, da ausência de pessoal habilitado para os enfrentamentos, falhando, quase sempre, nas providências tomadas. 

Permanecem, desse modo, os comportamentos infelizes nos lares, nos educandários, nas vias públicas, no trabalho... 

A agressividade é doença da alma que deve merecer cuidados muito especiais desde a infância, educando-se o iniciante na experiência terrestre, de forma que possa dispor de recursos para vencer a inferioridade moral que traz de existências transatas ou que adquire na convivência doentia da família... 

A agressividade é herança cruel do medo ancestral, que remanesce no Espírito desde priscas eras. Não diluído pela segurança psicológica adquirida mediante a fé religiosa, a reflexão, a psicoterapia acadêmica, a oração, domina os recônditos do sentimento e exterioriza-se de forma infeliz na agressividade. 

A ausência dos diálogos domésticos saudáveis entre pais, filhos e cônjuges ou parceiros, que se agridem mutuamente, sempre ressentidos, extrapolam do lar em direção à via pública, transformada em campo de batalha, segue no rumo do local de trabalho, e até aos clubes de recreação, em contínuo destrambelho das emoções. 

Nesse contubérnio afligente, Espíritos irresponsáveis e frívolos aproveitam-se das vibrações deletérias e misturam-se com esses combatentes perturbados, aumentando-lhes a ferocidade e estimulando-lhes os instintos inferiores.

 O resultado são os crimes hediondos, asselvajados, estarrecedores, que aumentam o índice de maldade em razão da ingestão de bebidas alcoólicas, de drogas alucinantes e fatais... 

A civilização contemporânea periclita nos seus alicerces materialistas, ameaçada pela agressividade e pelo desrespeito moral que assolam sem freio.

 Sem dúvida, estudiosos do comportamento, educadores sinceros e devotados, religiosos abnegados, pensadores sensatos e sociólogos lúcidos vêm investindo os seus melhores recursos na construção da nova mentalidade saudável, em tentativas ainda não vitoriosas para a reversão do quadro aparvalhante, confiantes, no entanto, nos resultados futuros. 

O progresso moral é lento e exige sacrifícios de todos os cidadãos que aspiram pela felicidade e pela harmonia na Terra. 

As respeitáveis contribuições da Ciência e da Tecnologia, valiosas, sob qualquer aspecto consideradas, respondem por muitas modificações das estruturas ultramontanas, suprimindo a ignorância e o primitivismo. 

Nada obstante, também são usadas para o crime de várias denominações, especialmente através dos veículos da mídia: os periódicos, a Internet, a televisão, assim como o teatro e o cinema, com a sua complexa penetração nas massas, às vezes, usados vergonhosamente e sem qualquer controle, oferecendo campo de vulgaridades e informações que preparam delinquentes e viciosos... 

A rigor, com as nobres exceções existentes, a sociedade moderna encontra-se enferma gravemente, necessitando de urgentes cuidados, que o sofrimento, igualmente generalizando-se, conseguirá, no momento próprio, oferecer a recuperação, o reencontro com a saúde após a exaustão pelas dores... Instala-se, desse modo, lentamente, o período da paz, da brandura, da fraternidade. 

Sofrido, o ser humano ver-se-á compelido a fazer a viagem de volta às questões simples e afáveis, à amizade e à ternura, qual filho pródigo de retorno ao lar paterno após as extravagantes experiências que se permitiu. 

Que se não demorem esses dias, que dependerão do livre-arbítrio dos indivíduos em particular e da sociedade em geral, embora o progresso seja inevitável, apressando-se ou retardando-se em razão das opções humanas.

 A agressividade infeliz é doença passageira, embora os grandes danos que produz, cedendo lugar à pacificação. 

Torna dócil a tua voz, nestes turbulentos dias de algazarra, e gentis os teus gestos ante os tumultos e choques pessoais... 

Com sua sabedoria ímpar, Jesus assinalou:“ Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a Terra”. 

 Suavemente permite que a mansidão domine os territórios das tuas emoções, substituindo esses infelizes mecanismos da inferioridade moral pelos abençoados valores da verdade. 

Joanna de Ângelis (Página psicografada pelo médium Divaldo Pereira Franco, na sessão mediúnica da noite de 15 de março de 2010, no Centro Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.) 

sábado, 2 de novembro de 2013

Prece para os desencarnados


Senhor Todo-Poderoso, que vossa misericórdia se estenda sobre nosso irmão que acaba de deixar a Terra! 

Que vossa luz brilhe a seus olhos! 

Tirai-o das trevas; abri seus olhos e seus ouvidos!

 Que vossos bons Espíritos o envolvam e lhe façam ouvir as palavras de paz e de esperança! 

Senhor, por mais indignos que sejamos, ousamos implorar vossa misericordiosa indulgência em favor deste nosso irmão que acaba de ser chamado do exílio; fazei com que seu retorno seja o do filho pródigo. 

Perdoai, meu Deus, as faltas que possa ter cometido, para vos lembrardes somente do bem que haja feito. 

Vossa justiça é imutável, nós o sabemos, mas vosso amor é imenso. 

Nós vos suplicamos para apaziguar a vossa justiça por essa fonte de bondade que emana de vós. 

Que a luz se faça para vós, meu irmão, que acabais de deixar a Terra! 

Que os bons Espíritos do Senhor desçam até vós, vos rodeiem e vos ajudem a sacudir as vossas correntes terrenas! 

Compreendei e vede a grandeza do Nosso Senhor: submetei-vos, sem murmurar, à sua justiça, mas não desacrediteis nunca da sua misericórdia. Irmão! 

Que um sério exame do vosso passado vos abra as portas do futuro, ao vos fazer compreender as faltas que deixastes atrás de vós e o trabalho que vos resta fazer para repará-las! 

Que Deus vos perdoe e que seus bons Espíritos vos sustentem e vos encorajem! Vossos irmãos da Terra orarão por vós e vos pedem para orar por eles.

 Que assim seja.

Prece

As preces pelos Espíritos que acabam de deixar a Terra não tem somente como objetivo dar-lhes um testemunho de simpatia; objetivam também ajudar no seu desligamento e, com isso, atenuar a perturbação que sempre se segue à separação e tornando-lhes mais calmo o despertar. 

Neste caso, porém, como em outras circunstâncias, a eficiência da prece está na sinceridade do pensamento, e não na quantidade de palavras ditas com maior ou menor vigor e, das quais, muitas vezes, o coração não toma nenhuma parte. 

As preces que vêm do coração se fazem ouvir em torno do Espírito, cujas idéias ainda estão confusas, como vozes amigas que nos vêm despertar do sono. 

(O Evangelho Segundo o Espiritismo – Cap. 27:10)

Finados


Hoje e dia de finados. 
Mts tem o habito de levar flores ao cemiterio, acender velas...enfim, ate pra quem e espirita e entende e cre q o nosso espirito e eterno, a saudade de quem voltou para o mundo espiritual ainda e grande. 

Entao, nao so hoje, mais sempre q pudermos, vamos pedir auxilio para os nossos irmaos desencarnados, vamos pedir auxilio para aqueles q se foram mais ainda nao acharam o caminho, vamos pedir conforto para aqueles q nao aceitaram a sua partida, vamos pedir luz para aqueles q se encontram tristes e sozinhos no escuro. 

Deus e tao maravilhoso q fez nosso espirito eterno pra q pudessemos voltar qtas vezes precisarmos atraves da reencarnacao para corrigirmos os nossos erros e evoluirmos como seres humanos.

 E a morte nada mais e q o nosso retorno ao verdadeiro lar. 

Por isso nao precisamos temer, e sim entender e aproveitar de forma construtiva nossa estadia aqui na Terra.

 Que Deus abencoe cada um de vcs.

Vanêssa Lins

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Prece para afastar maus espíritos (vídeo)


O bem sempre permanece

O tempo passa, tudo muda mas o bem permanece.

 O bem é tudo que promove o progresso do espírito, abrindo portas, trazendo luz e desenvolvimento da consciência. 

Abençoado é aquele que propaga as verdades da vida, plantando a divina semente,plantando a divina fonte que mata a sede, acaba com o sofrimento, abre o caminho da luz. 

O mundo precisa das mudanças, mas o que é eterno permanece porque já é perfeito, completo e imutável. 

Portanto, o que muda é o nível humano de conhecimento, os conceitos que pareciam bons mas que a experiência mostrou que eram insuficientes. 

Não há que temer as mudanças porque elas sempre promovem aquilo que já é. 

Aceitá-las e estudar o que dizem ao seu espírito é sabedoria. Não tema a mudança, ela só prova a eternidade. 

Não se esqueça...

...de que seu corpo físico é apenas energia condensada por tempo determinado, que se transforma a cada minuto. 

Quando esse tempo acabar, ele voltará ao estado anterior. Seus elementos irão formar novos corpos, de acordo com as leis da vida, enquanto você continuará com seu corpo astral, sua trajetória natural de evolução. 

Não é maravilhoso? A vida é perfeita e bela! Viver é a oportunidade de aprender a perceber a luz. 

Quem percebe se ilumina, e quem está iluminado vive em paz...

O amor...

O amor se manifesta de acordo com o nível espiritual do espírito.

 Essa é a chave para entender os problemas do relacionamento afetivo. 

A conquista da afinidade que todos desejamos, só será possível quando formos mais evoluídos e conquistarmos a sabedoria. 

Mas, enquanto ainda não alcançamos esse nível, podemos, pelo menos, tentar fazer o melhor, disciplinando nosso emocional, saindo do pessimismo e da dramatização. 

O otimismo, ainda que não nos dê o ideal desejado, pelo menos nos ajudará a viver melhor com aqueles a quem amamos.

 O momento presente pode ser melhor do que é, se você cuidar das suas atitudes e disciplinar as emoções.

quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Halloween e Finados




Particularmente, eu não me sinto cativado pela festa de Halloween que, no exterior, segue um ritual totalmente diferente que nos demais países que fazem dessa festa um “cachaçal à fantasia”, favorecendo os “mortos” que estão mais vivos do que imaginam, e que se alegram e muito com as “oferendas” servidas em forma de bebidas alcoólicas, quando algo mais não é acrescentado ao “menu de entorpecentes”. 

Obviamente que não é somente nessa festa que este vampirismo ocorre, mas em todas cujos excessos são amplamente aproveitados pelos viciados obsessores.

 Segue abaixo um texto interessante sobre a origem do Halloween e a visão espírita sobre o dia de Finados.

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 O Homem só começa a ser Homem, quando começa a enterrar seus mortos, diz-nos o historiador Aníbal de Almeida Fernandes, em "A Genealogia como fator básico na formação da Civilização", e conclui: É o marco divisório entre o animal e o primeiro homem, e ocorreu há cerca de 40.000 anos com o Homo Sapiens e o Homo Neanderthal, antes mesmo da agricultura, e é o início da história humana. 

O sentimento de cultuar os mortos foi moldado, pois, a partir de época bem remota e está sedimentado em quase todas as tendências religiosas. 

As comunidades primitivas, peninsulares, agropastoris, inclinadas ao culto agrícola e ao culto da fertilidade, acreditavam, originariamente, que, em sepultando seus mortos nas proximidades dos campos agrícolas, os espíritos desses cadáveres ressurgiriam à vida com mais vigor, quais sementes plantadas em solo fértil, mas criam que isso se daria como algo secreto e misterioso. 

Com essa crença, reverenciavam-se os mortos próximos às tumbas, com festas e, sobretudo, com muita alegria, prática que se estendeu viva em algumas culturas contemporâneas. 

Os costumes dos povos primitivos foram se modificando devido à influência de outros, vindos, provavelmente, do norte da África (os Iberos) e do centro da Europa (os Celtas). 

Veja-se o que nos revela um dos expoentes da Doutrina Espírita: "É dos gauleses que vem a comemoração dos mortos,só que, em vez de comemorar nos cemitérios, entre túmulos, era no lar que eles celebravam a lembrança dos amigos afastados, mas não perdidos, que eles evocavam a memória dos espíritos amados que algumas vezes de manifestavam por meio das druidisas e dos bardos inspirados". 

Ressalte-se, aqui, que os gauleses evocavam os ancestrais mortos (divindades) nos recintos de pedra bruta. As druidisas (sacerdotisas) e os bardos (poetas e oradores inspirados) eram verdadeiros "médiuns" e somente eles tinham consentimento para consultarem os oráculos (na Antiguidade, resposta de uma divindade a quem a consultava).

 Os gauleses, portanto, não veneravam os restos cadavéricos, mas a alma sobrevivente, e era na intimidade de cada habitação que celebravam a lembrança de seus mortos, longe das catacumbas, diferentemente dos povos primitivos. 

A Festa dos Espíritos era de suma importância para eles, pois homenageavam Samhain, "O Senhor da Morte", festividade, essa, iniciada sempre na noite anterior a 1º de novembro, ou seja, no dia 31 de outubro. 

Essa celebração marcava o fim do verão e o fim da última colheita do ano. 

Acreditavam que os espíritos dos mortos, nos meses de inverno, sairiam dos túmulos gelados para visitarem suas antigas moradias aquecidas e orientar seus familiares. 

Os bons, supostamente, os protegeriam, mas, para confundirem os maus espíritos, vestiam-se de fantasias, o que deu origem à tradicional festa de Halloween dos nossos dias. 

Porém, uma densa bruma desceu sobre a terra das Gálias, através do tacão de Roma, que expulsou os druidas e impôs o Cristianismo clérico. Esse período histórico de frenética agitação, mais tarde foi mutilado pelos bárbaros, sobrevindo uma madrugada de dez séculos (a obscura Idade Média), que proscreveu o espiritualismo e entronizou a superstição, o sobrenatural, o milagre, a beatificação, a santificação e a definitiva narcotização da consciência humana, levando-a ao analfabetismo espiritual. 

A história oficial da Igreja registra que foi no Mosteiro beneditino de Cluny, no sul da França, no ano de 998, que o Abade Odilon promovia a celebração do dia 2 de novembro, em memória dos mortos, dentro de uma perspectiva catolicista. 

Pela influência que esse Mosteiro, então, exercia na Europa setentrional, propagou-se com rapidez a nova celebração, até porque veio de encontro aos costumes já arraigados em todas as culturas, cada qual com seu entendimento e sua prática, obviamente, quanto a cultuar os mortos. 

Somente em 1311 foi sancionada, em Roma, oficialmente, a memória dos falecidos, mas foi Bento XV quem universalizou tal celebração, em l915, dentre os católicos, cuja expansão da religião auxiliou, ainda mais, a difusão desse costume. 

A legislação vigente chega a declarar o dia 2 de novembro como feriado nacional, com o objetivo de as pessoas poderem homenagear seus parentes e amigos falecidos. Nós, os espíritas, somos questionados sobre o tema: como o Espiritismo analisa o dia dos mortos? 

Respondemos a essa questão, da seguinte maneira: as religiões falham, excessivamente, no que tange aos ensinos das essenciais noções sobre a imortalidade da alma, muito embora haja uma ou outra que já tenha alguma noção do que seja. 

Mesmo assim, ainda insigne, se comparada aos ensinamentos de luz, ditados a Allan Kardec, e contidos em "O Livro dos Espíritos". Daí a razão pela qual, no dia dos finados, as pessoas se dirigem aos "campos santos", como se o cemitério fosse a morada eterna daqueles que desencarnam. "O Livro dos Espíritos" nos ensina o respeito aos desencarnados como um impositivo de fraternidade, sem que materializemos esse sentimento frente aos túmulos, nem que tais lembranças ou homenagens sejam realizadas em um dia especial, oficialmente estabelecido. 

Nos dias de hoje, essa celebração se desviou, e muito, do ritual religioso, transportando-se do foco sentimental e emocional para o comercial, uma vez que a mercantilização de flores, velas, santinhos, escapulários, e a eventual preocupação para a conservação dos túmulos (normalmente, só são lembrados em novembro) respondem por esse protocolo social. 

O zelo com que são cuidados os túmulos só tem algum sentido para os encarnados, que, aliás, devem se precaver para não criarem um estranho tipo de culto. Não devemos converter as necrópoles vazias em "salas de visita do além", como diz Richard Simonetti, até porque, há locais mais indicados para nos lembrarmos daqueles que desencarnaram.

Ainda que não reprovemos, de maneira absoluta, as pompas fúnebres, pois a homenagem à memória de um homem de bem, "são justas e de bom exemplo", o Espiritismo revela que o desejo de perpetuar a própria memória nos monumentos fúnebres vem do derradeiro ato de orgulho . "A suntuosidade dos monumentos fúnebres determinada por parentes que desejam honrar a memória do falecido, e não por este, ainda faz parte do orgulho dos parentes, que querem honrar-se a si mesmos. 

Nem sempre é pelo morto que se fazem todas essas demonstrações, mas por amor-próprio, por consideração ao mundo e para exibição de riqueza ." A tumba é o lugar-comum de encontro de todos os homens e nela se findam, impiedosamente, todas as distinções sociais. 

Em face disso, é inútil o rico tentar perpetuar a sua memória por meio de faustosos monumentos. Os anos os destruirão, assim como o seu próprio corpo. Essa é a Lei da natureza. 

A recordação das boas e más ações será menos perecível que o seu túmulo. A pompa dos funerais não o deixará limpo de suas torpezas e não o fará ascender sequer um degrau na hierarquia espiritual. 

Procuramos, mais, o lado cômodo, arraigando-nos ao formalismo material e desprezamos a essencialidade do ser, motivo pelo qual obrigou Jesus a se expressar aos escribas e fariseus da sua época: " sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora parecem formosos, mas por dentro estão cheios de ossos de cadáveres e de toda espécie de podridão". 

Da questão 320 à 329 do Livro matriz, que deu origem ao Espiritismo, recebemos lições de extrema importância sobre funerais e celebração em memória dos "mortos", vejamos: os Benfeitores afirmam que os chamados "mortos" são sensíveis à saudade dos que os amavam na Terra e que, de alguma forma, " a sua lembrança aumenta-lhes a felicidade, se são felizes, e se são infelizes, serve-lhes de alívio." Porém, em se referindo ao dia dos "finados", atestam que é um dia como outro qualquer, até porque os espíritos são sensíveis aos nossos pensamentos, não às solenidades humanas.

 No dia dos finados eles só " reúnem-se em maior número, porque maior é o número de pessoas que os chamam. Mas cada um só comparece em atenção aos seus amigos, e não pela multidão dos indiferentes." Não podemos desconhecer que o pensamento é uma força e que é o atributo característico do ser espiritual; "é ele que distingue o espírito da matéria; sem o pensamento o espírito não seria espírito. se tem a força de agir sobre os órgãos materiais, quanto maior não deve ser sobre os elementos fluídicos que nos rodeiam!

 O pensamento age sobre os fluídos ambientes, como o som sobre o ar; esses fluidos nos trazem o pensamento, como o ar nos traz o som. Assim, pela comunhão de pensamentos, os homens se assistem entre si e, ao mesmo tempo, assistem os Espíritos e são por estes assistidos ". 

A tradicional visita ao túmulo, em massa, não significa que venha trazer satisfação ao "morto", até porque uma prece feita em sua intenção vale mais. É bem verdade que a " visita ao túmulo é uma maneira de manifestar que se pensa no Espírito ausente: é a exteriorização desse fato mas é a prece que santifica o ato de lembrar; pouco importa o lugar se a lembrança é ditada pelo coração. 

" Conhecemos pessoas (aliás muitas delas) que solicitam, antes mesmo de morrerem, que sejam enterradas em tal ou qual cemitério. Essa atitude, sem sombra de dúvida, demonstra inferioridade moral. "O que representa um pedaço de terra, mais do que outro, para o Espírito elevado?" 

Quanto às honras que tributam aos despojos mortais de parentes e amigos, o Espiritismo esclarece que no momento em que o Espírito chega a um certo grau de perfeição não tem mais a vaidade da sociedade humana e compreende a futilidade de tais solenidades, Contudo, faz uma ressalva sobre alguns, pois há "Espíritos que, no primeiro momento da morte, gozam de grande satisfação com as honras que lhes tributam, ou se desgostam com o abandono a que lançam o seu envoltório, pois conservam ainda alguns preconceitos deste mundo." O defunto assiste ao seu enterro? "Muito frequentemente o assiste". Esclarecem os Benfeitores - "algumas vezes não percebe o que se passa, se ainda estiver perturbado" - complementam. 

Muitas vezes o falecido presencia seus herdeiros em reuniões de partilhas, engalfinhando-se quais chacais em disputa pela herança. "Nessa ocasião que [o falecido] vê quanto valiam os protestos que lhe faziam.

 Todos os sentimentos se tornam patentes, e a decepção que experimenta, vendo a rapacidade dos que dividem o seu espólio."

Reflitamos juntos: o dia 02 de novembro é consagrado aos falecidos libertos ou aos mortos que ainda estão jungidos à vida material? 

Existem duas possibilidades de mortos: os que se sentem totalmente livres do arcabouço carnal, porém "vivos" para uma vida espiritual plena, e os que permanecem com a sensação de que, ainda, estão encarnados, porém "mortos" para a vida física, pois somente vivenciam, na espiritualidade, a vida animal. 

" Para o mundo, mortos são os que despiram a carne; para Jesus, são os que vivem imersos na matéria, alheios à vida primitiva que é a espiritual. É o que explica aquele célebre ensinamento evangélico, em que a pessoa prontificou-se a seguir o Mestre, mas antes queria enterrar seu pai que havia falecido, e Jesus conclamou"- "Deixai aos mortos o cuidado de enterrar seus mortos, tu, porém, vai anunciar o Reino de Deus". 

A visitação aos túmulos é um ato exterior, que evoca a lembrança dos entes queridos desencarnados e é a maneira de as pessoas demonstrarem a saudade e o carinho que sentem por eles, mas só terá o seu devido valor, se essa atitude for realizada com subida intencionalidade. 

Não deve, portanto, representar um compromisso social e nem ser eivada de manifestações de desespero, de cobranças, de acusações, como sói ocorre em muitas ocasiões.

 Em verdade, se a visitação aos túmulos não é condenável, ela é totalmente desnecessária, até porque o falecido não se encontra no cemitério, podendo ser lembrado e homenageado através da prece, a qualquer momento e em qualquer lugar. 

Portanto, nossos entes queridos já falecidos podem ser lembrados na própria intimidade e aconchego do lar, ao invés da frieza dos cemitérios e catacumbas. É óbvio que "faz sentido rememorar com alegria e não lastimar os que já partiram, e que estão plenamente vivos. 

Finados é uma mistura de alegria e dor, de presença-ausência, de festa e saudade.

 Aos que ficamos por aqui, cabe-nos refletir e celebrar a vida com amor e ternura, para depois, quiçá, não amargar no remorso. 

Aos que partiram, nossa prece, nossa gratidão, nossa saudade, nosso carinho, nosso amor!" Se formos capazes de orar, com serenidade e confiança, transformando a saudade em esperança, sentiremos a presença dos parentes e amigos desencarnados entre nós, envolvendo-nos o coração com alegria e paz.

 Por esta razão e muitas outras, façamos do dia 2 de novembro um dia de reverência à vida, lembrando carinhosamente os que nos antecederam de retorno à pátria espiritual, e também os que conosco ainda jornadeiam pelos caminhos da existência terrena. 

 Jorge Hessen