domingo, 31 de março de 2013

Allan Kardec


Dia 31 de março de 1869 foi marcado pelo desencarne do maior ícone do espiritismo, Allan Kardec.

 O valor de sua encarnação para a humanidade é imensurável. 

Além dos tantos feitos no campo educacional, sua dedicação ao espiritismo foi seu maior legado. 

Seu amor pela doutrina era imenso e ele deixou isso claro em sua mensagem após o desencarne:

 “ Como homem, estou muito feliz pelas boas lembranças e pelos testemunhos de simpatia que me prodigalizais; como espírita eu vos felicito pelas determinações que tomastes para assegurar o futuro da Doutrina; porque, se o Espiritismo não é minha obra, ao menos eu lhe dei tudo quanto as forças humanas me permitiram lhe desse. É como colaborador enérgico e convicto, como campeão, de todos os instantes, da grande doutrina deste século, que a amo, e me sentiria infeliz se a visse perecer, caso isto fosse possível.”
  Allan Kardec em mensagem enviada após seu desencarne 

Façamos uma prece para aquele espírito de luz que nos abençoou com a codificação de uma doutrina regeneradora.

sexta-feira, 29 de março de 2013

Porque uma só pessoa perde tantas outras amadas ao mesmo tempo?

* Adaptação de uma resposta de Divaldo Franco a essa pergunta, em uma de suas palestras.

 Necessitamos sempre repetir que ninguém perde ninguém. Temos que substituir o verbo “perder”, porque uma pessoa não é um objeto que a gente perde. Não é um chapéu, uma bolsa, um sapato que a gente perde. Nós espiritas evitamos o verbo “morrer”, porque na sua profundidade significa destruir-se, e como a vida transfere de um lugar para outro, nos usamos o verbo “desencarnar”, perder a roupagem carnal, falecer. 
Também é perfeitamente natural transferir-se da vida física para a vida espiritual. 

 Deveremos considerar em principio que a morte não é uma desgraça, já que todos os membros do mesmo clã estão voltando para a casa.

 Seria o mesmo que pensar que ao terminarmos um curso universitário e passamos a aplicar no cotidiano as lições da escolaridade, vamos deixar um espaço na universidade, que será preenchido pelos outros que vem após nós.

 A sensação de dor para quem fica é perfeitamente natural, pois esta dor gravita em torno do nosso instinto de preservação da vida.

 O “medo da morte” é nada mais do que o nosso instinto de conservação, oferecendo-nos mecanismos para que não nos deixemos enfraquecer nem debilitar na luta optando pelo suicídio. 

 A divindade nos equipa, como a todos os animais, desse instinto que é básico, o da preservação da nossa vida... 

 A saudade de alguém que parte é muito natural, e é uma provação para quem fica: acompanhar seres queridos transferindo-se para a imortalidade.

 Todavia, se considerar que eles continuam vivendo, que estão conosco e podem manter o intercambio, a dor vai se amenizando pela esperança da convivência. 

 Eu tive a oportunidade de psicografar em Uberaba, faz vários anos, a mensagem que mais me impressionou na minha vida.  

Tratava-se de uma senhora que desejou entrar para falar com Chico Xavier no tempo em que ele atendia 40 pessoas, e não logrou de maneira nenhuma porque ao chegar já havia uma fila muito grande, e ela não teve a oportunidade de dialogar com o Chico. 

 Eu havia chegado a Uberaba naquela mesma tarde, e à noite, na reunião habitual das comunicações mediúnicas, vi quando chegou um jovem e me disse que ia trazer mais dois irmãos para poder escrever aos seus pais que ali estavam presentes. 

E então escreveu uma carta. Era um jovem de 12 anos, e escrevia a carta chorando muito, mas era de felicidade. 

À medida que ele escrevia e aquelas lágrimas também passavam pelos meus olhos, durante a psicografia, eu pude sentir esse misto da saudade dos desencarnados em relação aos familiares e a alegria de estar de volta.

 No momento da lucidez, quando as cartas foram lidas, a história que o filho narrava era comovedora... ele vinha recordá-la de como aconteceu o acidente. 

 Viajavam os pais e os três filhinhos atrás: um de 12, outro de 10, e um de 2 anos. De repente, o carro perdeu a direção e bateu ao lado de um paredão. Uma faísca atingiu o tanque de gasolina, houve uma grande explosão, e o carro foi devorado pelas labaredas. O menino de nome Alan, que escrevia a carta, comenta: “eu ainda me recordo, mamãe, do seu desespero... você colocando as mãos nas labaredas para poder nos salvar, até que nós perdemos a consciência”.

 Os três filhinhos morreram carbonizados, e ela ficou com as mãos e partes dos braços igualmente queimados. Ela teve de fazer uma série de cirurgias para poder modificar a postura das mãos e dos dedos em garras. 

E ele dizia “mamãe, console-se...”, e narrava a razão porque aquilo houvera acontecido. 

 Lembrava-se que oportunamente, em uma invasão realizada numa cidade da Espanha, ela, juntamente com um grupo de salteadores, havia ateado fogo a uma sinagoga, onde estavam os judeus orando, mas antes haviam trancado as portas e as janelas, porque eram fanáticos da religião que professavam, e os viram morrerem em grande desespero, devorados pelas labaredas.

 Como não adquiriram mérito para liberarem-se de um crime tão hediondo, as leis da vida proporcionaram um acidente, no qual não havia novo algoz para que todos eles se depurassem: os três meninos que partiram, e os pais que ficaram na grande soledade, com marcas inequívocas da tragédia. 

 Ao revê-la dois ou dez anos depois, na ultima sexta feira em Uberaba, sem dar-me conta eu olhei para suas mãos, e ela me disse: “continuam como garras, quase sem sensibilidade, mas infinitamente feliz por saber que meus filhos estão bem”. 

Todo o tipo de sofrimento é um recurso que a divindade nos faculta para nos depurarmos, e evoluindo, retornarmos a pátria espiritual em estado de total plenitude.

segunda-feira, 25 de março de 2013

O livro espírita


O pão elimina a fome; O livro espírita suprime a penúria moral.

O traje compõe o exterior; O livro espírita harmoniza o íntimo.

O teto abriga da intempérie; O livro espírita resguarda a criatura contra os perigos da obsessão.

O remédio exclui a enfermidade; O livro espírita reanima o doente.

A cirurgia reajusta os tecidos celulares; O livro espírita reequilibra os processos da consciência.

A devoção prepara e consola; O livro espírita reconforta e explica.

A arte distrai e enternece; O livro espírita purifica a emoção e impele o raciocínio.

A conversação amiga e edificante exige ambiente e ocasião para socorrer os necessitados da alma; O livro espírita faz isso em qualquer "ocasião", lugar e em qualquer tempo.

A força corrige; O livro espírita renova.

O olfato institui; O livro espírita ilumina o pensamento...

Certamente é dever nosso criar e desenvolver todos os recursos humanos que nos sustentem e dignifiquem a vida na Terra de hoje.

Todavia, quanto nos seja possível, auxiliemos a manutenção e a difusão do livro espírita que nos sustenta e dignifica a vida imperecível, libertando-nos da sombra para a luz, no plano físico e na esfera espiritual, aqui e agora, depois e sempre!

Emmanuel


domingo, 17 de março de 2013

Egoísmo

É fato reconhecido que o egoísmo está na raiz dos diversos males sociais por que passa a humanidade. 

Os diversos conflitos de interesse, as diversas formas de escravizar o próximo para atingir determinados interesses, mesmo os mais vis, sejam materiais ou morais. 

 Sendo desta forma, importante ressaltar que o egoísmo, ao qual colocamos a culpa de inúmeros males, é apenas uma faceta de um mal maior, raiz, este sim, de muitas das desgraças já acontecidas à humanidade em todos os tempos: o orgulho, pai do egoísmo. 

 É justamente o orgulho que dá base maior e mais firme, embora irracional, pois o orgulho tem em si um ar de superioridade, uma certeza de que é melhor que os outros, e que não deve favores a outrem mas, sim, são eles que os devem.

 Segundo Allan Kardec: julgando-se com direitos preferenciais, molesta-se por tudo o que, em seu entender, o prejudica. 

Naturalmente a importância que, por orgulho se atribui, o torna naturalmente egoísta.

 O egoísmo e o orgulho têm, há que ressaltar, origem num sentimento natural: o instinto de conservação.

 E este instinto, como afirmam os Espíritos em “O Livro dos Espíritos”, procede da Lei de Conservação, Lei Natural. 

 Sobre este assunto, Herculano Pires escreveu o seguinte em Curso Dinâmico de Espiritismo: A mais inútil das coisas e os mais prejudiciais dos seres são necessários.

 E ser necessário é ser indispensável, é pertencer a um elo da cadeia inimaginável que Kardec nos apresenta nesta frase tantas vezes repetida no Livro dos Espíritos: tudo se encadeia no Universo. 

 Ele diz isto porque o “instinto de conservação”, em si mesmo é útil para o desenvolvimento do princípio inteligente no seu processo de individualização e evolução.

 Seu excesso é que é prejudicial. E é Kardec, novamente, que explica este ponto: Este sentimento contido em justos limites é bom em si; a sua exageração é que o torna mau e pernicioso.

 Importante isto: o instinto de conservação, enquanto dentro dos seus limites naturais, é essencial para o correto desenvolvimento do espírito, enquanto ser psicológico (ou espiritual, espírito imortal) e orgânico (enquanto preso a um invólucro carnal, passando pelas fases da infância, juventude e madureza). Pois durante os primeiros anos de vida (na fase infantil), esta tendência a ser o centro das atenções no seio familiar é um fator característico.

 Sobre este ponto, Herculano Pires nos traz uma valiosa contribuição: Podemos seguir esse processo no caso humano, em que o ego aparece como pivô da personalidade em formação, desde a infância.

 A criança é egocêntrica, é um pivô em torno do qual giram as atenções e as afeições da família.

 Ela se torna, naturalmente, no centro do mundo. Porque esse é o meio de consolidação da sua individualidade. 

Até aqui, que luz não é lançada para os pais e para os educadores, para compreenderem o processo de desenvolvimento das crianças chamadas “mais difíceis”. 

 Não é na aura que observaremos na criança para analisar se ela contém em si a essência de um bom espírito, mas nos seus atos, que desde a infância, podemos avaliar. 

 Crianças que ultrapassam este limite natural traçado pelo instinto de conservação, chegando a ser agressivas, rabugentas, indisciplinadas (como por acaso são chamadas algumas crianças da nova era), fogem a este padrão e se enquadram justamente nas que desenvolveram (pelo menos hipoteticamente) mais a inteligência do que a moral, pois é inconcebível que espíritos bons e benevolentes, quando encarnados se tornem indisciplinados, egoístas, histéricos e violentos quando não são atendidos, chegando a parecer que têm o rei na barriga. 

 As crianças da “nova era”, como diz Kardec, em A Gênese, no capítulo “Os Tempos são Chegados”, devem ser desta forma: A nova geração, devendo fundar a era do progresso moral, distingue-se por uma inteligência e uma razão geralmente precoces, unidas ao sentimento inato do bem e das crenças espiritualistas, o que é sinal indubitável de um certo grau de adiantamento anterior. 

 Interessante notar que o trecho seguinte afirma que esta nova geração não será exclusiva de espíritos superiores, mais ou menos avançados, mas de espíritos diversos, sendo que todos possuem em si os elementos necessários para secundar este movimento regenerador: Disciplina, noção mais ampla do que seja o amor, sentimento inato do bem e das crenças espiritualistas. 

Isto é apanágio de espíritos indisciplinados, notadamente egoístas e arrogantes? Bom, como vimos, o instinto de conservação, sendo anterior à sua deterioração, quando se converte em egoísmo, é bom em si, como tudo o que vem de Deus. 

Nós é que o degeneramos. E sendo a caridade e a fraternidade o resumo de todas os deveres e condições sociais, reclamando também a existência da abnegação, incompatível se torna a coexistência da liberdade, igualdade e fraternidade ao lado do egoísmo e do orgulho. 

Eles são antagônicos e na presença de um o outro se destrói. Mas transformar o egoísmo em amor, em caridade, em indulgência, abnegação não é fácil. E foi por isso que Kardec, no mesmo texto já citado de Obras Póstumas afirma que "se quiserdes que os homens vivam como irmãos na Terra, não basta dar-lhes lições de moral". 

 A educação não deve ser somente aquela que instrui, mas, e principalmente, aquela que forma o caráter do indivíduo. 
Essa a que Kardec se refere em O Evangelho segundo o Espiritismo. 

 Quantas vezes não educamos nossos filhos dentro dos princípios do egoísmo e nos assustamos com o monstro que criamos? 

Quando o proibimos de dividir seu brinquedo com um coleguinha da escola, de dividir o lanche, de voltar para casa apanhado, entre outras situações?

 E aí entra a missão dos pais na educação dos filhos, respondendo não somente pelo bem que fez e o que o instruiu de fazer, mas acima de tudo, por todo o mal que o ensinou, e principalmente, pela omissão em ensinar algo que sabia ser o certo, ou ao menos alertar quanto à má conduta já em andamento. 

 Mas tem gente que afirma que o egoísmo e o orgulho são impossíveis de serem destruídos por serem inerentes ao homem. 

Se assim fosse, e o homem estivesse fadado ao atraso, a morrer com o egoísmo, porque vemos hoje tantos movimentos em prol da caridade, da fraternidade, sentimentos antagônicos dos primeiros? 

 Porque observamos hoje uma preocupação maior com a prática de atitudes responsáveis, éticas, morais? 

Será porque o mal é inerente ao homem, ou porque faz parte do seu desenvolvimento como indivíduo assim como a sua libertação de tudo aquilo que lhe é danoso e lhe atrasa o desenvolvimento moral e intelectual? 

 Kardec ainda afirma que "a causa do orgulho está na crença, que o homem tem, da sua superioridade individual, e aqui se faz sentir a influência da concentração do pensamento nas coisas da vida terrestre".

 E afirma em seguida que "a incredulidade, além de não ter meio para combater o orgulho, estimula-o e dá-lhe razão, pelo fato de negar a existência de um poder superior à humanidade". 

 E não é assim? O homem que não teme o futuro, por acreditar que nada existe após o túmulo, em que se baseia para ser caridoso? 

Não seria mais atrativo pensar nos seus desejos e nas suas sensações que ficar a se martirizar por alguém ou uma causa em que abandonará pela morte?

 Para quê se sacrificar em estudos e trabalhos exaustivos se o destino disto é o nada?

 Por isso que, não sendo únicas, a crença em Deus e na vida futura, tal como apregoa o Espiritismo, racionalmente, através de uma séria reflexão, é a condição primeira, mais importante para esta transformação.

 Pois, além de ter em vista o futuro, deve-se analisar com pesar o passado para se fazer uma justa idéia do que se tem e passa no presente. 

 E a Reencarnação oferece esta possibilidade. Pois se ele apenas considera a vida no hoje, vê as desigualdades e não as pode explicar.

 Ao passo que se observa o amanhã, com a correta noção do que foi ontem, as conseqüências dos seus atos são extremamente outras. 

 Por isso, no infinito campo, que o Espiritismo lhes põe aos olhos, a sua importância pessoal anula-se, por que compreende que, sós nada valem e nada podem, que todos precisamos uns dos outros não sendo nenhum mais que o outro; duplo golpe desfechado contra o orgulho e o egoísmo. (Kardec, Obras Póstumas). 

 Léon Denis afirma a mesma coisa em Depois da Morte: "Antes de tudo, o homem é um ser social. Está destinado a viver com os seus semelhantes; nada pode fazer sem o concurso destes. Abandonado a si mesmo, ficaria impotente para satisfazer suas necessidades, para desenvolver suas qualidades". 

 Mas só aceitamos esta verdade quando, rebaixado o egoísmo, nos despimos da couraça criada pelo orgulho, couraça esta que só nos traz solidão e tristeza. Entretanto, esta mudança não ocorre de súbito. 

Ele não pode transcender vícios e sentimentos de súbito. Muita luz o cega, o deslumbra, em vez de auxiliar. O homem precisa de tempo para assimilar novas ideias, novos sentimentos.

 Precisa do que Kardec chamou de “maturidade do senso moral” em O Evangelho segundo o Espiritismo. Por isto, estava corretíssimo “Lao Tse” ao se expressar desta forma: "Aquele que vence o outro é forte, o que vence a si mesmo é invencível; quem conhece o outro é sábio, quem conhece a si mesmo é iluminado".

 Qual o meio prático mais eficaz que tem o homem de se melhorar nesta vida e de resistir à atração do mal? “Um sábio da antiguidade vo-lo disse: “Conhece-te a ti mesmo.” (O Livro dos Espíritos, questão 919) Pois é muito fácil analisar e apontar os erros do outro. Difícil mesmo é assumir os nossos. 

E o egoísmo, aliado ao orgulho, é o sentimento mais difícil de erradicar no homem, em vista das mil desculpas que criamos para alimentá-los. 

 Por isto estava e está correto Lao Tsé: conhecer o outro pode nos tornar sábios, gurus, mas o conhecer a si próprio nos torna iluminados. E olha que existem inúmeros exemplos de que isto é verdade. 

 Para finalizar, "o Espiritismo é, sem contestação, o elemento mais potente de moralização, porque alui os fundamentos do egoísmo e do orgulho, dando sólido fundamento à moral".

 E mais adiante acrescenta: "Ele encontrou o homem no meio da vida, no ardor das paixões, na força dos preconceitos, e se em tais condições tem operado prodígios, como não operará quando o tomar no berço, virgem de todas as impressões maléficas, quando lhe der, com o leite, a caridade, e o acalentar com fraternidade, quando, enfim, uma geração inteira vier alimentada por idéias que a razão fortificará em vez de debilitar?" 

 Várias gerações cresceram com os ensinamentos do Espiritismo mas, porque nós não vemos de maneira precisa, a realização desta previsão de Kardec? 

 Porque, embora não admitamos, estava certo Herculano Pires ao afirmar que "todos falam de Espiritismo bem ou mal. Mas ninguém o conhece. 

 Na verdade os seus próprios adeptos não o conhecem. Quem se diz espírita arrisca-se a ser procurado pra fazer macumba, despachos contra inimigos ou curas milagrosas de doenças incuráveis.

 Grandes instituições espíritas, geralmente fundadas por pessoas sérias, tornam-se às vezes verdadeiras fontes de confusão a respeito do sentido e da natureza da doutrina". 

Embora hoje, com o andar do movimento espírita brasileiro e mundial, esta realidade esteja sendo retrabalhada, modificada, ainda impera, principalmente aqui no Brasil, esta confusão, este desconhecimento. (e eu acrescento - de igual modo, isso acontece aqui em Portugal, sendo que a Doutrina esteve proibida durante a Ditadura de Salazar, vendo-se impossibilitada de se tornar conhecida do grande público). 

 E por isso, e por nossa covardia em abraçar um ideal, com medo de perder os “favores mundanos”, de abandonar velhos vícios é que não vemos esta realidade mudar.

 Não podemos ainda ver com alegria uma geração realmente imbuída dos princípios do Espiritismo, e por que não, das noções mais elementares das Leis Divinas que este ensina e propaga. 

 Entretanto, esta é uma realidade que se ainda não a vemos, temos a certeza e a fé que, trabalhando todos unidos, de maneira séria e perseverante, poderemos, ao desencarnar, vislumbrar um pouco daquilo que será a Humanidade quando as crenças espíritas, seus princípios mais elementares estiverem disseminados em nossa sociedade, provocando uma renovação social, uma transformação real no dia-a-dia de cada um de nós. 

 Aí poderemos sorrir satisfeitos por termos feito nossa parte, sabendo que os Espíritos continuarão, como sempre estiveram, fazendo a parte deles, ensinando o amor, destruindo o egoísmo e o orgulho, assim como todos os vícios inerentes a eles. Aí veremos a Era do Espírito brilhar!

sábado, 16 de março de 2013

Bens da vida

Embora possamos conceituar os Bens da Vida segundo as nossas concepções pessoais, definindo-os a nosso modo, a verdade é que eles têm qualificações e classificações próprias.

Sob a forma de patrimônio comum, encontramo-los espalhados por toda a parte, como expressão dadivosa da Natureza.

 Tudo quanto existe vale por manifestação de sua presença.

O ar que respiramos.
 A água que bebemos. 
 O Sol que nos aquece e vivifica.
 O dia que nos favorece com as suas horas. 
 A noite que nos enleva com a magia do seu cenário e nos felicita com a bênção do repouso.
 O perfume que balsamiza a atmosfera. 
 A flor que engalana o jardim. 
 A árvore que enfeita a paisagem. 
 O fruto que se ostenta na árvore.
 A brisa que ameniza o calor. 
 O orvalho que se espalha na relva e resvala nas folhas e flores das plantas.
 O corpo de que se reveste o Espírito.
 As substâncias que vitalizam o organismo.
 O vento, a chuva, as riquezas do solo e do subsolo os minerais e vegetais, a força hidráulica, o magnetismo terrestre, as ondas hertzianas, as correntes marinhas, a eletricidade, as fontes térmicas e minerais, a fauna e a flora - tudo isto forma o majestoso conjunto de dádivas que o Pai Celestial põe à disposição de todos, sem que coisa alguma custe alguma coisa a alguém.

 Estas são as naturais dotações da Criação ao Homem.

 A par delas, porém; necessariamente deve haver as doações do Homem à Vida, que, ao contrário das primeiras, têm origem na natureza espiritual da criatura, procedem de dentro para fora. 

Toda e qualquer exteriorização construtiva significando esforço de realização a bem do próximo, equivale a uma projeção do espírito humano, no sentido da ampliação de suas possibilidades, mediante a aquisição de maiores bens e valores eternos, definindo-se e positivando-se cada vez mais para melhor.

 Portanto, não é só o que nos beneficia que são bens da Vida, mas também e principalmente quanto de benefício pudermos proporcionar aos outros, procurando fazê-los felizes para sermos felizes com eles, isto é, fazendo nossa a própria felicidade alheia. 

Poderemos caracterizar atitudes e situações que se enquadram nesta ordem de coisas, aferidas assim por um outro critério de valorização. 

O silêncio que fazemos em torno de acontecimentos isolados do conjunto, para não levarmos ao pelourinho da vergonha e da desonra seus protagonistas.

 A palavra que pomos a serviço da complacência, sempre pronta a defender e a amparar. 

A mensagem de estímulo e conforto que endereçamos aos flagelados do corpo e da alma. 

A prece que formulamos em favor de alguém.

 O passe que aplicamos com o sincero desejo de colaborar na recuperação do enfermo. 

O lar que fundamos em bases cristãs. 

A família que educamos nos princípios enobrecedores do pudor e da compostura, do trabalho e do estudo, da honradez e da dignidade. 

A escola que ajudamos a manter com o nosso esforço.

 Os favores desinteressados que prestamos a quem quer que seja.

 Os ensinos que ministramos aos menos favorecidos de conhecimentos. 

A mão que estendemos aos que precisam de levantar-se e caminhar. 

O aproveitamento das provas e expiações. Sob o aspecto de inspiração própria, de iniciativa individual, de cunho essencialmente íntimo, muita coisa podemos fazer e deixar de fazer, que resultará em bênçãos e luzes do nosso caminho, com tanto mais proveito para nós mesmos quanto maior for o benefício que pudermos proporcionar a outrem. 

 Estes outros bens da Vida formam o patrimônio próprio de cada um de nós e perduram conosco por todo o sempre, porque são o tesouro que o ladrão não rouba, a traça não rói, a ferrugem não destrói e o tempo não consome.

 Passos Lírio Reformador (FEB) Junho 1970

Aborto e Rejeição

Em nossos estudos no Grupo Espírita levantou-se o fato que alguns espíritos se mantêm crianças mesmo tempos após o desencarne.

 Por outro lado - como sabemos -, não existem crianças em espírito. Cabia, pois, buscar subsídio na literatura espírita. 

Encontramos a resposta no texto abaixo, por si só auto-explicativo. “Enquanto se encontrava pensativa, os socorristas daquela clínica abortiva tudo faziam para que ela desistisse do crime. Os seus pensamentos estavam embaralhados. De repente, surgia uma criança linda, pedindo-lhe: "deixe-me viver! Não me mate!" Mas, se os socorristas lhe chamavam pelo coração, outros espíritos lhe aguçavam a vaidade.

 Era a luta entre o bem e o mal. Na hora em que Marina deu entrada na sala médica, o olhar dos socorristas foi de desespero. Mais um crime seria ali praticado, num matadouro de homens.

 O médico, Roberto, usando dos mais sofisticados métodos, em alguns minutos destruiu o trabalho de anos da espiritualidade. 

No momento da sucção, Marina sentiu seu coração doer. Era o filho que se desligava do seu corpo. Olhou os pedaços de carne atirados no lixo e pensou: "ainda bem que não tem vida".

 Ela, porém, não assistiu, do lado espiritual, a uma equipe médica entrar em ação e tentar, desesperadamente, impedir que o feto sofresse demais. 

Contudo, mesmo recebendo boa assistência do departamento encarnatório, o espírito não conseguia livrar-se da dor da rejeição e se contraiu de tal maneira, que o seu perispírito sofreu uma sobrecarga energética e continuou criança. 

Uns conseguem crescer aqui na Colônia, outros se vêem ora criança, ora adulto. 

Não é raro voltarem totalmente alucinados pela forma violenta do aborto. Esses são confiados a excelentes psicanalistas ou psiquiatras, tal o trauma que sofrem.

 Marina jogou o corpo do filho numa lata de lixo, corpo este que ela, com seu parceiro, compuseram num ato de amor. 

Marina deixou, naquela clínica, um pedaço do seu corpo e levou consigo um débito enorme.

 O grupo de socorristas sentia-se desolado; por mais que prestasse auxílio à criança, ela, bastante perturbada, retorcia-se nos braços dos enfermeiros e gritava sem parar.” 

 Luiz Sérgio “Deixe-me Viver” Irene Pacheco Machado – 14ª Ed REMA 2008

A cura real - Meditação (vídeo)


quinta-feira, 14 de março de 2013

O futuro

O Espiritismo é a ciência de toda a luz; feliz da sociedade que o puser em prática! 

Somente então a idade de ouro, ou, melhor, a era do pensamento reinará entre vós. E não penseis que por isto tereis menos compensações terrenas; muito ao contrário, tudo será felicidade para vós, porque nesse tempo a luz vos fará ver a verdade sob um clarão mais agradável.

 O que os homens ensinarão não será mais essa ciência capciosa, que vos faz ver, sob a máscara enganadora do bem geral, ou de um bem por vir, no qual, muitas vezes, os próprios mestres não têm nenhuma confiança, a mentira e a cupidez, a vontade de tudo ter, em proveito de uma seita e, algumas vezes até, em proveito de um só. 

Por certo os homens não serão perfeitos; mas, então, o falso será tão restrito, os maus terão tão pouca influência, que serão felizes na sua minoridade. 

Nesses tempos, os homens compreenderão o trabalho e todos alcançarão a riqueza, porque não desejarão o supérfluo senão para fazer grandes obras em proveito de todos.

 O amor, esta palavra tão divina, não mais terá a acepção impura que lhe atribuís. Todo sentimento pessoal desaparecerá, ante esse ensinamento tão suave, contido nestas palavras do Cristo: Amai-vos uns aos outros, como a vós mesmos.

 Chegados a esta crença, todos sereis médiuns; desaparecerão todos os vícios que degradam vossa sociedade; tudo se tornará luz e verdade. 

O egoísmo, este verme roedor e retardador do progresso, que asfixia todo sentimento fraterno, não terá mais domínio sobre as vossas almas; vossas ações não mais terão por móvel a cupidez e a luxúria; amareis vossa mulher, porque ela terá uma alma boa e vos quererá, em vós divisando o homem escolhido por Deus, para proteger sua fraqueza; ambos vos auxiliareis a suportar as provas terrenas e sereis os instrumentos votados à propagação de seres destinados a melhorar-se, a progredir, a fim de chegarem a mundos melhores, onde, por um trabalho mais inteligente ainda, havereis de alcançar o nosso supremo benfeitor. 

 Ide, espíritas! Perseverai; fazei o bem pelo bem; desprezai suavemente os gracejadores; lembrai-vos de que tudo é harmonia em a Natureza, que a harmonia está nos mundos superiores e que, malgrado certos Espíritos fortes, tereis também a vossa harmonia relativa.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Responsabilidade Pessoal

Os povos cristãos vêm sendo instruídos, séculos após séculos, que “nossos primeiros pais” haviam sido criados justos, inocentes e imortais, mas que, por haverem cedido à tentação demoníaca, desobedecendo a Deus, perderam o estado de graça, foram expulsos do éden, tornaram-se ignorantes, propensos ao mal, expostos a toda sorte de misérias e condenados a morrer.

 Essa culpa, conquanto pessoal, não prejudicou apenas Adão e Eva. Transmitindo-se a todos os seus descendentes, por geração natural, danificou todo o gênero humano, que nascendo já estigmatizado pelo erro, jamais poderia salvar-se por si mesmo.

 Deus, porém, apiedou-se dos homens e alguns milênios depois houve por bem enviar à Terra seu filho unigênito, Jesus Cristo, para que pudesse oferecer-se como vítima expiatória e, assim, os libertasse da escravidão do demônio e do pecado, reconquistando-lhes o direito que tinham ao céu. 

Em síntese, o que acima foi dito poderia ser resumido nestas duas proposições: Adão e Eva pecam e a Humanidade é condenada. 

Vem o Cristo, sofre o martírio da cruz e a Humanidade é salva. Uma pergunta, então, se impõe: Nesse jogo, qual o papel da Humanidade mesmo, uma vez que tudo se realiza por substituição? 

 Temos, para nós, que a razão pela qual o Cristianismo não há produzido, até agora, tudo aquilo que de bom e de belo dele se deveria esperar, só pode ser atribuída a essa falsa idéia de que somos redimidos do pecado, graciosamente, “pelo sangue do cordeiro de Deus”. 

 Fosse isso verdadeiro, alcançassem os homens, realmente, a purificação por efeito da morte de Jesus, e o mal já deveria ter desaparecido da face da Terra.

 Não é tal, entretanto, o que se observa. A ambição, o orgulho, a vaidade, o roubo, a injustiça, o farisaísmo, a crueldade, os vícios e as paixões continuam a dominar grande parte das criaturas, impedindo seja estabelecido entre nós um clima de paz, de alegria e de fraternidade.

 Enquanto supusermos que o “Cristo morreu por nós” e que “a efusão de seu sangue nos limpa de toda culpa”, sem empreendermos qualquer esforço sério no sentido de vencermos nossas fraquezas e imperfeições; enquanto não compreendermos, também, que o que Deus quer de nós não é “adoração”, mas trabalho de cada qual em benefício de todos, visando a eliminar a “DOR pela AÇÃO”, as coisas não se modificarão e o sofrimento continuará infelicitando indivíduos, famílias, comunidades e nações.

 O Espiritismo, recusando fé à lenda da “queda do homem”, porquanto queda jamais houve, e sim evolução do homem das cavernas para o homem nômade e deste para o homem civilizado de nossos dias, o que torna insubsistentes as doutrinas da “expiação”, da “propiciação”, do “pecado original” etc. 

 Diz-nos, baseado nos ensinamentos do Evangelho, que “a cada um será dado segundo as suas obras” e que nossa felicidade, neste mundo ou no outro, depende da conquista da Virtude e da prática do Bem, ou seja, de nossos próprios méritos, erigindo, destarte, a responsabilidade pessoal em princípio fundamental de sua filosofia de vida.

 Quando toda a Humanidade venha a pensar e a agir deste modo, então, certamente, a Terra se transformará no paraíso com que sonhamos. 

 Rodolfo Calligaris - Páginas de Espiritismo Cristão

sábado, 9 de março de 2013

Morre lentamente...

Morre lentamente quem destroi seu amor próprio, quem não se deixa ajudar. 

Morre lentamente quem se transforma em escravo do hábito, repetindo todos os dias as mesma coisa, e não conversa com quem não conhece.

 Morre lentamente quem não arrisca o certo pelo incerto, para ir atrás de um sonho.

 Morre lentamente, quem consegue ver uma trave no seu semelhante e não consegue ve-lo no seu. 

Morre lentamente, quem não sabe ajudar o seu semelhante, mas sabe ficar pedindo a Deus por qualquer coisa. 

Morre lentamente, quem sabe pedir tanto e dar tão pouco. 

Morre lentamente, quem tem medo de tentar, por ter medo de fracassar. 

Morre lentamente, quem possuindo dois ouvidos, nao consegue ouvir as necessidades do seu semelhante.

 Morre lentamente, quem nao consegue tempo para estar junto com sua familia, mas tem tempo, para fazer malidicencias. 

Se você não quer morrer, mude...faça diferente.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Dia das Mulheres


A beleza de uma mulher não está nas roupas que ela usa, na imagem que ela carrega, ou na maneira que ela penteia os cabelos. 

 A beleza da mulher tem que ser vista a partir dos seus olhos, porque essa é a porta para o seu coração, o lugar onde o amor reside. 

 A beleza da mulher não está nas marcas do seu rosto. Mas a verdadeira beleza numa mulher está refletida na sua alma, está no cuidado que ela amorosamente tem (pelos outros), a paixão que ela demonstra. 

 E a beleza de uma mulher com o passar dos anos, apenas cresce! 

 Parabéns para você mulher, nesse dia tão especial.

A vergonha

Os dias que longe vão levam-me à triste lembrança de meu afastamento obrigatório, através do aborto. 

Ainda me recordo daquela noite, em que às pressas fui convocado para reencarnar, porque uma inexperiente jovem acabara de se entregar aos braços de um rapaz que tanto amava. 

O amor se realizara fecundo fora o óvulo na presença da vida, e a concepção se faziam e eu, de uma forma repentina, me via ligado àquela criatura que me receberia em seus braços, como filho querido.

 Dias, semanas e meses se passaram. Agora, nada mais dava para esconder.

 A notícia chegara ao conhecimento dos familiares que seriam meus avós maternos, e, por não quererem ver a família passar diante da sociedade por esse ato vergonhoso, obrigaram aquela jovem futura mãezinha abortar-me.

 Duas escolhas lhe propuseram: o aborto ou rua!

 A inexperiente jovem, sem saber o que fazer, sozinha, diante de tão triste situação, porque já amava o pequenino feto que se desenvolvia dentro de suas entranhas, derramava lágrimas copiosas. 

Não faltou, porém, quem não a aconselhasse: quase todos tinham a mesma opinião, parentes, vizinhos e amigos. “Vamos, menina, o que você está esperando? Vá logo abortar essa criança, para que a mesma não venha ser a vergonha de sua tão honrada família”. 

E, assim, na calada noite, senti frios aços vindo de encontro a mim, impulsionados pelas mãos de uma parteira curiosa, expulsando-me sem piedade. 

E aqui termino mais um triste episódio da curta vida de um feto que foi denominado, “A Vergonha”. 

Livro: Os abortados

quinta-feira, 7 de março de 2013

A grande crise

Jesus volta para convidar-nos à compaixão. 

 Se não puderdes perdoar, pelo menos, desculpai aqueles que vos ferem, que vos magoam, e se não tiverdes forças para desculpar, pelo menos, permiti que a compaixão aloje-se nas paisagens tristes dos vossos sentimentos magoados. 

 A grande crise moral da sociedade anuncia a era nova. 

Buscai ouvir, e escutareis em toda parte a musicalidade diferente de um mundo novo; fazei silêncio interior, e ouvireis a sinfonia dos astros.

 Tende a coragem, pois, de amar, em qualquer circunstância, por que se amardes somente àqueles que vos amam, mais não fazeis do que retribuir, no entanto, se fordes capazes de amar a quem vos alveja com os petardes terríveis da ingratidão, da ofensa, da perseguição gratuita, vosso nome será escrito no livro do reino dos céus e uma alegria inefável tomará conta de vossos corações preenchendo o vazio existencial. 

 Filhos e filhas da alma! Vossos guias espirituais acercam-se-vos, e em torno dos vossos pensamentos enviam mensagens de paz para diminuir a agressividade e a violência.

 Tornai-vos pacíficos no lar, no relacionamento, nas parcerias, no trabalho, na rua, no clube... Onde estiverdes mantende a paz, sendo pacíficos para vos transformardes em pacificadores. 

 O mundo é o que dele têm feito os seus habitantes, mas, crede em mim, nunca houve tanto amor na Terra como hoje. 

A violência e a exaltação do crime ganham manchetes, vendem na grande mídia alucinando as vidas, mas nos alicerces da sociedade o amor é o paradigma que nutre as existências de milhões de mães e pais anônimos, assim como de filhos abnegados e estóicos que compreendem os mártires e os companheiros abnegados.

 Não vos envergonheis de amar!

 Na época da tirania o vosso amor é semelhante à terra que, exultante, arrebenta-se em flores como gratidão a Deus. 

 Sois as divinas flores da humanidade agradecendo a Deus a presença de Cristo Jesus na Terra. Ide, ide em paz! 

Amai de tal forma que uma dor imensa de compaixão expresse o vosso amor para a vossa plenitude.

 É a mensagem dos Espíritos-espíritas que aqui estamos convosco nesse dia dedicado à gratidão em nome do amor de Jesus-Cristo pelas suas ovelhas. 

 Muita paz, meus filhos! Que o Senhor de bênçãos vos abençoe e permaneça Ele conosco hoje, amanhã e sempre. 

São os votos do companheiro paternal e humilde de sempre.

Bezerra

 (Mensagem psicofônica através do médium Divaldo Pereira Franco, ao encerramento da sua conferência na Creche Amélia Rodrigues, na noite de 30 de setembro de 2012, em Santo André, (SP).

quarta-feira, 6 de março de 2013

A sabedoria

Que a paz de Jesus, vos envolva , queridos filhos, de serenidade e amor! 

Com a graça de Nosso Pai, aqui estamos na noite de hoje, para tentar mostrar a vós, um pouco desta grandiosa virtude : a sabedoria! 

Faz-se presente sempre, em todo aquele que consegue se desprover do orgulho, da inveja, da maledicência, do egoísmo e de tantos outros vícios monstruosos que nos devoram a alma, nos destroem o espírito. 

O homem sábio, meus irmãos, não somente é aquele que possui vasto conhecimento de coisas materiais, como os gênios de vosso planeta, os grandes descobridores, inventores, cientistas.

 Não irmãos, o homem verdadeiramente sábio, é aquele que encontra a pureza de vossa alma, é aquele que elimina de dentro de si o orgulho, e assim, retirando o véu que encobre vossos olhos, enxergam vossos defeitos e trata de corrigi-los imediatamente. 

O homem verdadeiramente sábio, consegue entender a necessidade de vossa transformação interior, consegue perceber que sem melhora não há evolução e inteligentemente, procura a vossa reforma íntima. 

Irmãos, procurai então, a sabedoria dentro de vós, olhai para vós mesmos e descubra o que há de errado para consertar. 

Experimentai a sabedoria da humildade, a sabedoria do amor a vós mesmos, pois enxergando vossos erros e eliminando-os de dentro de vós, estarão provando a vós mesmos, a intensidade do amor que possuem. 

Deixai florir em vós, a sabedoria do reconhecimento a Deus e façais exerçam a Vossa vontade : Amar, amar e amar!

 Esta é, na verdade, a grande sabedoria do Homem! 

Fiquem todos com Deus, que Jesus nosso amado Mestre, vos envolva de luz, amor e sabedoria, muita sabedoria. 

Vaso Escolhido (música espírita)


sábado, 2 de março de 2013

A você que está chegando

Hoje a palavra é para você, companheiro de muitas procuras, que chega à Casa Espírita em busca do bálsamo que alivie uma grande dor, da palavra que ajude a superar um momento de crise ou que preencha algum “não sei quê?” esquisito que lhe deixa enorme vazio cá dentro do peito. 

 Talvez esta seja a derradeira porta, após tantas tentativas de encontrar o equilíbrio, a paz, enfim, o sentido da vida. E o seu coração se divide agora entre esperanças e temores. Afinal, foram tantas as frustrações... Mas, como diz a canção da Zizi Possi... “Vá, e entre por aquela porta ali, não tem caminho fácil não, é só dar um tempo que o amor chega até você”... 

Pois é, amigo, grupos espíritas não são igrejas. São espaços fraternos de vivência do Evangelho de Jesus, à luz da Doutrina Espírita, uma espécie de oficinas do bem, onde se busca, em conjunto, aprender e exercitar esse tão decantado amor ao próximo.

 Então, por favor, não nos idealize. Não espere uma bondade e elevação que ainda não possuímos.

 O espírita professa uma fé racional que, facilitando a compreensão dos porquês da existência, aumenta também a responsabilidade de uma mudança de atitude para melhor diante dos desafios cotidianos da vida. 

 Porém, não nos enganamos, nem queremos lhe enganar a respeito de quem somos. 

Somos exatamente como você. Sentimos as mesmas dificuldades afetivas, emocionais, sexuais, espirituais e tantas outras, inerentes à nossa condição humana de seres em evolução. 

Estamos todos no mesmo barco, amigo, mas remar juntos para chegarmos em segurança à outra margem da vida – que é o nosso destino e lugar de origem – certamente fará toda a diferença. 

E isto nós queremos e podemos fazer. Não temos rituais ou chefes religiosos. Trabalhamos em regime de cooperação fraterna e voluntária, conforme as aptidões e disponibilidades de cada um, em benefício de todos os que aqui chegam.

 Por isto, querido amigo, ao entrar por aquela porta, não espere encontrar sacerdotes investidos de superioridade ou poder. 

 Não espere encontrar um grupo seleto de iniciados em “mistérios do Além” ou indivíduos infalíveis que lhe digam, a todo tempo, o que fazer, pois encontrará apenas pessoas comuns, com muitas certezas e convicções sim, mas também com crises e inseguranças, tais como as suas.

 Aqui você vai encontrar aprendizes na arte de servir. Gente que se sente feliz em contribuir para a felicidade alheia, pessoas sempre prontas a acolher, ouvir e amparar. Não suponha, porém, que estejamos isentos de provas e problemas. 

Assim como você, lutamos e sofremos. Apenas optamos pela ação no bem como forma de trabalhar em nós mesmos o próprio aperfeiçoamento, contribuindo para a construção de uma sociedade melhor, ao mesmo tempo em que buscamos, no estudo e no trabalho, as respostas e a coragem necessárias para enfrentar as nossas próprias batalhas na arena da vida. 

Entre nós, encontrará também companheiros esforçados na tarefa de consolar e esclarecer. Não nos tenha, porém, como sábios inquestionáveis ou seres santificados.

 Assim como você, não vivemos alheios às dificuldades do mundo. Creia, amigo, o nosso maior desafio é exemplificar, na prática, as verdades espirituais que conhecemos e pregamos. 

No dia a dia, sobretudo lá fora, esforçamo-nos por ser pessoas mais pacificadoras, generosas, fraternais, e, sinceramente, nem sempre o conseguimos... Mas, se é grande ainda a nossa imperfeição, maior é a alegria de vê-lo chegar.

 E assim como Pedro, o apóstolo rude e sincero de Jesus, apesar do reconhecimento da nossa pequenez humana e espiritual, é muito bom poder aconchegá-lo com carinho e lhe dizer do fundo do coração: “Não tenho prata nem ouro, mas o que tenho vos dou”. (Atos, 3:6.) 

Caminhemos juntos! Reformador Dez.2009