quinta-feira, 23 de maio de 2013

A palavra

A palavra expressa tudo o que se passa com o homem, fornecendo a situação exata do seu estado de espírito e do seu estado físico. 

Portanto, tem significado espiritual e uma intensa ligação com a nossa saúde, educação e evolução.

O poder que possuímos através da palavra e a força que ela pode ter, tanto para o bem quanto para o mal, são de magnitude incalculável.

 Pela escrita ou através da oralidade, expressamo-nos com o uso da palavra, que expõe ao mundo físico aquilo que a alma carrega.

 Muitas vezes, configura-se num desabafo emocionado, que “limpa” o nosso interior e nos faz começar do zero; em outras tantas, traz consigo o sentimento puro do amor, a alegria ou a emoção de um momento. 

Certo que não conseguimos pensar ou agir sem a utilização da palavra.

 Desta maneira, é imprescindível o cuidado e a prudência no pensamento, na fala e na escrita. “A palavra é o elo entre a vida e o viver. 

Ela pode alegrar, entristecer, oprimir, libertar, salvar ou condenar. Pode também iluminar ou causar escuridão”. O impacto da palavra é imensurável.

 Uma vez que expomos uma opinião, ela não mais nos pertence. 

Podemos influenciar decisões, causar discórdias, trazer esperanças, entre muitos outros sentimentos, mas não temos mais o domínio sobre suas consequências. “Sabemos que devemos vigiar nossos pensamentos e, com isto, nossas palavras para que nossas vidas tornem-se mais harmoniosas e mais de acordo com a Lei de Deus”. 

Analisemos o que estamos pensando e como estamos emanando nossas energias. 

A Evolução também se faz pela forma que nos relacionamos com o próximo e começa com pequenas atitudes que, muitas vezes, podem parecer banais.

 Boas palavras propiciam boas ações e boas ações inflam a nossa energia com alta vibração.

 Vamos aproveitar essa ferramenta excepcional e a empregarmos com utilidades em nosso cotidiano. 

Vamos fazer das palavras uma verdadeira conexão entre a nossa alma e o nosso corpo físico, alimentando bons sentimentos e contribuindo para a evolução individual e coletiva da humanidade.

domingo, 19 de maio de 2013

Bens da Vida

Embora possamos conceituar os Bens da Vida segundo as nossas concepções pessoais, definindo-os a nosso modo, a verdade é que eles têm qualificações e classificações próprias.

Sob a forma de patrimônio comum, encontramo-los espalhados por toda a parte, como expressão dadivosa da Natureza. 

Tudo quanto existe vale por manifestação de sua presença .

O ar que respiramos. 
 A água que bebemos.
 O Sol que nos aquece e vivifica. 
 O dia que nos favorece com as suas horas.
 A noite que nos enleva com a magia do seu cenário e nos felicita com a bênção do repouso. 
 O perfume que balsamiza a atmosfera. 
 A flor que engalana o jardim. 
 A árvore que enfeita a paisagem. 
 O fruto que se ostenta na árvore. 
 A brisa que ameniza o calor. 
 O orvalho que se espalha na relva e resvala nas folhas e flores das plantas. 
 O corpo de que se reveste o Espírito.
 As substâncias que vitalizam o organismo.
 O vento, a chuva, as riquezas do solo e do subsolo os minerais e vegetais, a força hidráulica, o magnetismo terrestre, as ondas hertzianas, as correntes marinhas, a eletricidade, as fontes térmicas e minerais, a fauna e a flora - tudo isto forma o majestoso conjunto de dádivas que o Pai Celestial põe à disposição de todos, sem que coisa alguma custe alguma coisa a alguém.

 Estas são as naturais dotações da Criação ao Homem. 

 A par delas, porém; necessariamente deve haver as doações do Homem à Vida, que, ao contrário das primeiras, têm origem na natureza espiritual da criatura, procedem de dentro para fora. 

Toda e qualquer exteriorização construtiva significando esforço de realização a bem do próximo, equivale a uma projeção do espírito humano, no sentido da ampliação de suas possibilidades, mediante a aquisição de maiores bens e valores eternos, definindo-se e positivando-se cada vez mais para melhor.

 Portanto, não é só o que nos beneficia que são bens da Vida, mas também e principalmente quanto de benefício pudermos proporcionar aos outros, procurando fazê-los felizes para sermos felizes com eles, isto é, fazendo nossa a própria felicidade alheia. 

Poderemos caracterizar atitudes e situações que se enquadram nesta ordem de coisas, aferidas assim por um outro critério de valorização. 

O silêncio que fazemos em torno de acontecimentos isolados do conjunto, para não levarmos ao pelourinho da vergonha e da desonra seus protagonistas. 

A palavra que pomos a serviço da complacência, sempre pronta a defender e a amparar. A mensagem de estímulo e conforto que endereçamos aos flagelados do corpo e da alma. 

A prece que formulamos em favor de alguém. O passe que aplicamos com o sincero desejo de colaborar na recuperação do enfermo. 

O lar que fundamos em bases cristãs. A família que educamos nos princípios enobrecedores do pudor e da compostura, do trabalho e do estudo, da honradez e da dignidade. A escola que ajudamos a manter com o nosso esforço. Os favores desinteressados que prestamos a quem quer que seja. Os ensinos que ministramos aos menos favorecidos de conhecimentos. 

A mão que estendemos aos que precisam de levantar-se e caminhar. O aproveitamento das provas e expiações. Sob o aspecto de inspiração própria, de iniciativa individual, de cunho essencialmente íntimo, muita coisa podemos fazer e deixar de fazer, que resultará em bênçãos e luzes do nosso caminho, com tanto mais proveito para nós mesmos quanto maior for o benefício que pudermos proporcionar a outrem. 

Estes outros bens da Vida formam o patrimônio próprio de cada um de nós e perduram conosco por todo o sempre, porque são o tesouro que o ladrão não rouba, a traça não rói, a ferrugem não destrói e o tempo não consome. 

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Aflição Vazia


Ante as dificuldades do cotidiano, exerçamos a paciência, não apenas em auxílio aos outros, mas igualmente a favor de nós mesmos. 

Desejamos referir-nos, sobretudo, ao sofrimento inútil da tensão mental que nos inclina à enfermidade e nos aniquila valiosas oportunidades de serviço.

 No passado e no presente, instrutores do espírito e médicos do corpo combatem a ansiedade como sendo um dos piores corrosivos da alma. 

De nossa parte, é justo colaboremos com eles, a benefício próprio, imunizando-nos contra essa nuvem da imaginação que nos atormenta sem proveito, ameaçando-nos a organização emotiva. 

 Aceitemos a hora difícil com a paz do aluno honesto, que deu o melhor de si, no estudo da lição, de modo a comparecer diante da prova, evidenciando consciência tranqüila. 

 Se o nosso caminho tem as marcas do dever cumprido, a inquietação nos visita a casa íntima na condição do malfeitor decidido a subvertê-la ou dilapidá-la; e assim como é forçoso defender a atmosfera do lar contra a invasão de agentes destrutivos, é indispensável policiar o âmbito de nossos pensamentos, assegurando-lhes a serenidade necessária... 

Tensão à face de possíveis acontecimentos lamentáveis é facilitar-lhes a eclosão, de vez que a idéia voltada para o mal é contribuição para que o mal aconteça; e tensão à frente de sucessos menos felizes é dificultar a ação regenerativa do bem, necessário ao reajuste das energias que desastres ou erros hajam desperdiçado. 

 Analisemos desapaixonadamente os prejuízos que as nossas preocupações injustificáveis causam aos outros e a nós mesmos, e evitemos semelhante desgaste empregando em trabalho nobilitante os minutos ou as horas que, muita vez, inadvertidamente, reservamos à aflição vazia. 

 Lembremo-nos de que as Leis Divinas, através dos processos de ação visível e invisível da natureza, a todos nos tratam em bases de equilíbrio, entregando-nos a elas, entre as necessidade do aperfeiçoamento e os desafios do progresso, com a lógica de quem sabe que tensão não substitui esforço construtivo, ante os problemas naturais do caminho. 

E façamos isso, não apenas por amor aos que nos cercam, mas também a fim de proteger-nos contra a hora da ansiedade que nasce e cresce de nossa invigilância para asfixiar-nos a alma ou arrasar-nos o tempo sem qualquer razão de ser.

 Francisco Cândido Xavier.
 Da obra: Encontro marcado.
 Ditado pelo Espírito Emmanuel.

domingo, 12 de maio de 2013

Perdão

Jesus, o justo por excelência, responde a Pedro: “Tu perdoarás, mas sem limites. Perdoarás ainda que a ofensa te seja feita muitas vezes. Ensinarás aos teus irmãos o esquecimento de si mesmos, que os torna invulneráveis a agressões, aos maus procedimentos e às injúrias. Serás doce e humilde de “coração”. (ESE, Cap.10, item 14) 

 As necessidades de perdoar e pedir perdão estão diretamente relacionadas a uma correspondência biunívoca do Espírito a sua “espiritualidade”, isto é, a sua evolução. 

Superação gradativa à dependência da matéria emocional, das paixões viciantes, do remorso pernicioso, da frustração atormentadora e todos os outros que comprometem o “bom êxito” das reencarnações e expiações que delas provem. 

Perdão e perdoar são necessidades daqueles Espíritos que ainda possuem “pendências emocionais” em suas estruturas espirituais. Que dependem ou se ressentem de compensações emocionais para a “elaboração energética” dessas paixões para transmutar, nesse processo íntimo, de uma energia de baixa vibração (material) para energia de alta vibração (espiritual). 

 A solução não está apenas no ato de perdoar e ou ser perdoado, mas na “essência do espírito” ao transitar pelo processo de provas e expiações em paz consigo mesmo e de conseqüente paz com os demais. 

 Perdoar não 7 vezes, mas, 70 vezes 7 como sugeriu Jesus (Mateus,Cap.18,v.22) um total de 490 vezes, repetidamente uma única atitude, um único pensamento, no processo e exercício de auto transformação.

 O comprometimento com as ações para a paz dentro e fora de si mesmo, as práticas e os pensamentos na sustentabilidade dessa paz. 

 Tudo isso dedicado a mesma e única ofensa no mesmo dia, demonstra que há uma necessidade literal de dissolver a ofensa, algo material, emocionalmente real e material, para algo intangível, imaterial, mas o melhor termo deve ser: estado “incorpóreo” da ofensa. 

 Retirando-a do ponto mais denso, material, em cada um, para ser elaborada pelo Espírito em evolução, já equilibrado e harmonizado, Espírito já liberto dessas “paixões âncora”. 

Aquele que ainda não se encontra neste nível, não saberá como tratar dessa ofensa, exigirá compensação de igual forma para que se sinta desculpado, compensado em igual intensidade, quase um reviver da Lei de Talião: “O olho por olho e dente por dente.” 
 Esse Espírito deve assumir sua natureza espiritual, de forma a não ser afetado por qualquer ofensa. 

Esse comportamento austero, expressado pelo manso e pacifico de coração, traduz a superioridade desse Espírito, que se disciplina a transformar a si mesmo. Como em um processo quântico, diante do fenômeno imediato, não se define posição ou velocidade, mas a natureza do fenômeno que é a sua “realidade” (Principio de Incerteza de Heisenberg). ESE, Cap.II, item 4, A realeza de Jesus: “Meu reino (realidade) não é deste mundo”. (S. João, cap.18 v.33 a 37). 

 Entender o processo como um todo, eliminando a fase da compensação para o estabelecimento da compreensão em benevolência, indulgencia e perdão, sendo algo natural da sua atual natureza, da sua “realidade” e não mais um conjunto de práticas, iniciando esse processo em si mesmo, a exemplo de Jesus, o mais célebre Espírito entre nós no processo do perdão. 

O Espiritismo está fundado sobre a existência do princípio espiritual, como elemento constitutivo do Universo... Neste vasto conjunto, cada um em sua missão, seu papel, os deveres a cumprir, desde os mais ínfimos até os anjos, que não são outros senão Espíritos humanos chegados ao estado de puros Espíritos.

 A matéria e o espírito são os dois princípios constitutivos do Universo. Introdução ao Estudo da Doutrina dos Espíritos, item 6, Resumo dos principais pontos da Doutrina Espírita: “O Espírito, quando encarnado, está sob a influência da matéria. O homem que supera essa influência pela elevação e pela depuração de sua alma aproxima-se dos bons Espíritos. Aquele que se deixa dominar pelas más paixões e coloca todas as alegrias da sua existência na satisfação dos apetites grosseiros se aproxima dos Espíritos impuros, porque nele predomina a natureza animal.” LE 907 

O princípio das paixões, sendo natural, é mau em si mesmo? Não. A paixão está no excesso acrescentado à vontade, já que o princípio foi dado ao homem para o bem, e as paixões podem levá-lo a realizar grandes coisas. É no seu abuso que está a causa do mal. LE 908 

Como definir o limite em que as paixões deixam de ser boas ou más?
 A paixão, propriamente dita, conforme habitualmente se entende, é o exagero de uma necessidade ou de um sentimento. Está no excesso e não na causa; e esse excesso torna-se mau quando tem por conseqüência um mal qualquer. Toda paixão que aproxima a pessoa da natureza primitiva a afasta de sua natureza espiritual. Todo sentimento que eleva a pessoa acima da natureza primitiva revela a predominância do Espírito sobre a matéria e a aproxima da perfeição. LE 909 

O homem poderia sempre vencer suas más tendências pelos seus esforços? 
Sim, e algumas vezes com pouco esforço; é a vontade que lhe falta. Como são poucos dentre vós os que se esforçam! LE 911 

Não existem paixões tão vivas e irresistíveis que a vontade não tenha o poder de superá-las? 
Aquele que procura reprimi-las compreende sua natureza espiritual; vencê-las é, para ele, uma vitória do Espírito sobre a matéria. LE 912 

 Qual o meio mais eficaz de combater a predominância da natureza corporal? 
Praticar o desprendimento. (Logo, o desprendimento das paixões, grifo nosso) Nível de espiritualidade mais elevado, sem a dependência emocional das paixões e menos ligado a matéria. 

O ego não se ressente e ama mais. Não é mais dependente emocional do perdoar e/ou pedir perdão. Vive pleno no amor que pode dar sem nada pedir em troca. Espírito em expiação e/ou missão. Nível de espiritualidade em desenvolvimento, grande dependência emocional das paixões, mais ligado a matéria. O ego se ressente. Vive mais pelo amor que deseja receber, que o amor que já pode dar. Emocionalmente ainda depende de perdoar e pedir perdão. 

 Qual é o verdadeiro sentido da palavra caridade como a entendia Jesus? 
“Benevolência com todos, indulgência com as imperfeições dos outros, perdão das ofensas”. 

 Primeiramente benevolência consigo mesmo, indulgência com as próprias e relutantes imperfeições e profundo compromisso com o “autoperdão”.

 Para muitos o processo de perdoar e pedir perdão é possível, mas uma grande maioria ainda não consegue “liberar o perdão”, pois se encontra profundamente marcado em suas raízes psíquicas por mais que se trabalhe de reencarnação em reencarnação. 

As qualidades do fluido perispiritual estão em razão direta das qualidades do Espírito “encarnado ou desencarnado”; quanto mais seus sentimentos são elevados e livres das influências da matéria, mais seu fluido é depurado. 

 Ele irradia raios impregnados desses mesmos pensamentos que os viciam ou os saneiam fluidos realmente materiais, embora impalpáveis, invisíveis para os olhos do corpo, mas perceptíveis para os sentidos perispirituais e visíveis para os olhos da alma.

 Quem traz consigo pensamentos de ódio, de inveja, de ciúme, de orgulho, de egoísmo, de animosidade, de cupidez, de falsidade, de hipocrisia, de maledicência, de malevolência, em uma palavra, pensamentos hauridos na fonte das más paixões, espalha ao seu redor eflúvios fluídicos malsãos, que reagem sobre aqueles que o cercam. 

 O Espiritismo nos prova que o “elemento espiritual”, que, até o presente, foi considerado como antítese do elemento material, tem,com este último,uma conexão íntima de onde resulta uma multidão de fenômenos inobservados ou incompreendidos.

Protetores Espirituais

Todos os seres humanos, antes mesmo de escolherem uma família, um lar, uma condição de vida que lhes propicie uma nova reencarnação, são orientados por outros, mais evoluídos, mais conhecedores e mais experientes da realidade espiritual, a tentar a nova jornada da vida na Terra.  

Ao ter prontas diante de si todas as condições familiares para esse novo reencarnante físico, Deus, a autoridade suprema, envia, das mais altas esferas resplandecentes de luz, paz e harmonia, seres que são chamados de protetores espirituais, aqueles que acompanharão a criatura durante toda a sua longa jornada física. 

 Esses seres, que já alcançaram altíssimo nível e condições espirituais, são capazes de acompanhar o seu pupilo durante toda a sua vida física; mesmo estando em níveis vibratórios muito superiores aos dos encarnados, eles tem permissão para isso : orientam, ajudam, acompanham, protegem e, acima de tudo, AMAM o seu protegido. 

 Enquanto os anos vão passando, a vida vai acontecendo para a criatura encarnada; o protetor angelical está sempre conectado com o seu pupilo. 

O que acontece muito e se mostra como um fator com grande necessidade de superação nos dias de hoje é a falta de sintonia entre ambos. 

 Existe uma sutil e muito complexa rede interligando o coração desses dois seres, numa tentativa de manter o encarnado firme na sua trajetória física já estipulada e escolhida por ele próprio.

 Assim, a função desse protetor angelical é manter esse ser encarnado em sua trilha, assim como, grosso modo, uma locomotiva , desde que siga sobre os trilhos, ela chega ao seu destino; mas todas as vezes que algum tipo de alteração ocorre nos trilhos, essa locomotiva tende a seguir outro caminho, correndo o risco, muitas vezes, de descarrilar, findando num grande acidente, que a impedirá de concluir a sua jornada previamente planejada. Assim é a ação do protetor junto da criatura encarnada: ele faz todo o possível para manter cada um de vocês andando nos trilhos, que vós mesmos marcastes e escolhestes para trilhas em vossas vidas. 

Se nenhum tipo de alteração for forte o suficiente para alterar a rota já escolhida por vós, com certeza alcançarão o destino esperado.

 Então, para que fique bem claro, a informação que desejo passar é a questão da sintonia entre vós e os vossos protetores espirituais.

 Em momento algum sentirão clara e nitidamente a ação deles em vossas vidas, mas posso garantir-vos que eles estão olhando para vós e guiando vossas vidas em todos os momentos e nos mínimos detalhes, para vos fazerem alcançar aquilo que almejas e pedistes ao vos reencarnar. 

Abri o coração e a mente espiritual e procurai exercitar a ligação (ou conexão) com eles, que com toda certeza, conseguireis manter-vos unidos em um só pensamento, agindo em conjunto para o vosso próprio benefício. 

 Irmão Glaucus Da obra: Existe vida após a morte? 
Autor: Geraldo Sampaio Júnior

sábado, 4 de maio de 2013

Ação espírita contra a prostituição infanto-juvenil

No grande capítulo da sexualidade humana, o direito de expressão e de escolha dos relacionamentos em cotejo com a evolução da compreensão acerca dos sentimentos e manifestações simbolizam a caminhada do ser rumo à espiritualização.

 Em tempos de inúmeras e pungentes dúvidas sobre a expressão sexual, em que reconhecemos, por vezes, nossa incapacidade de compreensão total das atitudes e preferências humanas, neste campo, ressoa uma unanimidade: a individualidade espiritual, senhora de si mesma, adota em regra os posicionamentos que sua consciência franquear e arca com as conseqüências diretas (nesta e nas vivências futuras), conforme os mecanismos de aplicabilidade da Justiça Divina – nela compreendida a sistemática de causa e efeito. 

 Todavia, só podemos pensar em responsabilização espiritual plena, se estivermos diante de criaturas em idade cronológica e psicológica capaz de aferir a condição de aquilatar seus atos e de prever as ocorrências futuras. 

Isto só é possível, em regra, a partir da maturidade biológica que, em geral, se materializa a partir dos 16 anos. Antes disso, na chamada infância e, até, na adolescência, a notória condição de hipossuficiência destes indivíduos – portadores que são, relativamente, de direitos e deveres na ordem civil – impõe à Sociedade um conjunto de medidas sócio-assistenciais, jurídicas ou não, para a proteção integral de nossas crianças e jovens. 

Daí a existência, nas principais nações do Mundo e, também, no Brasil, de um avançado código de normas protecionistas, evitando-se o (ainda maior) desrespeito aos direitos deste contingente populacional. 

 Um recente relatório decorrente de estudos desenvolvidos em parceria da Organização Internacional do Trabalho (OIT) com o Departamento de Polícia Rodoviária Federal (DPRF) aponta para a existência de 1819 pontos vulneráveis à exploração sexual infanto-juvenil em rodovias federais brasileiras.

 O conceito de “ponto vulnerável” enquadra ambientes cujas características, localização ou finalidades favorecem ou encobrem a atividade de “venda de sexo”, envolvendo menores – prática considerada criminosa em nosso país – como postos de gasolina, hotéis, boates, restaurantes e, até, estacionamentos de caminhões, estimando-se que, em um determinado ponto possa existir um ou mais estabelecimentos que favorecem ao crime. 

 Esta diagnose deve ser suficiente para provocar medidas corretivas, repressoras e/ou protecionistas, não só por parte dos órgãos policiais e judiciais, mas de toda a Sociedade, contando, ainda, com a participação ativa dos cidadãos, já que o problema é de todos e a conscientização e a ação efetiva são as armas de que dispomos para enfrentá-lo.

 Assim sendo, todos somos responsáveis na divulgação da proteção destinada a crianças e adolescentes bem como devemos atuar na repressão direta a atitudes de exploração sexual daqueles, denunciando a existência de locais ou a participação de pessoas promovendo ou acobertando ações delituosas, utilizando os telefones disponibilizados, em sua cidade, para contato com os Conselhos de Direitos da Criança ou do Adolescente, ou, mesmo, os números da Polícia Rodoviária Federal (191) e da Polícia Militar (190). 

 Em paralelo, em termos de ações institucionais espíritas, seria recomendável uma participação mais efetiva junto a tais conselhos, empreendendo trabalho conjunto, voluntário, assim como distribuindo, nas próprias instituições e em locais considerados “suspeitos” de promover o crime, material explicativo e oportuno. 

 É tempo, pois, dos bons, ora tímidos e fracos, conforme a diretriz contida na questão n. 932, de O livro dos espíritos, sobrepujarem os maus, intrigantes e audaciosos, já que esta superação de uns pelos outros, na defesa dos valores espirituais, é tarefa que só dos primeiros depende: 
“Quando estes o quiserem, preponderarão.”