sábado, 19 de janeiro de 2013

Além Túmulo

Teólogos eminentes, tentando harmonizar interesses temporais e espirituais, obscureceram o problema da morte, impondo sombrias perspectivas à simples solução que lhe é própria. 

Muitos deles situaram as almas em determinadas zonas de punição ou de expurgo, como se fossem absolutos senhores dos elementos indispensáveis à análise definitiva. 

Declararam outros que, no instante da grande transição, submerge-se o homem num sono indefinível até o dia derradeiro consagrado ao Juízo Final. 

 Hoje, no entanto, reconhece a inteligência humana que a lógica evolveu com todas as possibilidades de observação e raciocínio. 

 Ressurreição é vida infinita. Vida é trabalho, júbilo e criação na eternidade. 

 Como qualificar a pretensão daqueles que designam vizinhos e conhecidos para o inferno ilimitado no tempo? 

Como acreditar que permaneçam adormecidos milhões de criaturas, aguardando o minuto decisivo de julgamento, quando o próprio Jesus se afirma em atividade incessante? 

Os argumentos teológicos são respeitáveis; no entanto, não deveremos desprezar a simplicidade da lógica humana. 

Comentando o assunto, portas a dentro do esforço cristão, somos compelidos a reconhecer que os negadores do processo evolutivo do homem espiritual, depois do sepulcro, definem-se contra o próprio Evangelho. 

O Mestre dos Mestres ressuscitou em trabalho edificante. 

Quem, desse modo, atravessará o portal da morte para cair em ociosidade incompreensível? 

Somos almas, em função de aperfeiçoamento, e, além do túmulo, encontramos a continuação do esforço e da vida. 

 Francisco Cândido Xavier. 
Da obra: Caminho, Verdade e Vida. 
Ditado pelo Espírito Emmanuel. 

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