segunda-feira, 20 de agosto de 2018

Em família espiritual

“Porque vês o argueiro no olho de teu irmão, sem notar a trave que está no teu próprio?” (Mateus, 7:3) 

 Quanto mais nos adentramos no conhecimento de nós mesmos, mais se nos impõe a obrigação de compreender e desculpar, na sustentação do equilíbrio em nós e em torno de nós. Daí a necessidade da convivência, em que nos espelhamos uns aos outros, não para criticar-nos, mas para entender-nos, através de bendita reciprocidade, nos vários cursos de tolerância, em que a vida nos situa, no clima da evolução terrestre. Assim é que, no educandário da existência, aquele companheiro: que somente identifica o lado imperfeito dos seus irmãos, sem observar-lhes a boa parte; que jamais se vê disposto a esquecer as ofensas de que haja sido objeto; que apenas se lembra dos adversários com o propósito de arrasá-los, sem reconhecer-lhes as dificuldades e os sofrimentos; que não analisa as razões dos outros, a fixar-se unicamente nos direitos que julga pertencer-lhes; que não se enxerga passível de censura ou de advertência, em momento algum; que se considera invulnerável nas opiniões que emita ou na conduta que espose; que não reconhece as próprias falhas e vigia incessantemente as faltas alheias; que não se dispões a pronunciar uma só frase de consolação e esperança, em favor dos caídos na penúria moral; que se utiliza da verdade exclusivamente para ameaçar ou ferir… Será talvez de todos nós aquele que mais exija entendimento e ternura, de vez que, desajustado na intolerância, se mostra sempre desvalido de paz e necessitado de amor.

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