sábado, 23 de março de 2019

Couraça da Caridade

“Sejamos sóbrios, vestindo-nos da couraça da fé e da caridade.” – Paulo. (1ª Epístola aos Tessalonicenses, 5:8.) 

Paulo foi infinitamente sábio quando aconselhou a couraça da caridade aos trabalhadores da luz. Em favor do êxito desejável na missão de amor a que nos propomos, em companhia do Cristo, antes de tudo é indispensável preservar o coração. E se não agasalharmos a fonte do sentimento nas vibrações do ardente amor, servidos por uma compreensão elevada nos círculos da experiência santificante em que nos debatemos na arena terrestre, é muito difícil vencer na tarefa que o Senhor nos confia. A irritação permanente, diante da ignorância, adia as vantagens do ensino benéfico. A indignação excessiva, perante a fraqueza, extermina os germes frágeis da virtude. A ira freqüente, no campo da luta, pode multiplicar-nos os inimigos sem qualquer proveito para a obra a que nos devotamos. A severidade demasiada, à frente de pessoas ainda estranhas aos benefícios da disciplina, faz-se acompanhar de efeitos contraproducentes por escassez de educação do meio em que se manifesta. Compreendendo, assim, que o cristão se acha num verdadeiro estado de luta, em que, por vezes, somos defrontados por sugestões da irritação intemperante, da indignação inoportuna, da ira injustificada ou da severidade destrutiva, o apóstolo dos gentios receitou-nos a couraça da caridade, por sentinela defensiva dos órgãos centrais de expressão da vida. É indispensável armar o coração de infinito entendimento fraterno para atender ao ministério em que nos empenhamos. A convicção e o entusiasmo da fé bastam para começar honrosamente, mas para continuar o serviço, e terminá-lo com êxito, ninguém poderá prescindir da caridade paciente, benigna e invencível

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