terça-feira, 30 de julho de 2019

Amor aos Animais

Divaldo Franco Professor, médium e conferencista 

Em um governo do passado, um dos seus ministros conduziu, oportunamente, um cão ao veterinário em carro oficial. Surpreendido por um repórter, este advertiu-o sobre a irregularidade que estava cometendo, e o mesmo respondeu enfático: 
– Os cães também são gente! Acredito, pessoalmente, que o Sr. Ministro quis dizer que os animais também merecem o tratamento dado às criaturas humanas. De imediato, foi ironizado e tornou-se motivo de troça. 
Se ainda estiver reencarnado, ele poderá esclarecer que os animais estão sendo mais bem tratados do que os seres humanos. O amor aos animais demonstra uma grande conquista pela sociedade, em razão do respeito à vida em todas as suas expressões. Os animais merecem as mais carinhosas expressões de ternura e cuidados na condição em que estagiam. 
Francisco, o santo de Assis, assim o fez, inclusive ao então terrível lobo de Gúbio. Entretanto, forçoso é considerar, como ocorre em todas as ideias que se transformam em tendência, isto é, se fazem voga, que nelas surgem comportamentos extravagantes. Os animais, quando domesticados, tornam-se excelentes companheiros de pessoas enfermas, solitárias, portadoras de conflitos, inclusive depressão, autismo, síndrome de Down e outros problemas. 
A solidão também requer muito o amor dos animais, tornando-os verdadeiros amigos e companheiros. No entanto, em uma civilização na qual a miséria moral é muito grande, dela decorrendo a miséria socioeconômica, os excessos nos cuidados aos animais tornam-se uma afronta ao sofrimento dos invisíveis, que se tornam desagradáveis, desprezados e, não raro, perseguidos. É compreensível que, através do amor, que deve viger entre as criaturas, este se expanda aos animais, aos vegetais, à natureza que nos mantém vivos e, ingratamente, a destruímos. 
Substituir o afeto de um ser humano pelo de um animal é lamentável, porque os dois não são incompatíveis. Pode-se amar o gênero humano e também o animal, com o mesmo calor emocional e cuidado. 
Algumas pessoas, sofridas e solitárias, referem-se que preferem amar aos inocentes animais do que aos indivíduos conscientes, que traem, magoam e são indiferentes aos seus padecimentos. Não me parece feliz a troca afetiva, porque o instinto de preservação da vida também se encontra nos animais e, graças ao instinto, em algumas vezes sucedem graves acontecimentos entre esses e os seus cuidadores. É inegável que tentar transformar um animal em um ser humano, por mais se cuide de trabalhar esse requisito, jamais se conseguirá. 
Entretanto, o amor que lhe seja dedicado é um passo gigantesco na afetividade que um dia será dirigida às criaturas humanas. A evolução é inevitável e a força do amor invencível. 

Artigo publicado no jornal A Tarde, coluna Opinião, de 29 de novembro de 2018.

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