sexta-feira, 30 de setembro de 2011

A responsabilidade dos Espíritas


O Cristianismo autêntico baseia-se no Amor a Deus e ao próximo, como ensinou o Cristo.

Na doutrina cristã, a Fé identifica-se com a Verdade, de tal forma que a fuga à realidade torna-se incompatível com a Fé verdadeira.

Se uma doutrina que se diz cristã divorcia-se das realidades dos fatos e da razão, a fé que ela inspira compromete-se e enfraquece-se naturalmente.

A Doutrina Espírita não foge à s bases ensinadas pelo Cristo de Deus, desdobrando-as e interpretando-as com as revelações do Espírito de Verdade e da plêiade de Espíritos que se propuseram trazer à Humanidade os conhecimentos novos a que ela faz jus.

O progresso da Humanidade não pode resumir-se no conhecimento científico e na variada aplicação tecnológica dele derivada.

A verdadeira evolução humana fundamenta-se no conhecimento, sim, conjugado à s leis de amor, de justiça e de caridade, que resumem todas as leis morais.

A grande força do Espiritismo está na sua abrangência e na resposta que dá às interrogações do homem, em todos os tempos: de onde vem; para onde vai; o que significa a vida atual.

A certeza da vida futura é demonstrada experimentalmente.

A filosofia espírita é baseada em fatos. Ela demonstra e aceita verdades já conhecidas no passado, aclarando-as com os novos conhecimentos revelados. É o que ocorre com a doutrina da reencarnação, ou das vidas sucessivas, hoje percebida em sua lógica a serviço da justiça divina.

As interpretações literais de muitos escritos antigos e as idéias pessoais de fundadores de religiões tradicionais influenciaram poderosamente na concepção de doutrinas e informações inteiramente divorciadas da realidade.

É o caso das concepções de céu, de inferno, das penas eternas, do Deus trino da Santíssima Trindade e de tantos dogmas impróprios que fazem parte das religiões.

O Espiritismo, como o Consolador, procura repor a realidade, retificar os desvios, identificar a verdade, evitar as ilusões.

Por isso mesmo, sua aceitação e sua prática no mundo áspero e rebelde dos homens não será nem fácil, nem rápida. Pelo contrário, há necessidade de tempo, de paciência, de compreensão, de parte de sucessivas gerações, para que a idéia espírita seja implantada por toda parte, independentemente das barreiras religiosas, raciais, lingüísticas, institucionais.

O progresso, no sentido do bem e do aperfeiçoamento, aplica-se a todos os indivíduos, povos e civilizações. Não há dúvida de que o futuro reserva melhores condições de vida para todos os habitantes da Terra.

Mas, nas condições atuais do mundo em que vivemos, com a presença predominante de três fatores negativos

– ignorância das leis divinas, orgulho e egoísmo

– não têm os homens possibilidade de previsão de quando, em que tempo, ocorrerá a regeneração da Humanidade, já que o progresso coletivo tem como fundamento essencial a transformação individual, intelectual e moral.

Diante da civilização do terceiro milênio da Era Cristã já se notam sinais de melhoria nas relações entre os povos. Diminuem as barreiras que antes os separavam.

Acertaram-se tratados internacionais para a proscrição de várias determinantes de guerras, depois das duas hecatombes ocorridas na primeira metade do século XX.

Por outro lado, a Organização das Nações Unidas, organização que reflete o idealismo de boa parte da Humanidade, esforça-se contra toda espécie de conflitos, procura defender as condições ambientais em favor das futuras gerações, chama a atenção dos povos e nações para o problema da pobreza e da miséria, que podem ser desde já proscritas do mundo, e procura aproximar as religiões para a prática comum dos princípios que implicam compreensão, solidariedade, cooperação e não-violência, entre todos os homens, o que corresponde à prática do amor nas relações humanas.

Há, portanto, sinais positivos de um mundo melhor.

Mas, de outro lado, o atraso moral da maioria dos habitantes da Terra provoca conflitos armados de graves conseqüências, com o emprego da tecnologia para a destruição. O ódio entre grupos religiosos e raciais ainda subsiste neste mundo contraditório.

O progresso dos povos demonstra a justiça da lei divina da reencarnação.

Com a pluralidade das existências as vantagens do progresso geral aproveita a todos, podendo gozar das novas condições de vida os que não as conheceram em existências anteriores.

Diariamente morrem e renascem milhares de criaturas nas diversas regiões do mundo. Ao cabo de um milênio renovam-se costumes, hábitos e muitas concepções.

É evidente que o renascimento do Espírito em novas condições vai proporcionar-lhe o progresso que não lhe foi possível antes.

Assim, quando todos os povos estiverem em nível adiantado de sentimentos, os terrícolas terão substituído o egoísmo e orgulho, que ora os caracteriza, pela solidariedade, pela compreensão e pela simpatia.

Será o tempo da Terra regenerada, habitada por Espíritos fraternalmente unidos, onde os maus e egoístas, sentindo-se repelidos, procurarão mundos adequados às suas condições morais.

Sendo incontestável o progresso humano, bastando, para percebê-lo, a comparação de dois períodos distanciados no tempo, por exemplo, a época atual com os séculos passados, não há que duvidar que o futuro reserva a toda a Humanidade melhores dias.

Já que o progresso intelectual, pelos descobrimentos da ciência, é fato notório e incontestável, resta aos homens buscar a segurança e o equilíbrio em suas relações sociais, pelo avanço no campo moral.

A fase nova de um progresso moral mais acentuado para os habitantes deste Planeta já começou, neste largo período de transição em que tem havido melhor compreensão da vida por aqueles que já conseguem ver além de uma existência terrena.

São os idealistas espalhados pelos diversos grupamentos religiosos do Mundo que crêem firmemente na existência de uma Inteligência Suprema e Criadora de todas as coisas, que têm a certeza da imortalidade da Essência Espiritual e da sua evolução contínua no sentido do Bem.

A Espiritualidade Superior, sob a orientação do Governador deste orbe, através de um corpo de idéias claras e sintéticas, englobando conhecimentos antigos e atuais, intui, inspira, ensina e apóia o progresso moral da Humanidade.

É o Espiritismo a Doutrina Consoladora do Cristo de volta à Terra orientando os que estão à procura da Verdade e da própria felicidade.

A felicidade, individual e coletiva, nesta vida e na futura, é um dos segredos da força das idéias espíritas. Outra parcela dessa força é a fundamentação lógica e realista das informações e revelações que vieram com o Consolador, pondo à mostra as leis divinas, imutáveis e justas.

A certeza da responsabilidade individual, na prática do bem ou do mal, afasta inúmeras ilusões criadas por concepções humanas, como a salvação pelo “sangue do Cristo”, pela “doutrina da graça”, pela indulgência comprada e tantas outras de favorecimento ao erro, praticado conscientemente na vida terrestre.

A responsabilidade dos espíritas, nesta fase de transição em que vive a Humanidade, é enorme.

Em primeiro lugar porque, ao conhecer a Doutrina e verificar a realidade e as firmes bases em que se assenta, cumpre ao espírita não somente o conhecimento doutrinário, mas a prática, a vivência das normas e leis que se apóiam em revelações superiores e não em teorias e conceitos humanos.

Em segundo lugar, o conhecimento da Verdade impõe-lhe o dever de divulgar todo o conhecimento adquirido, para que outras criaturas que estejam em condições de beneficiarem-se não se privem dela.

A divulgação da Doutrina Espírita, entretanto, pela razão mesma de sua natureza, há que obedecer a critérios éticos e morais compatíveis com seus próprios princípios e postulados.

Nesse caso, a tecnologia moderna, a mídia, os múltiplos sistemas de comunicação oral e escrita podem e devem ser utilizados, evitando-se, entretanto, os excessos de marketing e os apelos ao proselitismo puro e simples.

Como conclama o luminoso Espírito Bezerra de Menezes, dirigindo-se especialmente aos espíritas:

“Nós, vossos amigos espirituais, aqui estamos de pé, em intercâmbio convosco, para apressarmos o grande momento da fraternidade universal, para construirmos a civilização justa, onde os fatores de perturbações sociais, econômicas, desapareçam diante da grandeza moral dos postulados avançados. Ide, servidores da Boa Nova! Cantai a música da Nova Era.”

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