sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

Espíritas e frequentadores de Centros


A cada dia que passa, maior número de pessoas tem procurado os recursos do Espiritismo para a solução dos seus problemas mais aflitivos. 
Por isso, as sessões públicas frequentemente estão repletas. Talvez um dos fatores que estão colaborando para isto seja a redução gradativa do preconceito que existia contra a Doutrina, graças à ampla divulgação através dos veículos de difusão. 
 Entretanto, continua reduzidíssimo o número dos que efetivamente trabalham na Seara do Mestre. 
A grande maioria se contenta em receber. São reconhecidos pelos benefícios recebidos e esperam continuar merecendo os recursos espirituais indefinidamente. 
Permanecem encantados com os ensinamentos consoladores do Espiritismo, com as maravilhas da mediunidade com Jesus, com a caridade praticada na Seara ou mesmo com os próprios médiuns.
 Contentam-se com a adoração passiva que tem sido a sua atitude característica há séculos.
 Podemos, pois, dividir os assistentes das instituições espíritas em dois grupos: um, reduzido, que se desdobra na execução das múltiplas tarefas, que precisam ser executadas, e outro, numeroso, que se limita a receber, acreditando que o céu que não conseguiu conquistar frequentando os templos tradicionais, pode obtê-lo, agora, a expensas da amizade dos Espíritos Superiores.
 Como despertar esta grande multidão que dorme?
 Como faze-Ia passar da inatividade para a luta constante e efetiva na seara do Bem?
 Como levá-Ia a entender que a Doutrina é o roteiro que impulsiona o progresso espiritual, quando verdadeiramente vivida?
 Estarão sendo eficazes os métodos de estudo usados atualmente nos Centros? 
 É possível que as respostas a estas questões só apareçam depois de muita reflexão. Mas uma coisa é certa: a única solução é orientar os frequentadores a conhecer a Doutrina Espírita com maior profundidade, a fim de que possam adotar os comportamentos que caracterizam os espíritas conscientes. 
 Se não tomarmos medidas urgentes, correremos o risco de permitir que o Espiritismo seja concebido, pela massa de frequentadores que cresce dia a dia, como mais uma religião que garante aos seus seguidores a salvação pela simples aceitação dos seus ensinamentos e o comparecimento passivo às suas reuniões. 

 Reformador (FEB) Abril 1981

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