sábado, 3 de novembro de 2012

Espíritas e Frequentadores de Centro

A cada dia que passa, maior número de pessoas tem procurado os recursos do Espiritismo para a solução dos seus problemas mais aflitivos. 

Por isso, as sessões públicas frequentemente estão repletas. 

Talvez um dos fatores que estão colaborando para isto seja a redução gradativa do preconceito que existia contra a Doutrina, graças à ampla divulgação através dos veículos de difusão.

 Entretanto, continua reduzidíssimo o número dos que efetivamente trabalham na Seara do Mestre. 

A grande maioria se contenta em receber.

 São reconhecidos pelos benefícios recebidos e esperam continuar merecendo os recursos espirituais indefinidamente. 

Permanecem encantados com os ensinamentos consoladores do Espiritismo, com as maravilhas da mediunidade com Jesus, com a caridade praticada na Seara ou mesmo com os próprios médiuns. 

Contentam-se com a adoração passiva que tem sido a sua atitude característica há séculos. 

 Podemos, pois, dividir os assistentes das instituições espíritas em dois grupos: um, reduzido, que se desdobra na execução das múltiplas tarefas, que precisam ser executadas, e outro, numeroso, que se limita a receber, acreditando que o céu que não conseguiu conquistar frequentando os templos tradicionais, pode obtê-lo, agora, a expensas da amizade dos Espíritos Superiores. 

 Como despertar esta grande multidão que dorme? 

 Como faze-Ia passar da inatividade para a luta constante e efetiva na seara do Bem? 

 Como levá-Ia a entender que a Doutrina é o roteiro que impulsiona o progresso espiritual, quando verdadeiramente vivida? 

 Estarão sendo eficazes os métodos de estudo usados atualmente nos Centros? 

 É possível que as respostas a estas questões só apareçam depois de muita reflexão. 

Mas uma coisa é certa: a única solução é orientar os frequentadores a conhecer a Doutrina Espírita com maior profundidade, a fim de que possam adotar os comportamentos que caracterizam os espíritas conscientes. 

Se não tomarmos medidas urgentes, correremos o risco de permitir que o Espiritismo seja concebido, pela massa de frequentadores que cresce dia a dia, como mais uma religião que garante aos seus seguidores a salvação pela simples aceitação dos seus ensinamentos e o comparecimento passivo às suas reuniões.

 Reformador (FEB) Abril 1981

Nenhum comentário:

Postar um comentário