quinta-feira, 19 de maio de 2011

Fenômenos Espirituais


Sob o título de: "Aparição real de minha mulher após sua

morte - Chemnitz, 1804" - o doutor Woetzel publicou um

livro que causou grande sensação nos primeiros anos deste

século. O autor foi atacado em diversos escritos; sobretudo

Wieland o leva a ridículo na "Euthanasia." Durante uma

doença de sua mulher, Woetzel tinha pedido a esta que se lhe

mostrasse após sua morte. Ela lhe fez a promessa, mas, um

pouco

mais tarde, a seu pedido, seu marido a desligou da mesma.

Contudo,

algumas semanas depois de sua morte, um vento violento

pareceu

soprar no quarto, embora estivesse fechado; a luz quase se

extinguiu;

uma pequena janela na alcova abriu-se e, com a fraca

claridade

reinante, Woetzel viu a forma de sua mulher que lhe disse em

voz doce:

"Carlos, sou imortal; um dia nos reveremos." A aparição e as

palavras

consoladoras se renovaram mais tarde, uma segunda vez.


A mulher mostrou-se de vestido branco, com o aspecto que

tinha antes de morrer. Um cão que não se tinha mexido à

primeira aparição, agitou-se e descreveu um círculo, como em

redor

de uma pessoa conhecida.


Na segunda obra sobre o mesmo assunto (Leipzig, 1805), o

autor fala de convites que lhe teriam sido dirigidos para

desmentir todo o assunto, "porque do contrário os cientistas

seriam

forçados a renunciar ao que, até então, tinham julgado como

opiniões

verdadeiras e justas, e porque a superstição aí encontraria um

alimento." Mas ele já havia pedido ao conselho da

Universidade de

Leipzig que lhe permitisse depositar, a respeito, um

juramento

jurídico. O autor desenvolve sua teoria: segundo ele "a alma,

depois da

morte, seria envolvida por um corpo etéreo, luminoso, por

meio do

qual poderia tornar-se visível; poderia usar outras

vestimentas, por

cima desse envoltório luminoso; a aparição não tinha agido

sobre o seu

sentido interior, mas unicamente sobre os sentidos

exteriores."


Como se vê, a esta explicação só falta a palavra"perispírito."


Contudo, Woetzel está errado quando crê que a aparição só

atua nos sentidos exteriores, e não sobre o sentido interior.

Sabe-se

hoje, que é o contrário que se dá. Mas talvez tivesse ele

querido dizer

que estava perfeitamente desperto, e não em estado de sonho,

o que,

provavelmente, lhe teria feito pensar que havia percebido a

aparição

apenas pela visão corporal, desde que nem conhecia as

propriedades

do fluído perispiritual, nem o mecanismo da "visão

espiritual."


Aliás, lendo-se a obra científica do Sr. Pezzani, sobre a

"Pluralidade das Existências", tem-se a prova que o

conhecimento do corpo espiritual remonta à mais alta

antiguidade, e que apenas o nome de perispírito é moderno.


São Paulo o descreveu na I Cor., Cap.XV. Woetzel o

reconheceu apenas pela força do raciocínio. Tendo-o

estudado nos numerosos fatos que observou, o Espiritismo

lhe descreveu as propriedades e deduziu as leis de sua

formação e de suas manifestações.


Quanto ao que se refere ao cão, isto nada tem de

surpreendente. Diversos fatos parecem provar que certos

animais sentem a presença dos Espíritos. Na "Revista

Espírita" de junho de 1860 citamos um exemplo, que tem

notável analogia com o de Woetzel. Não está mesmo provado

positivamente que não os possam ver. Nada haveria de

impossível que,

em certas circunstâncias, por exemplo, os cavalos que se

amedrontam

e obstinadamente se recusam a avançar sem motivo

conhecido sofram

o efeito de uma influência oculta.

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