terça-feira, 17 de maio de 2011

A verdadeira propaganda

Pensem como quiserem os que entendem dever fazer a propaganda espírita por todos os modos, mesmo nas praças, sujeitando a divina Doutrina à galhofa do público, mesmo nos teatros, em meio do ridículo dos espectadores, e até nos alcouces, por entre os esgares desprezíveis de seres infelizes, seus freqüentadores.

Nem Jesus, o santíssimo modelo, nem os apóstolos, seus autorizados imitadores expuseram jamais à galhofa, ao ridículo e aos esgares da corrupção os ensaios de salvação.
Quer um, quer outros levaram a palavra da Verdade a todos os meios, é certo, porque o doente é que precisa do médico; porém, fizeram-no sempre guardando a compostura, severamente moralizadora, de ministros da mais pura, santa e veneranda Doutrina: ergueram a luz à altura de ser vista por toda a Humanidade, mas não a levaram aos antros.
Do que serve pregar o Espiritismo que é o Evangelho segundo o espírito e a verdade, dando àqueles que o pregam o exemplo do seu desrespeito pelo, modo irreverente de pregá-lo?

Sancta sancte tractanda sunt: as coisas sagradas devem ser com todo o respeito tratadas.

Por este modo, um que seja, que se colha para redil bendito, vem convencido da santidade da Doutrina, pelo acatamento com que a vê exposta, e será um convencido digno e dignificador da Santa Lei.

Pelo contrario, os que são trazidos como em folia, por milhares que sejam, virão crentes, pelo modo por que viram obrar os propagandistas, de que o Espiritismo é meio de distração, senão de brincadeira, e esses milhares nem aproveitara para si, nem concorrem de leve para o triunfo da boa Lei.

Propagar o Espiritismo por toda a parte, sim; mas propagá-lo com o respeito e o acatamento que requer o ensino da Divina Revelação.

BEZERRA DE MENEZES
(Esta página foi escrita em 1896, quando Bezerra ainda estava encarnado e, publicada na revista “Reformador”)

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