terça-feira, 10 de maio de 2011

Mensagem de Joanna de Angelis

Tendo em vista a obra de amor a que te encontras vinculado, muitas vezes crês que desfalecerás sob o fardo de desilusões que te pesam sobre os ombros.

Muitas vezes, de coração estiolado por mil tormentos, pensas que a desencarnação seria alívio para todas as dores.

Muitas vezes, extenuado, consideras as sombras pesadas que te envolvem, anulando esperança das tuas aspirações.

Muitas vezes despertas enganado e vencido ante a vitória dos maus, como se conduzisses fortes algemas de que não te podes libertar.

Muitas vezes transformam-se em pesadelos os sonhos que anelavas com carinho, fazendo-te recear.

Muitas vezes, na queda em que te surpreendes, encontras, apenas, o lodo da amargura, retendo-te em baixo e asfixiando-te com miasmas pestosas, dificultando a ascensão.

Muitas vezes, sem forças, tantas têm sido as lutas em que te encontras, que gostarias de recomeçar a vida, tão somente para trilhar vereda diferente da que percorres e na qual te sentes esmagado pela incompreensão de quem deveria entender-te, daqueles a quem amas e desejarias te amassem...

Não te aflijas nem te queixes.

Aprimora o pensamento e ora com fervor.

Se já possuis a fortuna da oração habitual, ora mais...

Refugia-te na paciência.

Cultiva idéias superiores apesar de tudo.

Liga-te ao bem atuante pelo pensamento, e o bem, por fim, atuará sobre ti.

Os pensamentos, em qualquer direção que os atires, são expressões vivas que arremessas e que se corporificarão aqui ou alhures, envolvendo-te ou envolvendo os outros.

Insiste nas construções mentais superiores.

Não consintas o conúbio da idéias deprimentes, mesmo quando magoado ou ofendido.

Não dês guarida a intercâmbios mentais nefastos, com inteligências perniciosas da Erraticidade.

O rio é escravo do leito, mas é arquiteto do próprio leito...

Invariavelmente o mal que nos fazem é conseqüência do mal que fizemos.

Examina, na aflição que agasalhas, se não terias sido aquele que primeiro insultou ou feriu.

Medita e descortinarás acontecimentos a que não ligavas, mas que foram preponderantes no desentendimento, na luta...

Quase sempre somos frutos dos nossos atos impensados, de nossas reações irrefreadas.

Policia as palavras, disciplina as atitudes...

Evita toldar a água generosa do teu esforço positivo com a ira da irreflexão.

A árvore responde aos açoites que recebe com novos ramos que estende, e a noite tranqüila revida as ofensas que lhe dirigem as furnas sombrias bordando-se de estrelas.

Elege, mesmo sofrendo, a humildade e a resignação como companheiras valiosas de que não podes prescindir e avança, renovando-te cada dia, perseverando a todo instante, na certeza de que a tempestade que devasta é, igualmente, benfeitoria ignorada que arrasta mazelas magnéticas, insetos nocivos, micróbios danosos e descargas elétricas perniciosas, limpando o ar e vitalizando a terra.

Segue, assim, chorando, para realizar o bem no campo do amor sem fim.

"Buscai primeiro o Reino de Deus e sua justiça..." - disse o Mestre, a fim de que "tudo o mais fosse acrescentado".

Quem se afervora à batalha de sublimação, perdoa e esquece ofensas, males, dores e sombras, para pensar somente no "Reino dos Céus" e, como por encanto, guardando a paz consigo, constata que tudo o mais já se encontra acrescido no próprio coração, sem necessidade de mais nada.

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